sábado, 5 de maio de 2012

Pepsi abandona pesquisa envolvendo material fetal após boicote pró-vida


O fabricante de bebidas PepsiCo, produtor da Pepsi, assinalou que não realizará nem respaldará pesquisas que utilizem tecidos humanos embrionários ou fetais, conseguindo assim que um grupo pró-vida dos Estados Unidos ponha fim ao seu boicote à empresa.

«Podemos assegurar que a PepsiCo não realizará ou financiará a pesquisa, incluída aquela feita por parte de terceiros, que utilize qualquer tecido humano ou materiais celulares derivados de embriões ou fetos», disse Paul Boykas, vice-presidente de Política Pública Global da PepsiCo.

Boykas assegurou isto numa carta remetida a Debi Vinnedge, directora executiva da organização Children of God for Life, no dia 26 de Abril. Este grupo protestou durante vários meses pelos vínculos da PepsiCo com uma empresa que utiliza materiais celulares de fetos abortados na criação de produtos adoçantes.

Em resposta à carta, Vinnedge disse que a sua organização está «absolutamente encantada» com a decisão da empresa. Alentou aos opositores da pesquisa a agradecer à PepsiCo e retomar a compra de produtos da companhia.

«Eles escutaram os seus clientes e fizeram uma declaração sábia e profunda da integridade corporativa que merece o maior respeito, admiração e apoio do público», disse no dia 30 de Abril.

Brad Mattes, diretor executivo do Life Issues Institute, que se uniu ao boicote contra a PepsiCo, também elogiou a acção da companhia.

«Estamos muito agradecidos à PepsiCo e em especial a todos os que enviaram uma mensagem forte e clara à gestão desta empresa. É da nossa incumbência vigiar de perto a situação para assegurar-se de que a PepsiCo se mantenha fiel à sua palavra», disse.

Em Agosto de 2010, PepsiCo assinou um acordo por quatro anos e 30 milhões de dólares com a companhia Senomyx, com sede em San Diego, Califórnia (Estados Unidos), para desenvolver os adoçantes de alta potência para as suas bebidas. As maiorias das patentes da Senomyx envolvem a linha de células de fetos abortados HEK-293, que se originou nos rins humanos embrionários.

Children of God for Life pôs em marcha um boicote contra a PepsiCo em Maio de 2011, pressionando a empresa e  outros sócios da Senomyx para que cortem todos os laços com a empresa de pesquisa.

A famosa marca Campbell Soup cortou seus vínculos com a Senomyx em 2011, pouco depois de que se desvelaram suas conexões com a pesquisa com células fetais.

Na sua carta de Abril, o vice-presidente da PepsiCo assinalou que a Senomyx não utilizou células HEK ou de qualquer outro tecido ou linhas celulares procedentes de embriões ou fetos humanos na sua pesquisa para a Pepsi.

Para Vinnedge «tem um sentido financeiro» que a Senomyx e os seus sócios deixem de usar as linhas de células de fetos abortados.

«A Senomyx tem que deixar de usar as linhas de células de fetos abortados por completo e vamos seguir pressionando-os para que o façam», disse.

Trinta e cinco organizações pró-vida participaram do boicote. Children of God for Life indicou que ouviram  muitas mulheres autodenominadas pró-aborto que estavam decepcionadas pelo uso de linhas de células de fetos abortados por parte do Senomyx.

A Vinnedge animou os opositores da pesquisa a mostrarem «o seu reconhecimento e apoio» à PepsiCo. Além dos refrigerantes Pepsi-Cola, a PepsiCo é fabricante do Gatorade, os sumos Tropicana, os produtos Quaker Oats, e os snacks Frito Lay.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Jornal do Vaticano
«Para muitos» ou «para todos»?
A resposta correcta é a primeira.



Foi o que Bento XVI escreveu aos Bispos alemães. E quer de em toda a Igreja se respeite as palavras proferidas por Jesus na Última Ceia, sem inventar outras como em missas pós-conciliares. O texto integral da carta do Papa.

Cidade do Vaticano, 3 de Maio de 2012 – Uma após outra, as igrejas em diferentes países do mundo estão tentando restaurar, nos textos da Missa, as palavras da consagração do vinho dos Evangelhos e usadas durante séculos, mas que, no decurso de várias décadas, foram substituídas em quase todo o lado por uma tradução diferente. 

