quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Conclave: Pessoas e lugares da eleição


Localização da Casa de Santa Marta  (A)
e Capela Sistina, no  Vaticano
A eleição de um Papa obedece a rituais muito precisos, marcados por um clima de silêncio e segredo, previsto ao pormenor na Constituição Apostólica «Universi Dominici Gregis», assinada por João Paulo II em 1996.

O próximo inicia-se após o dia 28 de Fevereiro, quando tem efeito a renúncia ao pontificado anunciada segunda-feira por Bento XVI, em data a determinar pelas congregações de cardeais que se vão reunir em seguida.

No início do conclave, os cardeais vão tomar Deus e os Evangelhos como suas testemunhas num juramento de «segredo absoluto» sobre todos os procedimentos que ali irão ter lugar.

50 cardeais eleitores (59 a partir do dia 5 de março) foram criados por João Paulo II e participaram na eleição de Bento XVI, Papa que criou os outros 67 cardeais com menos de 80 anos.

Os eleitores

Entram em Conclave para eleger o Papa apenas os cardeais que não tenham já cumprido 80 anos de idade. O número máximo de cardeais eleitores é de 120, fixado por Paulo VI e confirmado por João Paulo II e Bento XVI.

Actualmente há 118 cardeais eleitores, mas o cardeal ucraniano D. Lubomyr Husar vai celebrar o seu 80.º aniversário a 26 de Fevereiro.

A legislação da Igreja prevê que o Conclave só se possa iniciar pelo menos 15 dias depois da morte do Papa, mas o caso actual é praticamente inédito: desde 1415 que não se verificava uma renúncia ao pontificado.

No Conclave estarão representados os 5 Continentes: Europa – 61, América Latina – 19, América do Norte – 14, África – 11, Ásia – 11 e Oceânia – 1.

Os países mais representados são a Itália (28 cardeais eleitores), Estados Unidos da América (11), Alemanha (6), Brasil, Espanha e Índia (5 cada), com mais de metade do total de eleitores.

Se um cardeal tiver recusado entrar no Conclave, não poderá ser posteriormente admitido no decorrer dos trabalhos, mas o mesmo não acontece se um cardeal adoecer durante o processo da eleição do novo Papa.

Pessoas no Conclave

Além dos cardeais eleitores, está prevista no Conclave a presença de outros elementos, «para acudirem às exigências pessoais e de serviço, conexas com a realização da eleição»: o secretário do colégio cardinalício (D. Lorenzo Baldisseri), que desempenha as funções de secretário da assembleia eleitoral; o mestre das celebrações litúrgicas pontifícias (D. Guido Marini), com dois cerimoniários e dois religiosos adscritos à sacristia pontifícia; um eclesiástico escolhido pelo cardeal decano, para lhe servir de assistente; alguns religiosos de diversas línguas para as confissões, bem como dois médicos e enfermeiros para eventuais emergências; as pessoas adscritas aos serviços técnicos, de alimentação e de limpeza; os condutores que transportam os eleitores entre a «Domus Sancta Marthae» (Casa de Santa Marta) e o Palácio Apostólico; os sacerdotes admitidos como assistentes de alguns cardeais eleitores.

Todas elas são «devidamente advertidas sobre o significado e a extensão do juramento a prestar, antes do início das operações para a eleição», pelo que prestam e subscrevem o juramento de segredo sobre tudo o que rodear o processo de eleição do novo Papa.

Lugares do Conclave

João Paulo II decidiu que os cardeais ficassem alojados na denominada Casa de Santa Marta, situada no Vaticano, junto à Basílica de São Pedro. Em 2005, pela primeira vez na história, os lugares do Conclave estenderam-se a todo o espaço do Vaticano.

