domingo, 27 de novembro de 2011

Cardeal Bertone: ante o laicismo intolerante urge a evangelização

O Secretário de Estado do Vaticano,Cardeal Tarcisio Bertone, assinalou que a tarefa da Nova Evangelização é urgente especialmente em lugares como a Europa, onde existe um laicismo intolerante, impera o relativismo e a religião enfrenta um ambiente hostil.

Assim indicou o Cardeal no discurso no seminário intitulado «Europa e a Nova Evangelização» realizado em Roma no marco do 40.º aniversário do Conselho de Conferências Episcopais da Europa.

Durante a sua intervenção no evento organizado pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o Cardeal disse que nestes 40 anos uma das prioridades das Conferências Episcopais Europeias foi «a nova evangelização, e com razão, na ocasião deste aniversário chamou-se de novo a renová-la».

Conforme assinala a notada Rádio Vaticano, o Cardeal Bertone recordou que actualmente «temos que falar de Deus num contexto frequentemente indiferente e em ocasiões hostil» como o recordou o Papa Bento XVI no dia 15 de Outubro sublinhando os aspectos positivos da fé na Palavra de Deus que «apesar da condição do homem moderno, segue crescendo e difundindo-se».

O Cardeal Bertone citou logo as três razões aludidas pelo Papa: «o poder da Palavra não depende principalmente de nossa acção, mas sim de Deus»; segundo, que também hoje não nos falta a «boa terra», que permite à semente da Palavra dar seus frutos.

A terceira razão relaciona-se com «o anúncio do Evangelho chegou até os extremos do mundo e inclusive no meio da indiferença, da incompreensão, da perseguição, muitos continuam hoje, com coragem, abrindo seus corações para receber a Cristo».

O Secretário de Estado afirmou também que "na Europa actual é cada vez mais difícil distinguir entre a verdade e o engano e as mentiras. Um certo pluralismo não quer que se distinga entre o bem e o mal».

«Junto a uma sã laicidade existe um laicismo intolerante. O princípio da não discriminação frequentemente é mal utilizado como uma arma no conflito dos direitos para construir uma ditadura do relativismo que tende a excluir a Deus».

O Cardeal disse logo que «o coração da evangelização, em todos os tempos, é o 'primeiro amor'. E que é a mesma força que move também o coração e os passos dos muitos novos evangelistas: as pessoas, as famílias, comunidades e os movimentos eclesiásticos».

Destacou ademais que «este é o tesouro do Antigo Evangelho e sempre novo. O amor de Deus chama uma comunhão de vida que nasce no seio da comunidade e que se realiza em seu serviço».

«A nova evangelização --concluiu -- é uma tentativa contínua de proclamar e viver esta vida de fé; é uma inteligência da fé que vincula as coisas velhas e as novas desse tesouro que é o Evangelho de Cristo».

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