sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Evangelização exige boa formação intelectual
--- afirma o Papa Bento

Ao presidir a Audiência Geral desta quarta-feira dedicada a São Domingos de Gusmão, o Papa Bento XVI explicou que seguindo o exemplo desta grande figura da idade Média, a evangelização exige uma boa formação intelectual.

Na sua catequese na Sala Paulo VI, o Santo Padre explicou que São Domingos nasceu em Caleruega, Burgos, Espanha, em 1170. Depois de ser ordenado sacerdote foi eleito cónego da Catedral de Osma, "mas esta nomeação não o interpretou como um privilégio pessoal, nem como o início de uma brilhante carreira eclesiástica, mas como um serviço feito com dedicação e humildade".

Bento XVI explicou que o Bispo de Osma "não demorou a reconhecer as qualidades espirituais de Domingos" e quis contar com sua colaboração para uma missão diplomática no norte da Europa. Nesta viagem, São Domingos deu conta de que "havia povos ainda não evangelizados e a laceração religiosa que debilitava a vida cristã no sul da França, sobre tudo pela ação de alguns grupos heréticos, pela qual os fiéis se afastavam da verdade da fé".

O Papa Honório III pediu a São Domingos "que se dedicasse a pregar aos albigenses", um grupo herético que afirmava que a criação provinha de duas naturezas: o bem e o mal, e que negava algumas realidades cristãs como a encarnação de Cristo e de alguns sacramentos. São Domingos "aceitou com entusiasmo esta missão, que realizou com o exemplo de sua existência pobre e austera, com o anúncio do Evangelho e com discussões públicas".

"Cristo é o bem precioso que os homens e mulheres de todos os tempos e lugares têm o direito de conhecer e de amar! É consolador ver como também na Igreja de hoje há tantos –pastores e fiéis leigos–, membros de antigas ordens religiosas e de novos movimentos eclesiásticos, que dão sua vida com alegria por este ideal supremo: anunciar e testemunhar o Evangelho!".

O Santo Padre assinalou que ao Santo se uniram outros companheiros, com os quais realizou a primeira fundação na França e a partir daí "nasceu a Ordem dos Predicadores". Adotou "a antiga regra de Santo Agostinho, adaptando-a às exigências da vida apostólica, que levavam junto a seus companheiros a pregar de um lugar a outro, mas retornando depois aos próprios conventos, lugares de estudo, oração e vida comunitária".

São Domingos, seguiu o Papa, "quis que seus seguidores recebessem uma sólida formação teológica, por isso não duvidou em enviá-los às universidades de seu tempo" para que se dediquem a "um estudo baseado na alma de todo saber teológico, quer dizer, na Sagrada Escritura e respeitoso das questões expostas pela razão".

"O desenvolvimento da cultura impõe a quem desenvolve o ministério da Palavra, em seus vários níveis, estar bem preparados. Exorto a todos -pastores e leigos- a cultivar esta 'dimensão cultural' da fé, para que a beleza da verdade cristã seja melhor compreendida e a fé seja realmente alimentada, reforçada e defendida. Neste Ano Sacerdotal, convido os seminaristas e os sacerdotes a estimarem o valor espiritual do estudo. As qualidades do ministério sacerdotal também dependem da generosidade com a que alguém se dedica ao estudo das verdades reveladas".

"Domingos, que quis fundar uma ordem religiosa de pregadores-teólogos, nos recorda que a teologia tem uma dimensão espiritual e pastoral, que enriquece o ânimo da vida. Os sacerdotes, os consagrado e todos os fiéis podem encontrar uma profunda 'alegria interior' na contemplação da beleza da verdade que vem de Deus, verdade sempre atual e sempre viva".

São Domingos faleceu em Bolonha em 1221 e foi canonizado em 1234. "Com sua santidade, nos indica dois meios indispensáveis para que a ação apostólica seja incisiva: a devoção Mariana", especialmente a oração do Terço, "que seus filhos espirituais tiveram o grande mérito de difundir" e "o valor da oração de intercessão pelo êxito do trabalho apostólico".

Número de católicos no mundo aumenta
em 19 milhões



VATICANO, 22 Fev. 10 (ACI) .- O Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, e o Arcebispo Fernando Filoni, Substituto para os Assuntos Gerais, apresentaram no fim de semana ao Papa Bento XVI a edição do Anuário Pontifício de 2010. Neste documento se indica, entre outros importantes dados, que os católicos no mundo aumentaram em 19 milhões.

Entre 2007 e 2008, assinala o anuário, os católicos no mundo passaram de 1,147 mil milhões para 1,166 mil milhões, com um aumento de 19 milhões de fiéis, quer dizer, 1,7 por cento. Destaca-se ademais que em 2009, o Papa erigiu 8 sedes episcopais e uma prelatura territorial; foi elevada a diocese uma prelatura territorial e 3 prefeituras a vicariatos apostólicos. Do mesmo modo, nomearam-se 169 novos bispos.

Entre 2007 e 2008 os bispos passaram de 4 946 a 5 002. Por isso concerne ao número de presbíteros, tanto diocesanos como religiosos, aumentaram nos nove últimos anos, passando de 405 178 em 2000 a 409 166 em 2008. A dinâmica desta cifra, entretanto, é distinta em cada continente: enquanto na África, Ásia e América crescem as vocações sacerdotais, na Europa diminuíram, passando de 51,5 por cento aos 47,1 por cento, e na Oceania se mantêm estáveis.

Entre o pessoal que colabora na actividade pastoral dos bispos e sacerdotes, as religiosas constituem o grupo mais numeroso. Se em 2000 eram 801 185, em 2008 passaram a ser 739 067. Na Europa e América concentra-se a maior porcentagem de religiosas: 40,9 por cento e 27,5 por cento, respectivamente.

As maiores diminuições se percebem nestes continentes e na Oceania, enquanto que na África e na Ásia aumentaram 21,2 por cento e 16,4 por cento, respectivamente. Embora estes números rebatam o decréscimo, não chegam a anulá-lo totalmente.

Em relação aos candidatos ao sacerdócio, houve um aumento, passando de 115 919 em 2007 a 117 024 em 2008, com uma evolução diferente em cada continente. Enquanto na África, Ásia e Oceania cresceram respectivamente 3,6 por cento, 4,4 por cento e 6,5 por cento, na Europa diminuíram 4,3 por cento e América se mantém invariável.



domingo, 21 de fevereiro de 2010

Crentes e não crentes unidos na defesa da família

Dezenas de milhares de portugueses desfilaram hoje, em Lisboa, da Rotunda aos Restauradores, a favor do casamento entre pessoas de sexo diferente e contra o projecto de lei do Governo estabelecendo o «casamento» entre pederastas e entre lésbicas.

A manifestação, promovida pela Plataforma Cidadania e Casamento, contou com a adesão e presença de organizações de sensibilidades políticas e religiosas diferentes, todos juntos no mesmo objectivo: defender os valores tradicionais da família. A Milícia de São Miguel foi uma das instituições associadas à promoção da manifestação.  Esta contou também com a presença de um grupo de motards da Associação de Motards Cristãos.

A manifestação foi um êxito, quer pelo número de pessoas participantes, quer pelo modo ordenado como decorreu, apesar de uma contra-manifestação de cerca de 20 indivíduos concentrados em frente ao cinema São Jorge.

Este êxito abre boas perspectivas para a luta contra os propósitos antifamília de Sócrates.