sábado, 30 de agosto de 2014


Apelo a todos aqueles que querem preservar

o património histórico


Preservação do jardim da Praça do Império

A Câmara Municipal de Lisboa, na pessoa do Senhor Vereador Sá Fernandes, resolveu eliminar os brasões relativos às ex-províncias ultramarinas, desenhados nos buxos do jardim em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, na Praça do Império, alegando que estão «ultrapassados» e que «não faz sentido mantê-los», pois são representativos do Ultramar e do colonialismo.
Porém, aquele espaço, que foi projectado pelo arquitecto português Vasco Lacerda Marques, integrado na praça do Império, desenhada pelo afamado arquitecto luso Cortinelli Telmo (1897-1948) para a Exposição do Mundo Português, em 1940, é um marco histórico, um património, uma memória e um símbolo da História e da Cultura de Portugal.

Não se pode politizar nem mudar a História. Ao retirar os brasões, estarão a descaracterizar um dos espaços mais visitados de Lisboa, que pertence ao povo português e, em particular, aos munícipes da cidade.
Sá Fernandes, a visão do mundo do Bloco de Esquerda.
Esta acção é um ultraje à memória de um povo e uma tentativa de despojar as gerações vindouras da herança histórica e cultural portuguesa, um legado que temos o dever de preservar, não de apagar, como se nunca tivesse existido.

Assine, por favor, para mostrar que é contra a eliminação desses brasões e que estão neste espaço desde 1940, como parte integrante do jardim.

http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT74604






quinta-feira, 28 de agosto de 2014


Curiosidades desta terra...


Luís Lemos

Porque será que o blog maçónico «Almanaque Republicano» gosta tanto do muito católico Manuel Braga da Cruz?

Da Cruz?


Ver: http://arepublicano.blogspot.pt/2011/10/comunicacao-de-manuel-braga-da-cruz-na.html





terça-feira, 26 de agosto de 2014


Aterrorizam o Iraque e cobiçam Portugal


Leonídio Paulo Ferreira, Diário de Notícias, 11 de Agosto de 2014

Já aparecem pintados de negro Portugal e Espanha, esse Al-Andaluz que sempre fascinou os árabes e agora alimenta a cobiça dos jihadistas. E também a Grécia, o resto dos Balcãs e até a Áustria. É um mapa que mostra tanto as ambições como a ignorância do Estado Islâmico, o grupo que controla muito da Síria e do Iraque e que nestes dias ganhou ainda pior fama por ameaçar exterminar os cristãos e outras minorias.

Comecemos pela ambição: liderado por um autoproclamado califa, o Estado Islâmico é um fenómeno com meses, que aproveitou a guerra civil na Síria e o caos pós-Saddam para conquistar território nos dois lados da fronteira e tomar Mossul, a segunda cidade do Iraque. E se uma coligação entre os curdos e os xiitas iraquianos, agora com cobertura aérea da América, o impede de marchar sobre Bagdad, a verdade é que a recente mudança de nome, cortando de Estado Islâmico do Iraque e do Levante a parte que limitava os seus horizontes, denuncia uma estratégia.

O Médio Oriente é pequeno para Abu Bakr al-Baghdadi; o objectivo é conquistar parte da Europa, metade de África e toda a Ásia até ao rio Indo. E aqui entra a ignorância, apesar de os escassos dados biográficos sobre o líder do Estado Islâmico o dizerem doutorado: no mapa a circular na net, e que os espanhóis do ABC mostraram na edição online, surgem territórios que chegaram a ser islamizados durante séculos como a Península Ibérica ou os Balcãs, mas onde hoje são escassos os seguidores do islão. Contudo, esquece uma Índia onde a minoria muçulmana supera os 150 milhões e até o Bangladesh, tão fiel a Alá, que já se chamou Paquistão Oriental.

E inclui a Áustria (que repeliu os dois cercos otomanos a Viena), excluindo, porém, a Sicília, durante 200 anos muçulmana, ou Malta, cuja língua deriva do árabe do ano 1000.

