sexta-feira, 1 de março de 2013

Recordando Bento XVI (3)

Políticos leigos realmente cristãos são necessários no mundo e na cultura de hoje – afirma Bento XVI

(Nosso artigo de 7.7.2010)

Ao receber os participantes da 24.ª Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, o Papa Bento XVI destacou que o mundo e a cultura actual necessitam com urgência de políticos leigos que sejam autenticamente cristãos que façam presentes na esfera pública a mensagem sempre vigente do Evangelho.

No seu discurso o Santo Padre assinalou que embora a Igreja não tenha como missão «a formação técnica dos políticos», entretanto, Ela «oferece o seu juízo moral, inclusive sobre matérias referentes à ordem política, quando exigem os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas».

«Compete aos fiéis leigos mostrar concretamente na vida pessoal e familiar, na vida social, cultural e política, que a fé permite ler em modo novo e profundo a realidade e transformá-la».

Seguidamente o Papa ressaltou que «os fiéis leigos devem participar activamente na vida política, de maneira sempre coerente com os ensinamentos da Igreja, compartilhando razões bem fundadas e grandes ideais no processo democrático e na busca de um consenso amplo com todos os que se preocupam da defesa da vida e da liberdade, a custódia da verdade e do bem da família, a solidariedade com os necessitados e a busca necessária do bem comum».

Bento XVI sublinhou também que «necessitamos de políticos autenticamente cristãos, mas sobretudo fiéis leigos que sejam testemunhas de Cristo e do Evangelho na comunidade civil e política. Esta exigência deve estar claramente presente nos programas educativos das comunidades eclesiásticas e requer novas formas de acompanhamento e apoio por parte dos pastores».


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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Pírulas dos dias seguintes

Nuno Serras Pereira

O Cardeal Meisner autorizou que nos hospitais da sua Diocese se recorresse à «pílula do dia seguinte» nos casos de mulheres violadas, uma vez que alguns desses fármacos não teriam efeitos abortivos mas somente anovulatórios, isto é impediriam a ovulação no caso de esta não ter ocorrido, mas nos casos em que a fecundação se tivesse verificado não estorvariam a nidação da pessoa recentemente concebida no aconchego do seio ou útero materno. A ortodoxia do Senhor Cardeal na declaração Doutrinal que faz é inatacável: se um fármaco não tem efeitos abortivos deve ser aplicado nos casos de violação para, no caso de que a ovulação não tenha ocorrido, se evite a concepção. Já a decisão, que deriva do seu poder de governo eclesial, de autorização da pílula do dia seguinte nos hospitais não goza de autoridade Magisterial (Doutrinal), mas trata-se tão-somente de uma decisão prudencial (ou imprudente…) que pode, e talvez deva, ser discutível. Por isso, não admira que tenha estalado a polémica no mundo católico. Em defesa do Cardeal Meisner saiu a Conferência Episcopal alemã. Numa entrevista informal, o Presidente da Academia Pontifícia para a Vida, o Bispo (Opus Dei) Ignacio Carrasco di Paula, um eminente Académico na área da Bioética, confirmou a Doutrina e adiantou que a verificação da abortividade dos fármacos competia aos médicos. Se interpreto bem as suas declarações, julgo que poderão dar azo a alguma ambiguidade, não lançando um esclarecimento definitivo sobre o assunto. Entretanto, Bispos, médicos eminentes e mesmo, pelo menos, uma Conferência Episcopal, pelo seu porta-voz, têm repudiado as conclusões da Conferência Episcopal alemã.

Para delimitar bem o problema creio ser importante esclarecer, desde já, que nos casos de violação a toma de um fármaco cuja finalidade seja o de impedir a fecundação, do ponto de vista moral, não é de modo nenhum um acto contraceptivo. Para que se dê um acto contraceptivo é necessário que se intente (voluntariamente) esterilizar uma entrega mútua, livremente consentida, que de si poderia dar origem a uma nova pessoa humana. É isto que a Igreja ensina ser intrinsecamente perverso, uma vez que separa propositadamente os significados de união e de procriação, e que não admite excepções. Ora, a violação não é um acto de união mas sim de violenta invasão.

