sexta-feira, 21 de maio de 2010

Protesto contra um Presidente
sem ética e sem responsabilidade

Publicada por O Inimputável


 
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
 
Depois de ter indeferido a petição para a realização de um referendo com cerca de cem mil assinaturas, a Assembleia da República aprovou, sem ser por unanimidade, no passado mês de Fevereiro, uma lei que permite o casamento civil entre dois homens ou entre duas mulheres.

Como o Senhor Presidente da República leu na sua declaração, é de lamentar que não se tenham evitado naquele processo legislativo, clivagens desnecessárias na sociedade portuguesa face à grave crise que o País atravessa. Mas, valha a verdade, também como constatou o Presidente da República, as forças partidárias que aprovaram o referido diploma não estão minimamente preocupadas com a conflitualidade social. Aliás, a chave de todo este miserável imbróglio está aí: é que a visão que do mundo têm essas forças partidárias é definitivamente dialéctico e conflitual.

O Senhor Presidente da República evocou a crise económica para não fazer uso do veto, porém antes de ser económica, a crise que Portugal atravessa é uma profundíssima crise de valores e de convicções. Depois da visita recente do Santo Padre ao nosso país, onde se escutaram palavras em defesa da vida humana e da família, fundada sobre o matrimónio indissolúvel de um homem com uma mulher, os católicos portugueses sentem-se traídos com a promulgação desta lei, tal como já haviam sido traídos com a promulgação por V. Exa. da lei do aborto. Portanto, com mais esta promulgação, o Presidente da República tornou-se mais do que coadjutor, tornou-se cúmplice, o que o há-de amarrar à história com algemas muito pesadas.

Não há uma ética da responsabilidade por oposição a uma ética de convicção pessoal. Há ética, que é como a verdade: não tem relativos. Deste modo, os actos políticos devem ser baseados em convicções ideológicas, dando primazia ao bem comum, e nunca em prognósticos de derrota antecipada, como foi o caso. Hoje perde-se, amanhã ganha-se. Porém, neste caso, V. Exa. escolheu a rendição, criando uma derrota desonrosa, irresponsável, uma profunda desilusão e, acima de tudo, uma ferida aberta no coração de muitos milhares de portugueses.
 
Finalmente, mais do que uma derrota de alguns, a promulgação da lei que permite o casamento civil entre dois homens e entre duas mulheres, foi um desrespeito com as raízes morais do povo português e uma negação do poder constitucional do Presidente da República.



Carta Aberta ao Presidente da República

Fernando Sousa da Pena

Fica Sua Excelência o Presidente da República com o seu nome associado às leis mais iníquas publicadas na história da democracia portuguesa. Por mera estratégia política ou por uma consciência toldada face ao mal radical, Sua Excelência o Presidente Cavaco Silva deixa a sua assinatura na legitimação da morte de milhares de vidas humanas inocentes e indefesas, com a promulgação das leis da procriação medicamente assistida e do aborto. Fica, ainda, associado de modo indelével à destruição da família, célula essencial da nossa civilização, com as leis do divórcio rápido e do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Tinha Sua Excelência o Presidente da República alternativas para evitar qualquer uma destas leis, não tendo vontade ou determinação para parar estes ataques perversos à dignidade da vida humana. Acresce a perplexidade que deixa a sua firmeza quanto ao Estatuto dos Açores, cuja relevância para o País e para o seu futuro é residual.

Sua excelência o Presidente Cavaco Silva tem mostrado enorme preocupação face à economia, às finanças e aos seus poderes formais. Lamentavelmente, o mesmo cuidado não foi colocado na protecção da Nação face a leis gravíssimas que comprometem as gerações futuras. As mesmas que o hão-de julgar nesta sua efémera mas trágica passagem pela mais alta magistratura do País.



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Carta Aberta ao Presidente Cavaco Silva