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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Encontrados no Santo Sudário restos
de unguentos de 2 mil anos atrás


A investigadora italiana Marzia Boi assegurou em Valência que os restos de pólen encontrados no Santo Sudário de Turim não só correspondem aos que se foram depositando fortuitamente no tecido ao longo da história, mas também guardam uma correspondência «com os dos unguentos e flores que se utilizavam para ritos funerários há 2000 anos», informou a Arquidiocese de Valência num comunicado.

O trabalho da investigadora, exposto no Congresso Internacional sobre o Santo Sudário, que se celebra em Valência, acrescenta-se a outros estudos apresentados neste simpósio que mostram a compatibilidade entre o corpo envolvido com a Síndone e o de Jesus Cristo.

Na sua exposição, Marzia Boi, que trabalha no laboratório de Botânica do departamento de Biologia da Universidade das Ilhas Balear, argumentou também que no Evangelho se descreve que a sepultura de Jesus foi realizada com honras de reis, «o que implicava a preparação do cadáver com bálsamos e óleos».

Ao analisar no microscópio as fotos do pólen extraídos em anteriores investigações sobre o Santo Sudário, a investigadora identificou tipos de plantas que «conforme está documentado neste artigo», eram usualmente utilizadas para os enterros.

Entre elas, no Santo Sudário há pólen principalmente de Helichrysum, segundo sua observação, assim como láudano, terebinto, gálbano aromático ou lentisco.

A identificação dessas plantas supõe, segundo a Dra. Boi, «um dado adicional que confirma que o homem do Sudário poderia ser Jesus».

A investigadora indicou que a revisão por parte de especialistas paleólogos de todos os tipos de «pólen do sudário ajudaria a identificá-los melhor». Do mesmo modo, ela reparou em que os óleos e unguentos presentes no manto o conservaram por conterem potentes elementos repelentes de insectos e fungos.

Político católico italiano propõe programa
de governo 100 por cento pró-vida


Massimo Polledri um político católico italiano que quer ser prefeito da conhecida cidade de Piacenza, propõe um programa de governo com critérios 100 por cento pro-vida, considerando que a vida começa com a concepção e termina com a morte natural; e que a família é a fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher.

Polledri, médico de profissão especializado em neuropsiquiatria infantil, tem entre suas conquistas de 10 anos como parlamentar na Liga Norte da Itália, ter pressionado o governo italiano para que interviesse na liberação do também médico cubano, Oscar Elías Biscet, condenado a 10 anos de prisão por denunciar a realidade do aborto em Cuba.

O político italiano também liderou batalhas contra a eutanásia e baseado numa lei sobre cuidados paliativos, defendeu a presença do crucifixo em lugares públicos e lutou pelo bem das minorias cristãs em países como Líbano, Síria e Iraque.

Polledri também combateu o uso não regulado da fecundação artificial e vai aderir a um «Pacto pela vida e a família» defendendo os valores inegociáveis do ser humano.

O programa de governo, estabelecido em um pacto de 7 pontos, foi redigido considerando que a vida começa com a concepção e termina com a morte natural; e que só a família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher pode ser chamada como tal.

No primeiro ponto o político pró-vida se compromete a oferecer ajuda, junto às associações familiares, às mulheres que abortaram ou que estão pensando em abortar; também manifesta seu compromisso para com as pessoas em estado de inconsciência permanente, o seu cuidado paliativo e a assistência que necessitam.

No seu programa, Polledri também oferece ajuda às pessoas com deficiência física e aos casais que desejam casar-se através de políticas que favoreçam as famílias. No pacto é refutada qualquer tentativa de equiparar outro tipo de união ao matrimónio natural.

Deste modo o programa do doutor Massimo Polledri oferece ajuda às mães solteiras e a todas as mulheres que têm que arcar sozinhas com as responsabilidades do lar, para que elas possam levar adiante a suas famílias e terem uma vida profissional.

Sobre Polledri, o actor e produtor mexicano pró-vida Eduardo Verástegui assinalou que «a batalha pelo direito à vida e por nossos valores fundamentais é a mais importante de nosso tempo, porque sobre ela assentam os pilares de nossa sociedade: não há progresso e bem-estar autênticos sem o pleno respeito à liberdade de todos os seres humanos, da concepção até sua morte natural».


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Diário do Vaticano
O Santo Ofício põe as Irmãs Americanas
em penitência


A Direcção «liberal» das religiosas dos Estados Unidos foi de facto desautorizada. Por ordem do Papa. Eis o documento da congregação para a doutrina da fé que explica como e porquê?

