sábado, 25 de maio de 2013

Igreja reflete sobre como responder
ao fenómeno das seitas


Na Quinta-Feira 16 de Maio aconteceu na Domus Santa Marta um encontro onde representantes de vários dicastérios vaticanos e da Igreja na Itália refletiram sobre as respostas pastorais para enfrentar o fenómeno das seitas e novos movimentos religiosos.

«A reunião, em que aproximadamente quarenta participantes representaram os vários dicastérios vaticanos, às Universidades Pontifícias, à Conferência Episcopal Italiana e ao Vicariato de Roma, é mais um passo no caminho de reflexão, estudo e busca de respostas pastorais eficazes», informou a Santa Sé nesta Quinta-Feira.

O evento foi inaugurado e encerrado pelo Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran. Entre os temas tratados estão os Novos Movimentos Religiosos e a Nova Evangelização; as Novas fronteiras do sagrado: Diálogo e Comparação entre fé e credulidade; Católicos e Pentecostais: identidade, relações e perspectivas; e a «New Age» sob uma análise de contexto cultural.

O encontro foi organizado pelo Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso que, junto com a Congregação para a Evangelização dos Povos e os Pontifícios Conselhos para a Promoção da Unidade dos Cristãos e da Cultura, que há muito tempo se dedica ao estudo desse fenómeno.

Como se recorda, em 1986 publicou-se pela primeira vez um breve relatório provisório, «O fenómeno das seitas e os novos movimentos religiosos de desafio pastoral», resultado de um questionário que se enviou dois anos antes às Conferências Episcopais, e depois disso, os dicastérios continuaram o trabalho de reflexão publicando uma antologia de textos da Igreja Católica sobre os Novos Movimentos Religiosos titulada «Seitas e novos movimentos religiosos: textos da Igreja Católica (1986-1994)».

Posteriormente, em 2003 publicou-se «Jesus Cristo portador de Água Viva». Uma reflexão cristã sobre a «New Age» editada pelos Pontifícios Conselhos da Cultura e para o Diálogo Inter-religioso a que se seguiu uma Consulta Internacional sobre a Nova Era.





quinta-feira, 23 de maio de 2013

Francisco e o Diabo

Ele cita-o permanentemente. Ele combate-o sem descanço. Ele de modo nenhum o considera como um mito mas como um ser real e como o inimigo mais dissimulado da Igreja.

Sandro Magister


(Texto em francês e inglês)

Dans la prédication du pape François, il y a un sujet qui revient avec une fréquence surprenante: le diable.

Cette fréquence est équivalente à celle des mentions de ce même sujet dans le Nouveau Testament. Mais même si l’on tient compte de ce point, la surprise subsiste. Ne serait-ce qu’en raison du fait que le pape Jorge Mario Bergoglio se différencie, par ses références continuelles au diable, de la prédication actuellement prédominante dans l’Église: ou bien elle ne parle pas du diable, ou bien elle réduit celui-ci à une métaphore.

Ou plutôt la minimisation du diable est si répandue qu’elle projette son ombre sur les propos mêmes que tient le pape à ce sujet. Jusqu’à maintenant, l’opinion publique, qu’elle soit catholique ou laïque, a enregistré cette insistance du pape à propos du diable avec insouciance ou, au mieux, avec une indulgente curiosité.

Or une chose est certaine: pour le pape Bergoglio, le diable n’est pas un mythe, mais une personne réelle. Dans l’une des homélies matinales qu’il prononce à la chapelle de la Domus Sanctæ Marthæ, il a affirmé que non seulement il y a une haine du monde envers Jésus et envers l’Église, mais que, derrière cet esprit du monde, il y a «le prince de ce monde»:

«Par sa mort et sa résurrection, Jésus nous a libérés du pouvoir du monde, du pouvoir du diable, du pouvoir du prince de ce monde. L’origine de la haine, c’est ceci: nous sommes sauvés et ce prince du monde, qui ne veut pas que nous soyons sauvés, nous hait et il fait naître la persécution, qui a commencé dès les premiers temps de Jésus et qui continue encore aujourd’hui».