Maria José Vilaça

Lisboa, 18 de 2010

Exmo Senhor Presidente da República

Dr. Aníbal Cavaco Silva

Faço minhas as palavras que já lhe foram endereçadas por alguns amigos meus. De facto fiquei, se no caso do Lei do Divórcio e da Lei do Aborto já tinha ficado desiludida consigo, desta vez, por causa da vinda do Santo Padre e da forma como nos falou no encontro com a Pastoral Social, nunca esperei que fizesse sua esta Lei totalmente anti-humana. Não está a respeitar direitos nem liberdades de ninguém. Está apenas a ceder a caprichos de quem por doença, ou por dificuldades associadas a percursos de vida difíceis, não sabe usar o seu corpo para expressar o dom da sua vida num compromisso de entrega de si ao outro assumido em liberdade, na totalidade, com fidelidade e fecundidade, como o senhor e a sua esposa fizeram quando casaram, ou como os consagrados fazem quando entregam as suas vidas a Deus para o bem da Igreja. Estas são as características do verdadeiro amor esponsal que fazem da pessoa humana semelhante a Deus também na forma de amar, através do dom esponsal de si e por isso sempre à semelhança da entrega que Cristo fez da Sua vida na Cruz, entrega renovada em cada Eucaristia e cuja analogia esponsal pode ler no livro do apocalipse quando se fala das bodas do cordeiro. Certamente quando casou ou quando os seus filhos casaram deu-se conta disto.
 
Então resta-me pensar que lhe passa pela cabeça que o homem político possa viver e tomar decisões incongruentes com os valores e os princípios morais do homem cristão.
 
Nesse caso, fico muito preocupada porque vejo que está diante dum dilema, uma ferida profunda que só Deus pode curar. O Homem é só um e tem de agir com congruência. A unidade da pessoa é sinónimo de saúde mental. Se houver incongruência há divisões e conflitos internos e rapidamente se gera patologia. Todos os actos políticos são tomados por si enquanto pessoa com todo o peso que os seus valores têm e se não estiver disposto a dar a vida por aquilo em que acredita, é porque não acredita mesmo a sério. Neste caso os eleitores votaram em si acreditando que estaria disposto a dar a vida por esses valores que dizia serem os seus. Sentimo-nos enganados, desiludidos.
 
Mais do que a nós, é por nós, pelo futuro deste País, que terá de responder. O poder que tem foi-lhe dado para exercer a justiça e não para destruir a família, imagem de Deus na terra.
 
O que nos vale a nós todos é que a última palavra de Deus é sempre a misericórdia!




Um presidente inimigo dos católicos

Publicada por O Inimputável

Cavaco Silva andou, não há muitos dias atrás, com ar beatífico e discurso meloso, a marcar presença na visita do Papa Bento XVI. Pelos vistos foi tudo encenação. Factos são factos. Este Presidente de Portugal ficará na história como aquele que:

1) Promulgou a lei do aborto

2) Promulgou a lei do casamento homossexual

Vamos ver se chega ao segundo mandato e se lhe dão a oportunidade de promulgar a inevitável lei da eutanásia. É uma questão de coerência, tal como será a minha de não lhe dar o meu voto.

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A Misericórdia e a condenação eterna

Nuno Serras Pereira

Não é propriamente uma originalidade dos dias que correm a invocação da Misericórdia infinita de Deus para desculpabilizar a gravidade do pecado mortal e as suas consequências no destino eterno da pessoa humana. Já Orígenes admitia uma restauração final em que os condenados ao Inferno e o próprio diabo seriam resgatados e salvos. Em meados do século vinte Giovanni Pappini, no seu livro O Diabo, caiu no mesmo engodo. A Igreja sempre condenou essa teoria, porque não concorde com a Sagrada Escritura nem com a Tradição, reafirmando a eternidade da condenação ao Inferno. A existência deste e a sua eternidade são aliás um Dogma de Fé, isto é, uma verdade Revelada por Deus.

Um outro grande e cultíssimo teólogo contemporâneo, em dois dos seus últimos livros, não advogando embora a apocatástases (restauração final dos condenados, do diabo e demais demónios) defende que o cristão não só pode como deve esperar que todos os homens se possam salvar. Esperar, não significa ter a certeza. Para ele significa que cada um deve viver com tal radicalidade, generosidade e empenho a sua Fé de modo a que “completando na sua carne o que falta à paixão de Cristo” carregue com os pecados dos outros passando, de algum modo, a Graça que lhe é dada para eles, de modo a que se possam converter. Chega a interpretar o sofrimento dos místicos, as suas noites escuras, e o sofrimento dos inocentes como uma participação na Paixão de Cristo capaz de transformar a liberdade inquinada ou ímpia dos outros em liberdade de tender para Deus. Afinal, como diz a Escritura “ Deus quer que todos os homens se salvem”. Adverte, no entanto, que cada um deve, como exorta S. Paulo, “trabalhar com temor e tremor” na sua própria salvação, não a dando, de modo nenhum, como adquirida.

