sábado, 30 de novembro de 2013

A seita feminista NSI elogia
os préstimos de Tolentino


Ana Vicente
A seita feminista «Nós Somos Igreja», pela boca da esquerdinha Ana Vicente, agradece ao padre Tolentino o seu papel de intoxicação contra o cristianismo. O texto foi publicado no blogue da seita.

O referido padre apoia tudo o que há de pior dentro da Igreja, quer no plano teológico, quer no plano moral, cultural ou político. Acresce que o indivíduo é mantido pela Conferência Episcopal Portuguesa à frente da Pastoral da Cultura.

Para a devida apreciação, eis alguns extractos do texto da feminista Ana Vicente.


«Celebrando o dia da Anunciação de Nossa Senhora
 Palavras de abertura na sessão de Poesia

«Na minha qualidade de membro do Movimento Internacional Nós Somos Igreja, cabe-me agradecer muitíssimo ao Pe Tolentino de Mendonça, cuidador e animador deste espaço mítico conhecido como a Capela do Rato. Espaço aberto às muitas moradas que tem a Igreja e que o Pe Tolentino respeita e acolhe, estando sempre atento aos sinais dos tempos. (...)
Padre Tolentino de Mendonça
«O Movimento Nós Somos Igreja escolheu o dia 25 de Março, quando se comemora a Anunciação a Nossa Senhora, como Dia Internacional de Oração pela Ordenação das Mulheres. (...) Fique bem claro que quando falamos da ordenação das mulheres pensamos que, antes, é essencial proceder a uma reforma profunda do próprio sacerdócio.

«(...) o Pe Tolentino (...) acrescentou que a «Igreja é fiel ao Espírito e ao que este lhe vai dizendo e vive num processo de renovação permanente.» (POIS CLARO QUE SIM!!!)

«(...) E já que temos um papa Jesuíta oiçam o que a 34ª Congregação da Ordem escreveu em 1995, em Roma: «Estamos conscientes do prejuízo que tem causado no Povo de Deus a alienação da mulher, (...)»


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Crises de ontem e de hoje


Declarações  de Mário Soares há 30 anos

Na sequência do descalabro financeiro provocado pelos governos despesistas e eleitoralistas de Sá Carneiro e Balsemão, o Governo do bloco central PS-PSD, em Agosto de 1983, viu-se obrigado a assinar um memorando de entendimento com o Fundo Monetário Internacional. Os impostos subiram, os preços dispararam, a moeda desvalorizou, o crédito acabou, o desemprego e os salários em atraso tornaram-se numa chaga social e havia bolsas de fome por todo o País.

Era a única maneira de recompor as finanças de Portugal. O Primeiro-Ministro era Mário Soares.

Vejamos as suas correctas declarações de então, comparando-as com as que profere hoje, na situação de idêntica crise financeira, desta vez provocada não apenas pelos governos PSD (Cavaco e seguintes) mas também pelos governos do PS (Guterres e Sócrates).


—  «Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto».
DN, 27 de Maio de 1984

— «Não se fazem omeletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns».
DN, 01 de Maio de 1984

— «Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo».
JN, 28 de Abril de 1984

— «Quando nos reunimos com os macro economistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal».
JN, 28 de Abril de 1984

— «Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível».
RTP, 1 de Junho de 1984

— «A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós».
RTP, 1 de Junho de 1984

— «Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos».
RTP, 1 de Junho de 1984

— «O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente».
RTP, 1 de Junho de 1984

— «[O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (…). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego».
JN, 28 de Abril de 1984

— «O que sucede é que uma empresa quando entra em falência… deve pura e simplesmente falir. (…) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade».
JN, 28 de Abril de 1984

— «Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais
caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre».
RTP, 1 de Junho de 1984

— «Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos».
1.ª Página, 6 de Dezembro de 1983

— «Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários».
DN, 19 de Fevereiro de 1984

— «A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar».
RTP, 1 de Junho de 1984

— «A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa».
Der Spiegel, 21 de Abril de 1984

— «Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á».
RTP, 31 de Maio de 1984

— «A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço».
La Republica, 28 de Abril de 1984

— «As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta».
Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984

— «Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um politico sê-lo nas condições actuais».
JN, 28 de Abril de 1984

— «Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida».
RTP, 1 de Junho de 1984

— «Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói».
6 de Junho de 1984





quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Calendário das comemorações
do 1.º de Dezembro



Organizado pela Sociedade Histórica
da Independência de Portugal (SHIP)