Face au diable, il faut – affirme le pape – réagir comme l’a fait Jésus, qui «a répondu avec la parole de Dieu. On ne peut pas dialoguer avec le prince de ce monde. Le dialogue est nécessaire entre nous, il est nécessaire pour la paix, c’est une attitude que nous devons avoir entre nous, pour nous écouter, pour nous comprendre. Et il faut qu’il soit constamment maintenu. Le dialogue naît de la charité, de l’amour. Mais on ne peut pas dialoguer avec ce prince; on peut seulement répondre avec la parole de Dieu qui nous défend».

Lorsqu’il parle du diable, François montre qu’il a une vision très claire des fondements bibliques et théologiques concernant celui-ci.

Et c’est justement pour nous rafraîchir la mémoire à propos de ces fondements que le théologien Inos Biffi est intervenu dans «L’Osservatore Romano» du 4 mai, avec un article qui récapitule la présence et le rôle du diable dans l’Ancien et dans le Nouveau Testament, aussi bien en ce qui est révélé et manifeste qu’en ce qui appartient encore à un «panorama caché» et en définitive aux «voies impénétrables» de Dieu.

Cet article est reproduit ci-dessous et il se termine sur une critique de l’idéologie actuellement prédominante qui «banalise» la personne du diable.

Une idéologie contre laquelle Bergoglio entend rappeler tout le monde à la réalité.

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Francis and the Devil

He refers to him continually. He combats him without respite. He does not believe him to be a myth, but a real person, the most insidious enemy of the Church.

Sandro Magister

In the preaching of Pope Francis, there is one subject that returns with surprising frequency: the devil.

It is a frequency on a par with that with which the same subject recurs in the New Testament. But in spite of this, the surprise remains. If for no other reason than that with his continual references to the devil, pope Jorge Mario Bergoglio parts ways with the current preaching in the Church, which is silent about the devil or reduces him to a metaphor.

In fact, the minimization of the devil is so widespread that it casts its shadow over the very words of the pope. Public opinion, both Catholic and secular, has so far met this insistence of his on the devil with indifference, or at the most with indulgent curiosity.

One thing, however, is certain. For pope Bergoglio, the devil is not a myth, but a real person. In one of his morning homilies in the chapel of the Domus Sanctae Marthae, he said that not only is there a hatred of the world for Jesus and the Church, but that behind this spirit of the world is «the prince of this world»:

«With his death and resurrection, Jesus has ransomed us from the power of the world, from the power of the devil, from the power of the prince of this world. The origin of the hatred is this: we are saved and that prince of the world, who does not want us to be saved, hates us and gives rise to the persecution that from the earliest times of Jesus continues until today.»

One must react to the devil – the pope says – as did Jesus, who «replied with the word of God. With the prince of this world one cannot dialogue. Dialogue is necessary among us, it is necessary for peace, it is an attitude that we must have among ourselves in order to hear each other, to understand each other. And it must always be maintained. Dialogue is born from charity, from love. But with that prince one cannot dialogue; one can only respond with the word of God that defends us.»

In speaking of the devil, Francis demonstrates that he has very clearly in mind his biblical and theological foundations.

And precisely for a fresh understanding of these foundations, «L’Osservatore Romano» of May 4 published an article by the theologian Inos Biffi that reviews the presence and role of the devil in the Old and New Testament, both in that which is revealed and manifest and in that which still belongs to a «hidden panorama» and in a definitive manner to the «inscrutable ways» of God.

The article is reproduced below, and concludes with a criticism of the current ideology that «trivializes» the person of the devil.

The ideology against which Bergoglio wants to call everyone back to reality.





Porta-voz vaticano nega
que o Papa tenha feito
um exorcismo em São Pedro


O porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi, negou que o Papa Francisco tenha realizado um exorcismo na Praça de São Pedro no Domingo 19 de Maio na Solenidade de Pentecostes.

Em declarações ao Grupo ACI, o director do Escritório de Imprensa da Santa Sé referiu que «o Papa não teve nenhuma intenção de realizar um exorcismo, portanto é absolutamente falso que tenha feito isso. Simplesmente fez uma oração pelo doente».

As especulações sobre o suposto exorcismo realizado pelo Papa surgiram devido a um vídeo colocado na Internet pelo canal TV 2000 da Conferência Episcopal Italiana. O vídeo é a promoção do programa «Vade Retro» (uma fórmula em latim que se usa nos ritos de exorcismo e que significa «volta atrás» ou «retroceder») no qual o sacerdote legionário Juan Reveja apresenta um jovem ao Papa.

