quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Metro de Lisboa não aceita publicidade de invertidos


Rede social Manhunt queixa-se de discriminação e pondera avançar para processo judicial

O Metro de Lisboa recusou uma publicidade da rede social Manhunt, que agrega portugueses invertidos, por considerar que podia «ferir susceptibilidades», conforme avança o «P3».

Nas imagens que chegaram a ser aprovadas pela Multimedia Outdoors Portugal -- a empresa que gere a publicidade no metro, e que devemos ter debaixo de olho -- pode ver-se dois homens semi-nus a simularem um beijo e dois homens vestidos e abraçados.

«A primeira ainda acredito que teria sido chocante para a maioria dos utilizadores do metro, mas como podem alegar que há um teor sexual explícito na segunda? Quando olhamos, por exemplo, para a publicidade de lingerie feminina, só falta as meninas terem a alma de fora...», aponta Iúri Vilar, responsável em Portugal pela Manhunt, em declarações ao tvi24.pt.

Acusando a Metro de Lisboa de «discriminação ao mais alto nível», Iúri Vilar garante que os advogados da Manhunt estão a avaliar a hipótese de «avançar com um processo judicial».

«Ainda há um lobby em Portugal. As empresas não de importam de vender sexo, mas só se for heterossexual», lamenta.

O objectivo da Manhunt era colocar 15 cartazes MUPI (Mobiliário Urbano Para Informação) «na zona invertida» de Lisboa, entre as estações da Baixa, do Bairro Alto e do Saldanha.

«Os transportes públicos foram uma solução que encontrámos a um bom preço. Era a primeira vez que tentávamos massificar a nossa publicidade e lá fora, nos EUA e no Brasil, por exemplo, nunca tivemos qualquer tipo de problema», disse.

Após a «nega» do Metro de Lisboa, a rede social invertida tem recebido, no entanto, outras propostas. «O metro fechou-nos as portas, mas vão abrir-se janelas. Há empresas interessadas em aproveitar a boleia do mediatismo», concluiu.

A Manhunt existe há cerca de dez anos nos EUA e tem seis milhões de utilizadores a nível mundial. O seu principal objectivo é possibilitar o contacto entre homens invertidos, mas também desenvolve outras actividades, como informações sobre HIV ou ofertas de preservativos.

Escrevam uma carta de felicitações para a Metro Lisboa por terem proibido esta campanha dirigida ao Eng. Francisco José Cardoso dos Reis para: relacoes.publicas@metrolisboa.pt

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Socialistas católicos lamentam que Zorrinho esteja contra revisão da lei do aborto



Os socialistas católicos lamentaram nesta quinta-feira a posição do PS contra a revisão da lei do aborto, recordando que, no referendo de 1998, o agora líder parlamentar Carlos Zorrinho se juntou à campanha pelo «não».

«Queremos lamentar a posição do nosso PS e - muito mais grave ainda - lamentar que quem a tome seja o líder parlamentar, Carlos Zorrinho, que, no referendo de 1998, fez campanha pelo ‘não’ ao aborto connosco e veio hoje dizer que é contra uma revisão desta matéria», disse à Lusa Claúdio Anaia, porta-voz dos militantes socialistas católicos, que hoje se reuniram nas Caldas da Rainha.

O socialista recordou ainda que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, «prometeu, em campanha eleitoral, um possível referendo sobre isso», apelando a que a promessa não seja esquecida.

O líder parlamentar do PS afirmou-se hoje frontalmente contra uma reavaliação da actual lei do aborto. Carlos Zorrinho falava aos jornalistas no final de uma reunião do Grupo Parlamentar do PS, depois de interrogado sobre uma eventual reavaliação da legislação.

«O PS entende que não há qualquer razão para alterar a actual lei sobre interrupção voluntária da gravidez. É uma lei que decorre de um referendo e que tem mostrado ser uma lei equilibrada e adequada às circunstâncias», respondeu.