A polémica, toda ela, centra-se pois na capacidade abortiva, ou não, da pílula do dia seguinte (pds) (expressão usada pela Conferência Episcopal alemã). Nesta controvérsia estão implicados médicos eminentes, que contestam, com erudição e perspicácia, os estudos apresentados ao Episcopado alemão que o terá levado à decisão de autorizar algum tipo de pds, nos casos de violação. Pelo que me parece totalmente compreensível a reacção da Conferência Episcopal espanhola quando afirma que se a Conferência Episcopal alemã possui estudos credíveis, sem falhas nem manigâncias, que os mostre para apreciação pública. O eminente médico Renzo Puccetti, da Academia Pontifícia da Vida, critica vigorosamente os estudos que pretensamente «provam» a não abortividade de um dos preparados da pds e reclama que a Conferência Episcopal alemã peça um parecer formal à Academia Pontifícia da Vida.

Com tanta divergência entre gente tão graúda e qualificada parece-me elementar que se recorra ao princípio da precaução. Isto é, que não se aplique tal fármaco na dúvida de ter ocorrido ou não a ovulação; pois se não existe a certeza (objectiva e não meramente subjectiva) de que um acto irá assassinar uma pessoa eminentemente inocente e vulnerável, como é o ser humano quando desponta para a vida, é elementar reconhecer que só se pode suspender tal acto.

Espera-se pois que a Santa Sé venha a tomar, tão depressa quanto possível, uma posição clara sobre este assunto da maior gravidade, pois estamos todos meio pírulas nos dias seguintes a estas controvérsias.


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O patriotismo e os cuidados a ter

Luís Lemos

Circula na net uma petição dirigida à Assembleia da República e denominada «Petição pela implementação de um código de ética político em Portugal».

O autor é Luís Portas, certamente um patriota, o que podemos deduzir pelo seu texto.

No entanto, e independentemente de uma análise mais pormenorizada do texto, o autor comete dois erros que merecem ser devidamente notados.

O primeiro, logo à vista, é ser redigido em acordez ortográfico, o que não é lá muito patriótico. Dá logo vontade de não assinar nada!

O segundo, pior ainda, é a sua fonte de inspiração, citada no texto e apresentada em anexo à petição. Com efeito, Luís Portas apresenta-nos um texto e os seus autores, como professores de ética política, que são um bando de espanhóis. E, a espanhóis, um patriota português terá sempre de mandá-los passear.

Caro Luís Portas, patriotismo, sim. Mas sem espanholada à mistura. Porque a espanholada põe em causa o nosso patriotismo. E quando digo nosso, parto do princípio de que também é patriota. Mas cuidado.


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Prémio Nobel agnóstico:
«Ninguém deveria celebrar
a partida de Bento XVI»


Mário Vargas Llosa
Mário Vargas Llosa, o prémio Nobel de Literatura que se declara agnóstico e ferozmente oposto aos ensinamentos morais da Igreja, escreveu uma coluna para os países que falam espanhol na qual elogia o nível espiritual e intelectual de Bento XVI, e assinala que a sua partida é uma perda para o mundo da cultura e do espírito.

«Não sei porque é que a renúncia de Bento XVI surpreendeu tanto; embora tenha sido excepcional, não era imprevisível. Bastava vê-lo, frágil e perdido no meio dessas multidões nas quais a sua função o obrigava a envolver-se, fazendo esforços sobre-humanos para parecer o protagonista desses espectáculos obviamente inúteis ao seu temperamento e vocação», escreve Vargas Llosa no jornal espanhol El País, principal representante do socialismo anticlerical espanhol.

O literato peruano assinala que o Papa Bento «reflectia  com profundidade e originalidade, apoiado numa enorme informação teológica, filosófica, histórica e literária, adquirida na dezena de línguas clássicas e modernas que dominava».

«Embora concebidos sempre dentro da ortodoxia cristã, mas com um critério muito amplo, os seus livros e encíclicas transbordavam frequentemente o estritamente dogmático e continham novas e audazes reflexões sobre os problemas morais, culturais e existenciais do nosso tempo que leitores não crentes podiam ler com proveito o que frequentemente me inquietou», acrescenta Vargas Llosa.