O inferno não foi criado por Deus mas produzido pela liberdade da criatura (angélica) que ao rebelar-se definitivamente contra Ele, se fechou ao Seu amor ou ao Amor que Ele é: “Ide para o fogo eterno destinado ao demónio e aos seus anjos” (Mateus 25, 41). Uma vez que não existirá nenhum pronunciamento solene explícito do Magistério da Igreja declarando, segundo este teólogo, a existência de qualquer ser humano no Inferno podemos e devemos esperar que todos se possam salvar. A verdade porém é que também não há nenhuma declaração do Magistério da Igreja afirmando que o Inferno está vazio de pessoas humanas.

A vulgarização desta hipótese ou especulação teológica acabou por gerar naqueles poucos que ainda aderiam à verdade Revelada da existência do Inferno a convicção de que ninguém lá estaria nem se poderia condenar. Daí se passou à desculpabilização sistemática de toda e qualquer pessoa, por maiores que fossem as enormidades que ela cometesse.

Almas condenadas ao inferno
Segundo Santo Anselmo

Grandes teólogos reagiram, entre eles o eminente Avery Dulles, a muitas das afirmações deste autor. Reconhecendo embora os seus méritos, e muita da doutrina exposta, contestam a necessidade de um pronunciamento solene e explícito do Magistério sobre o assunto e mostram como asserções da Sagrada Escritura, da Tradição e de documentos do Magistério seriam incompreensíveis sem a admissão da eterna perdição efectiva, não só de pessoas angélicas (demónios) mas também de pessoas humanas.

É verdade, como dizia o então Cardeal Ratzinger, que a Fé nos foi dada não para que nos salvemos e os outros se percam mas para que através da nossa Fé os outros também se possam salvar. Mas também não é menos verdade, como dizia numa outra obra, que Deus criou-nos livres e leva a nossa liberdade a sério.

Estou em crer que a Misericórdia de Deus não deve ser invocada em vão, nem para aquietar as consciências dos que procederam mal infundindo-lhes uma falsa esperança de que se podem salvar permanecendo, embora, nos seus pecados porque afinal a última palavra caberá à Misericórdia Divina, que tudo ignorará. Não! A Misericórdia, como nos ensina a parábola do filho pródigo, deve ser invocada para chamar as pessoas ao arrependimento e à conversão, enquanto é tempo, e o tempo é breve. “Morte certa. Hora incerta. Juízo particular. Inferno ou Céu para sempre”. Afinal é isso mesmo que nos diz a Carta de S. Tiago: “Haverá Juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia” (2, 13).

Evidentemente que não usa de misericórdia, ou seja, não é misericordioso, todo aquele que pratica, é cúmplice, coopera formalmente ou é indiferente em relação aquelas monstruosidades legisladas e promulgadas a que me referi no texto de ontem.


Que ninguém duvide: cada um será julgado segundo as suas obras. (Obras praticadas pelo amor, gerado pela Fé que nos foi dada, sem mérito algum da nossa parte. A graça precede sempre, acompanha e guia a vontade.) Por isso podemos ler no Evangelho as palavras severas de Jesus, na parábola do Juízo final, “retirai-vos de Mim, malditos! … para o fogo eterno … ” (Mateus, 25, 41).

E S. Paulo adianta: “ … (C)om a tua dureza e o teu coração impenitente, estás a acumular ira sobre ti, para o dia da cólera e do justo julgamento de Deus, que retribuirá a cada um conforme as suas obras: para aqueles que, ao perseverarem na prática do bem, procuram a glória, a honra e a incorruptibilidade, será a vida eterna; para aqueles que, por rebeldia, são indóceis à verdade e dóceis à injustiça, será ira e indignação. Tribulação e angústia para todo o ser humano que pratica o mal … Glória, honra e paz para todo aquele que pratica o bem …” (Romanos 2, 5-10).







Punição exemplar para Márcia Rodrigues



Afonso de Aguiar Perdigão

É uma vergonha e desrespeito pelos normais princípios de cidadania a forma manipuladora que Márcia Rodrigues utilizou para denegrir a Igreja e Bento XVI.

Márcia Rodrigues utilizou os meios da RTP, serviço público, para fazer comícios anti-Igreja e anti-Bento XVI. O caso é gravíssimo, pelo que a sua autora deve ser punida e sobretudo punida de forma exemplar para fazer diminuir as veleidades dessa gente sem escrúpulos . É um caso muito grave que deve ser punido de forma evidente para servir de exemplo.