Os cardeais eleitores continuam a estar submetidos à interdição de qualquer contacto com o exterior, mas não ficam encerrados num único local. Com as novas normas, os cardeais ocupam vários sítios consoante as suas actividades: o alojamento é na Casa de Santa Marta, as celebrações litúrgicas na Capela de Santa Marta – eventualmente noutras capelas –, e a eleição na Capela Sistina.

Os lugares do Conclave serão fechados por dentro (responsabilidade do Cardeal Camerlengo, D. Tarcisio Bertone) e por fora (responsabilidade do substituto da Secretaria de Estado, o arcebispo Giovanni Angelo Becciu).

Desde as primeiras assembleias cristãs romanas aos cardeais, em 1179, a eleição de um novo Papa aconteceu quase sempre em Roma e, desde 1492, na Capela Sistina. Nem todos os Conclaves, contudo, tiveram lugar no Vaticano: cinco aconteceram no Quirinal, actual palácio da presidência da República Italiana; 16 decorreram noutras cidades italianas e sete em França, no período de Avinhão.

Início do Conclave

Está previsto que todos os cardeais eleitores se encontrem na Basílica de São Pedro para celebrar a Missa votiva «pro eligendo Romano Pontifice» (para a eleição do Papa), sob a presidência do decano do Colégio Cardinalício, D. Angelo Sodano. A celebração é aberta a todos os que queiram participar.

Mais tarde, os cardeais eleitores reúnem-se na Capela Paulina do Palácio Apostólico, de onde se dirigem para a Capela Sistina, em procissão solene, entoando o canto «Veni Creator», para pedir a assistência do Espírito Santo.

A Capela Sistina terá sido anteriormente objecto de apurados controlos para apurar da eventual presença de meios audiovisuais destinados a espiar do exterior o que acontecer no processo de eleição.

Os cardeais eleitores prestam, em primeiro lugar, o juramento de segredo sobre tudo o que diz respeito à eleição do Papa e comprometem-se a desempenhar fielmente o «munus Petrinum» de pastor da Igreja universal em caso de eleição.

Terminado o juramento, todas as pessoas estranhas à eleição saem após a ordem «Extra Omnes» (todos fora). Permanecem apenas o mestre das celebrações litúrgicas e o eclesiástico escolhido para a segunda meditação. Estes momentos de reflexão estão previstos na Constituição Apostólica «Universi Dominici Gregis» (UDG, n. 13) e são outra das novidades da Sé Vacante, introduzidas por João Paulo II: a última meditação diz respeito à escolha «iluminada» do novo pontífice.

Após a meditação saem da Capela o mestre das celebrações litúrgicas e o orador. Os cardeais eleitores encontram-se a sós, na Capela Sistina, com os seus pares. Todos os meios de comunicação com o exterior são proibidos.

Nesta altura, o cardeal que preside à eleição verifica se não há obstáculos e procede-se à primeira votação.

Os conclaves do século XX tiveram uma duração sempre inferior a cinco dias e 14 votações.

Votação

Pela segunda vez na história da Igreja está prevista apenas uma modalidade de votação, «per scrutinio», abolindo modos de eleição anteriormente existentes (por inspiração e por compromisso).

Para a eleição é requerida uma maioria de dois terços (neste caso, 78 votos). No primeiro dia haverá apenas uma votação e, se o Papa não for eleito, terão lugar nos dias subsequentes duas eleições de manhã e outras duas de tarde.

Se após três dias não houver consenso, há um dia de interrupção para oração, colóquio entre os eleitores e reflexão espiritual. Prossegue-se, depois, para outros sete escrutínios antes de outra pausa e assim sucessivamente.

Se as votações não tiverem êxito, após um período máximo de 9 dias de escrutínios e «pausas de oração e livre colóquio», os cardeais eleitores serão convidados pelo camerlengo a darem a sua opinião sobre o modo de proceder.

O documento de João Paulo II abria a hipótese de a eleição ser feita «com a maioria absoluta dos sufrágios», situação que foi revogada por Bento XVI em 2007, mantendo-se a opção de se votarem «somente os dois nomes que, no escrutínio imediatamente anterior, obtiveram a maior parte dos votos».