O prémio Nobel de Literatura especifica que Bento XVI esteve à frente da Igreja «num dos períodos mais difíceis que o cristianismo enfrentou nos seus mais de dois mil anos de história. A secularização da sociedade avança a grande velocidade, sobretudo no Ocidente».

«Ninguém pode negar que Bento XVI tentou responder a estes descomunais desafios com valentia e decisão, embora sem êxito. Em todas as suas tentativas fracassou, porque a cultura e a inteligência não são suficientes para orientar-se no labirinto da política terrestre e enfrentar o maquiavelismo dos interesses criados e os poderes factuais no seio da Igreja».

Bento XVI, acrescenta Vargas Llosa, «foi o primeiro Papa a pedir perdão pelos abusos sexuais em colégios e seminários católicos, em reunir-se com associações de vítimas e em convocar a primeira conferência eclesial dedicada a receber o testemunho dos próprios vexados e de estabelecer normas e regulamentos que evitassem a repetição no futuro de semelhantes iniquidades».

Segundo o escritor peruano, o Papa Bento passou de um teólogo «progressista» durante o Concílio Vaticano II a «um audaz adversário da Teologia da Libertação e de qualquer forma de concessão em temas como a ordenação de mulheres, o aborto, o matrimónio homossexual e, inclusive, o uso de preservativos».

«Os não crentes», assinala Vargas Llosa, «faríamos mal em festejar como uma vitória do progresso e da liberdade o fracasso de Joseph Ratzinger no trono de São Pedro. Ele não só representava a tradição conservadora da Igreja, mas também, a sua melhor herança: a da alta e revolucionária cultura clássica e renascentista que, não o esqueçamos, a Igreja preservou e difundiu através dos seus conventos, bibliotecas e seminários».

A solidão de Bento XVI e «a sensação de impotência que parece havê-lo rodeado nestes últimos anos», conclui o prémio Nobel «é sem dúvida um factor primordial da sua renúncia, e um inquietante olhar da dificuldade que existe no nosso tempo com tudo o que representa a vida espiritual, a preocupação pelos valores éticos e a vocação pela cultura e as ideias».


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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Novo Mundo e Mundo Novo

CRISTÓVÃO COLON EM PORTUGAL - MARÇO DE 1493

520º aniversário da viagem de regresso do descobrimento oficial da América.
Ciclo de conferências, visitas e exposições - 3 a 14 de Março de 2013



3/3: CASCAIS, Museu do Mar Rei D. Carlos, 16.00h
· «As viagens de Cristóvão Colon e a navegação à vela no Atlântico» - Comandante José Manuel Malhão Pereira (Academia de Marinha)
· «Que vê Cristóvão Colon quando chega a Cascais?» - Dr. Severino Rodrigues (Câmara Municipal de Cascais)
· «De Santa Maria (Açores) a Cascais ­ a tempestade e a matemática» - Engº Carlos Calado (Pres. Associação Cristóvão Colon)
· Direcção do colóquio e debate: Prof. Doutor Carlos Margaça Veiga (Academia Portuguesa da História)



7/3: LISBOA, Palácio da Independência (Largo S. Domingos), 17.30h
· «Cristóvão Colombo e a Madeira: antecedentes e consequências da primeira viagem às Antilhas em 1492» - Coronel Prof. Rui Carita (Comissão Portuguesa de História Militar)
· «Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és ­ a propósito dos encontros de Colon» - Dr. João Abel da Fonseca (Academia Portuguesa da História)
· Direcção do colóquio e debate: General Alexandre de Sousa Pinto (Pres. Comissão Portuguesa de História Militar)



9/3: VALE DO PARAÍSO (Azambuja), Casa `Colombo', 15.30h

· «O encontro entre D. João II e Cristóvão Colon» - Profª Doutora Manuela Mendonça (Pres. Academia Portuguesa da História)
· Direcção do colóquio e debate: Engº Carlos Calado (Pres. Associação Cristóvão Colon)
Visita guiada (Dr. José Machado Pereira ­ Câmara Municipal de Azambuja) ao Centro de Interpretação da Casa `Colombo' e à Igreja de Nossa Senhora do Paraíso, das Comendadeiras de Santos, após a Conferência.



