terça-feira, 18 de maio de 2010

É nos momentos difíceis que o Português revela
o que de melhor tem dentro de si

Eduardo Amarante

Quando, por todo o mundo, o Papa e a Igreja são ferozmente atacados, Portugal acolhe com a sua proverbial hospitalidade e, mais do que isso, com o seu coração místico, Bento XVI, dando testemunho vivo da sua genuína espiritualidade e da sua grandeza de alma. Quando os outros vilipendiam e enterram, Portugal eleva e glorifica.
Com a visita Papal, Portugal recebeu de Bento XVI uma inestimável mensagem de esperança, mas também deu a Sua Santidade todo o seu fervor místico, assente na sua natural vocação humanista e universal.
Num mundo cada vez mais globalizado no materialismo, Portugal reafirmou a contra-corrente de um espiritualismo que se quer universalista. É um reduto de esperança num mundo que se desmorona sem fé e sem crenças.

Bento XVI, ainda no avião e antes de pousar em solo lusitano, assinalou que o maior inimigo da Igreja e da Fé cristã reside no seu próprio seio e também disse explicitamente que o perdão cristão não substitui a justiça, condenando inequivocamente as nódoas pecaminosas de ovelhas transviadas.
 
Já em terra, captando a atmosfera mística da Terra de Santa Maria e absorvendo as energias telúricas de Belém e do Terreiro do Paço, que deixavam transparecer toda a força da seiva lusitana espalhada pelos quatro cantos do mundo através da segunda Missão cumprida pela Ordem de Cristo nos Descobrimentos, Bento XVI, um filósofo místico alemão, convocou os Portugueses para o cumprimento da Terceira Missão, exortando-os a que a levem a cabo e dando-lhes o testemunho e instrumento simbólico-esotérico que, em linguagem cristã, corresponde ao selo e à bênção do Pontífice da civilização cristã.
 
Em primeiro lugar, e defronte do simbólico cais das colunas, de onde partiram as nossas naus e caravelas a espalhar a fé cristã por todo o orbe – e se mais mundos houvera – o místico alemão exortou Portugal a ser o garante da fé cristã numa Europa de raízes e tradições cristãs;
 
Em segundo lugar, convocou Portugal para, de novo, dar novos mundos ao mundo, agora com as caravelas do espírito;
 
Em terceiro lugar, seguindo o exemplo da Ordem de Cristo e dos seus antecessores Templários, o Pontífice da cristandade reiterou a vocação ecuménica dos Portugueses, a sua capacidade de entendimento com os outros povos e culturas, a sua tolerância e sentido da solidariedade para exortar Portugal ao encontro espiritual com os crentes de outros credos religiosos, fazendo lembrar que o Pai celestial ou Deus-Pai é comum a todos os povos da Terra.
 
Em quarto lugar, reafirmou o sagrado vínculo espiritual, tão exaltado por São Bernardo de Claraval, de Portugal a Santa Maria, Nossa Senhora. E, neste sentido, reconheceu o lugar mágico e sagrado de Fátima, como o centro catalisador e emissor da poderosa energia espiritual que daí irradiará para o mundo.
 
Em quinto lugar, o Pontífice estabeleceu uma ponte entre o mundo terreno e o mundo celeste, entre o profano e o sagrado, assinalando a natureza espiritual do homem e os alicerces em que deve assentar: A Verdade, o Bem e o Belo. Esta é a tríplice chave para a nossa conduta espiritual no mundo da existência material, chave essa que nos libertará, aproximando-nos do Divino.
 
Em sexto lugar, o Papa consagrou Portugal no cumprimento da sua missão espiritual, depositando no seio do mais potente foco de energia espiritual em actividade, a “Rosa de Ouro”, isto é, a Rosa mística com um coração no seu interior, sobreposta à Cruz de Cristo.
 
Em sétimo lugar, Bento XVI apelou perante milhões de fiéis à seiva lusitana para levar novos mundos espirituais a um mundo cada vez mais descrente e dessacralizado e, com isso, despertou ancestrais atavismos de carácter espiritual e universal no Povo Português, ou seja, apelou-o à consumação do Quinto Império, consagrado, como outrora haviam sido os Templários, por um místico da mesma origem germânica de São Bernardo e de D. Afonso Henriques, unindo, no Presente, o nosso glorioso Passado a um futuro de Missão a ser cumprida.
 
Antes de deixar o solo português, o Papa chamou aos Portugueses “este povo glorioso”.
 
A partir de agora vivemos um momento único na nossa história, talvez só comparável ao da Fundação e ao dos Descobrimentos. É um momento de Esperança e de Desafio, de União e de Missão.

Sua Santidade, filósofo e místico alemão, realçou a importância de ligar a Fé à Razão, a Ciência à Religião, características essas que marcarão a humanidade do futuro. E depositou em Portugal toda a confiança e esperança, baseadas na Fé e na Razão, no desempenho da sua missão, como um farol (nas suas próprias palavras) do espírito para a humanidade.





 

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