Voto

A votação acontece com o preenchimento de um boletim rectangular, que apenas traz impressa a menção «Eligo in Summum Pontificem» (elejo como Sumo Pontífice) na parte superior. Na metade inferior está o espaço para escrever o nome do eleito, pedindo-se que os cardeais disfarcem a sua caligrafia.

O boletim é dobrado em dois e é levado de forma visível ao altar, onde está colocada uma urna, onde os cardeais, por ordem de criação, pronunciam o juramento: «Invoco como testemunha Cristo Senhor, o qual me há-de julgar, que o meu voto é dado àquele que, segundo Deus, julgo deve ser eleito».

O juramento é feito apenas no primeiro escrutínio. O cardeal deposita o seu voto na urna, tapada pelo prato no qual o boletim tinha sido colocado.

Recolher e queimar

Os três escrutinadores sorteados no início do processo abrem cada um dos boletins, lendo o seu conteúdo em voz alta. Os votos são perfurados onde está escrita a palavra «eligo» e presos num fio.

No final da recontagem são ligados com um nó, colocados num recipiente e posteriormente queimados. Se houver lugar a uma segunda votação, contudo, os votos dos dois escrutínios e «os escritos de qualquer espécie relacionados com o resultado de cada escrutínio» são queimados em conjunto.

Fumata

Se o fumo que sai da chaminé da Capela Sistina for negro, significa que não houve acordo entre os cardeais; se for branco, que foi escolhido o novo Papa. Em 2005, a eleição do novo Papa de Bento XVI foi anunciada através do tradicional fumo branco, acompanhado alguns minutos depois pelo toque dos sinos, para evitar confusões quanto à cor do fumo.

Eleição

Uma vez ocorrida a eleição, resta ao novo eleito responder a duas questões: «Acceptasne eletionem de te canonice factam in Summum Pontificem»? (aceitas a tua eleição, canonicamente feita, para Sumo Pontífice?) e «Quo nomine vis vocari»? (Como queres ser chamado?), naquele que é o último acto formal do Conclave.

O mestre das cerimónias litúrgicas é chamado, desempenhando funções de notário, e redige um documento de aceitação. Dois cerimoniários entram e servem de testemunhas.

Após a escolha do nome, os cardeais prestam homenagem um a um e apresentam a sua obediência ao novo Papa. O anúncio é feito, em seguida, pelo cardeal protodiácono (D. Jean-Louis Tauran) aos fiéis: «Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus papam» (Anuncio-vos uma grande alegria: Temos Papa).

Mudança de nome

No início do Cristianismo o eleito usava o seu nome – Lino, Clemente, Telesfóro, Eleutério, Aniceto, conforme a procedência dos Papas. A partir de 532 a tradição de mudar o nome instalou-se: o eleito chamava-se Mercúrio, nome de uma divindade pagã, e adoptou o nome de um dos apóstolos, passando a chamar-se João II.

Este uso consolidou-se e os Papas começaram a escolher nomes de Apóstolos, de mártires ou outros Papas, muitas vezes para invocar algumas das suas características. Nenhum, contudo, voltou a utilizar o nome de Pedro, o primeiro Papa, porque este não foi eleito por outros homens – em 983 o romano Pedro, eleito para o pontificado, mudou o nome para João e o mesmo aconteceu com o Papa português, João XXI, falecido em 1277.

O nome mais escolhido pelos Papas é João (23 vezes), seguido por Gregório e Bento (16), Clemente (14), Leão e Inocêncio (13) e Pio (12).

Fim do Conclave

O Conclave termina oficialmente com o assentimento dado pelo Papa eleito à sua eleição.

