sábado, 4 de abril de 2015


De médico abortista a líder pró-vida



O Dr. Anthony Levatino foi um dos milhares de manifestantes que participaram na Marcha pela Vida, realizada este mês na capital norte-americana. A marcha é um evento anual que os defensores do direito à vida organizam na mesma data em que os Estados Unidos aprovaram a sua lei do aborto, há mais de quarenta anos. É um protesto e um convite à reflexão sobre a vida dos ainda não nascidos.

Quando olhava para trás, no meio da multidão e sob a luz brilhante do sol, o doutor Levatino sentia a solidariedade à sua volta. «Eles não julgavam ninguém», comenta ele, cuja vida sofreu uma guinada de 180 graus: ele já foi médico abortista; hoje, é ginecologista pró-vida.

Levatino diz-se em paz com a transformação que viveu. De pé sobre um palanque improvisado após a Marcha pela Vida, ele sentia-se à vontade com os seus colegas pró-vida, especialmente com aqueles que, antigamente, também defendiam o «direito de escolha», metáfora politicamente correcta usada nos Estados Unidos para expressar o suposto direito feminino de eliminar um ser humano na sua fase inicial de desenvolvimento.

Uma mulher dirigiu-se à multidão e falou do «tormento aprisionador» que viveu depois de submeter-se a três abortos. Levatino, solidário, disse-lhe: «Bom testemunho, Tammy». Outra mulher, que também tinha abortado, contou a sua história comovente e encerrou o depoimento rezando um pai-nosso. Levatino fechou os olhos e rezou com toda a multidão. Assim que outros oradores se dirigiam ao público, o médico estendia um cartaz em que declarava: «Eu arrependo-me de ter realizado abortos».

Levatino já tinha participado na Marcha pela Vida em edições anteriores, mas ainda não tinha subido ao palanque para falar à multidão. «Esta experiência é diferente para mim. É uma experiência de cura pessoal», declarou ele, minutos depois de descer do palanque. Lá em cima, ele tinha-se lembrado do seu passado e, talvez, tenha pensado no seu futuro. Trinta ou quarenta metros à frente dele havia manifestantes segurando um grande cartaz com a imagem do falecido médico Bernard Nathanson.

No final da década de 1960 até ao final dos anos de 1970, o Dr. Nathanson realizou ou supervisionou mais de 75 000 abortos. Ele próprio relatou que o seu pensamento e o seu coração mudaram depois de ver, via fetoscopia e ultrassom, as imagens de uma criança ainda não nascida. No final dos anos 70, Bernard Nathanson escreveu o best-seller «Aborting America», sobre a sua tardia transformação de pensamento e coração. No começo dos anos 80, ele narrou o documentário «The Silent Scream» [«O grito silencioso»], um filme anti-aborto de 28 minutos, controverso e seminal, lançado em 1985.

Embora menos dramática, a história de Levatino é semelhante à de Bernard Nathanson. Levatino calcula que, entre 1981 e 1985, fez cerca de 1 200 abortos. Mas a sua atitude perante a vida foi mudando. Ele e a esposa não conseguiram gerar nenhum filho biológico. Além disso, a sua filha adoptiva, Heather, morreu num acidente de carro em 1985. Hoje trabalhando como ginecologista no estado do Novo México, Levatino é um activo membro do movimento de defesa da vida. Ele participou num filme pró-vida lançado em 2011, «The Gift of Life» [«O dom da vida»], e faz parte do conselho médico de assessores dos Priests for Life [Sacerdotes pela Vida], cujos líderes o convidaram a falar das suas campanhas «Silent No More» [«Não ficaremos mais em silêncio»] e «Shockwaves» [«Inquietações»], na Marcha pela Vida deste ano.

Nathanson e Levatino não são os únicos médicos que pararam de fazer abortos. Em 2008, os assim chamados «provedores de aborto» nos Estados Unidos já eram cerca de 40% a menos do que em 1982, ano em que o número de médicos que realizavam tal procedimento tinha chegado ao pico. Os dados são do Instituto Guttmacher, organização de pesquisa que apoia o aborto (recordando que, no Estado da Califórnia, enfermeiros também podem realizar abortos).





quinta-feira, 2 de abril de 2015


Acidente da Germanwings:

impotência e humilhação colectiva


Pedro Afonso

De acordo com as informações disponíveis, a queda do Airbus 320 da Germanwings na região nos Alpes, em que morreram 150 pessoas, terá tido origem num acto deliberado do co-piloto Andreas Lubitz. O jornal alemão Bild avança a informação de que Andreas Lubitz terá recebido tratamento psiquiátrico há cerca de seis anos por apresentar sintomas de depressão profunda. Estas informações levantam a possibilidade de existir uma doença psiquiátrica grave por detrás deste acto aparentemente suicida.