10/3: VILA FRANCA DE XIRA, Auditório da Junta de Freguesia V.F.Xira, 15.30h

· «As razões da vinda de Cristóvão Colon a Lisboa e suas implicações diplomáticas» - Prof. Doutor Humberto Mendes de Oliveira (Comissão Portuguesa de História Militar)
· «A visita de Cristóvão Colon à Rainha Dona Leonor» - Dr. Carlos Fontes (convidado pela Associação Cristóvão Colon)
· Direcção do colóquio e debate: Prof. Doutor Carlos Margaça Veiga (Academia Portuguesa da História)
 11.00h: Visita guiada (Padre Henrique Pinto Rema ­ Academia Portuguesa da História) ao Convento de Santo António da Castanheira, complementada na sessão da tarde (livre, sujeita a inscrição prévia até 7/3 para o e-mail )



14/3: LISBOA, Academia de Marinha (Rua do Arsenal), 17.30h

· «As viagens de Colombo e a náutica portuguesa de Quinhentos» - Comandante Luís Jorge Semedo de Matos (Academia de Marinha)
· «Relação de Cristóvão Colombo com D. João II» - Prof. Doutor José Manuel Garcia (Academia de Marinha)
· Encerramento do ciclo de conferências
· Direcção do colóquio e debate: Almirante Nuno Vieira Matias (Pres. Academia de Marinha)
·Exposição bibliográfica "Colon na Academia de Marinha"


Pode descarregar o programa clicando aqui.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Recordando Bento XVI (2)

Bento XVI condena carreirismo no clero
 
(Nosso artigo de 17.7.2010) 

Bento XVI disse que a Igreja conta com a «fidelidade» dos padres, condenando as ambições pessoais e o carreirismo entre o clero.
 
«Quem aspira ao sacerdócio para um crescimento do seu próprio prestigio pessoal e do próprio poder compreendeu mal na raiz o sentido deste mistério».
 
O Papa falava na homilia da Missa de ordenação de 14 novos sacerdotes, a que presidiu na Basílica de São Pedro.
 
Em jeito de alerta, Bento XVI defendeu que «o sacerdócio nunca pode representar uma maneira de atingir a segurança na vida ou de conquistar para si uma posição social».
 
Para o Papa, a ambição e o sucesso fazem com que o padre seja «sempre escravo de si mesmo e da opinião pública».
 
«Para ser considerado deverá adular; terá de dizer aquilo que a gente quer ouvir; terá de se adaptar às modas e às opiniões e assim privar-se-á da relação vital com a verdade, reduzindo-se a condenar amanhã aquilo que terá louvado hoje».

Bento XVI considera que «um padre que veja nestes termos o próprio ministério, não ama verdadeiramente Deus e os outros, mas apenas a si mesmo e paradoxalmente acaba por se perder a si mesmo».


 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Crise da burca em Filadélfia

Daniel Pipes

Filadélfia, cidade onde eu moro, tornou-se pacata e discretamente a capital do mundo Ocidental em que o traje islâmico feminino favorece a prática criminosa.

É fundamental uma explicação sobre as indumentárias islâmicas, todas com a tendência de serem chamadas de véus em inglês, podem ser classificadas em três categorias. Algumas cobrem parte do corpo (abaya, hijab, xador, jilbab ou khimar), principalmente o cabelo, o pescoço e ombros, mas revelam o rosto e a identidade da mulher, algumas cobrem o rosto (o yashmak) mas mostram as curvas do corpo enquanto outras cobrem o corpo todo, inclusive a identidade e o sexo da pessoa. O yashmak, o nosso tópico de hoje, seria mais adequado apresentá-lo como manto para cobrir o corpo inteiro do que simplesmente um véu: que por sua vez é subdividido em dois tipos, os que cobrem a pessoa completamente (a chadari ou burca) e os que têm uma fenda para os olhos (haik ou nicab).
Um desenho da BBC mostra a diferença entre a nicabe e a burca
Pelas minhas contas, a região de Filadélfia sofreu 14 roubos (ou tentativas de roubo) de instituições financeiras nos últimos seis anos em que os ladrões fizeram uso dos mantos islâmicos que cobrem o corpo inteiro. Ocorreram em Janeiro de 2007, Junho de 2007, Maio de 2008, Novembro de 2009, Outubro de 2010 (dois), Fevereiro de 2011, Junho de 2011, Dezembro de 2011, Janeiro de 2012, Março de 2012 (dois) e Abril de 2012 (dois). O ataque mais violento ocorreu em 3 de Maio de 2008, quando o sargento da polícia Stephen Liczbinski foi morto com uma AK-47 num tiroteio após um roubo em que os bandidos usavam burcas; sendo morto pela polícia um dos criminosos.