Curiosidades

Até à eleição de João XXIII (1958) os votos dos cardeais eram queimados após cada votação. Quando misturados com a palha húmida, o fumo da chaminé da Capela Sistina indicava ao povo da Praça de São Pedro que o Papa ainda não estava eleito. Era o fumo branco que indicava o fim do Conclave e a eleição do Papa. Hoje em dia este processo faz-se pela adição de produtos químicos aos papéis da votação.

O período mais longo sem um Papa foi de três anos, sete meses e um dia (de 26 de Outubro de 304 a 27 de Maio de 308), entre Marcelino II e Marcelo I.

É histórico o Conclave no Palácio dos Papas em Viterbo, após a morte do Papa Clemente IV. Foi o Conclave mais longo da história da Igreja e teve a duração de 33 meses, de 29 de Novembro de 1268 a 1 de Setembro de 1271, porque os cardeais não chegavam a um acordo para eleger o novo Papa.

O Governador da cidade, encarregado de alimentar os cardeais, decidiu, por conselho de São Boaventura, encerrar os cardeais no palácio. Fechou a porta da sala de reuniões, ficou com a chave, destelhou o local e cortou a remessa de mantimentos. Imediatamente chegaram a um consenso, elegendo o Papa Gregório X (1271-1276) que, para evitar a repetição do acontecimento, estabeleceu através do Concílio de Lyon (1274), normas que regulamentam, basicamente, os conclaves até hoje.

Os Papas seus sucessores acrescentaram algumas modificações a essa primeira regulamentação. Gregório XV, através das Constituições de 1621 e 1622, e Pio XII, através da Constituição «Vacantis Apostolicae Sedis» de 1945, tornaram mais precisas as leis do Conclave. Após as leis especiais da Constituição Apostólica de Paulo VI «Romano Pontifici Eligendo» de 1 de Outubro de 1975, a eleição do Papa é hoje regulada pela Constituição Apostólica «Universi Dominici Gregis» de João Paulo II.


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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Um sinal de Deus.
Mas quem o saberá interpretar?

O Papa anunciava que deixava a cadeira de São Pedro. Pouco depois, dois fotógrafos, um da AFP e outro da italiana ANSA, captaram o momento em que um raio, em céu sereno, atingiu a cúpula da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Sem dúvida, um sinal de Deus. Mas quem o saberá interpretar?


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O advogado francês Collard
questiona um imam

Gilbert Collard

Como demonstram as linhas que se seguem, fui obrigado a tomar consciência da extrema dificuldade em definir o que é um infiel.

Escolher entre Allah ou o Cristo, até porque o islamismo é de longe a religião que progride mais depressa no nosso país. O mês passado, participava no estágio anual de actualização, necessária à renovação da minha habilitação de segurança nas prisões. Havia nesse curso uma apresentação por quatro intervenientes representando respectivamente as religiões Católica, Protestante, Judaica e Muçulmana, explicando os fundamentos das suas doutrinas respectivas. Foi com um grande interesse que esperei a exposição do Imam.

A prestação deste ultimo foi notável, acompanhada por uma projecção vídeo.

Terminadas as intervenções, chegou-se ao tempo de perguntas e respostas, e quando chegou a minha vez, perguntei: «Agradeço que me corrija se estou enganado, mas creio ter compreendido que a maioria dos Imams e autoridades religiosas decretaram o «Jihad» (guerra santa), contra os infiéis do mundo inteiro, e que matando um infiel (o que é uma obrigação feita a todos os muçulmanos), estes teriam assegurado o seu lugar no Paraíso. Neste caso poderá dar-me a definição do que é um infiel?»

Sem nada objectar à minha interpretação e sem a menor hesitação, o Imam respondeu: «um não muçulmano».

Eu respondi : «Então permita de me assegurar que compreendi bem : O conjunto de adoradores de Allah devem obedecer às ordens de matar qualquer pessoa não pertencendo à vossa religião, a fim de ganhar o seu lugar no Paraíso, não é verdade»?