Embora tenhamos de ter a devida reserva por não conhecermos os factos na sua totalidade, o acidente é suficientemente grave para merecer algumas reflexões. Em primeiro lugar, este acidente levanta a questão dos riscos das doenças psiquiátricas no mundo laboral. Um relatório recente, publicado este ano pela OCDE, revelou que cerca de 20% da população em idade activa sofre de uma doença mental a qualquer momento e uma em cada duas pessoas (50%) vai sofrer um período de má saúde mental durante a vida.

Quando um indivíduo sofre de depressão grave e continua a exercer a sua actividade profissional sem o acompanhamento adequado, esta situação pode ser particularmente perigosa e sensível em determinadas profissões, como é o caso dos pilotos de aviação, agentes de segurança, militares, etc. Um dos perigos reside no risco de suicídio. Cerca de dois terços das pessoas que cometem suicídio sofrem de depressão. Além disso, no caso de o indivíduo sofrer de depressão, o risco de cometer suicídio é cerca de 21 vezes superior à restante população.

Mas como é que se podem detectar estas situações em profissões de risco? Contrariamente ao que tem sido referido por alguma comunicação social, a depressão grave não é uma «doença psicológica» que pode ser facilmente detectada por testes. A depressão grave é uma doença orgânica que provoca muitas alterações fisiológicas, atingindo o cérebro e outros órgãos, e que afecta a capacidade de sentir, pensar e agir. O seu diagnóstico é clínico — já que não existe um exame específico —, não podendo ser efectuado por testes psicológicos. No entanto, estes testes podem ajudar a seleccionar os candidatos a pilotos, identificando alguns factores de risco para vir a sofrer de doenças mentais, nomeadamente associados à personalidade, mas não diagnosticam propriamente doenças psiquiátricas.

Por que será que um indivíduo se suicida e decide matar juntamente consigo uma série de pessoas inocentes? A resposta a esta pergunta é difícil, mas sabemos que existem doenças psiquiátricas graves, embora raras (por exemplo, a depressão psicótica), nas quais o indivíduo pode apresentar sintomas psicóticos, mais concretamente ideias delirantes de conteúdo niilista. Neste caso, a pessoa pode acreditar que tudo acabou, a esperança desaparece e não há futuro; portanto, está convicta de que não existe solução para o sofrimento que se tornou insuportável, julgando ainda que os outros se encontram na mesma situação. Assim, este acto homicida é visto pelo próprio como um acto de compaixão. É o chamado «homicídio oblativo ou piedoso», já que o indivíduo considera (erradamente) que ao matar os outros está a ter um gesto de misericórdia.

Que factores na área da aviação podem contribuir para o aumento das doenças psiquiátricas? Um dos aspectos que se encontram relacionados com este tema diz respeito ao stresse profissional. Esta situação pode dar origem a uma autêntica doença ocupacional (burnout) que ainda é muitas vezes ignorada pelos vários responsáveis. Com frequência surgem queixas, por parte dos pilotos e restante tripulação, de que a carga horária é excessiva e que nem sempre são respeitados os intervalos de descanso. Aparentemente, este fenómeno tem vindo a aumentar, já que a competição entre companhias de aviação é enorme, e a tentativa de reduzir ao máximo os custos tornou-se uma obsessão dos gestores. O incremento do stresse profissional pode aumentar o risco de aparecimento de doenças psiquiátricas e com isso colocar em causa a segurança.

Esta recente tragédia veio trazer para o debate público a questão da segurança na aviação. Para além disso, deveria também alertar para o aumento das doenças psiquiátricas no mundo do trabalho e para a importância que se deve dar à saúde mental, independentemente da profissão. Este é um assunto complexo para o qual não existem soluções fáceis. Seja como for, há que criar condições para prevenir e detectar estas situações o mais precocemente possível, evitando-se as consequências terríveis que um aparente suicídio como este acarreta, levando à morte 150 inocentes e gerando um sentimento de impotência e de humilhação colectiva.


NOTA DA REDACÇÃO

As estatísticas sobre as doenças mentais aqui apresentadas pecam por defeito dado que o gangue dos invertidos conseguiu que a sua doença fosse retirada da lista das doenças psiquiátricas. Não é doença, é opção do «género»...





terça-feira, 31 de março de 2015


O cardeal Koch adverte

que a Igreja não pode adaptar-se aos tempos

como os «Deutsche Christen» ao nazismo


El cardenal Kurt Koch, presidente del Pontificio Consejo para la Promoción de la Unidad de los Cristianos, ha advertido a los obispos alemanes que la Iglesia no puede adaptarse a los tiempos de la manera en que los Deutsche Christen, organización de cristianos luteranos alemanes, lo hicieron para apoyar el nazismo.


(LSN/InfoCatólica) En una entrevista con el periódico católico alemán Die Tagespost, el cardenal suizo refuta las propuestas del cardenal Reinhard Marx y del obispo Franz-Josef Bode, ambos delegados de la Iglesia en Alemania para el próximo sinodo de la familia, en el sentido de que la Iglesia debería de adaptarse a las situaciones de las vidas de los católicos hoy en día y liberalizar su actitud hacia los divorciados vueltos a casar.

