No dia 2 de Setembro, depois de ler uma breve notícia no Correio da Manhã, disse para mim mesmo que era desta que eu tinha que deitar mão ao assunto. Dois dias depois, na Missa dominical, a mensagem desse dia não podia ser mais a propósito (Ez 33, 7-9; Mt 18, 15-20) para me obrigar a decidir.
O assunto, pois claro, é o padre Fontes e seu paupérrimo e desastroso ministério. Pelo sacramento da Ordem, foi constituído ministro sagrado de Cristo para apascentar o Seu rebanho. O que é que ele fez entretanto ao poder que lhe foi conferido há 46 anos? Abafou-o, para se entregar à imundice do pecado. O Diabo cegou-o. Fê-lo negar a doutrina da Santa Igreja e atraiu-o para os seus enganos, para a sua igreja, que é em parte constituída pelo esoterismo, o ocultismo e toda a espécie de bruxarias.
Padres houve que, fechando o coração aos impulsos neles gerados pelo Espírito Santo, trocaram o amor a Cristo por amores mais terrenos e acabaram por renunciar ao ministério sacerdotal, enquanto que o indigno padre Fontes, mesmo amantizado com o Diabo, continua como padre…
Sr. António Lourenço Fontes: por mim pode continuar a ser aplaudido e homenageado, pode até vir a ser constituído membro das Ordens Honoríficas, o que já não pode é continuar com os seus sofismas enquanto padre. Não pode continuar a conduzir os seus paroquianos, e outros que lhe dão ouvidos, pelo caminho do erro e com isso levá-los consigo à perdição. Nas suas homilias, pode até falar do bem, mas para si, a ascese é coisa sem sentido, coisa apenas dos textos hagiográficos. Se assim não fosse não seria possível que um padre se assumisse como promotor de eventos que para si são certames culturais, mas que não passam, claramente, de caminhos que conduzem a práticas abomináveis para Deus (cf. Dt 18, 10-12a) e que são a antecâmara do satanismo.
Penitencie-se, e peça ao Espírito Santo que restaure em si os Dons necessários para poder regressar ao inefável amor de Deus! Ele, na Sua infinita misericórdia, recebê-lo-á com lágrimas de alegria. Caso contrário, depois de aqui na terra ter recebido aplausos e medalhas, aquele que o seduziu irá galardoá-lo com um grande “medalhão”, talvez uma mó de moinho presa ao pescoço para o levar para as profundezas do inferno.
Atolado como está na imundice infernal, não lhe será fácil a Conversão. Peça por isso aos Santos e às almas piedosas que intercedam por si. Mas se tenciona persistir no erro, tenha por uma vez o mínimo de dignidade e renuncie ao ministério sagrado, pois contrariamente ao que se diz, que há falta de padres, eu digo que há padres a mais, porque o que realmente falta são bons padres.
A si, Sr. António Lourenço Fontes, penso que nada mais me resta dizer-lhe senão reiterar aquilo que já dizia atrás: para bem das almas e da Igreja de Cristo, para a sua própria salvação, Converta-se! Mas se não consegue viver sem a fétida popularidade que o Diabo lhe deu, renuncie ao ministério sagrado, porque ainda que continue a dizer-se padre, há muito que deixou de ser sacerdote do Altíssimo!
Voltando-me agora para si, caríssimo leitor, se se diz Católico não pode escandalizar-se com estas minhas palavras. Pense no que diria o próprio Jesus, depois de ter dito a Pedro: «Afasta-te, Satanás» (Mt 16, 23), em circunstâncias que para nós, estou certo, não veríamos motivo para tal… Se elas estão a merecer a sua indignação, será a altura de aprofundar o conhecimento sobre os pilares que sustentam a Igreja de Cristo, e então verá que o padre Fontes não passa de uma triste e muito tosca figura de sacerdote, de um grande herege e sincretista em vestes de padre.
Sincretista, porque no seu caldeirão de bruxo-mor (é o que parece nas imagens já televisionadas) faz um caldo com o esoterismo, a religião, algum misticismo e o sagrado. E herege porque nega, não apenas um, que já seria o bastante, mas vários dogmas.
Na sua “carta de apresentação” na internet, referindo-se ao CMP de Vilar de Perdizes, diz que «foi como que a arte de sacralizar o profano, e profanar o sagrado».
Sacralizar o profano, é o que a Igreja sempre tem feito ao longo dos séculos para tornar digno aquilo cujo fim é servir ao culto a prestar a Deus. Nesta afirmação, o padre Fontes parece fazer-nos crer que ele, com algumas benzeduras, e o próprio Congresso, têm tornado sagrado o que era profano… Só mesmo do inferno poderia vir tanta petulância e descaramento em querer fazer passar os Católicos fiéis por mentecaptos.