O que o presbítero disse ao Papa não se sabe, mas vê-se o Santo Padre com o semblante sério e logo em atitude de oração pelo menino em cadeira de rodas. Depois põe ambas as mãos sobre ele.

Enquanto o Papa rezava, ouve-se um som como de um grunhido que provém do jovem que abre a boca e se encolhe um pouco sobre a sua cadeira de rodas.

A segurança vendo o que aconteceu apressaram-se para aceitar uma carta que o Padre Reveja tinha antes do Santo Padre passar para cumprimentar outra pessoa.

«Como é normal, muitos doentes e muitas pessoas com dificuldade são apresentados ao Papa, e ele ora por eles sempre», disse o Padre Federico Lombardi ao Grupo ACI.





quarta-feira, 22 de maio de 2013

Como as Escrituras falam do Demónio

Inos Biffi
(Texto em francês e inglês)
Après l’apparition de l’homme, œuvre du sixième jour de la création, voici que se manifeste la présence d’un être mystérieux et inquiétant, le serpent. Ce que celui-ci entreprend auprès de nos premiers parents et ce qu’il se promet d’obtenir d’eux surprend et déconcerte : il se propose d’insinuer en eux le soupçon vis-à-vis de Dieu, c’est-à-dire de les persuader que les interdictions que celui-ci a édictées sont dues à une jalousie de sa part, à sa crainte qu’ils ne deviennent ses égaux. Le serpent incarne, précisément aux origines du monde et de son histoire, la présence d’un être envieux : «C’est par l’envie du diable que la mort est entrée dans le monde» (Livre de la Sagesse, 2, 24).

Dans le Nouveau Testament il est question de ce serpent à de nombreuses reprises. Jésus se réfère à lui en déclarant que le diable est «homicide depuis l’origine» ; qu’en lui «il n’y a pas de vérité» ; «quand il dit ses mensonges, il les tire de son propre fonds, parce qu’il est menteur et père du mensonge» (Jean, 8, 44). Et Jésus le définit également comme «Prince de ce monde» (Jean, 12, 31; 16, 11).

Paul affirme que «le serpent séduisit Ève en recourant à la fourberie» (2 Corinthiens, 11, 3) ; ailleurs il fait allusion à ceux se sont fourvoyés «à la suite de Satan» (1 Timothée, 5, 14). Le même apôtre parle du mode de vie à la manière du monde, dans lequel on suit «le prince de l’empire de l’air, cet esprit qui poursuit son œuvre en ceux qui résistent» (Éphésiens, 2, 2) ; il fait mention des «pièges tendus par le démon» et de la bataille que nous livrons «contre les principautés et les puissances, contre les régisseurs de ce monde de ténèbres, contre les esprits du mal» (Éphésiens, 6, 12).

La première lettre de Pierre nomme «l’ennemi», «le diable», ou l’«accusateur», qui «comme un lion rugissant, rôde, cherchant qui il dévorera» (5, 8). Et, dans les lettres de Jean, il est question de «l’antichrist» qui doit venir (1 Jean, 2, 18) ; du «menteur» qui nie que Jésus soit le Christ ; de l’«antichrist» qui «nie le Père et le Fils» (2, 22). Dans l’Apocalypse, il est écrit : «Alors une grande bataille s’engagea dans le ciel : Michel et ses anges combattirent le dragon. Et le dragon riposta, appuyé par ses anges, mais ils eurent le dessous et ils furent chassés du ciel. On le jeta donc, l’énorme dragon, l’antique serpent, le Diable et le Satan, comme on l’appelle, le séducteur du monde entier, on le jeta sur la terre et ses anges y furent jetés avec lui» (12, 7-9).

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Entre ces textes et l’exégèse de Jésus à propos du diable, homicide et menteur depuis l’origine, l’accord est parfait : il s’agit d’un être hostile à Dieu, dont il veut bouleverser la Parole, et en même temps hostile à l’homme, qu’il se propose de séduire et d’inciter à la rébellion contre le dessein de Dieu. Il est le Malin. En particulier, l’accord exégétique concerne celui à qui le diable réserve son aversion, c’est-à-dire Jésus-Christ.

Deux royautés sont ainsi opposées en une antithèse : celle de Jésus et celle du prince de ce monde. Le démon ne peut pas tolérer Jésus-Christ et il cherche à entraver par tous les moyens l’éternel plan divin conçu à son sujet. Il en est ainsi dans le désert.