Conforme destaca David J. Rusin do Middle East Forum na sua detalhada pesquisa envolvendo crimes com o uso de burcas em Filadélfia, a vestimenta muçulmana tem duas grandes vantagens sobre outras formas de disfarce:

1.º – Muitas mulheres com o corpo coberto por inteiro, andam pelas ruas sem nenhuma intenção criminosa, proporcionando com isso, inadvertidamente, a dissimulação para ladrões; quanto mais coberto estiver o corpo mais facilitará a actividade criminosa.

2.º – A própria estranheza e desagradabilidade desses trajes propiciam àqueles que os usam, inclusive criminosos, um nível extraordinário de protecção. Como noutros casos (três aquisições de bebidas alcoólicas para um menino de 14 anos vestido com uma burca em lojas de bebidas no estado de Toronto, excluir as mulheres muçulmanas das vistorias nos aeroportos canadenses), porque os encarregados têm medo de serem acusados de racismo ou de «islamofobia» e fazem vista grossa sem efectuar os procedimentos obrigatórios, como por exemplo exigir que os usuários de nicabes mostrem os seus rostos e apresentem as suas identidades.

Captura de vídeo de um menino de 14 anos
usando uma burca numa loja de bebidas em

Ontário.
Num gesto louvável, alguns bancos não permitem a entrada de pessoas com o rosto coberto. Por exemplo, uma agência do PNC Bank em Filadélfia exibe o seguinte aviso na porta de entrada: «A nossa prioridade é a segurança dos nossos funcionários e clientes. Solicitamos que tirem os chapéus, bonés, óculos escuros ou capuzes no interior desta instituição financeira». Essas medidas têm como objectivo reduzir roubos a bancos por pessoas vestidas com burcas.

Ao ficar mais difícil assaltar os bancos, a vestimenta islâmica apresenta um perigo geral a alvos mais fáceis. Por exemplo, em 2008 na região de Filadélfia, os assaltantes usaram vestimentas islâmicas para assaltar uma agência de imóveis e em 2012 cometeram um assassinato numa barbearia.

Entre os dias 14 e 15 de Janeiro também em Filadélfia outro crime horrível, apesar de não ter sido fatal, um sequestro e estupro de uma criança de 5 anos. Alguém vestido de nicabe tirou Nailla Robinson da Escola Fundamental Bryant fazendo-se passar pela mãe com a desculpa de levá-la para tomar o café da manhã. Os investigadores acreditam que ambas caminharam alguns quarteirões onde um homem as aguardava. Nailla desapareceu durante quase um dia e foi encontrada na manhã seguinte por um transeunte numa praça, trémula e seminua. Na semana passada a polícia prendeu, Christina Regusters, 19, funcionária de um asilo diurno para idosos que teve contacto com Nailla. As acusações contra ela incluem sequestro, estupro, lesão corporal, pôr em risco a vida das pessoas e formação de quadrilha.

Foto de Christina Regusters no Facebook,
supostamente vestida com nicabe no caso

Nailla Robinson.
Os factores mais comuns acima citados foram cruciais para a comissão que foi formada para investigar o crime: A divulgação da cobertura completa do corpo (a mãe de Nailla, Latifah Rashid, usa a vestimenta islâmica, significando que o sequestrador poderia teoricamente passar-se por ela) e o quadro de funcionários da escola Bryant que deixou passar a nicabe (ignorando as diversas regras pertinentes à saída de uma criança da escola).

A análise do problema em Filadélfia originou uma série de reflexões:

1.º – Praticamente qualquer cidade no Ocidente, a qualquer hora, poderia passar pelos mesmos problemas de Filadélfia.

2.º – Trata-se de um problema extremamente grave, envolvendo assaltos extremamente violentos, estupros e assassinatos.

3.º – Á medida que a cobertura integral do corpo vai sendo divulgada, cada vez mais criminosos fazem o uso desse artifício.