A sua cara que até agora tinha tido uma expressão cheia de segurança e autoridade transformou-se subitamente ao de «um puto» apanhado em flagrante com a mão dentro do açucareiro!!!

É exacto, respondeu ele num murmúrio.

Eu retorqui : «Então, eu tenho bastante dificuldade em imaginar o Papa Bento XVI dizendo a todos os católicos para massacrar todos os vossos correligionários, ou o Pastor Stanley dizendo o mesmo para garantir a todos os protestantes um lugar no Paraíso».

O Imam ficou sem voz !

Continuei :«Tenho igualmente dificuldades em me considerar vosso amigo, pois que o senhor mesmo e os vossos confrades incitam os vossos fiéis a cortarem-me a garganta»!

Somente um outra questão : «O senhor escolheria seguir Allah que vos ordena matar-me a fim de obter o Paraíso, ou o Cristo que me incita a amar-vos a fim de que eu aceda também ao Paraíso, porque Ele quer que eu esteja na vossa companhia»? Poder-se-ia ouvir uma mosca voar, enquanto que o Imam continuava silencioso.

Será inútil de precisar que os organizadores e promotores do Seminário de Formação não apreciaram particularmente esta maneira de tratar o Ministro do culto Islâmico e de expor algumas verdades a propósito dos dogmas desta religião.

No decurso dos próximos trinta anos, haverá suficientes eleitores muçulmanos no nosso país para instalar um governo de sua escolha, com a aplicação da «Sharia» como lei.

Parece-me que todos os cidadãos deste país deveriam poder tomar conhecimento destas linhas, mas como o sistema de justiça e dos «media» liberais combinados à moda doentia do politicamente correto, não há forma nenhuma de que este texto seja publicado. É por isto que eu vos peço de enviar a todos os contactos via Internet.


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Obama apoia presença de invertidos
entre os escuteiros nos EUA


O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apoiou que sejam admitidos invertidos nos Boys Scouts (escuteiros), logo depois de esta organização anunciar que está reconsiderando modificar as suas políticas sobre  esse assunto.

O mandatário fez esta afirmação em entrevista televisiva para a cadeia CBS antes do Super Bowl do futebol americano, o evento desportivo mais importante dos Estados Unidos com a maior quantidade de telespectadores em todo o país; e um dos mais vistos do mundo.

Obama disse que está de acordo que os Scouts permitam invertidos dentro dos seus grupos e que ocupem cargos de liderança porque, na sua opinião, os invertidos devem ter as mesmas oportunidades «em todas as instituições e âmbitos da vida».

Através de um comunicado em 28 de Janeiro, o director de relações públicas da organização, Deron Smith, anunciou que o grupo «está discutindo a eliminação da restrição nacional de filiação que expõe o tema da orientação sexual».

Este anúncio produziu severas críticas e preocupação por parte das organizações religiosas e seculares que apoiam o movimento Scout.

Nos últimos meses quando se registrou a proibição de membros invertidos no movimento, muitos dos doadores mais expressivos – incluindo Intel, UPS e Merck – deixaram de apoiar economicamente os Boy Scouts.

O Presidente de Pais e Amigos de Ex-invertidos e Invertidos, Greg Quilan lamenta que a decisão dos Boy Scouts de rever esta política se deva a pressões económicas de um ou mais dos seus contribuintes financeiros principais e advertiu que «o dinheiro que vem com condições perigosas não é uma doação, é um suborno».

Quinlan, que se identifica como um ex-invertido, disse que «se as crianças e jovens forem expostas a um homem com condutas invertidas, estarão promovendo este tipo de comportamento como algo normal, natural e até saudável».

«Os jovens podem interpretar e questionar a sua própria sexualidade e terminar afirmando-se invertidos. Os Boy Scouts estão dependentes dos seus líderes e querem imitá-los e seguir o seu exemplo», explicou.