Mais Jésus se proclame vainqueur de ce prince. Il déclare : «Le prince de ce monde vient ; contre moi il ne peut rien» (Jean, 14, 30) ; c’est précisément lorsque survient l’heure de Jésus, celle où il est mis en croix et monte à la droite du Père, que ce prince est abattu : «Maintenant a lieu le jugement de ce monde ; maintenant le prince de ce monde sera jeté à bas». C’est dans l’effusion de l’Esprit par le Seigneur glorifié que ce prince trouve sa condamnation (Jean, 16, 11). Paul souligne particulièrement la domination du Ressuscité : en lui le Père «nous a arrachés à l’empire des ténèbres» (Colossiens, 1, 13) ; «il a dépouillé les principautés et les puissances» et «les a données en spectacle à la face du monde, en triomphant d’elles dans le Christ» (2, 15).

Le chrétien est devenu partie prenante de la domination de Jésus sur le démon : «Alors que nous étions morts par suite de nos fautes, Dieu nous a fait revivre avec le Christ. Avec lui il nous a ressuscités et nous a fait asseoir aux cieux, dans le Christ Jésus» (Éphésiens, 2, 5-6).

Bien que définitivement vaincu par le Seigneur, le démon essaie encore de tendre des pièges à l’homme racheté, afin de le faire tomber. C’est pourquoi il faut que nous soyons vigilants. Pierre parlait de son rugissement et de sa volonté de nuire toujours agissante ; Paul nous invite à saisir le bouclier de la foi, grâce auquel nous pourrons éteindre les «flèches enflammées du Malin» (Éphésiens, 6, 16). Et Jésus lui-même nous a enseigné à prier en demandant au Père de nous délivrer du Malin (Matthieu, 5, 13).

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Les nombreuses exégèses relatives au serpent qui apparaît aux origines nous amènent à un certain nombre de considérations.

La première considération concerne «l’histoire», achevée et réglée avant la création de l’homme, qui a consisté en l’éclatement d’une «grande guerre dans le ciel» (Apocalypse, 12, 7), autrement dit en une acceptation ou une rébellion ayant eu lieu dans le monde des anges : une acceptation ou une rébellion qui ne sont pas générales mais qui se concentrent sur l’éternel et concret projet divin que personnifie Jésus-Christ.

L’objet de l’orgueilleuse intolérance des anges rebelles, c’est Jésus, «celui qui domine toutes choses» et qui, par conséquent, les domine eux aussi. On comprend dès lors comment il se fait que la vie de Jésus soit en butte à la présence et aux machinations du diable ; et que, inversement – depuis l’annonce de sa naissance jusqu’à son ascension – elle soit accompagnée, servie et consolée par la présence des anges, qui bénéficient de son existence et qui sont vainqueurs avec lui de l’énorme dragon et de ses satellites, chassés du ciel et jetés à bas, comme l’affirmait l’Apocalypse. Jésus lui-même a affirmé qu’il avait vu «Satan tomber du ciel comme l’éclair» (Luc, 10, 18) et il a parlé du «feu éternel qui a été préparé pour le diable et pour ses anges» (Matthieu, 25, 41).

Nous avons parlé d’une histoire qui précède celle, visible, de l’homme : ce que nous en connaissons, c’est ce qui transparaît comme d’un panorama caché, qui nous dépasse et nous échappe et que, pour le moment, nous pouvons seulement présumer et deviner.

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La seconde considération est relative à l’impressionnant pouvoir dont dispose Satan : celui-ci est si fort et si tenace qu’il n’y a que la force du Fils de Dieu qui soit en mesure de le faire plier et de le mettre en déroute ; ou plutôt, la force du Fils de Dieu cloué sur la croix et donc dans un état d’extrême faiblesse humaine qui, paradoxalement, devient sans effort un pouvoir absolu. Le diable parvient à toucher tout et tout le monde mais, lorsqu’il est confronté à Jésus, il succombe tout à fait. Le Crucifié ressuscité recrée une humanité victorieuse, soustraite à l’influence perverse du Malin. La force d’attraction du pouvoir est remplacée par la force d’attraction du Christ, qui déclare : «Lorsque je serai élevé de terre, j’attirerai tous les hommes à moi» (Jean, 12, 32). Ce n’est qu’en partageant la force de Jésus mort et glorieux que nous réussissons à nous opposer à la flatterie du serpent des origines.