 

terça-feira, 18 de maio de 2010

É nos momentos difíceis que o Português revela
o que de melhor tem dentro de si

Eduardo Amarante

Quando, por todo o mundo, o Papa e a Igreja são ferozmente atacados, Portugal acolhe com a sua proverbial hospitalidade e, mais do que isso, com o seu coração místico, Bento XVI, dando testemunho vivo da sua genuína espiritualidade e da sua grandeza de alma. Quando os outros vilipendiam e enterram, Portugal eleva e glorifica.
Com a visita Papal, Portugal recebeu de Bento XVI uma inestimável mensagem de esperança, mas também deu a Sua Santidade todo o seu fervor místico, assente na sua natural vocação humanista e universal.
Num mundo cada vez mais globalizado no materialismo, Portugal reafirmou a contra-corrente de um espiritualismo que se quer universalista. É um reduto de esperança num mundo que se desmorona sem fé e sem crenças.

Bento XVI, ainda no avião e antes de pousar em solo lusitano, assinalou que o maior inimigo da Igreja e da Fé cristã reside no seu próprio seio e também disse explicitamente que o perdão cristão não substitui a justiça, condenando inequivocamente as nódoas pecaminosas de ovelhas transviadas.
 
Já em terra, captando a atmosfera mística da Terra de Santa Maria e absorvendo as energias telúricas de Belém e do Terreiro do Paço, que deixavam transparecer toda a força da seiva lusitana espalhada pelos quatro cantos do mundo através da segunda Missão cumprida pela Ordem de Cristo nos Descobrimentos, Bento XVI, um filósofo místico alemão, convocou os Portugueses para o cumprimento da Terceira Missão, exortando-os a que a levem a cabo e dando-lhes o testemunho e instrumento simbólico-esotérico que, em linguagem cristã, corresponde ao selo e à bênção do Pontífice da civilização cristã.
 
Em primeiro lugar, e defronte do simbólico cais das colunas, de onde partiram as nossas naus e caravelas a espalhar a fé cristã por todo o orbe – e se mais mundos houvera – o místico alemão exortou Portugal a ser o garante da fé cristã numa Europa de raízes e tradições cristãs;
 
Em segundo lugar, convocou Portugal para, de novo, dar novos mundos ao mundo, agora com as caravelas do espírito;
 
Em terceiro lugar, seguindo o exemplo da Ordem de Cristo e dos seus antecessores Templários, o Pontífice da cristandade reiterou a vocação ecuménica dos Portugueses, a sua capacidade de entendimento com os outros povos e culturas, a sua tolerância e sentido da solidariedade para exortar Portugal ao encontro espiritual com os crentes de outros credos religiosos, fazendo lembrar que o Pai celestial ou Deus-Pai é comum a todos os povos da Terra.
 
Em quarto lugar, reafirmou o sagrado vínculo espiritual, tão exaltado por São Bernardo de Claraval, de Portugal a Santa Maria, Nossa Senhora. E, neste sentido, reconheceu o lugar mágico e sagrado de Fátima, como o centro catalisador e emissor da poderosa energia espiritual que daí irradiará para o mundo.
 
Em quinto lugar, o Pontífice estabeleceu uma ponte entre o mundo terreno e o mundo celeste, entre o profano e o sagrado, assinalando a natureza espiritual do homem e os alicerces em que deve assentar: A Verdade, o Bem e o Belo. Esta é a tríplice chave para a nossa conduta espiritual no mundo da existência material, chave essa que nos libertará, aproximando-nos do Divino.
 
Em sexto lugar, o Papa consagrou Portugal no cumprimento da sua missão espiritual, depositando no seio do mais potente foco de energia espiritual em actividade, a “Rosa de Ouro”, isto é, a Rosa mística com um coração no seu interior, sobreposta à Cruz de Cristo.
 
Em sétimo lugar, Bento XVI apelou perante milhões de fiéis à seiva lusitana para levar novos mundos espirituais a um mundo cada vez mais descrente e dessacralizado e, com isso, despertou ancestrais atavismos de carácter espiritual e universal no Povo Português, ou seja, apelou-o à consumação do Quinto Império, consagrado, como outrora haviam sido os Templários, por um místico da mesma origem germânica de São Bernardo e de D. Afonso Henriques, unindo, no Presente, o nosso glorioso Passado a um futuro de Missão a ser cumprida.
 
Antes de deixar o solo português, o Papa chamou aos Portugueses “este povo glorioso”.
 
A partir de agora vivemos um momento único na nossa história, talvez só comparável ao da Fundação e ao dos Descobrimentos. É um momento de Esperança e de Desafio, de União e de Missão.

Sua Santidade, filósofo e místico alemão, realçou a importância de ligar a Fé à Razão, a Ciência à Religião, características essas que marcarão a humanidade do futuro. E depositou em Portugal toda a confiança e esperança, baseadas na Fé e na Razão, no desempenho da sua missão, como um farol (nas suas próprias palavras) do espírito para a humanidade.