El cardenal Koch se refirió especialmente a las palabras Mons. Bode, diciendo que las mismas deberían de recordarnos una situación histórica similar: lo ocurrido durante en Tercer Reich, cuando los Deutsche Christen (luteranos) ajustaron su fe a la visión del mundo del nacionalsocialismo, especialmente en la cuestión racial y nacionalista:

«Pensemos en los Deutsche Christen durante la época del nacionalsocialistmo cuando, junto a las Sagradas Escrituras, ellos elevaron la Raza y la Nación a la categoría de fuentes de la Revelación, algo contra lo que protestó la Declaración teológica de Barmen (1934), que rechazó la sumisión de las iglesias protestantes al estado. Tenemos que saber diferenciar muy cuidadosamente aquí y ahora, y analizar con sensibilidad los signos de los tiempos, para ver qué espíritu está detrás de dichos signos: ¿Cuáles son signos del evangelio y cuáles no?»

El cardenal suizo, ha insistido en que es peligroso tomar la manera en que los cristianos viven la fe como una fuente de revelación:

«Ver cómo y de qué manera la gente está viviendo su fe hoy es desde luego importante y provechoso, de cara a reconocer los retos y deberes pastorales de la Iglesia. Sin embargo, esas «realidades existenciales» no pueden ser una tercera fueten de revelación junto con las Sagradas Escrituras y el Magisterio»

Deutsche Christen


El Deutsche Christen fue un movimiento religioso iniciado por un grupo de clérigos y feligreses de las iglesias protestantes luteranas de Alemania en 1931, que propusieron y difundieron una fusión de elementos del cristianismo y del nazismo para plegarse a la ideología del Tercer Reich. Tenían como lema: «La esvástica en nuestros pechos, la cruz en nuestros corazones»

Ejemplos del pensamiento de dicho movimiento:

«Para un alemán, la Iglesia es la comunidad de los creyentes que están obligados a luchar por una Alemania cristiana… El Estado de Adolfo Hitler apela a al Iglesia: la Iglesia debe responder a la llamada». (Resolución de la primera Conferencia Nacional del Movimiento de la Fe (luteranos) 3/4/1933)

«Hitler, el redentor de la historia de los alemanes… la ventana a través de la cual la luz se proyecta sobre la historia del cristianismo». (Del manifiesto de los Deutsche Christen de Turingia)

«Hitler y los nazis son regalo de Dios». (Del discurso de aceptación del título de obispo del Reich, recibido por el pastor Ludwig Muller de manos del propio Führer. Durante la misma ceremonia, el pastor Leutheuser cantó: «Cristo ha venido a nosotros a través de Adolfo Hitler… Hoy sabemos que el Salvador ha llegado… Tenemos una sola tarea, ser alemán, no ser cristiano»)

«La Iglesia evangélica alemana se compromete a afirmar unánimente su lealtad incondicional al Tercer Reich y a su jefe. Condenamos en los términos más enérgicos la intriga o la crítica contra el Estado, el pueblo o el movimiento [nazi], formas destinadas a amenazar al Tercer Reich. Sobre todo deploramos las actividades de la prensa extranjera que intenta falsamente representar las discusiones en el seno de la Iglesia como un conflicto contra el Estado». (Comunicado de 12 pastores luteranos tras haber sido recibidos oficialmente por Hitler en enero de 1934)

Algunos de los pastores luteranos que se negaron a aceptar semejante ideología sincretista con el nazismo fueron perseguidos, encarcelados e incluso martirizados. Entre ellos destaca con luz propia el pastor Dietrich Bonhoëffer.






O cardeal Müller qualifica de anticatólicas

as declarações do cardeal Marx sobre o sínodo


La idea de que las conferencias episcopales pueden tomar decisiones doctrinales sobre el matrimonio y la familia al margen del Papa y un sínodo general es «absolutamente anti-católica». Así lo ha asegurado el Cardenal Müller, Prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe en una entrevista exclusiva con la revista católica francesa Famille Chrétienne.


(Catholic Herald/InfoCatólica) El cardenal Gerhard Müller afirma: «Esta es una idea absolutamente anti-católica que no respeta la catolicidad de la Iglesia. Las conferencias episcopales tienen autoridad sobre ciertas cuestiones, pero no un magisterio paralelo al Magisterio, sin el Papa y sin comunión con los demás obispos».

El Prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe ha replicado a las tesis del cardenal Marx, presidente de la Conferencia Episcopal Alemana, que en declaraciones a periodistas aseguró que «no somos una filial de Roma. Cada conferencia episcopal es responsable del cuidado pastoral en su cultura y debemos, como nuestra tarea más propia, anunciar el evangelio por nuestra cuenta». En cuanto a la pastoral, el cardenal Marx aseguró que «el Sínodo no puede prescribir en detalle lo que vamos a hacer en Alemania».