Quinlan, que atribui a sua passada conduta invertida ao abuso sexual que sofreu quando era jovem, expressou a sua consternação com a revisão da política interna dos escuteiros, já que com a aceitação de invertidos nos grupos de scouts poderia aumentar o número de abusos de menores.

O líder Scout em Filadelfia, Andrew Hill, em diálogo com o grupo ACI em 31 de Janeiro, expressou a sua decepção pela notícia: «os Boy Scouts não são mais uma organização ou outra pessoa pública que cede à pressão da sociedade».

«Estes são os tempos em que vivemos, e como católicos, temos que seguir adiante conscientes desta realidade», disse Hill.

O director de comunicações da diocese de Arlington na Virginia, Michael Donohue, declarou ao grupo ACI, que «é uma bênção que os Scouts dos Estados Unidos tenham tido ao longo destes anos a claridade e a coragem de enfrentar esta imensa pressão cultural, política e jurídica».

A diocese de Arlington, patrocina 68 tropas de Scouts. Donohue disse ainda que «qualquer mudança substancial na missão ou nas políticas, requereria um exame cuidadoso» e acrescentou que os funcionários diocesanos de todo o país estão à espera do comunicado da associação que sairá da sua próxima reunião no Texas.


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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Palavras do Papa no Consistório
em que anunciou a resignação

Queridíssimos irmãos,


Convoquei-vos para este Consistório, não apenas por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja.

Depois de examinar reiteradamente a minha consciência perante Deus, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério de Pedro (petrino). Sou consciente de que este ministério, pela sua natureza espiritual, deve ser levado a cabo não apenas por obras e palavras mas também, em menor grau, através do sofrimento e da oração.

No mundo actual, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevância para a vida da Fé, para governar a barca de S. Pedro e anunciar o Evangelho é necessário também vigor, tanto do corpo como do espírito. Vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de forma que tenho de reconhecer a minha capacidade para exercer de boa forma o ministério que me foi encomendado.

Por isso, sendo consciente da seriedade deste acto, e em plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, sucessor de S. Pedro, que me foi confiado pelos cardeais no dia 19 de Abril de 2005. De forma que, a partir do dia 28 de Fevereiro de 2013, às 20h (19h em Lisboa), a sede de Roma, a sede de S. Pedro vai ficar vaga e deverá ser convocada, através daqueles que têm competências, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Queridíssimos irmãos, dou-vos as graças de coração por todo o amor e trabalho com que trouxeram até mim o peso do meu ministério e peço perdão por todos os meus defeitos.

Agora, confiamos a Igreja ao cuidado do Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo e suplicamos a Maria, sua Santa Mãe, que assista com a sua materna bondade aos padres cardeais ao eleger o novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, também no futuro, quero servir com todo o meu coração à Santa Igreja de Deus com uma vida dedicada à oração.

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013


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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Iniciativa na Internet: recolha
de assinaturas para exigir que o Facebook
não censure fanpage Memes Católicos


A plataforma espanhola HazteOír apresentou hoje uma campanha de recolha de assinaturas, para exigir à rede social Facebook que «reveja a denúncia» que motivou a censura da página Memes Católicos e devolva esta ao seu administrador, o peruano Yhonatan Luque Reyes, de 24 anos.

A destinatária das assinaturas recolhidas por HazteOír é Natalia Basterrechea, responsável de assuntos públicos do Facebook em Espanha.

Tal como denunciou ACI Prensa, a agência do grupo ACI de notícias em espanhol, na sexta-feira 25 de Janeiro, sem dar nenhuma explicação, o Facebook eliminou a página criada pelo jovem peruano Yhonatan Luque e deixou os seus mais de 115 mil seguidores sem poder ter acesso aos «memes» (quadrinhos com mensagens curtas).

Conforme informou Yhonatan à ACI Prensa, em Dezembro de 2012 o Facebook notificou que vários usuários denunciaram o seu espaço porque supostamente violava o número 3.7 da declaração de direitos e responsabilidades do Facebook sobre linguagem que incita ao ódio.