Cidade do Vaticano, 30 de Abril de 2012 – A congregação para a doutrina da fé encarregou o Arcebispo de Seattle, James Peter Sartrain, de conduzir ao bom caminho a “Leadership Conference of Women Religious» (L.C.W.R.), a Conferência das Madres Superiores Religiosas dos Estados Unidos da América, que englobam em grande parte das comunidades religiosas do país.

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A Missa é mais que um ritual, é missão



Bento XVI

Ao celebrar a Santa Missa do Domingo do Bom Pastor na Basílica de São Pedro, o Papa Bento XVI ordenou nove presbíteros e recordou que a celebração da Missa muito mais que um ritual, é uma missão.

Na celebração da cerimónia também participaram o Vigário Geral de Roma, Cardeal Agostino Vallini; o Bispo Auxiliar de Roma, Dom Filippo Iannone, assim como outros Bispos Auxiliares e os Superiores dos diferentes seminários.

Os nove sacerdotes, provenientes de diversos seminários de Roma, passarão a formar parte da Diocese de Roma, e um deles à Diocese de Bui Chu, no Vietnam.

Durante a homilia, Bento XVI assinalou que «para o sacerdote, celebrar cada dia a Santa Missa não significa desenvolver uma função ritual, mas uma missão que envolve inteiramente e profundamente a existência, em comunhão com Cristo ressuscitado que, em Sua Igreja, continua a actuar o Sacrifício redentor».

«Esta dimensão eucaristica-sacrificadora é inseparável daquela pastoral e também constitui o núcleo de verdade e de força salvadora, na qual depende a eficácia de cada actividade. Naturalmente, não falamos da eficácia somente sobre o plano psicológico ou social, mas da fecundidade vital da presença de Deus a nível humano profundo».

Bento XVI sublinhou que o «o presbítero é chamado a viver em si mesmo o que experimentou Jesus na primeira pessoa, isto é, dando-se plenamente à pregação e a cura do homem sobre todo mal do corpo e do espírito. E, depois, finalmente, reassumir tudo no gesto supremo de "dar a vida" pelos homens, gesto que encontra sua expressão sacramental na Eucaristia, memorial perpétuo da Páscoa de Jesus».

O Papa indicou que este gesto «encontra sua expressão sacramental na Eucaristia, memorial perpétuo da Páscoa de Jesus».

terça-feira, 1 de maio de 2012

As feridas da Igreja VII


José Augusto Santos

Para quem esteja a seguir esta série de textos e ainda pense que tudo o que venho expondo é a simples opinião de quem não avançou no tempo, como já ouvi algumas vezes dizerem-me, veja o que foi defendido publicamente na visita do Santo Padre a San Marino (o mais pequeno país europeu), no dia 19 de Junho do ano passado:

«Neste domingo da Santíssima Trindade, nossa Igreja diocesana se encontra unida com o Sucessor de Pedro para a celebração da Santa Missa, fonte e cume da vida nova em Cristo. Queremos viver este momento em comunhão com a Igreja universal, presidida na caridade por Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Por esta razão, chamamos a atenção agora sobre o modo de receber a Sagrada Comunhão. (…) Os fiéis que, depois de se terem confessado, se encontram actualmente em estado de graça e que, então, apenas eles, podem receber o Santíssimo Corpo do Senhor, se aproximarão do ministro que lhes estiver mais próximo. A Comunhão, segundo as disposições universais vigentes, (o destaque é meu) será distribuída exclusivamente na língua, a fim de evitar profanações mas sobretudo de educar a se ter uma sempre maior e mais alta consideração para com o Santo Mistério que é a Presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não será permitido a ninguém receber a Comunhão em suas próprias mãos. Após ter feito a devida reverência, adoremos a Hóstia que então é apoiada sobre a língua. Aos que não estão impedidos por motivos de espaço ou de saúde, a Comunhão pode ser recebida também de joelhos».

Foram estas as palavras do Bispo diocesano de San Marino, Monsenhor Luigi Negri, dirigidas aos fiéis presentes na Santa Missa. Como pode constatar-se, «as disposições universais vigentes» determinam que se receba a Eucaristia na língua. Outro modo continua a ser um erro, um abuso e uma profanação que tanto ofende Nosso Senhor.