Ante ello, el Cardenal Müller, máxima autoridad doctrinal de la Iglesia Católica tras el Papa, ha recordado que «una conferencia episcopal no es un sínodo local, menos aún un concilio ecuménicoEl presidente de la conferencia episcopal no es más que un moderador técnico, y no tiene ninguna autoridad magisterial particular debido a este título».

Y añade que «las diócesis no son tampoco dependientes de la secretaría de las conferencias episcopales, ni de la diócesis cuyo obispo preside la Conferencia Episcopal».

El purpurado concluye: «Esa actitud amenaza de hecho con un despertar de una cierta polarización entre las Iglesias locales y de la Iglesia universal, algo fuera de lugar después de los concilios Vaticano I y Vaticano II. La Iglesia no es la suma de las iglesias nacionales, cuyos presidentes votarían para elegir a su jefe a nivel mundial».





segunda-feira, 30 de março de 2015


As telenovelas envenenam a saúde da família


Felipe Aquino

As telenovelas envenenam os valores que a família possui, atingindo até a mente dos cristãos

Uma vez, um amigo chamado Franz Victor, psicólogo já falecido, disse-me que «as telenovelas fazem uma pregação sistemática de antivalores». Embora isso tivesse sido há bastante tempo, eu nunca esqueci essa frase. O meu amigo disse-me uma grande verdade.

Enquanto a evangelização procura incutir nas pessoas uma vida de acordo com os valores do Evangelho, muitas telenovelas estragam os telespectadores, incutindo-lhes antivalores, anticristãos.


As telenovelas, na sua maioria, exploram as paixões humanas, muito bem espelhadas nos chamados pecados capitais – soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça –, e faz delas objecto dos seus enredos, estimulando o erro e o pecado, de maneira requintada.

Na maioria delas, vemos a exacerbação do sexo, explora-se descaradamente este ponto, desvirtuando o seu sentido e o seu uso. Em muitas cenas, podem ser vistos casais não casados vivendo a vida sexual, muitas vezes, de maneira explícita, acintosa e provocante. E isso no horário em que as crianças e os jovens estão na sala. Aquilo que um casal casado tem direito de viver na sua intimidade, é colocado a público de maneira despudorada, ferindo os bons costumes e os mandamentos de Deus.

Mas tudo isso é apresentado de uma maneira inteligente, com uma requintada técnica de imagens, som, música e um forte aparato de belas mulheres e rapazes que prendem a atenção dos telespectadores e os transforma em verdadeiros viciados. Em muitas famílias, já não se faz nada na hora da telenovela, nem mesmo se dá atenção aos que chegam, aos filhos ou aos pais.

Assim, os valores cristãos vão sendo derrubados um a um: a humildade, o desprendimento, a pureza, a continência, a mansidão, a bondade, o perdão, entre outros, vão sendo jogados por terra, mas de maneira insignificante; de forma que, aos poucos, lentamente, para não chocar, os valores morais vão sendo suprimidos. Faz-se apologia ao sexo a qualquer instante e sem compromisso familiar ou conjugal; aprova-se e estimula-se a prática homossexual como se fosse algo natural e legítimo, quando o Catecismo da Igreja Católica (CIC) chama a prática homossexual de «depravação grave» (CIC §2357).

O roteiro e o enredo dos dramas das telenovelas são cuidadosamente escolhidos de modo a enfocar os assuntos mais ligados às pessoas e às famílias, mas, infelizmente, a solução dos problemas é apresentada de maneira nada cristã. O adultério é, muitas vezes, incentivado de maneira sofisticada e disfarçada, buscando-se quase sempre «justificar» um triângulo amoroso ou uma traição.

O telespectador é quase sempre envolvido por uma trama em que um terceiro surge na vida de um homem ou de uma mulher casados, que já estão em conflito com os seus cônjuges. A cena é formada de modo que o telespectador seja levado a desejar que o adultério se consuma por causa da «maldade» do cônjuge traído.

Assim, a telenovela vai envolvendo e «fazendo a cabeça» dos cristãos. A consequência disso é que elas passaram a ser a grande formadora dos valores e da mentalidade da maioria das pessoas, de modo que os comportamentos antes considerados absurdos, agora já não o são, porque as telenovelas tornaram o pecado «agradável». O erro vai-se transformando em algo comum perdendo a sua conotação de pecado.

Por outro lado, percebe-se que a telenovela tira o povo da realidade da sua vida difícil, fazendo-o sonhar diante do televisor. Nele, ele é levado a realizar o sonho que na vida real jamais terá condições de realizar: grandes viagens aéreas para lugares paradisíacos, casas superluxuosas com todo o requinte de comidas, bebidas, carros, jóias, vestidos, luxo de toda a espécie; fazendas belíssimas onde mulheres e rapazes belíssimos têm disputas entre si.