Cependant il pourrait subsister une question : il ne fait pas de doute que la chute de l’ange ou celle de l’homme dépendent uniquement de la libre volonté de la créature. Ce n’est pas tout : le pardon accordé à l’homme était inclus dans l’amour miséricordieux du Père, qui prédestinait son Fils Jésus au rôle de rédempteur ; mais pourquoi l’ordre concret choisi par Dieu inclut-il cette chute et donc la réalité du péché ? Nous ne sommes pas en mesure de répondre à cette question : elle appartient à la «pensée du Seigneur», à ses «jugements insondables» et à ses «voies impénétrables» (Romains, 11, 32-34).

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Une troisième considération est de manifester de l’étonnement face au fait que la vérité à propos du démon soit absente de la prédication et de la catéchèse. Pour ne pas parler de ces théologiens qui, d’une part, se réjouissent de ce que le concile Vatican II ait enfin déclaré que la Sainte Écriture était «l’âme de la théologie sacrée» (Dei Verbum, 24) mais qui, d’autre part, n’hésitent pas – sinon à en décider l’inexistence (comme ils le font à propos des anges) – en tout cas à négliger, parce qu’ils la jugent marginale, une donnée très claire et largement attestée dans l’Écriture elle-même comme celle qui concerne le démon, parce qu’ils y voient la personnification d’une obscure et primitive idée du mal, désormais bonne à démythifier et inacceptable.

Une telle conception est un chef d’œuvre d’idéologie et surtout elle revient à banaliser l’œuvre même du Christ et son rôle de rédempteur.

Voilà pourquoi les rappels concernant le démon qui sont présents dans les discours du pape François nous paraissent tout sauf secondaires.

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HOW THE SCRIPTURES SPEAK OF THE DEVIL

by Inos Biffi

After the appearance of man, the work of the sixth day of creation, there is felt the presence of something mysterious and disquieting, that of the serpent. That which he undertakes with regard to the progenitors and sets out to obtain from them is astonishing and disturbing: he intends to plant within them suspicion about God; that is, to persuade them that the prohibitions that he has established arise from jealousy, from fear of being equaled by them. The serpent embodies, precisely at the beginning of the world and its history, the presence of an envious being: «Through the envy of the devil death entered the world» (Wisdom 2:24).

In the New Testament there are frequent references to that serpent. Jesus refers to him declaring that the devil is «a murderer from the beginning»; in him «there is no truth»; «when he speaks falsehood, he speaks from what is his own, because he is a liar and the father of lies» (John 8:44). And again Jesus calls him «the prince of this world» (John 12:31; 16:11).

Paul affirms that «with his cunning the serpent seduced Eve» (2 Corinthians 11:3): and he refers to those who become lost «following Satan» (1 Timothy 5:14). The same apostle speaks of the worldly way of life by which one follows «the prince of the powers of the air, that spirit who works in rebellious men» (Ephesians 2:2); he makes mention of the «snares of the devil» and of our battle «against the principalities and powers, against the rulers of this world of darkness, against the spirits of evil» (Ephesians 6:12).

The first letter of Peter names the «enemy,» «the devil,» or «the accuser,» who «like a roaring lion goes prowling around seeking whom he may devour» (5:8). And in the letters of John is recalled «the antichrist» who must come (1 John 2:18); the «liar» who denies that Jesus is the Christ; the «antichrist» who «denies the Father and the Son» (2:22). In Revelation it is written: «A great war broke out in heaven: Michael and his angels fought against the dragon. The dragon fought together with his angels, but he did not prevail and there was no place for them in heaven. And the great dragon, the ancient serpent, the one who is called devil and Satan and who seduces all of the inhabited earth, was thrown to earth and together with him his angels» (12:7-9).

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Between these texts and the exegesis of Jesus on the devil, murder and liar from the beginning, the agreement is perfect: this is a matter of a being hostile to God, whose Word he aims to throw into confusion, and at the same time hostile to man, whom he intends to seduce and induce to rebel against the divine plan. He is the evil one. In particular, the exegetical agreement concerns the one for whom the devil reserves his aversion, Jesus Christ.