Se pensarmos na formação que faz parte do crescimento dos filhos, nos casos em que vemos pais bons, em tudo exemplares, se tivéssemos que dar algum conselho aos seus filhos, não os aconselharíamos todos nós a seguirem o exemplo daqueles pais? Então onde está a nossa coerência de filhos da Santa Igreja, quando Ela, pelo seu sagrado Magistério, nos recomenda uma coisa e nós fazemos outra? Que ninguém pense usar como desculpa aquilo que vê ser «o normal» nos dias de hoje, nem dê ouvidos a muitos membros da Igreja que procuram mostrar-se liberais, modernos. Esses, são aqueles que, no hipotético caso referido, diriam aos tais filhos para se divertirem, para não levarem tão a sério seus pais, porque eles não souberam acompanhar os tempos…

Aos que criticam os católicos «praticantes», há quem responda, e bem, que a Igreja, mais do que uma casa de santos, é um hospital de pecadores. Eu porém, ouso acrescentar que, atendendo àquela valência que está sempre a rebentar pelas costuras, a este hospital seria mais apropriado classificá-lo de manicómio, sabendo nós que neste género de hospitais são muito raros os doentes que reconhecem que o são…

Na Igreja passa-se exactamente o mesmo. Pelo que vejo (e ando “nisto” há muitos anos), é muito raro encontrar alguém, de entre todos os que nela prestam algum serviço, que não sofra da grave doença do relativismo, do modernismo. E dado que estas duas doenças se confundem em vários pontos, difícil se torna vê-las em separado. A pessoa que não teve todos os cuidados necessários para não se contagiar por elas, tende a dar sinais de um outro mal, que é o sincretismo religioso que nela se começa a perceber.

Antes de prosseguir vejamos o que é o relativismo e o modernismo:

O relativismo nega o que a verdade tem de absoluto, colocando-a ao nível da opinião de cada um. Segundo o relativismo, o que é verdade para uns pode não o ser para outros, e neste clima e por este prisma se vêem os critérios morais. Até as próprias leis reflectem as opiniões dominantes… As encíclicas Veritatis splendor e Fi­des et ratio, de João Paulo II, são um meio excelente para compreendermos esta problemática.

O modernismo é um movimento surgido no final do século XIX, que procura adaptar a doutrina e a vida da Igreja às correntes de pensamento do tempo, e submete a fé à crítica filosófica. Para o modernismo não há comportamentos morais certos ou errados, porque isso é uma questão de critérios pessoais. Como já dissera em texto anterior, o Papa S. Pio X, na encíclica Pascendi, condena veementemente o modernismo.

Como dizia atrás, estas tão graves doenças da alma atacam lentamente, sem que a pessoa dê por isso. Uma vez incubadas, levam-na a uma espécie de sede, só saciável quando outros lhe dão dessa mesma água.

O tal Masterplan de que falei no texto anterior, aproveitando estas duas correntes filosóficas, não podia deixar de atacar o ensino da Religião Católica. Assim, o que se verifica ao nível da catequese é um rigoroso cumprimento do que nele fora prescrito.

Nestes últimos tempos, a catequese é como um balão muito grande e enfeitado com lindas e variadas cores e imagens, mas como balão que é, o interior é um grande vazio. Por isso, apesar de tantos que nele se empenham para o conceber, nenhuma outra utilidade tem senão servir para enfeitar…

É isso, e nada mais para além disso, o que se verifica com o programa catequético das nossas crianças e adolescentes. O grande balão são os dez anos de catequese; e a catequese propriamente dita, nada mais é do que a construção e enfeitamento do balão que alguns padres e muitos catequistas gostam de exibir. A forma como o fazem varia conforme a aceitação dos padres e empenhamento dos catequistas que mais se renderam ao modernismo. Acionemos, pois, as necessárias sinergias, para que a catequese deixe de ser um simples ATL (apoio aos tempos livres), e seja uma escola de autêntica formação moral e religiosa que faz germinar as sementes da Fé.

As crianças têm direito a uma
«família normal», afirma autoridade vaticana



O Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal  Ennio Antonelli, no 30.º aniversário da encíclica Familiaris Consortio, em Lisboa, defendeu «o direito» das crianças a um núcleo familiar «normal» e refutou a equiparação do «matrimónio de um homem e uma mulher» com «outras formas de convivência».

«A família normal fundada sobre o matrimónio é uma comunidade estável de vida e de pertença recíproca», enquanto outros modelos se situam na «lógica do indivíduo que pertence apenas a si mesmo e mantém com os outros só uma relação contratual de intercâmbio», sustentou o purpurado na sua exposição na capital.

Numa resposta a uma pergunta colocada pela audiência na Aula Magna da Universidade de Lisboa, Dom Antonelli declarou que «é necessário não apenas olhar para os desejos dos adultos mas para os direitos das crianças», já que «os desejos nem sempre são direitos mas o bem objectivo das crianças é um direito».