4.º – Os funcionários públicos necessitam de ultrapassar a timidez e aplicar os procedimentos costumeiros mesmo naqueles que estão usando vestimentas que cobrem integralmente o corpo, mesmo nas lojas de bebidas, aeroportos e escolas de ensino fundamental. E por último, a solução para o problema é óbvia: proibir o uso da nicabe e da burca em locais públicos, assim como já o fizeram recentemente os governos da França e da Bélgica.


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A necessária «limpeza Tide»

Heduíno Gomes

A meio dos anos 50 havia um anúncio cantado ao detergente Tide. Um amigo meu, no gozo, no colégio da terra do Relvas, o célebre CNA de Tomar, cantava este e outros anúncios da época. Se não me falha memória da letra, de cuja música me lembro perfeitamente (certamente melhor do que o Relvas, cantor do Grândola, vila morena) rezava como abaixo se indica.

E quando qualquer coisa precisava de limpeza, dizia-se que era preciso «limpeza Tide», que levava a porcaria a eito.

Pois é a «limpeza Tide» que é preciso aplicar hoje a várias instituições, desde a política portuguesa à Igreja, cá e no mundo.

Com prudência, rigor e verdade, mas com firmeza. Doa a quer doer.

A bem da Igreja, da Civilização cristã, de Portugal e do bem comum.
Ó minha senhora,
agora, sem demora,
dê a todo o seu lar
limpeza Tide.
Tem brancura de primeira
e limpeza verdadeira,
concerteza, porque tem
limpeza Tide.
Limpeza Tide!


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Como reduzir despesa e aumentar receita

Heduíno Gomes

Circula, entre muitos, mais um texto com várias sugestões de cortes na despesa e aumento da receita. Poderá eventualmente este texto não ser rigoroso ou viável em algum ponto. Mas, no seu conjunto, não deixa de ser pertinente.

Diríamos mesmo que há cortes em que poderia ir ao fundo da questão.

Por exemplo, aponta o corte de 50% no subsídio aos partidos. Porque não 100%? Que obrigação têm os contribuintes de financiar associações privadas? Que legitimidade têm essas associações privadas para receber uma ajuda quando se revelam associações de interesses privados, quando não associações de malfeitores? Será a paga por, em conjunto com outras associações, subterrâneas, terem conduzido Portugal a esta situação?

Por exemplo, em relação ao funcionamento da Assembleia da República, porque não concebe-lo em moldes de participação gratuita dos seus deputados (não é inédito…) excepto nos seus serviços permanentes?

Vejamos então o conjunto das sugestões desse texto.


Esta cambada fica-nos cara.

Querem melhor receita para sobrevivermos em 2013 ?!...

Propostas de alternativa à austeridade, que tudo está a mirrar, isto no que toca a corte de despesa nas ditas gorduras.

Por isso
:

– Reduzam 50% do 
orçamento da Assembleia da República e vão poupar +- 43.000.000,00€.

– Reduzam 50% do 
orçamento da Presidência da República e vão poupar +- 7.600.000,00€.

– Cortem as 
subvenções vitalícias aos políticos deputados e vão poupar +- 8.000.000,00€.

– Cortem 30% nos 
vencimentos e outras mordomias dos políticos, seus assessores, secretários e companhia e vão poupar +- 2.000.000.00€.

– Cortem 50% das 
subvenções estatais aos partidos políticos e pouparão +- 40.000.000,00€.

– Cortem, com rigor, os apoios às 
fundações e bem assim os benefícios fiscais às mesmas e irão poupar +- 500.000.000,00€.

– Reduzam, em média, 
1,5 vereador por cada câmara e irão poupar +- 13.000.000,00€.

– Renegociem, a sério, 
as famosas parcerias público privadas e as rendas energéticas e pouparão + 1.500.000.000,00€.

Só aqui nestas «coisitas», o País 
reduz a despesa em mais de 2 mil e cem milhões de euros.

Mas nas receitas também se pode melhorar e muito a sua cobrança
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– Combatam eficazmente a tão desenvolvida 
economia paralela e as Receitas aumentarão mais de 10.000.000.000,00€.

– Procurem e realizem 
o dinheiro que foi metido no BPN e encontrarão mais de 9.000.000.000,00€.