E esses modelos de vida recheados de falsos valores são incutidos na cabeça das pessoas. A consequência trágica disso é que a imoralidade prevalece na sociedade; a família é destruída pelos divórcios, traições e adultérios; muitos filhos são abandonados pelos pais, carregando uma carência que pode desembocar na tristeza, na depressão, na bebida e até nas coisas piores. A banalização do sexo vai produzindo uma geração de mães e pais solteiros que mal assumem os filhos. É a destruição da família.

O melhor que se pode fazer é proibir os filhos de acompanhar essas telenovelas. Contudo, os pais precisam ser inteligentes e saber substituí-las por outras actividades atraentes. Não basta suprimir a telenovela, é preciso colocar algo melhor no seu lugar. Essa é uma missão urgente para os pais.


Balsemão e Pais do Amaral: os dois maiores marchands porno
em Portugal.

Poiares Maduro, o actual principal responsável
pela pornografia na RTP.

Sem falar de Passos Coelho, primeiro-ministro, e sem esquecer Cavaco, o mesmo que, enquanto primeiro-ministro, permitiu que a RTP emitisse a telenovela Tieta;

e o primeiro presidente da TVI, Roberto Carneiro, que, utilizando fundos da Igreja e dos católicos, permitiu programas porno a apologistas da homossexualidade (com Júlio Isidro).






O estado da Igreja

Mais um exemplo de inclusivismo na Igreja


Nuno Serras Pereira


Há bem mais exemplos que se poderiam indicar em outras dioceses e em universidades, em vários pontos do mundo. Este é tão só o mais recente que conheço. Uma professora de Teologia católica é despedida de uma escola católica por se opor no seu Facebook ao «casamento» homossexual:

Bishop Paul Bootkoski is playing defense these days, as a series of radio commercials urge Catholic faithful around the country to call the bishop and ask why a Catholic school teacher may lose her job for rejecting arguments for gay «marriage» on her private Facebook pageRead morehttps://www.lifesitenews.com/news/put-our-values-ahead-of-political-correctness-new-radio-campaign-targets-bi





domingo, 29 de março de 2015


Inclusivismo, desproporção e obsessão


Nuno Serras Pereira

1. Inclusivismo

Grande parte da hierarquia da Igreja, nos últimos tempos, adoptou a moda do «inclusivo». A Igreja, dizem, não pode excluir ninguém, tem de ser inclusiva. Isto, num certo sentido, é verdade porque assim como Jesus Cristo veio para todos, do mesmo modo a Igreja, que é o Seu Corpo continuado na história, é enviada a todos. Os padres da Igreja ilustravam esta verdade com a narrativa da arca de Noé. Há aqui, no entanto, pelo menos, dois problemas.

a) O primeiro é que a esta palavra foi-lhe dado um significado muito preciso, nas última décadas, que veicula uma ideologia totalmente alheia, e mesmo inimiga, do cristianismo. De facto, ela é usada principalmente pelas ideologias lgbtq, do género, dos relativistas, dos controladores demográficos, dos niilistas, enfim, daqueles que estão apostados em destruir o casamento e a família, e em excluir a verdade, designadamente Aquela que a Igreja anuncia. Trata-se, pois, de um naturalismo que se insinua através de um politeísmo ético. Que esta palavra esteja a entrar no vocabulário das mais altas hierarquias é problemático, nem que mais não seja pela sua ambiguidade. «Tudo ao molho e fé em Deus» não consta do Evangelho.

b) A Igreja, evidentemente, exclui e sempre excluiu determinadas práticas e mesmo pessoas. E ao praticá-lo não está a fazer mais do que obedecer ao mandato do próprio Jesus Cristo, como se pode, por exemplo, depreender desta passagem da Bíblia: «Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão. Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu.» (Mt. 18, 15-17).

Tratar como um pagão ou um publicano tinha o significado de menosprezar e pôr de lado esse irmão, arredando-o da comunidade. Claro que subjaz a esta atitude a intenção de fazer com que a pessoa assim excomungada tome consciência do estado grave e deplorável em que se encontra, e se arrependa de modo a poder ser reinserida na Igreja. Não é por acaso que o Papa Francisco já ditou várias penas de excomunhão, (estranhamente grandes meios de comunicação social não o reportam). É também significativo que afirme com vigor, nele inusitado, que os corruptos não são cristãos. Não saberei dizer ao certo o que é que o Santo Padre entende por corrupção. Por exemplo, o que é que significa ao certo o seu dito «pecadores sim, corruptos não»? A impressão que eu tenho é a de que o Papa tem um horror extremo à corrupção económica. Tenho a sensação que usa essa palavra principalmente para denunciar essas trafulhices que acabam por prejudicar grandemente a sociedade e, particularmente, os pobres.

«Pecadores sim, corruptos não» é uma afirmação que provavelmente pareceria absurda aos nossos antepassados, uma vez que nos escritos espirituais, nos sermões, nas pregações, em livros de moral, etc., etc., o pecado era considerado uma corrupção. Creio que compreenderiam mais facilmente o dito «penitentes sim, pecadores não». Francisco usa por vezes uma linguagem que, porventura, exigirá uma espécie de dicionário que descodifique, traduzindo-as para a linguagem costumeira, algumas das suas palavras e expressões.