«O mal-estar e os deslizes juvenis aparecem associados, em medida muito mais elevada às famílias desfeitas, incompletas e irregulares», afirmou na conferência de abertura do encontro «A Família e o Direito Nos 30 Anos da Exortação Apostólica 'Familiaris Consortio'».

O presidente do organismo da Santa Sé lembrou que «em nome da não discriminação, se reivindica o direito dos homossexuais a contrair matrimónio ou pelo menos a equiparar em tudo a sua relação ao matrimónio». Esta posição, disse Dom Antonelli, esquece «que a justiça não consiste em dar a todos as mesmas coisas, mas em dar a cada um o que lhe pertence, e que é injusto tratar de modo igual realidades diversas».

As «pesquisas sociológicas», frisou, demonstram que, «percentualmente falando, os casados são mais felizes que os solteiros, os conviventes e os separados».

O prelado referiu que «a contestação mais forte contra a Igreja diz respeito à ética sexual», porque «aos olhos de muitos» a doutrina católica «apresenta-se como inimiga da liberdade e da alegria de viver».

A «felicidade», no entanto, não se centra na economia: o facto de se ter «uma família normal conta mais que o lucro» e «a falência do matrimónio faz sofrer mais que o desemprego».

A Igreja, contrapôs o purpurado, «não rebaixa a sexualidade, mas, integrando-a no amor de doação, exalta-a até fazer dela uma antecipação das núpcias eternas». O cardeal acentuou que «o objectivo fundamental» dos católicos «deve ser a formação duma cultura e duma opinião pública favorável à família».

Finalmente, o arcebispo assinalou que «para sair da crise económica actual, todos se dão conta de que há necessidade, por um lado, de inovação, investimentos e maior produtividade e, por outro, de equilibrada alternância de gerações e, consequentemente, taxa mais elevada de natalidade e melhor educação».

Noutro momento, em declarações aos jornalistas, o cardeal italiano apelou a uma «séria preparação para o matrimónio», na Igreja Católica, com um «itinerário, um caminho prolongado, doutrinal e prático, de vida cristã» e disse esperar um milhão de pessoas no encerramento do 7.º Encontro Mundial das Famílias, entre 1 e 3 de Junho, em Milão, com a presença de Bento XVI.

Comemoração dos 30 anos da exortação apostólica «Familiaris Consortio»



Intervenção da Presidente da CNAF – Confederação Nacional das Associações de Família, Dr.ª Maria Teresa da Costa Macedo
Na Sessão de Abertura da Conferência «Família e Direito»
Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa 
17 de Abril de 2012

Na qualidade de Presidente da Confederação Nacional das Associações de Família, uma das Instituições organizadoras desta Conferência Comemorativa do Trigésimo Aniversário da Exortação Apostólica «Familiaris Consortio», tenho a honra de começar esta minha intervenção de abertura por saudar três Personalidades de vulto da Igreja Católica Universal, pilares reconhecidos da Ciência e da Cultura, Suas Eminências o Senhor Cardeal Ennio Antonelli, Presidente do Conselho Pontifício para a Família, meu Presidente, Sua Eminência o Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano de S. Paulo e membro do Comité de Presidência deste Conselho Pontifício e Sua Eminência o Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom José da Cruz Policarpo, o nosso Bispo. Em nome da CNAF - Organização representante dos direitos e interesses, morais e materiais, das Famílias Portuguesas criada em 1977, dos seus Dirigentes, filiados e cooperantes, agradeço a relevante participação de Vossas Eminências nesta feliz iniciativa acolhida pela Universidade de Lisboa. Hoje abrem-se as portas a uma nova reflexão sobre a Família, o Direito e a Lei, tendo como enquadramento de fundo a Exortação Apostólica «Familiaris Consortio», documento da Igreja que marca significativamente o Pontificado de João Paulo II e, no presente, ao recordarmos a novidade pastoral da Sua palavra e do Seu escrito, continua a ser mensagem doutrinal de esperança para a sociedade contemporânea.

A Sua Eminência o Cardeal Ennio Antonelli Presidente do Conselho Pontifício para a Família endereço, ainda, um particular reconhecimento pela participação insigne nesta Conferência de Lisboa e por nos trazer não só a visão da Igreja sobre a Família, a Vida e o Direito, mas também o renovado apelo que tem dirigido à consciência dos legisladores, dos educadores, dos actores e protagonistas culturais, sociais e políticos responsáveis pelo aperfeiçoamento da sociedade, para que combatam “a conspiração do silêncio” e trabalhem para afirmar uma cultura de rigor moral e ético que não negligencie a obrigação do servir o conjunto da comunidade.