Não é nova a obsessão dos jihadistas com o Al-Andaluz, exemplo de islão tolerante com capital em Córdova. Há discursos em que Al-Zawahiri, sucessor de Bin Laden à frente da Al-Qaeda, refere a Península Ibérica como «sob ocupação». Mas a banalização de uma ameaça não a elimina. Assusta a facilidade com que uma célula islamita organizou os atentados de 2004 em Madrid. E que tantos europeus estejam a ser atraídos pela «guerra santa», unindo-se a um grupo que junta líbios e iemenitas, egípcios ou paquistaneses. Voltando ao ABC, ainda ontem revelava que duas adolescentes espanholas tentavam ir para o território do Estado Islâmico servir de escravas sexuais, após «um processo acelerado de fanatização». Sem alarmismos, Portugal tem de estar vigilante. O relatório de segurança interna falava já dos jihadistas. E pode haver uma dezena com nacionalidade portuguesa. Como tem reafirmado Fernando Reinares, um especialista espanhol, pelo seu passado islâmico os dois países ibéricos têm uma «vulnerabilidade diferencial» em relação a outros europeus.






António Pires Veloso,

herói do 25 de Novembro


Heduíno Gomes

Cada vez que surge uma efeméride ou acontecimento relacionado com o fim do prec, em 25 de Novembro de 1975, lá se vem falar dos pseudo-heróis do acontecimento, omitindo ou diminuindo os verdadeiros heróis.

As pessoas informadas sabem perfeitamente que, além de muitos militares envolvidos nas operações, e também muitos civis, os três pilares da vitória sobre o bloco soviético no 25 de Novembro foram Pires Veloso, comandante da Região Militar do Norte, Lemos Ferreira, chefe da Força Aérea, e Jaime Neves, comandante do Regimento de Comandos.
António Pires Veloso,
comandante da Região Militar do Norte
Porém, os interesses obscuros – logo tornados claros a 26 de Novembro – do grupo de Melo Antunes haveriam de manifestar-se e reescrever a história. O grupo, para prosseguir os seus interesses mesquinhos de poder pessoal e outros, precisava de uma cara anónima, saída do mistério da resistência palaciana – não militar. E assim temos Eanes.

Verificou-se que a acção deste grupo chefiado por Melo Antunes foi, no prec, de resistência calculada segundo os seus próprios interesses pessoais e de grupo, como havia sido já no golpe militar do 25 de Abril.

Primeiro, a 25 de Abril, foram incendiários. Puseram Portugal em chamas. Por inveja corporativa, manipulando camaradas de armas politicamente ingénuos.

Depois, no prec e 25 de Novembro, foram bombeiros. Eles próprios tinham as barbas a arder na fogueira que haviam ateado e precisavam de salvar a pele.
José Lemos Ferreira,
chefe da Força Aérea
Finalmente, a 26 de Novembro, já estavam de novo em incendiários. Antecipando-se na televisão, opuseram-se a um verdadeiro processo de normalização política e colocaram os resistentes perante o facto consumado da continuação do abrilismo, embora mais moderado. Opuseram-se ao rescaldo do incêndio e estabeleceram uma ponte com o bloco soviético para prosseguirem os seus jogos palacianos de poder e outros.

Três situações políticas diferentes, três estratégias pessoais, sempre os mesmos objectivos pessoais.

Tudo por eles. O que fizeram por Portugal no 25 de Novembro foi circunstancial e pura coincidência. Nada genuinamente por Portugal.
Jaime Neves,
comandante do Reg. de Comandos.
Por isso nada há a agradecer-lhes. Devemos estar gratos, sim, a Pires Veloso, Lemos Ferreira e Jaime Neves, e a tantos anónimos, que o fizeram desinteressadamente e por patriotismo.





segunda-feira, 25 de agosto de 2014


81 maçons «atacam»

cargos autárquicos em 43 municípios


Rui Pedro Antunes, Diário de Notícias, 17 de Setembro de 2013

Eleições. As duas maiores obediências maçónicas nacionais têm mais candidatos do que várias forças políticas inscritas no Tribunal Constitucional. Há 24 «candidatos irmãos» à presidência de autarquias, 20 a vereadores, 31 à assembleia municipal e 6 a juntas de freguesia.

