Judith Bergman, Gatestone, 10 de Julho de 2018
Original em inglês: Europe: «The Vision ia an islamic State
«A crescente religiosidade
não é uma expressão de marginalização.
Estamos a falar de pessoas
bem integradas e que querem ser religiosas».
— Professor Viggo Mortensen.
- «A visão é a de um Estado islâmico, uma sociedade islâmica... Os muçulmanos irão preferir um governo baseado na lei islâmica (Sharia). Mas a visão para daqui a vinte anos é que a lei da Sharia faça parte da Alemanha, que a Sharia será institucionalizada pelo próprio Estado». — «Yusuf», na série de documentários Falsa Identidade.
- «Vou seleccioná-los a dedo, um de cada vez. Começarei com as pessoas ao meu redor... Se todo o muçulmano fizer o mesmo na sua redondeza, dará certo sem nenhum problema... Não se confronta o alemão através da força, é um processo a conta gotas. Haverá confrontos, mas aos poucos os choques diminuirão, as pessoas aceitarão a realidade.» — «Yusuf», na série de documentários Falsa Identidade.
- A Europa ainda existirá mas, assim como ocorreu com o grande Império Bizantino Cristão que agora é a Turquia, ainda incorporará a civilização judaico-cristã?
Segundo o levantamento, 78% dos muçulmanos marroquinos rezam cinco vezes por dia, bem como 33% dos muçulmanos turcos. Aproximadamente 40% dos dois grupos vão à mesquita pelo menos uma vez por semana. Mais jovens marroquinas usam o véu muçulmano (um salto de 64% em 2006 para 78% em 2015) e a maioria esmagadora de ambos os grupos comem halal (93% dos muçulmanos marroquinos e 80% dos muçulmanos turcos). Para 96% dos muçulmanos marroquinos a fé é um elemento extremamente importante nas suas vidas, para os muçulmanos turcos é de 89%. O número de muçulmanos marroquinos holandeses que podem ser considerados praticantes do Islão saltou de 77% em 2006 para 84% em 2015. No caso dos muçulmanos turcos, o salto foi de 37% para 45%. Há poucos muçulmanos seculares: 7% dos muçulmanos turcos, 2% dos muçulmanos marroquinos.
Na Dinamarca, a propensão dos muçulmanos de se tornarem mais religiosos já era visível em 2004, quando um inquérito mostrou que os muçulmanos estavam a tornar-se mais religiosos que os seus pais, especialmente «jovens do sexo feminino, com boa formação profissional e bem integradas». Na época, o professor Viggo Mortensen salientou: «a crescente religiosidade não é uma expressão de marginalização. Estamos a falar de pessoas bem integradas e que querem ser religiosas».
Um inquérito dinamarques mais detalhado realizado em 2015 constatou que os muçulmanos se tornaram mais religiosos desde que uma pesquisa, nos mesmos moldes, foi realizada em 2006: naquele ano, 37% oravam cinco vezes por dia, essa percentagem saltou para 50% em 2015. Em 2006, 63% acreditavam que o Alcorão deveria ser seguido ao pé da letra, em 2015 saltou para 77%. Brian Arly Jacobsen, sociólogo especializado em religião da Universidade de Copenhague, ficou surpreendido com os resultados da pesquisa de opinião. «Com o passar do tempo esperávamos que os muçulmanos se tornariam mais parecidos com o restante dos dinamarqueses, que não são particularmente activos na esfera religiosa», salientou. Jacobsen acredita que uma explicação plausível foi a construção de 20 a 30 novas mesquitas na década anterior a 2015.
As tendências reveladas pelos inquéritos são corroborados por estudos e pesquisas de opinião que mostram que muitos muçulmanos na Europa querem viver conforme a Lei islâmica (Sharia). De acordo com um estudo realizado em 2014 sobre os muçulmanos marroquinos e turcos na Alemanha, França, Holanda, Bélgica, Áustria e Suécia, em média 60% dos muçulmanos entrevistados concordaram que os muçulmanos deveriam retornar às raízes do Islão. Para 75% só há uma interpretação do Alcorão, 65% disseram que a Sharia é a mais importante para eles do que as leis do país onde vivem. Um inquérito de 2016 realizado no Reino Unido mostrou que 43% dos muçulmanos britânicos «acreditam que partes do sistema jurídico islâmico deveriam substituir a lei britânica e apenas 22% são contrários à ideia». Num estudo realizado em 2017, que incluía uma pesquisa de opinião realizada com 400 muçulmanos belgas, 29% disseram acreditar que as leis do Islão são superiores à lei belga e 34% disseram que «sem a menor sombra de dúvida prefeririam um sistema político inspirado no Alcorão».
