Rede social Manhunt queixa-se de discriminação e pondera avançar para processo judicial
O Metro de Lisboa recusou uma publicidade da rede social Manhunt, que agrega portugueses invertidos, por considerar que podia «ferir susceptibilidades», conforme avança o «P3».
Nas imagens que chegaram a ser aprovadas pela Multimedia Outdoors Portugal -- a empresa que gere a publicidade no metro, e que devemos ter debaixo de olho -- pode ver-se dois homens semi-nus a simularem um beijo e dois homens vestidos e abraçados.
«A primeira ainda acredito que teria sido chocante para a maioria dos utilizadores do metro, mas como podem alegar que há um teor sexual explícito na segunda? Quando olhamos, por exemplo, para a publicidade de lingerie feminina, só falta as meninas terem a alma de fora...», aponta Iúri Vilar, responsável em Portugal pela Manhunt, em declarações ao tvi24.pt.
Acusando a Metro de Lisboa de «discriminação ao mais alto nível», Iúri Vilar garante que os advogados da Manhunt estão a avaliar a hipótese de «avançar com um processo judicial».
«Ainda há um lobby em Portugal. As empresas não de importam de vender sexo, mas só se for heterossexual», lamenta.
O objectivo da Manhunt era colocar 15 cartazes MUPI (Mobiliário Urbano Para Informação) «na zona invertida» de Lisboa, entre as estações da Baixa, do Bairro Alto e do Saldanha.
«Os transportes públicos foram uma solução que encontrámos a um bom preço. Era a primeira vez que tentávamos massificar a nossa publicidade e lá fora, nos EUA e no Brasil, por exemplo, nunca tivemos qualquer tipo de problema», disse.
Após a «nega» do Metro de Lisboa, a rede social invertida tem recebido, no entanto, outras propostas. «O metro fechou-nos as portas, mas vão abrir-se janelas. Há empresas interessadas em aproveitar a boleia do mediatismo», concluiu.
A Manhunt existe há cerca de dez anos nos EUA e tem seis milhões de utilizadores a nível mundial. O seu principal objectivo é possibilitar o contacto entre homens invertidos, mas também desenvolve outras actividades, como informações sobre HIV ou ofertas de preservativos.
Escrevam uma carta de felicitações para a Metro Lisboa por terem proibido esta campanha dirigida ao Eng. Francisco José Cardoso dos Reis para: relacoes.publicas@metrolisboa.pt