This creates an antithesis between two royalties: that of Jesus and that of the prince of this world. The devil cannot tolerate Jesus Christ and seeks in every way to disrupt the divine plan conceived concerning him. As in the desert.

But Jesus proclaims himself victor over this prince: «The prince of this world is coming,» he says, «against me he can do nothing» (John 14:30); specifically, it is at the arrival of the hour of Jesus, that of his being lifted up on the cross and at the right hand of the Father, that that prince is struck down: «Now is the judgment of this world; now shall the prince of this world will be cast down.» With the pouring out of the Spirit by the glorified Lord, that prince meets his condemnation (John 16:11). Paul in particular remarks upon the lordship of the Risen One: in him the Father «has freed us from the power of darkness» (Colossians 1:13) and «has deprived of their strength the principalities and powers,» and «has made them a public spectacle, triumphing over them in Christ» (2:15).

The Christian has become a sharer in the lordship of Jesus over the devil: «when we were dead through our faults, he brought us back to life with Christ. With him he also raised us and made us sit in heaven, in Christ Jesus» (Ephesians 2:5-6).

Although definitively defeated by the Lord, the devil still tries to ensnare and bring down redeemed man. Peter spoke of his roaring and of his unspent will to harm; Paul urges the taking up of the shield of faith, in order to quench the «fiery arrows of the evil one» (Ephesians 6:16). And Jesus himself had taught his followers to pray by asking the Father to deliver us from the evil one (Matthew 5:13).

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The multiple exegeses on the serpent that appears at the beginning lead us to a few considerations.

The first is on the «history» consummated and decided before the creation of man, and consisting in the outbreak of the «great war in heaven» (Revelation 12:7), or rather in an agreement or rebellion that took place in the angelic world: not a generic agreement or rebellion, but aimed at the concrete and internal divine plan, which in personal terms is Jesus Christ.

The prideful unacceptance of the rebel angels has as its object Jesus, «preeminent over all things,» and therefore preeminent over them as well. This explains why the life of Jesus was never hindered by the presence and machinations of the devil; and on the contrary - from the announcement of his birth until the ascension - was accompanied, served, and consoled by the presence of the angels, who rejoice in him and with him are victors over the great dragon and his satellites, cast out of heaven and thrown down, as Revelation states. Jesus himself affirmed that he had seen «Satan fall from heaven like lightning» (Luke 10:18) and spoke of the «eternal fire prepared for the devil and his angels» (Matthew 25:41).

We have spoken of the history that precedes the visible one of man: that which we know is what emerges as from a hidden panorama, which exceeds and eludes us and which now we can only presume and intuit.

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The second consideration concerns the stunning power of Satan: this is so strong and tenacious that only the power of the Son of God can defeat and overcome it; moreover, the power of the Son of God nailed to the cross, and therefore in a condition of extreme human weakness, which paradoxically becomes, without strain, absolute power. The devil is able to draw in everything and everyone, but before Jesus he becomes completely yielding. The crucified and risen one re-creates a victorious humanity, removed from the perverse influence of the evil one. The attraction of the devil is replaced by the attraction of Christ, who declares: «When I am raised up from the earth, I will draw everyone to myself» (John 12:32). Only by sharing in the vigor of the slain and glorified Christ are we able to resist the flattery of the serpent from the beginning.

There could still remain one question: without a doubt the fall of angel and of man depends solely on the free will of the creature; not only that, but the forgiveness of man was included in the merciful love of the Father, who predestined his Son Jesus to be the redeemer; but why does the concrete order chosen by God include that fall and therefore the reality of sin? To this we are not able to reply: it belongs to the «thought of the Lord,” to his «unfathomable judgments» and to his «inscrutable ways» (Romans 11:32-34).

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A third consideration is to manifest surprise in the face of the absence in preaching and catechesis of the truth concerning the devil. Not to speak of those theologians who, on the one hand, applaud the fact that Vatican II declared Scripture to be the «soul of sacred theology» (Dei Verbum, 24), and, on the other, do not hesitate – if not to decide on his nonexistence (as they do for the angels) – in any case to overlook as marginal a fact that is so clear and widely attested to in Scripture itself as is that concerning the devil, maintaining him to be the personification of an obscure and primordial idea of evil, now demystified and unacceptable.

Such a conception is a masterpiece of ideology, and above all is equivalent to trivializing the very work of Christ and his redemption.