Domingo, 1 de Dezembro de 2013

09h30: Hastear da Bandeira da Restauração com Banda do Exército.
10h00: Missa cantada de Acção de Graças
aos «Heróis da Restauração».
11h30: Cerimónias Oficiais de Homenagem aos Restauradores.
12h30: Assinatura do Livro de Honra da SHIP.
14h30: Desfile de Bandas Filarmónicas.
17h00: «Reviver 1640» Reconstrução histórica da actuação dramática dos 40 conjurados.
17h45: «Arraial da Conjura» com música popular portuguesa.
18h30: «LiberTUNAS» com a presença de tunas académicas.





terça-feira, 26 de novembro de 2013

Notícia da RR e comentário:
Sínodo anglicano vota a favor
de mulheres bispo


Luís Lemos

Esta notícia (que reproduzimos a azul) foi redigida por algum jornalista da RR ou então será de agência noticiosa e foi reproduzida no sítio pela dita rádio, sem pestanejar. Isto significaria que o jornalista da RR subscreve o texto. Os nossos comentários serão entremeados na peça.


Uma clériga inglesa citou o Papa Francisco
no seu discurso a favor da ordenação
episcopal de mulheres.
Apenas oito pessoas votaram contra.

Anglicana
A Igreja de Inglaterra poderá ter mulheres bispo já em 2014 ou 2015.

O sínodo geral da Igreja Anglicana aprovou esta tarde a ordenação episcopal de mulheres, apenas um ano depois de a mesma medida ter sido bloqueada por forças conservadoras. Topam a posição dos «progressistas» da RR, «emissora católica portuguesa»? Forças conservadoras!

O chumbo de 2012 foi inesperada e um grande choque para a maioria dos anglicanos. Coitadinhos! Sofreram tanto com tal choque provocado pelas forças conservadoras! Na altura foi a câmara dos leigos que não conseguiu os dois terços necessários para passar a medida, mas os líderes da Igreja, incluindo o Arcebispo de Cantuária, prometeram fazer tudo para ultrapassar a situação. Quer dizer que os leigos não são tão progressistas como a hierarquia. Esta, sim, é progressista! (Onde é que já vimos este filme?)

A votação desta quarta-feira encurta o tempo que seria necessário esperar para voltar a apresentar a moção. Um total de 378 membros do sínodo, que inclui bispos, clérigos e leigos, votou a favor. Oito pessoas votaram contra e houve 25 abstenções. Viva a democracia! Viva o referendo popular! Vivam «as bases»! Falta ainda uma votação mais formal, mas com estes níveis de apoio não há possibilidade de qualquer das câmaras chumbar a iniciativa.

A aprovação apenas foi possível com a cedência das facções mais conservadorasÉ que estes tipos conservadores, além de conservadores, são facções. Não serão mesmo máfias? A RR não estará a exagerar na sua caridade? Estas apenas alinharam perante garantias de que as suas dioceses ou paróquias não seriam servidas por mulheres bispo, uma vez que não aceitam a validade das suas ordens.

A Igreja de Inglaterra está assim prestes a tornar-se a mais recente igreja da Comunhão Anglicana a permitir a ordenação de mulheres para o episcopado, juntando-se à Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos, cujo ramo anglicano, a Igreja Episcopaliana, é mesmo chefiado por uma mulher.

Papa citado

Durante o debate que antecedeu a votação, várias pessoas falaram a favor da medida.

A certa altura uma cónega resolveu mesmo citar o Papa Francisco neste contexto: «O Papa Francisco percebeu – ele deixou de julgar as pessoas e começou a amá-las».

A citação é duplamente curiosa uma vez que a Igreja Anglicana não reconhece a primazia e a autoridade do Papa e, na conferência de imprensa que deu no regresso do Rio de Janeiro, o Papa Francisco foi claro na sua resposta quando questionado sobre a eventual ordenação de mulheres para o sacerdócio, dizendo que «essa é uma porta que está fechada».

A Igreja Católica considera que não tem a autoridade para ordenar mulheres, uma vez que nem nas escrituras nem na tradição da Igreja existe sustento para essa inovação.




  

domingo, 24 de novembro de 2013

Desenleando a polémica
sobre a psiquiatria e a pedofilia
enquanto «orientação sexual»


Jorge Ferraz

A polémica do dia é esta: Psiquiatras dos EUA aceitam pedofilia como «orientação sexual». O assunto está correr na internet.