 

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O pecado promulgado

Nuno Serras Pereira

“ … (A) maior perseguição da Igreja não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado na Igreja.”
                                                    Bento XVI, 11. 05. 2010
Não há nenhuma dúvida que quer a Doutrina Católica quer a Lei Moral Natural reconhecem e anunciam que os actos sexuais entre pessoas do mesmo sexo são intrinsecamente perversos e depravados; e que a legalização do pseudo-casamento entre pessoas do mesmo sexo ou de “uniões civis”, como as que existem em França e em Inglaterra, por exemplo, constitui uma grave injustiça e uma cooperação formal com o pecado mortal praticado ao abrigo dessa “lei”, tornando a pessoa que legisla ou promulga tal absurdo, moralmente responsável de todo o mal que dela derivar.


Há preceitos que são absolutos morais e que por isso obrigam sempre, sem excepção alguma, em toda e qualquer circunstância, e que, por isso mesmo, não são negociáveis. Tal é o caso em apreço. E não é verdade que no caso de vetar a “lei” ela passaria de qualquer maneira, porque o Presidente pode dissolver a assembleia da república e pode também renunciar ao mandato.

Ao promulgar a “lei” iníqua do falsamente denominado “casamento” entre pessoas do mesmo sexo o Presidente da República, que se proclama católico praticante, comete um gravíssimo pecado que gera uma “grande perseguição” à Igreja. Não só pelo seu pecado em si, mas também por todos os efeitos funestos que dessa “legislação” derivarão.

Talvez o político consiga enredar as multidões como Lenin, Hitler, Mussolini ou Obama mas um dia, brevemente, terá de responder diante do Supremo Juiz, prestando rigorosas contas dos imensos crimes por que foi responsável.






 
 

O Papa que não sorria


Fernando Madrinha, Expresso, 15 de Maio de 2010

Este era o Papa que, segundo os seus críticos, não condenava os casos de pedofilia na Igreja Católica com a clareza necessária, apesar de já o ter feito repetidas vezes. Na viagem para Lisboa, afirmou 'O sofrimento da Igreja vem do interior da Igreja, dos pecados que existem na Igreja'. Mais 'O perdão não exclui a Justiça'. Isto para quem ainda tivesse dúvidas, ou estivesse para as inventar, sobre o modo como Bento XVI entende que devem ser tratadas as 'ervas daninhas' da sua Igreja.

Este era o Papa retrógrado e fundamentalista, supostamente intolerante para com as outras religiões e os que não têm religião alguma. No Centro Cultural de Belém, disse; 'A convivência da Igreja com as outras 'verdades' e com a 'verdade' dos outros é uma aprendizagem que a própria Igreja está a fazer'.

Este era o Papa enquistado na sua fé, conservador, passadista e, portanto, incapaz de promover o diálogo inter-religioso e de fomentar o ecumenismo. Afirmou, a propósito; 'O diálogo, sem ambiguidades e assente no respeito entre as partes envolvidas, é hoje uma prioridade no mundo, à qual a Igreja não se subtrai.' E ainda sobre a diversidade cultural e a relação entre culturas. 'É preciso fazer com que as pessoas não só aceitem a existência da cultura do outro, mas aspirem a enriquecer-se com ela.'

São exemplos de como, nestes dias da visita a Portugal, Bento XVI passou o tempo a desmentir os mitos, as falsidades e os juízos errados que muitos críticos encartados põem a correr sobre ele e sobre o seu pensamento.

Este era também o Papa que não sorria, incapaz de um gesto afectuoso e de estabelecer empatias com as audiências. Mas vimos como se dirigiu aos jovens na Nunciatura e como eles lhe responderam, vimos como as multidões o receberam no belíssimo palco do Terreiro do Paço, no impressionante cenário de Fátima e na Avenida dos Aliados, ou como o aplaudiram no Centro Cultural de Belém.

Compreende-se que tudo isto irrite os que detestam o Papa e o que ele representa.

Mas enquanto não lhes for possível o Povo, esse empecilho que trava o passo na política e nos seus esforços para derrubarem os Valores que a Igreja defende - muitas vezes de modo incoerente, é certo, e não raro contraditório com a prática de alguns dos seus membros - têm que ter paciência. Eles, que são criaturas perfeitas e exigem uma Igreja perfeita, embora só esta que combatem assanhadamente e não outras bem menos tolerantes, o que têm a fazer é meter a viola no saco."