This is why those references to the devil which we find in the discourses of Pope Francis seem to us anything but secondary.





terça-feira, 21 de maio de 2013

Quando Satanás domina
os partidos do poder

Nuno Serras Pereira

A votação de hoje (17 de Maio de 2013) na Assembleia da República que aprovou a «co-adopção» por parte de sodomitas sofregamente sobrepostos, macaqueando, em frenesins lascivos e invertidos, o casamento, é, para quem ainda tivesse dúvidas, a prova definitiva da entrega, ou «consagração», de todos os partidos do parlamento, a Lúcifer.

A fuga cobarde e hipócrita de deputados do PSD do hemiciclo, a hedionda votação favorável de 16 deles, a dolosa abstenção de três, que se somaram a outros tantos fingidos do CDS, indica clarissimamente a cumplicidade activa destes dois partidos no resultado ignóbil da votação. Já o facto, de não terem posição enquanto partidos e de concederem «liberdade» de voto em mais uma questão inegociável e essencial para o Bem-comum, meta de toda a acção política, revelava claramente a infame cooperação com o mal que se preparava.

Sejamos cristalinos: Não só é totalmente impossível estar de bem com Deus e com o Diabo; mas também o é estar de bem com o valor transcendente da pessoa humana (e, ainda, com os bens da sociedade e da nação) e com o Maligno. Pelo que concluo que actualmente não existe nenhum partido político com assento parlamentar no qual um cristão possa votar ou com o qual possa cooperar. Quando a circunstância que nos é imposta nos quer forçar a escolher entre Mao Tsé-Tung e Estaline a única resposta legítima é a insurreição evangélica (o que se tem passado em França é um exemplo a considerar atentamente). A continuarmos nas estratégias de colaboração com alguns partidos, em nome do mal menor, temos vindo a escavar alegremente a vala comum, à beira da qual seremos eliminados e na qual seremos sepultados, caso não cessemos, de imediato, essas cretinices.

Há outros partidos políticos marginais, do ponto de vista eleitoral, que sendo aceitáveis para um cristão, infelizmente, não têm, geralmente falando, quadros credíveis e/ou suficientes para uma alternativa. Pelo que me parece absolutamente devido e urgente que os cristãos e demais homens de boa vontade, abandonando o vómito asqueroso em que estão mergulhados, se unam para constituir uma nova realidade. É um dever grave que se impõe, não só para a salvação das próprias almas, mas também para impedir que se continue a alargar o número de vítimas inocentes.

Sei que prelados, que chegaram a fazer por escrito profissões de «fé» nesta falsa democracia e nas suas instituições, e outros presbíteros vos dirão o contrário do que aqui digo. Estou consciente de que iluminados eclesiais, autênticos deuses dos modernos «fiéis» idólatras, ignorarão, descartarão ou ridicularizarão o que escrevo. Não tenho também dúvidas de que, como habitualmente, muitos se indignarão e enraivecerão, não contra mais esta abominação da política nacional, como seria de esperar, mas contra o «tom» do que aqui estampo.

Entretanto a RR, sempre solícita em participar, subtil ou descaradamente, nas campanhas contra os absolutos morais e os princípios inegociáveis, continua, nos seus noticiários, a cavilosamente chamar casais (sic) à perversa ficção jurídica do aberrante ajuntamento entre pessoas do mesmo sexo. Pelo que é de esperar que a partir de agora chame família aos «casais» que têm filhos adoptados. E quando a assembleia da república legislar que a terra é quadrada, que as árvores são pastéis de nata, que os pedregulhos são manteiga, que os excrementos são alimentos saudáveis e recomendáveis, logo a RR, zelosa e diligentemente, se submeterá a esse nominalismo surrealista; porque não interessa o que as coisas são, porque elas são aquilo que delas dissermos: a nomeação que decidimos dar às coisas é uma varinha mágica que cria a sua realidade – e quem contradisser estas coisas é um perigosíssimo fundamentalista, ortodoxo raivoso, extremista barbudo, intolerante fanático, enfim é eu.

S. João Maria Vianney costumava dizer a muitos dos seus penitentes: podereis ir a outro confessor, há os muitos, que vos diga o contrário, mas eu não vos aconselho a que o façais. O mesmo digo eu, apesar de ser pecador.

À honra de Cristo. Ámen.