Por muito que os grão-mestres insistam que a maçonaria não se intromete na política, o que é certo é que há forças políticas com menos candidatos às próximas eleições autárquicas do que as duas principais obediências nacionais. São mais de 80 os maçons que vão tentar conquistar cargos autárquicos em 43 autarquias um pouco por todo o País (incluindo ilhas) entre candidatos a presidentes de câmara, vereadores, deputados municipais e presidentes de junta. Há 24 maçons que concorrem mesmo à presidência de autarquias maioritariamente em listas do PS e do PSD, mas também como independentes. Existem igualmente casos em que «irmãos» da mesma loja se enfrentam em listas contrárias dos partidos do «centrão» e favoritas à vitória. Ou seja: PS e PSD podem não ter representantes na gestão da autarquia, mas é quase garantido que a loja maçónica local terá.

A solidariedade maçónica até já fez uma baixa, e logo ao mais alto nível, durante o período eleitoral: levou à demissão do presidente do Conselho Nacional de Eleições (CNE). Tudo começou com a tentativa de impugnação da candidatura de Francisco Moita Flores – que pertence à Loja Acácia do Grande Oriente Lusitano (GOL) – à Câmara Municipal de Oeiras. Os seus opositores alegavam que havia atingido o limite de mandatos e o caso foi – como muitos outros – parar a tribunal.

Até aqui tudo normal, não fosse Moita Flores contratar Nuno Godinho de Matos – advogado de profissão e «irmão» do GOL – para o defender, tendo este confidenciado ao DN que aceitou o pedido sem pensar duas vezes. O problema é que Godinho de Matos (Loja Liberdade e Justiça) era também presidente da CNE e, como não podia deixar de representar o seu amigo e cliente, demitiu-se da presidência da CNE. Godinho de Matos sofreu críticas do seu partido (o PS) por defender e pôr-se em xeque pelo candidato do PSD. Porém, a solidariedade maçónica e a amizade falaram mais forte. Ao DN, Godinho de Matos admite que «o facto de sermos os dois irmãos da maçonaria e sermos amigos há muitos anos pesou muito na minha decisão de o defender». Mas prontamente acrescenta: «A principal razão que me levou a representar Moita Flores foi ver que ele tinha carradas de razão e que alguém estava a querer ganhar eleições na secretaria. Achei incrível e reagi epidermicamente. Decidi defendê-lo sem pensar no problema ético que daí advinha.»

A candidatura à Câmara de Oeiras é, aliás, um campo de batalha entre as duas principais obediências nacionais, o GOL e a Grande Loja Legal de Portugal (GLLP). Candidato do PSD, Moita Flores é do GOL e tem trocado tentativas de impugnação com a candidatura de Paulo Vistas (Isaltino Oeiras Mais à Frente), o delfim de Isaltino Morais, que é figura de proa da maçonaria regular e, embora detido, chegou ser indicado candidato à Assembleia Municipal (foi travado pelo Constitucional). A entourage da candidatura de Paulo Vistas conta até com um antigo adversário de Isaltino e «irmão» da GLLP: Emanuel Martins. O agora administrador de uma empresa municipal em Oeiras foi candidato do PS contra Isaltino, mas aliou-se ao adversário (e «irmão»), tendo perdido confiança dos socialistas.
O PS não fica, porém, sem maçons nas suas fileiras, equilibrando as contas com dois conceituados membros do GOL na disputa pela autarquia. O candidato do PS à Assembleia Municipal de Oeiras é nada mais nada menos que o antigo secretário-geral da UGT João Proença (Loja Montanha), e o mandatário da candidatura é o ex-ministro e figura de destaque do GOL Rui Pereira (Loja Luís Nunes de Almeida).

Estas guerras de forças vão-se repetindo por diversas câmaras. Estão em causa autarquias e lugares importantes. Se ganhassem a contenda, os maçons conseguiriam ter 24 presidentes de câmara, 20 vereadores (incluindo cinco «vices») e 31 deputados municipais (incluindo 10 presidentes). Só em Lisboa, os maçons do GOL e da GLLP tentam conquistar 12 lugares.

Viseu é um dos exemplos em que há dois «irmãos» da mesma loja em candidaturas distintas. Tanto o candidato do PSD à presidência da autarquia, Almeida Henriques, como o candidato do PS à Assembleia Municipal, Ribeiro de Carvalho pertencem à Alberto Sampaio, a loja maçónica do GOL instalada em terras de Viriato.