Agradeço, igualmente, a Sua Excelência Reverendíssima, Monsenhor Dom Fábio Fabbri, Prelado de Honra de Sua Santidade o Papa Bento XVI, a sua colaboração na realização deste Encontro em que celebramos a Magna Carta da Família.

Estendo este profundo reconhecimento a todos os notáveis oradores que iremos escutar atentamente todos os participantes, certa de que vamos enriquecer o nosso próprio conhecimento e aprofundar a nossa compreensão mútua.

Senhor Núncio Apostólico, Excelência, a quem saúdo reconhecida,
Senhor Secretário de Estado, Eng. Fernando Santo, em representação da Ministra da Justiça,
Senhor Presidente da Comissão Parlamentar da Educação, Ciência e Cultura, Dr. José Ribeiro e Castro,
Senhores Embaixadores,
Magníficos Reitores,
Ao Magnífico Reitor da Universidade de Lisboa, Prof. Doutor Sampaio da Nóvoa apresento um penhorado e reconhecido agradecimento por nos acolher nesta tão nobre Aula Magna,
Ao Magnifico Reitor da Pontifícia Universidade Católica de S. Paulo, Prof. Doutor Dirceu de Mello, quero afirmar quanto nos honra com a sua presença,
Senhor Director da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Prof. Doutor Eduardo Vera Cruz,
Ilustres Autoridades Académicas, Politicas, Civis e Militares,
Senhores Presidentes e Representantes das diferentes Confissões Religiosas, a quem a Confederação Nacional das Associações de Família agradece a sua presença fraterna e amiga,
Senhor Duque de Bragança,
Senhora Dra. Maria de Jesus Barroso Soares, Digma. Presidente da Fundação Pró-Dignitate,
Caros Dirigentes das Organizações Familiares e Sociais,
Caros Alunos,
Caros Amigos,

Se a primeira palavra foi de saudação e profundo agradecimento às Ilustres e Eminentes Personalidades que responderam a este convite da Universidade de Lisboa e, especialmente, da Faculdade de Direito, deslocando-se expressamente para participarem neste Encontro, a segunda é para sublinhar o notável papel do Ilustre Director desta Faculdade, Prof. Doutor Vera Cruz que, ao congregar tantos saberes, envolveu muitos nesta reflexão sobre a Família, o Direito e a Lei, procurando que, na diversidade que nos caracteriza, possamos encontrar novas formas de debater e partilhar o saber e de renovar os respectivos conceitos e aprendizagens.

Relevo, ainda, a importância do apelo feito à participação da sociedade civil porque sem ela, esta reflexão, ficava restrita ou ao pensamento doutrinal, ou ao pensamento académico, faltando a dimensão crítica fundamental da «civitas».

Bem-Haja, Prof. Doutor Vera Cruz, por ter proporcionado que esta dimensão transversal enforme o debate que se vai realizar neste espaço de formação de que a Faculdade de Direito é parte.

Hoje, e cada vez mais, o Direito da Família exige uma reflexão cientificamente fundamentada, de modo a que a necessária e competente reabilitação da Lei de que a Família é sujeito, se concretize pela sua efectiva protecção e na promoção do reconhecimento e salvaguarda dos seus direitos e responsabilidades, na sociedade e pelo Estado.

Este tem sido, afinal, o grande e ininterrupto combate da Confederação Nacional das Associações de Família pela valorização da Família e da Vida durante estes últimos trinta e cinco anos e que continuará enquanto persistirem as «sombras e as ameaças» à Família.

Não poderia terminar este agradecimento de abertura sem relevar três ideias chaves que, julgo, devem dimensionar a reflexão que ora iniciamos enquanto destinatários da Lei, mas especialmente como cidadãos conscientes dos seus direitos fundamentais e inalienáveis, cidadãos que pretendem assumir um protagonismo activo na construção de uma sociedade mais justa e mais livre, promotora da «Família, garantia do futuro da Humanidade», como bem nos lembrou João Paulo II, nos anos de 1980, afirmação que permanece plena de actualidade.