Seja como for, eu confesso (espero que tomem tudo isto somente como uma partilha de reflexões) que tenho dificuldade de entender este encarnecimento severo contra alguns tipos de pessoas e de pecados e simultâneamente uma meiguice toda ternurenta para com outros.

Se eu escrever que o aborto provocado (ou a experimentação embrionária) é um «homicídio sanguinário» ou que quem o pratica comete um acto «terrorista» pouco tempo depois recebo uma série de mensagens a protestar contra o tom usado e a falta de caridade consequente. E, no entanto, para gáudio geral, o Santo Padre recorre a essas expressões para as aplicar a quem recorre aos mexericos, o que seguramente é incomparavelmente menos grave do que as barbaridades que atrás referi. Misteriosamente, este sucessor de Pedro parece não se aperceber que o aborto provocado, a fecundação in vitro, a experimentação embrionária, a clonagem, as ideologias «gay» e do «género» provocam imensas mais vítimas que as máfias e outros que tem como corruptos.

Por que será que o Santo Padre afirma peremptoriamente que os corruptos «não são cristãos» e não faz o mesmo em relação aos abortistas, aos activistas «gays», aos ideólogos do «género»? Por que não dizer simplesmente que a corrupção não passa de uma «confusão mental», como o fez em relação à ideologia do género?

Por que será que apesar de não ter tido a aprovação de dois terços dos votos por parte dos bispos no Sínodo de Outubro passado, o Papa passou por cima das regras dos Sínodos para incluir a Comunhão aos adúlteros «divorciados recasados» e o acolhimento às pessoas homossexuais? Porque há famílias em que isso acontece, foi a explicação dada. É verdade, mas também não o é menos que há famílias que têm filhos ou maridos ou mulheres que são pessoas corruptas, ou que são pessoas pedófilas, ou pessoas toxicodependentes, ou pessoas traficantes de droga, ou  pessoas, na sua fase embrionária, congeladas em laboratórios, ou pessoas nascituras. Para estes não há inclusão? Não há atenção do Sínodo? Por quê?

Certamente que o Santo Padre terá razões ponderosas para isso. Mas a verdade é que enquanto não me explicarem não consigo entender nem fazê-lo compreender a todos aqueles que me interrogam sobre o assunto. O defeito e a incapacidade são meus.


2. Desproporção

a) Os imigrantes africanos que morreram em naufrágio, no ano passado, tentando alcançar a Europa foram 3 400 (três mil e quatrocentos); num ano, em Itália, foram mortos legal e propositadamente 100 500 (cem mil e quinhentos) «imigrantes» intra-uterinos que tentaram «migrar», em itália, do seio materno para a luz do dia (os números apresentados são redondos).

b) As crianças que morrem anualmente, nos cinco continentes, por causas ligadas à má nutrição, nos cinco primeiros anos de vida, são 3 milhões e 100 mil (três milhões e cem mil); as crianças mortas propositadamente no seio materno, por aborto cirúrgico, anualmente, são 44 milhões (quarenta e quatro milhões) – 84 (oitenta e quatro) por minuto.

c) Nos USA morrem anualmente por envenenamento 46 000 pessoas (quarenta e seis mil) por agressões 187 500 (cento e oitenta e sete mil e quinhentas), por acidentes de viação 33 800 (trinta e três mil e oitocentas), por armas de fogo 32 400 (trinta e duas mil e 400). Por aborto cirúrgico legal, anualmente, um milhão e duzentas mil pessoas na sua fase nascitura (crianças).

d) No seu livro «Atrocities: The 100 Deadliest Episodes in Human History», Matthew White, calculou que a partir da segunda guerra Persa, no ano 480 antes de Cristo, até à segunda guerra do Congo, terminada em 2002, foram mortos, por causa de todas as guerras, 445 milhões de pessoas (quatrocentas e quarenta e cinco milhões); Nos últimos quarenta anos em todo o mundo foram mortas, por aborto cirúrgico, 1 bilião e 720 milhões de pessoas (um bilião e setecentos e vinte milhões). Em 40 anos matámos muitíssima mais gente do que em 2 482 anos (dois mil e quatrocentos e oitenta anos). Com a diferença que os que foram mortos nestes quarenta anos eram inocentes e totalmente indefesos.

Claro que se contabilizássemos a inumerável multidão das pessoas mortas pelos métodos da reprodução artificial e pela contracepção o susto ainda seria muito maior. É importante não esquecer que são mortas muitíssimas mais pessoas, na sua fase inicial, pela quase sempre chamada impropriamente contracepção («saúde reproductiva») do que pelo aborto cirúrgico.