Nessa ocasião, a rede social deu ao jovem a alternativa de conservá-la colocando a etiqueta [Humor polémico] devido ao nome «Memes Católicos».

Yhonatan explicou que «o numero 3.7 das políticas de segurança do Facebook diz que é proibido publicar material que incite ao ódio, material pornográfico, material que induza à violência, e supostamente perigosos para a rede social, mas Memes Católicos não promove este tipo de conteúdos. Isto não está correcto».

«A minha página resume-se a publicar vinhetas para evangelizar, para catequizar, para mostrar o que a Igreja tem a dizer, para mostrar a nossa doutrina tal como ela é», assegurou.

HazteOír sublinhou que, no momento da censura por parte do Facebook, a página «Memes Católicos» contava «com mais seguidores do que os meios de comunicação de destaque, como os espanhóis ABC, El Mundo ou a Cadeia SER».

A plataforma espanhola sublinhou que esta censura à página católica no Facebook «foi interpretada como um ataque à liberdade de expressão e de religião por muitos meios de comunicação».

«A indignação está percorrendo as redes sociais, há milhares de manifestações de apoio, todos são testemunhas oculares de que os factos denunciados são falsos», indicou.

O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais do Vaticano também repercutiu, através da sua conta na rede social Twitter a denúncia publicada pela ACI Prensa.

Para os membros da HazteOír, «o Facebook pode voltar a analisar os factos e restituir a página ao seu administrador», pois «já no passado a empresa deu mostras de boa atitude no respeito à liberdade religiosa e de expressão».

«Podemos ajudar o Facebook a descobrir o engano e mostrar que pode ser também um espaço amável para o desenvolvimento da actividade dos cristãos», assegurou a plataforma espanhola.

HazteOír advertiu que «hoje a injustiça foi cometida contra Yhonatan, amanhã é você quem pode sofrê-la».

Na carta destinada a Natalia Basterrechea, informa-se que a página «Memes Católicos» foi «denunciada falsamente por incitação ao ódio simplesmente pelo facto de mostrar conteúdo cristão».

«Por favor, reveja a denúncia, devolva a página ao seu administrador e permita que o Facebook, como demonstrou em muitas ocasiões, seja também um espaço amável para o desenvolvimento da liberdade de religião dos cristãos», solicita a nota do grupo espanhol.

Para assinar a carta exigindo que o Facebook não censure aos cristãos, ingresse em:

http://hazteoir.org/alerta/50692-firma-vas-permitir-que-facebook-censure-cristianos


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A ruptura da família é o primeiro
problema da sociedade contemporânea,
afirma autoridade vaticana

Dom Vincenzo Paglia
 
Dom Vincenzo Paglia, Presidente do Pontifício Conselho para a Família no Vaticano, apresentou esta manhã no Escritório de Imprensa da Santa Sé o evento «De Milão a Filadélfia: as perspectivas do Pontifício Conselho para a Família», no qual se analisou os resultados do Encontro Mundial das Famílias em Maio de 2012 nessa cidade italiana.
 
Participaram também Francesca Dossi e o seu esposo Alfonso Colzani, responsáveis pelo Serviço para as Famílias da arquidiocese de Milão.
 
O Arcebispo recordou que esse acontecimento «demonstrou a força vital que as famílias representam na Igreja e na própria sociedade. Obviamente, há muitos problemas relacionados com o matrimónio e a família, mas não devemos esquecer que a família continua a ser o ‘recurso’ fundamental da nossa sociedade».
 
As estatísticas são unânimes em especificar que a família encontra-se no primeiro lugar como centro de segurança, refúgio, de apoio para a vida e mantém-se no topo dos desejos da grande maioria dos jovens. Em Itália, por exemplo, perto de 80 por cento dos jovens dizem que preferem o matrimónio (civil ou religioso) enquanto apenas 20 por cento opta pela convivência.
 