1.ª ideia: Se no princípio era a Família, melhor dizendo, o Homem integrado na primeira comunidade que criou, na sua mais natural e perene organização, ele é portador de uma dignidade ontológica que decorre da transmissão da vida na cadeia da Humanidade, exigindo, consequentemente, uma decisão politica e legislativa que modalize o capital humano que ele traz à sociedade. Por isso, os legisladores e os decisores políticos são responsáveis por garantir a dignidade da Pessoa e o Bem comum.

2.ª ideia: Se o Homem é origem do Direito, é-o, por extensão, a Família. Por isso, Homem e Família precedem o Direito o qual precede a Lei. Esta ideia pode ser sintetizada dizendo que a raiz da qual nascem os direitos da Família é a sua íntima união com a dimensão social da Família e com a dimensão familiar da sociedade.

Ideia que pressupõe, assim, a consciência de que a Família é muito mais que o produto de uma cultura, o resultado de uma evolução, um modo de vida comunitário ligado a uma certa organização social: ela é um instituto natural, anterior a qualquer organização politica ou jurídica, que a Lei deve reconhecer e salvaguardar.

3.ª ideia: Nestes tempos de mudança e conturbação, é necessário voltarmos a afirmar a essência dos valores e dos seus fundamentos. Esta é a inovadora proposta do n.º 46 da Familiaris Consortio, documento cada vez mais actual numa sociedade que precisa da Família para reabilitar a Pessoa e o seu Direito, bem como para a tornar mais humana e socializadora.

A Exortação Apostólica que, também, se dirige aos políticos e aos legisladores, encorajando-os a defender os valores da família no âmbito das instituições locais, regionais, nos Parlamentos e nas Escolas, continua a surgir como um apelo decisivo a que seja instaurado na sociedade, no Estado e em todas as nações, um verdadeiro e permanente diálogo formativo e informativo sobre as questões fundamentais do direito das famílias e do contributo que o Estado deve oferecer à valorização das funções e responsabilidades familiares, salvaguardando-se, em qualquer caso, o principio da subsidiariedade.

Por último, permitam-me que lembre e reafirme a urgência cultural de colocar a situação contemporânea da família e da vida numa «visão integral do homem e da sua vocação» através de uma antropologia autêntica.

E hoje, é aqui, justamente neste espaço da Academia, que podemos iniciar este novo tempo de reflexão que ajude a uma intervenção mais coerente e fundamentada em favor da Família, dos seus valores e responsabilidades.
Obrigada.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

O suicídio e a actual crise económica


Pedro Afonso, médico psiquiatra







De acordo com os números do Instituto Nacional de Estatística, em 2010 as mortes por suicídio em Portugal ultrapassaram pela primeira vez, os óbitos provocados por acidentes rodoviários. Neste caso, ocorreram no nosso país 1101 óbitos por suicídio, mais 86 do que as mortes registadas em acidentes nas estradas durante o mesmo período.

Desde a «grande depressão», com início em 1929 nos EUA, que se conhece a relação entre a crise económica e o aumento do número de suicídios. Ora, considerando o crescimento da taxa de desemprego para cerca de 15%, as dificuldades económicas da população e o consequente acréscimo dos casos de depressão, existem sérios riscos de ocorrer no nosso país um aumento exponencial do número de suicídios. Um estudo publicado em 2009, na revista Lancet, revelou que na UE cada aumento de 1% do desemprego está associado a uma subida de 0,8% de suicídios. Além disso, verificou-se que um aumento superior a 3% na taxa de desemprego encontra-se associada a um acréscimo de 4,5% de suicídios.

Mas será que este aumento do número de suicídios poderá ser evitado? Existem pelo menos dois países da UE que conseguiram alcançar este objectivo. Na Suécia, o desemprego aumentou de 2,1% para 5,7 % entre 1991 e 1992, mas apesar disso a taxa de suicídios diminuiu. Por sua vez, na Finlândia, o desemprego aumentou de 3,2% para 16,6% entre 1990 e 1993 e as taxas de suicídios diminuíram ano após ano. Este sucesso pode ser em grande parte explicado pelo facto de ambos os países disporem de um forte modelo de protecção social e terem implementado programas de estímulo à procura e criação de emprego, a par de possuírem bons cuidados de saúde mental.

O aumento das doenças psiquiátricas associadas à crise económica é um problema que terá de ser monitorizado pelo governo, devendo ser tomadas algumas medidas que podem salvar vidas. Por exemplo, os serviços de saúde devem acompanhar as situações mais dramáticas, como são os casos em que ambos os elementos do casal estão desempregados, ou quando existem filhos menores que podem sofrer graves carências com o empobrecimento dos pais. De resto, umas das maiores humilhações que o ser humano pode sofrer é não conseguir garantir a alimentação dos seus próprios filhos.