3. Obsessão

Se alguém dedica décadas da sua vida aos desabrigados (sem abrigo) é uma pessoa muito generosa e dada aos periféricos; se outro se empenha inteiramente num bairro social com grandes índices de pobreza é um servidor dos mais fracos; se outro durante anos visita sistematicamente as prisões é um herói; se aquele dá a sua vida à Caritas ou ao Banco Alimentar contra a Fome é um justo formidável; se este serve os doentes homossexuais e toxicodependentes é um santo; se alguém combate anos a fio pelo direito à saúde e à educação é uma pessoa extraordinária; se outro se arrisca pela promoção continuada da paz é digno de todos os louvores, etc.

Mas mal daquele que se entrega à defesa das crianças concebidas não nascidas, ao amparo das mães grávidas, da recuperação de pessoas homossexuais, de advogar o casamento natural, de promover os métodos naturais de regulação dos nascimentos e capacitação da fertilidade, pois não passa de um obcecado, rígido e hipócrita obstinado...







Gloria Alvarez sobre o populismo



https://www.youtube.com/watch?v=xkYEXS16dZA

Transcrição:

Muito obrigada a todo o comité organizador, a todas as instituições de Zaragoza que nos receberam aqui.

Queridos amigos e companheiros latino-americanos, creio que os desafios que temos neste primeiro parlamento ibero-americano são extraordinários. E a proposta que quero fazer, especificamente retomando o que o Dr. Florentino acaba de nos transmitir, é desmantelar o populismo através da tecnologia. E vou explicar-lhes o porquê.

Há debates sobre esquerdas e direitas, o que de facto é mais utilizado pelos populistas do que pelas pessoas que estão tentando resgatar as instituições. O populismo, praticado como as pessoas que conhecemos têm praticado, e conhecendo-o como nós o conhecemos, a primeira coisa que faz é acabar com as instituições, pouco a pouco. Reescrever constituições para poder adequá-las aos desejos de diferentes líderes corruptos que temos na América Latina.

O populismo, no entanto, não existe por pura casualidade. E também cabe a nós, não só denunciar as atrocidades que o populismo comete contra as nossas instituições, mas também reconhecer o péssimo trabalho dos sistemas governamentais anteriores, que levaram à crise absoluta, às pessoas e às populações que em desespero recorreram a esses líderes. Às vezes por vias democráticas, e que por isso, justificam a sua permanência no poder.

Por isso, creio que mais que a batalha entre esquerda e direita, nós que somos contra o populismo, devemos falar de populismo versus república. Porque a república é que realmente garante a institucionalidade do Estado. Desde os tempos antigos dos gregos, filósofos como Sócrates e Aristóteles viram os defeitos da democracia. E por que viram? Porque há três direitos fundamentais e irrenunciáveis a cada um de nós. A nossa vida, através da qual podemos exercer os nossos projectos. A nossa liberdade, através da qual nos podemos expressar, podemos trabalhar, nos podemos mobilizar para possuir a crença da nossa preferência, e poder expressar também assim os nossos sistemas políticos e o que esperamos de um governo. E por último, a nossa propriedade privada. A nossa propriedade privada começa pelo nosso corpo, pela nossa integridade. A nossa propriedade é a sobrevivência desde o dia em que nascemos até o dia em que morremos, de todas as coisas que conseguimos realizar.

Estes três direitos, no entanto, podem existir em cada um de nós sem impedir os direitos de outras pessoas. E quanto aos outros direitos? Como por exemplo, direito à saúde, à educação, ao vestuário, e a uma série de direitos que foram exigidos pelos povos de cada um dos nossos países, e que não foram atendidos. O problema desses direitos, e que os gregos já viam desde aquela época, é que eles precisam de uma renúncia prévia, do direito de propriedade de alguém, antes de serem outorgados. E é aí que os nossos governos falharam. Porque ao dizer que todos têm direito a essas coisas, nunca foi estipulado quem deveria renunciar a certos direitos para outorgar a esses outros. E desse mal estar, é que os nossos povos decidiram recorrer aos regimes totalitários e populistas que vemos hoje.

Independente da nossa ideologia política, sejamos liberais, ou sejamos social-democratas, devemos reconhecer que esse é um debate necessário para a região. Se vamos dar direitos de onde vamos tirá-los? E com que recursos vamos pagá-los? Porque se isso não for estabelecido, os nossos povos vão seguir interminavelmente vendo nestes líderes a resposta e a solução.