Em França, as pesquisas indicam que 77 por cento quer construir a sua vida familiar permanecendo com a mesma pessoa toda a vida. Por outro lado, a necessidade da família está gravada no coração humano, desde que Deus disse: «Não é bom que o homem esteja só».
 
«Esta verdade profunda que marca tão radicalmente a vida humana parece ser afastada por uma cultura contrária. Há uma escalada de individualismo que divide a família, assim como as diferentes formas de sociedade. Por isso, a ruptura da família é o primeiro problema da sociedade contemporânea», revela Dom Paglia.
 
O Prelado Vaticano, disse logo que «é certo que boa parte da história Ocidental Contemporânea foi concebida como libertação de qualquer laço: com outros, com a família, com a responsabilidade para o outro. E é igualmente certo que os laços, às vezes, oprimiram a subjetividade. Mas hoje a vertigem da solidão com o culto do eu, libertada de qualquer ligação e a desorientação provocada pela globalização acentuam ainda mais o individualismo e a tentação de se fechar em si próprios».
 
«A Igreja – prosseguiu – preocupa-se com a crise que atravessam o matrimónio e a família, porque é consciente de que ambos são uma boa notícia, um evangelho para os homens e mulheres de hoje, frequentemente sós e sem amor, sem paternidade, nem apoio.
 
A Igreja, «perita em humanidade», conhece também o alto preço da fragilidade da família pago sobretudo pelas crianças (nascidas e não nascidas), os idosos e os doentes. Nas diversas épocas históricas houve mudanças, inclusive profundas, na instituição familiar, mas nunca se abandonou o seu «genoma», a sua dimensão profunda, quer dizer, ser uma instituição formada por homem, mulher e filhos.
 
Portanto, «urge uma atenta reflexão cultural e uma defesa mais vigorosa da família, para colocá-la – e rapidamente – no centro da política, da economia, da cultura, seja nos distintos países onde diferentes organismos internacionais, envolvendo também os crentes de outras tradições religiosas e as pessoas de boa vontade. É uma fronteira que toca os próprios fundamentos da sociedade humana. Daí o extraordinário interesse da Igreja sobretudo neste momento histórico».
 
O Pontifício Conselho para a Família «sente a necessidade de ajudar tanto dentro como fora dos limites da Igreja a redescobrir o valor da família. Há um grande trabalho a ser feito no plano cultural: trata-se de restaurar o valor de uma cultura da família, para que esta volte a ser atractiva e importante para a própria vida e para a sociedade».
 
«Ocupar-se da família não significa restringir-se a um segmento da vida ou da sociedade: hoje significa ampliar os horizontes além de nós mesmos e decidir-nos a participar na construção de uma sociedade que seja ‘família’ em si mesma, até capacitar a ‘família’ dos povos e das nações».
 
Iniciativas do Pontifício Conselho para a Família
 
O Prelado concluiu a sua apresentação ilustrando as iniciativas que, o Pontifício Conselho realizará, ao longo deste ano e até ao próximo encontro das famílias na cidade de Filadelfia (EUA), entre as quais se destaca a apresentação da Carta dos Direitos da Família, – elaborada há trinta anos por esse dicastério – na sede das Nações Unidas em Nova Iorque e Genebra e no Parlamento Europeu.
 
Em Abril começará uma série de seminários chamados «Diálogos para a família» em que os peritos de diferentes disciplinas abordarão questões relativas aos principais desafios relacionados com a família e o matrimónio.
 
Em Roma, no fim de Junho terá lugar um congresso internacional de advogados católicos, centrado nos direitos da família e, por último, em Outubro, a assembleia plenária do Pontifício Conselho centralizar-se-á na Carta dos Direitos da Família.
 
Nos dias 26 e 27 desse mês, por motivo do Ano da Fé, haverá uma peregrinação das famílias à sepultura de São Pedro.
 
 
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