Os mais de dois milhões de migrantes predominantemente muçulmanos que chegaram à Europa nos últimos anos estão a dar suporte à tendência da crescente religiosidade muçulmana no continente europeu. Um estudo de 2017 sobre candidatos a asilo predominantemente afegãos na cidade austríaca de Graz mostrou que, a maioria homens com idade inferior a 30 anos, eram todos favoráveis a preservarem os seus valores islâmicos tradicionais, sendo que 70% vão à mesquita todas as sextas-feiras. As mulheres eram ainda mais religiosas, 62,6% rezam cinco vezes ao dia, manifestamente mais que os homens (39,7%). Além disso, 66,3% das mulheres usam o véu muçulmano em público. Metade dos migrantes dizem que a religião agora desempenha um papel mais importante nas suas vidas na Europa do que na sua terra natal e 51,6% dos entrevistados disseram que a supremacia do Islão sobre outras religiões é indiscutível.
A tendência de muitos muçulmanos se tornarem mais religiosos uma vez que chegam à Europa também pode ser constatada na nova série de documentários «Falsa Identidade,» do jornalista de língua árabe Zvi Yehezkeli, que, disfarçado, fez reportagens sobre as actividades da Irmandade Muçulmana na Europa e nos EUA. Na Alemanha encontrou dois jovens muçulmanos da Síria, que vieram para a Alemanha via Kosovo, onde receberam ajuda de uma «organização islâmica britânica». Deixaram a Síria como muçulmanos seculares, mas no caminho para a Alemanha ficaram durante um ano em Pristina, no Kosovo, onde, segundo Yehezkeli, «as organizações da Irmandade Muçulmana são actuantes e ajudam os refugiados, ao mesmo tempo em que os transformam em muçulmanos devotos. Ahmed e Yusuf chegaram à Alemanha já a rezar cinco vezes ao dia».[1]
Segundo Ahmed:
«Quando deixei a Síria, mentalmente sentia-me mais tranquilo. A instituição de caridade islâmica desempenhou um papel importante nesse requisito. Na primeira vez que os encontrei, começaram logo a ajudar-me. Sentei-me a olhar para eles, a orar à minha frente e aqui estou, sou muçulmano, estudei o Alcorão, mas não rezo. De repente vejo-me sozinho a perguntar: porque não rezar como os demais?»
Yehezkeli perguntou-lhes qual era o sonho deles. «A visão é a de um Estado islâmico, uma sociedade islâmica», disse Yusuf, «os muçulmanos irão preferir um governo baseado na lei islâmica (Sharia). Mas a visão para daqui a vinte anos é que a lei da Sharia faça parte da Alemanha, que a Sharia será institucionalizada pelo próprio estado».
Ao contrastar com a crescente religiosidade dos muçulmanos na Europa, os cristãos estão-se a tornar cada vez menos religiosos. Num estudo sobre jovens europeus com idades entre 16 e 29 anos, publicado em Março, com base em dados de 2014 a 2016, o autor Stephen Bullivant, professor de teologia e sociologia da religião na St. Mary's University de Londres, concluiu o seguinte:
«Apesar do pequeno número das famosas excepções, os jovens cada vez mais não se identificam ou não praticam a religião... O cristianismo como padrão, como norma, desapareceu e provavelmente desapareceu para sempre ou pelo menos para os próximos 100 anos».
Segundo o estudo, entre 70% a 80% dos jovens da Estónia, Suécia e Holanda consideram-se não religiosos. Entre 64% a 70% dos jovens consideram-se não religiosos em França, Bélgica, Hungria e Reino Unido. Os jovens mais religiosos encontram-se na Polónia, onde apenas 17% dos jovens se consideram não religiosos, seguidos pela Lituânia com 25%.
Jovens muçulmanos como Yusuf e Ahmed da Síria afirmam que querem disseminar o Islão convertendo os europeus, também conhecidos como dawa. São exemplos perfeitos do público-alvo da dawa, tornam-se muçulmanos devotos através da organização islâmica no Kosovo e na sequência se engajam na dawa. «Vou seleccioná-los a dedo, um de cada vez. Começarei com as pessoas ao meu redor. Eles irão ouvir. Se todo muçulmano fizer o mesmo na sua redondeza, dará certo sem nenhum problema», disse Yusuf. Ao perguntar se os alemães poderiam resistir à dawa, ele respondeu:
«Não se confronta o alemão através da força, é um processo a conta gotas... Haverá confrontos, mas aos poucos os choques diminuirão, as pessoas aceitarão a realidade. Não há como escapar, toda a mudança envolve confrontos».
Dada a falta de identidade religiosa dos jovens europeus e o vácuo deixado pela saída do cristianismo das vidas da maioria, a pergunta que não quer calar é o quão resistente será a sua capacidade de suportar as investidas do proselitismo. A Europa ainda existirá mas, assim como ocorreu com o grande Império Bizantino Cristão que agora é a Turquia, ainda incorporará a civilização judaico-cristã?
LINK: https://www.bitchute.com/video/BMpmOLCH6KvH/
[1] A citação começa aos 21 minutos 24 segundos do documentário. As declarações de Yusuf e Ahmed seguem-se imediatamente depois.
Tradução: Joseph Skilnik