Li o seguinte na «ACI Digital»:

A Associação Americana de Psiquiatria dos Estados Unidos (APA) aceitou dentro da quinta edição do seu Manual de Diagnóstico e Estatística das Desordens Mentais a «orientação sexual pedofílica», e diferenciou-a da «desordem pedofílica».

Fui procurar. O tal Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorder sexiste. A sua quinta edição foi de facto recentemente editada. Trata-se realmente de um texto de referência da American Psychiatric Association.

Não tive acesso à íntegra do manual na internet, mas encontrei (no site oficial do DSM-5) um documento falando sobre parafilias com a nova versão. Lá é realmente dito que a quinta edição do livro traçou uma linha separativa entre comportamento humano atípico e comportamento que causa angústia mental [mental distress] para o indivíduo ou faz com que ele seja uma séria ameaça ao bem-estar físico e psicológico de terceiros. E estabeleceu a diferença entre o comportamento atípico e a doença (possivelmente) decorrente dele:

É uma diferença subtil mas crucial, que torna possível a um indivíduo envolver-se consensualmente em comportamentos sexuais atípicos sem ser inapropriadamente rotulado com um distúrbio mental. Com esta revisão, o DSM-5 claramente distingue entre interesses sexuais atípicos e distúrbios mentais envolvendo estes desejos ou comportamentos.

[It is a subtle but crucial difference that makes it possible for an individual to engage in consensual atypical sexual behavior without inappropriately being labeled with a mental disorder. With this revision, DSM-5 clearly distinguishes between atypical sexual interests and mental disorders involving these desires or behaviors.]

E aí começou a brincadeira: masoquismo sexual virou «distúrbio sexual masoquista», fetichismo virou «distúrbio fetichista», etc. Finalmente chegamos à cereja do bolo: o que era simplesmente pedofilia (pedophilia) virou «distúrbio pedofílico» (pedophilic disorder).

À primeira vista, portanto, vale tudo o que foi dito acima: a «subtil» mudança objectivava distinguir o comportamento do distúrbio, tornando assim possível a existência de um «desejo ou comportamento» pedofílico que não fosse intrinsecamente doentio. Porém, contudo, todavia, o mesmo documento dedica o parágrafo final a este espinhoso caso, explicando o seguinte:

No caso do distúrbio pedofílico, o detalhe (sic) notável é o que não foi revisado no novo manual. Embora tenham sido discutidas propostas durante o processo de elaboração do DSM-5, os critérios diagnósticados terminaram permanecendo os mesmos do DSM-IV TR. Apenas o nome do distúrbio será mudado de pedofilia para distúrbio pedofílico, a fim de manter a consistência com [a nomenclatura adoptada] nos outros itens do capítulo.

[In the case of pedophilic disorder, the notable detail is what wasn’t revised in the new manual. Although proposals were discussed throughout the DSM-5 development process, diagnostic criteria ultimately remained the same as in DSM-IV TR. Only the disorder name will be changed from pedophilia to pedophilic disorder to maintain consistency with the chapter’s other listings.]

Note-se, portanto, a alteração: fez-se uma revisão completa no conceito de parafilias, a fim de distinguir entre o «comportamento atípico» e o distúrbio que o envolve. Para expressar essa mudança conceitual, adoptou-se uma nova terminologia, transformando a «parafilia X» no «distúrbio X-parafílico». Única e exclusivamente no caso da pedofilia, mantiveram-se os critérios de diagnóstico da versão anterior (i.e., para ela não vale a distinção recém-introduzida). No entanto, para manter uma nomenclatura padrão, alterou-se o nome da doença de «pedofilia» simpliciter para «distúrbio pedofílico». Ao contrário de todos os outros casos, aqui esta nova terminologia não significa uma mudança conceitual no distúrbio psicológico.

A emenda saiu pior do que o soneto. É bastante óbvio que se vai questionar este tratamento diferenciado, feito sem o menor rigor científico. Ou pior, estas notas de rodapé serão facilmente ignoradas quando as pessoas começarem a citar e a usar somente a nova nomenclatura, tendo já interiorizado a razão da mudança. No fundo, esta tentativa de salvar a credibilidade da psiquiatria ficou patética, e não terá força alguma para conter a revolução moral que já há décadas se lança impetuosa contra o que resta de bom senso na civilização ocidental. A APA não reclassificou a pedofilia como uma «orientação sexual», mas deu todas as ferramentas para que isso – por engano ou má fé – doravante possa ser facilmente feito.