Gostaria de retomar o que disse o Sr. Florentino sobre a sua definição de populismo. Ele disse que «é o atalho pelo qual jogamos com paixões, ilusões e ideais do povo, para prometer o impossível, aproveitando-se da miséria das pessoas, deixando de fora, absolutamente, toda a razão e a lógica na tomada de decisões». Joga com a necessidade, para simplesmente impor uma ditadura. Joga com a necessidade dos nossos povos, e isso foi algo que os gregos previram. Desde que disseram: há três tipos de governo. Um onde há um governante, que se chama monarquia, e pode acabar virando ditadura. Outro onde governa um grupo que se chama aristocracia, e pode acabar virando oligarquia, e nós na América Latina conhecemos bem isso. Porque as nossas aristocracias, as nossas elites, acabaram virando oligarquias. Ou há uma democracia, onde todos governam, e que acaba degenerando numa demagogia, algo que nós também conhecemos. Quando os gregos viram essas três formas de governo, deram-se conta que a república era a resposta. Porque a república dava essas três institucionalidades. O monarca na forma de presidente, a aristocracia na forma de um parlamento, e a democracia como veículo e via de comunicação. É por isso que a república anula os vícios de cada uma das três formas de governo, para agrupar as três e formar a institucionalidade que o populismo, hoje, está destruindo.

Por isso quero chamar a atenção e propor à assembleia, para acabarmos com o populismo através da tecnologia. Porquê através da tecnologia? Porque hoje mesmo falámos de que as mudanças que estão surgindo nos nossos países, e que estão surgindo com a tecnologia, não estão sendo acompanhados pela educação necessária. E o que acontece se eu passo a receber novas possibilidades, novas formas tecnológicas de me comunicar com o mundo, mas ao mesmo tempo não me educo? Não tenho prioridades claras. Por isso nos nossos parlamentos já não se trocam ideias, a razão e a lógica já perderam a importância que deveriam possuir. Já não há respeito pela discussão, por deixar de fora as falácias. E os nossos líderes populistas anulam toda a razão e toda a lógica dos seus argumentos aumentando paixões. E nós também temos que utilizar uma paixão. Uma paixão pela educação, uma paixão pela troca de ideias e uma paixão pelo conhecimento, porque queremos ser pessoas e indivíduos empoderados. Porque outra coisa que o populismo faz é anular a dignidade das pessoas. Faz com que as pessoas se sintam incapazes e sem dignidade para governarem as suas próprias vidas. Faz com que elas pensem que precisam de um líder para controlar absolutamente tudo, para poderem seguir adiante.

A definição do Florentino, também defende algo que nós do movimento dizemos. O populismo ama tanto os pobres que os multiplica. Porque o que procura é essa multiplicação de miséria, para a seguir receber um voto, através de qualquer objecto material que naquele momento as pessoas precisem. Qual é o desafio? Como fazemos? Para que um povo onde a pirâmide de Maslow está no nível mais baixo, veja na república a resposta institucional que as gerações futuras precisam para não seguir nesse ciclo de pobreza. A admiração que há em países como o meu, pelo regime Cubano, pelo regime Venezuelano, é absurda.

Essa admiração não é guiada pela razão e pelo conhecimento. São poucos os guatemaltecos que reconhecem, por exemplo, que em Cuba, um engenheiro civil prefere ser taxista. São poucos os guatemaltecos, as pessoas da America Central, e os latino- americanos em geral, que vêem no regine Chavista as atrocidades e as violações de direitos que estão sendo cometidas, porque tudo que vêem é: lá têm educação de graça, lá têm saúde de graça. Nada é de graça. Tudo é pago com algum dinheiro. E quando não há institucionalidade é quando começa a corrupção. E quando ela começa, todo um sistema perde as suas virtudes.

No caso da Guatemala, temos eleições no próximo ano, e infelizmente, as três pessoas que provavelmente chegarão à presidência, vão pela via populista. Sejam de esquerda ou de direita, porque outra coisa que temos que reconhecer é que o populismo está impregnado em todas as ideologias. O mecanismo que os populistas usam é seguir com esse discurso. Você está mal, porque alguém está bem. E o que temos que resgatar é que todos podemos estar bem. Que o facto de uma pessoa acumular riquezas não impede a outra de acumular também. Mas para isso, precisamos de instituições. Precisamos de segurança jurídica. Precisamos de um Estado correcto. E acima de tudo, resgatar nos nossos parlamentos o respeito e a admiração pelo debate de ideias com argumentos baseados na lógica e na razão. Mas um povo que não tem educação, não vai exigir dos seus políticos um debate com lógica e razão, com argumentos, e será facilmente manipulado através das paixões.

As ferramentas que proporcionam a Era do Conhecimento são a chave. Utilizar as redes sociais, a tecnologia, e a facilidade de comunicação que temos com apenas um clique entre todo o continente, onde compartilhamos o mesmo idioma, compartilhamos a cultura, que compartilhemos agora uma troca de ideias, para começar a expor e acabar com o populismo pelo que ele é, uma desconsideração da pobreza, da ignorância e de manter os povos submissos sob a ilusão de que só os bens materiais importam ao votar.

É por isso, amigos, que lhes proponho, que amanhã ao assinarmos a Declaração de Zaragoza, todos, como líderes latino-americanos que somos, nos comprometamos a acabar com o populismo utilizando a tecnologia, e usando como ferramenta a república, que é o único sistema que realmente resgata as instituições, baseando-se na razão, na lógica, nos argumentos, e na troca de ideias.


Muito obrigada.