Na Figueira da Foz, a história das batalhas maçónicas repete-se. O candidato do PSD, Miguel Almeida (Loja Madrugada), enfrenta nas urnas Carlos Monteiro (Loja Coerência), que é o actual vice-presidente da autarquia e volta a ser o n.° 2 na lista do PS à autarquia. Os socialistas contam ainda com João Moura Portugal, que pertence à GLLP, e José Guedes Correia, do GOL, como candidatos a vereadores.


Além de Lisboa, existem ainda outras grandes autarquias «atacadas» por maçons. No Porto, Ricardo Almeida surge bem posicionado como candidato a vereador na lista de Luís Filipe Menezes, contando com o apoio do «irmão» de obediência e mandatário da candidatura: o ex-líder da JSD Pedro Duarte. Carlos Carreiras, em Cascais, João Nunes em Loures (GOL, Loja liberdade e Justiça), Manuel Machado, em Coimbra (GOL, Loja a Revolta), Almeida Henriques, em Viseu, Moita Flores, em Oeiras, Júlio Meirinhos (vice-grão-mestre da GLLP), em Bragança, Elísio Summavielle (GOL, Loja Sympatia e União), em Mafra, ou Fernando Anastácio (GOL, Loja Utopia) em Albufeira mostram que os candidatos da maçonaria concorrem em autarquias grandes e que, muitos deles, são os mais bem posicionados para vencer.

«Irmãos» concorrem a lugares na capital

São pelo menos 12 os maçons que concorrem a lugares autárquicos em Lisboa, que sempre teve uma tradição de ter «irmãos» na gestão. A cidade, que até já teve dois presidentes de câmara maçons (Aquilino Ribeiro Machado e João Soares), terá provavelmente agora pelo menos um vereador bem colocado. As candidaturas dos dois maiores partidos – António Costa, pelo PS, e Fernando Seara, pelo PSD – têm, curiosamente, maçons na mesma posição: o sexto lugar, que é perfeitamente elegível, pelo menos para quem vencer as eleições de 29 de Setembro.

Do lado da candidatura laranja trata-se de Cal Gonçalves, da Loja Prometeu (GLLP), que até já esteve na autarquia como chefe de gabinete de Carmona Rodrigues, que, embora «profano» (não-maçon), recebeu nessa altura uma distinção maçónica da maçonaria regular. Já do lado do PS, o «candidato da maçonaria» é Duarte Cordeiro, que, ao contrário da esmagadora maioria dos socialistas maçons, não é do GOL, pois pertence à mesma obediência de Cal Gonçalves: a GLLP.

Duarte Cordeiro é, aliás, da mesma loja de Rui Paulo Figueiredo, que é o venerável mestre da loja e vice-presidente da obediência, sendo também o primeiro nome do PS na lista à Assembleia Municipal de Lisboa (AML). Rui Paulo Figueiredo só fica atrás de Helena Roseta na lista à AML – primeira da lista que entra na «quota» da plataforma de cidadãos que a arquitecta dirige – tendo a companhia dos «irmãos» Diogo Campos Rodrigues, Manuel Lage, Miguel Teixeira, Ricardo Saldanha e José Manuel Rosa do Egipto, este último como suplente. O PSD aqui perde na contenda tendo apenas Rodrigo Gonçalves da Silva como candidato à AML, embora posicionado num relevante quarto lugar.


Há ainda quatro candidatos a presidentes de juntas de freguesia do concelho de Lisboa que são maçons. O social-democrata Nuno Jordão (Loja Nova Luz, da GLLP) é candidato a presidente da junta de freguesia da Ajuda. Por sua vez os golistas Miguel Coelho (Loja Liberdade e Cidadania) e Dimas Pestana (Loja Século XXI), candidatam-se às juntas de Santa Maria Maior e Santo António, respectivamente.

Também do Grande Oriente Lusitano é o músico Carlos Mendes, que, embora não seja candidato, é o mandatário da candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, liderada por um dos líderes do partido: João Semedo. Independentemente de quem vença a corrida aos órgãos autárquicos na capital, é certo que haverá maçons nas sessões da assembleia e do executivo.