Sabendo que a crise veio para durar, já não se trata de solicitar aos portugueses que façam alguns sacrifícios, trata-se de lhes pedir que acatem resignadamente uma vida servil de constante provações, exigindo por vezes que ultrapassem os limites do suportável da sua saúde mental. Talvez por isso é que tomo cada vez mais consciência do sentimento de impotência perante muitos casos de depressão e sinto uma força irreprimível de escrever a palavra «fome» no diagnóstico psiquiátrico da ficha de observação.

O pior sinal que poderíamos dar actualmente ao mundo seria o de uma sociedade que se resigna perante o sofrimento dos mais fracos e que permanece impassível face à sua própria destruição. A indiferença política diante do aumento do número de suicídios, no contexto da presente crise económica, pode tornar-se perigosa, pois corrompe o tecido social e exprime a renúncia a um importante compromisso: o compromisso com o futuro.

Mulher do milionário Bill Gates ataca
ensino católico sobre controlo da natalidade


Timothy Herrmann


Melinda Gates, co-directora da Fundação Bill & Melinda Gates e uma católica, diz aos governos que ignorem a ligação polémica entre contracepção e controle populacional e explicitamente rejeitem o ensino social católico. A retórica dela é parte da nova campanha «Sem Polémica» da sua fundação milionária para reforçar o acesso universal ao controlo da natalidade como prioridade no mundo em desenvolvimento.

Numa conferência TedxChange em Berlim, Melinda argumentou que a contracepção tem sido erroneamente associada ao controle populacional, aborto, esterilização forçada e pecado mortal e insistiu em que eles são «problemas secundários» que «se vincularam à ideia central de que os homens e as mulheres têm de ter condições de decidir quando ter um filho».

Contudo, até mesmo a própria Melinda confessou que durante anos o controle populacional e a contracepção se tornaram sinónimos no mundo em desenvolvimento, com países como a Índia «adoptando incentivos infelizes e métodos coercivos como parte de suas campanhas de planeamento familiar» na década de 1960 e mulheres indígenas do Perú, «anestesiadas e esterilizadas sem seu conhecimento» em data tão recente quanto a década de 1990.

Embora essas práticas coercivas tenham perdido a popularidade, pode ser muito mais difícil para organizações como a Fundação Gates separarem a sua própria promoção da contracepção inteiramente do controle populacional.

Rabino judeu critica intolerância
do evolucionismo darwinista nos EUA


O rabino ortodoxo judeu Moshe Averick criticou duramente a intolerância do evolucionismo ateu e de um de seus principais promotores nos Estados Unidos, o Dr. Jerry Coyne, num artigo intitulado «Darwin é Deus e eu, Dr. Jerry Coyne, seu Profeta».

Averick denunciou, na sua coluna no jornal judeu Algemeiner Journal, que Coyne, biólogo evolucionista da Universidade de Chicago (Estados Unidos), «declarou a sua própria forma de jihad contra os fiéis que se recusem a mostrar a adequada lealdade à visão da realidade atei-científica e é obvio darwinista».

«Coyne vê o seu papel como um ser muito maior que um professor que ensina uma disciplina científica; ele pôs o manto da Ateologista' e está a levar a boa nova a todo lugar onde possa».

Conforme indica o rabino, o cientista estadunidense pediu que se fechem as portas do ensino universitário nos cursos de ciência a quem questione sequer «a validez da teoria evolucionista».

Coyne assinalou que pensar numa evolução em que tenha participado Deus (teoria do Desenho Inteligente) «não é científico, já que os biólogos vêem os humanos, como qualquer outra espécie, evolução por processos naturais».

Para Moshe Averick, os cientistas materialistas como Coyne, «no seu zelo ateu tentam silenciar a livre expressão e o aberto intercâmbio de ideias».

Depois de citar um fragmento da Constituição dos Estados Unidos, Averick assinalou que «os seres humanos estão dotados de direitos inalienáveis por seu Criador infinito, enquanto que a evolução darwinista não dota ninguém e nada com nenhum direito inerente no absoluto».

«Os Estados Unidos estão construídos sobre a noção de que somos responsáveis pelos nossos actos perante o Supremo Juiz. A evolução darwinista está construída sobre o princípio de que o ser humano é para um tubarão o que o tubarão é para uma barata, não há responsabilidade de poder superior que dirija a evolução».