– Vendam 
200 das tais 238 viaturas de luxo do parque do Estado e as receitas aumentarão +- 5.000.000,00€.

– Façam o mesmo a 
308 automóveis das câmaras, 1 por cada uma, e as receitas aumentarão +- 3.000.000,00€.

– Fundam a 
CP com a Refer e outras empresas do grupo e ainda com a Soflusa e pouparão em Administrações +- 7.000.000,00€.

Nestas «coisitas» 
as receitas aumentarão cerca de vinte mil milhões de euros, sendo certo que não se fazem contas à redução das despesas com combustíveis, telemóveis e outras mordomias, por força da venda das viaturas, valores esses que não são desprezíveis.

Sendo assim, é ou não possível, reduzir o défice, reduzir a dívida pública, injectar liquidez na economia, para que o País volte a funcionar ?

Há, ou não há, alternativas
 ?


Façam circular pelos vossos amigos
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domingo, 24 de fevereiro de 2013

O Papa Bento XVI tem feito
uma «limpeza no episcopado», diz Núncio


O Núncio Apostólico no Cazaquistão, Tajiquistão e Quirguistão, o arcebispo espanhol Miguel Maury Buendía, destacou o que o Papa Bento XVI tem feito durante o seu Pontificado «uma limpeza no episcopado» convidando mais de um bispo por mês em todo mundo a demitir-se por razões de má administração de contas e faltas contra a disciplina ou a moral.

«Este Papa demitiu dois ou três bispos por mês em todo o mundo por razões como a confusão nas contas nas dioceses ou a disciplina era um desastre. Ele fez uma limpeza no episcopado. (...) 

O Núncio ia ao bispo e dizia-lhe «o Santo padre pede-lhe que pelo bem da Igreja renuncie ao seu cargo». Quase todos os bispos, ante o pedido do Papa, viam o desastre e aceitavam o convite.O Núncio explica que «houve dois ou três casos de bispos que disseram não, então o Papa demitiu-os sem mais explicações».

Assim referiu o prelado durante a conferência «O papel da diplomacia vaticana nas relações internacionais» dada na quarta-feira, dia 20, na Universidade CEU San Pablo, em Espanha.

Dom Maury Buendía assegurou que recebeu «com surpresa» a decisão do Papa Bento XVI de renunciar destacando que isto é um exemplo «para todos os políticos do mundo que se agarram ao poder com todas as forças» e alguma coisa que «os grandes homens sempre fizeram».

«Eu vi como o Papa se ia desgastando e pensei como seria a sua viagem ao Brasil, mas não pensei que tomaria a decisão que tomou», referiu o arcebispo, indicando que «a vida da Igreja continuará».

Quanto ao futuro, Dom Maury referiu que o facto de o Papa vir de um país ou de outro é importante «até certo ponto» e explicou que o centro ainda está na Europa.

«O que sucede é que a Igreja não evolui com saltos mas brandamente e o centro ainda está na Europa. Se nomearem um americano, isso não é relevante porque estará mais preocupado com os problemas da América», especificou.

Sobre o Colégio Cardinalício que deverá escolher um novo Papa, o Núncio referiu «que este parece ser o melhor sistema para escolher um Papa». Anteriormente, nos primeiros séculos da Igreja, conforme indicou, escolhia-se por aclamação do povo, passando-se logo ao sistema de reuniões entre os cardeais para eleger o pontífice.

A diplomacia vaticana

Sobre a diplomacia do Vaticano, o Núncio distinguiu que é «a mais antiga do mundo» pois teve início no século IV quando o imperador de Bizâncio começou a enviar embaixadores, e explicou que foi no século XVI que tomou o formato que tem agora. Concretamente, apontou que as primeiras nunciaturas que foram as de Veneza e Roma.

Além disso, precisou que, assim como ocorreu com as universidades impulsionadas pela Igreja Católica cujos modelos foram depois adoptados pelos Estados, assim aconteceu com a diplomacia, começou-se a estabelecer uma rede de contactos diplomáticos graças à Igreja, que chegaram até agora.

Dom Maury Buendía referiu que a diplomacia vaticana, conta com 105 núncios creditados perante 172 países, «não procura nenhum privilégio» para os fiéis mas «garantir a sua liberdade».


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