Já quanto à arte de «profanar o sagrado», qualquer um reconhece que é o que melhor têm feito e da forma mais eficaz. Disso se pode gabar. Pode ainda gabar-se de conseguir o paradoxo que é o viver mergulhado no paganismo que promove, enquanto continua como padre.
O seu sentido do sagrado está completamente distorcido. Se diz que há «carência duma religiosidade mais palpável, sensível, menos espiritualista, mais virada para os problemas humanos e menos para os ritos dominicais monocórdicos», o homem perdeu completamente o juízo. Só a análise desta frase dava “pano p’ra mangas”. Cingindo-me porém e apenas a uma brevíssima referência aos ditos «problemas humanos», que o padre Fontes mostre a sua obra em favor dos pobres, e eu lhe direi do incansável trabalho que a Igreja sempre tem feito nessa área! Só assim fala quem é falacioso, quem tem a desfaçatez de afrontar a verdade dos factos.
O padre Fontes é tudo menos Católico. Pode dizer-se que a sua religião roça o arianismo, passa pelo nestorianiosmo e abarca o luteranismo e o calvinismo, sendo bem provável que simpatize com o panteísmo. Por isso não erra quem disser que ele é cismático, uma vez que o cisma, é «a recusa da sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeitos» (CDC Cân. 751). Para o povo, porém, passa despercebido como cismático porque continua a ocupar o lugar e a ser visto como um padre católico.
É herege, na medida em que nega a Verdade que à Igreja foi revelada, tenha ela sido definida dogmaticamente ou não. A definição dogmática é o pronunciamento definitivo, infalível e irrevogável de verda¬des da fé ou da moral como reveladas, feito pelo supremo magistério da Igreja (Papa ou Concílio Ecuménico com o Papa, cf. CDC Cân. 749; CIC 889-891). E uma das grandes heresias do padre Fontes, ditas ao Correio da Manhã no início do último Congresso MP de Vilar de Perdizes, é o negar que o Diabo existe, ao dizer que «o Diabo é uma fantasia, uma figura mítica criada pelo medo e para explicar o mal que não sabemos explicar».
Importa aqui ressalvar que, as verdades que são objecto de fé ca¬tó¬lica não se limitam às dog¬maticamente definidas, pois muitas outras são transmitidas pela Tradição e ensinadas pelo magistério ordinário universal da Igreja (cf. CDC Cân. 892). Por isso a existência do Diabo nunca foi matéria que carecesse de discussão e subsequente aprovação em concílio ecuménico algum, porque a própria Bíblia, o próprio Jesus muitas vezes, nos falam desse maléfico ser, razão pela qual, negá-lo, continua a ser uma heresia.
Quem diz que o Diabo não existe, diz o mesmo sobre o inferno. E por causa das controversas ideias sobre esse lugar de perdição eterna, foi a questão da sua existência objecto de discussão e subsequente declaração como verdade de fé católica, quer dizer, universal, a todos nos colocando sobre o dever de aceitação (cf. CDC Cân. 750, 754).
Todo o baptizado que não aceita uma Verdade divinamente revelada, definida ou não dogmaticamente, ou até que dela pertinazmente duvide, comete o grave pecado de heresia, que a linguagem jurídica designa de delito e para o qual está prevista a pena de excomunhão latae sententiae. Isto quer dizer que a pessoa se auto-excomunga, ao colocar-se em não comunhão com a Igreja. Trata-se por isso de um delito que clama pelo pronunciamento da autoridade eclesiástica, a partir do momento que a pessoa tenha conhecimento do delito e nele persista, gerando com isso o escândalo nos fiéis.
Usando as próprias palavras escritas pelo padre Fontes na sua página da internet quando parece referir-se a aparições, assisto com tristeza ao incólume desenvolvimento das suas actividades “culturais” que «geram um movimento inconsciente de massas e que pode arrastar a tolerância ou incapacidade de intervenção das autoridades religiosas e outras.» Por isso, rezo para que o Bispo se revista das forças necessárias à aplicação das medidas que se impõem, e para que a CEP, no âmbito das suas competências e deveres, não fique de braços cruzados.
Todos vós, ministros sagrados, lembrai-vos das palavras de S. João Bosco: «Um Padre, ao Paraíso ou ao inferno nunca vai sozinho: vão sempre com ele almas em grande número, ou salvas pelo seu santo ministério e com o seu bom exemplo, ou perdidas pela sua negligência no cumprimento dos próprios deveres e pelos seus maus exemplos.»