Nuno Serras Pereira
Anda
tudo num grande alvoroço entretido com ninharias, comparativamente falando, que
nos distraem das realidades fundamentais, dos princípios universais e absolutos
que salvaguardam a eminente dignidade da pessoa humana, da família, da
sociedade por aquela edificada, e do estado de direito, instrumento que esta
segunda organiza para a servir, tutelando e promovendo o Bem-comum.
A
guerra global – porque se trata de uma
verdadeira guerra, com os seus estrategas, a sua propaganda, a desinformação,
e com uma quantidade de vítimas sem precedentes na história da humanidade –,
que se desencadeou contra o género humano, primeiro com a contracepção, logo com o divórcio expresso sem-culpa, em seguida
com o aborto provocado,
posteriormente com a procriação artificial,
logo com a ideologia «gay» aliada à
do género, depois com a obrigatoriedade da fraudulentamente chamada «educação» sexual nas escolas, agora com o
infamemente apelidado «casamento» entre
pessoas do mesmo sexo e dentro em pouco com a legalização da poligamia, da poliandria e finalmente a
formalização legal da pederastia, da pedofilia e da bestialidade.
Parece-vos exagero? Ainda não há muito, recorrendo a uma argumentação em
bastante semelhante à usada no acórdão da última decisão do Supremo Tribunal dos
USA, uma alemã que se sentia sexual e emocionalmente atraída por objectos
reivindicou o direito a «casar» com o muro de Berlim, porque por ele se tinha
apaixonado. Não, não era brincadeira. Infelizmente.
Detesto recorrer ao vocábulo «gay» para falar dos activistas que
se intitulam tal. De facto, este termo era um dos mais belos da literatura
inglesa até ter sido pirateado, corrompido e pervertido pelas milícias
obversas. Mas já que preciso de me fazer entender a ele tenho de recorrer para
combater essa malignidade asquerosa.
No
boletim Infovitae tenho enviado informação bastante para que se perceba
que a perseguição, que em diversos países tem sido movida contra todos os que
reconhecem e promovem o casamento natural, por parte da ditadura «gay», é tão só
um ténue sinal da selvagem ferocidade totalitária que nos espera se
continuarmos neste torpor languido de quem só se preocupa com o seu conforto e
com o dinheiro que pode ganhar ou perder, cuidando que olhando pelos seus
interesses imediatos assegurará o seu bem e o seu futuro.
Apesar
de em França o pseudocasamento entre pessoas do mesmo sexo ter sido aprovado há
pouco, quem contra ele se manifesta pacificamente é agredido e preso pela
polícia, seja criança ou velhinho, enquanto os energúmenos que o favorecem, não
obstante os actos de violência são deixados em paz. Um jovem de 23 anos é
condenado a quatro meses de prisão por protestar mansamente, um presidente da
câmara arrisca quatro anos de prisão por se recusar, dizendo que prefere o
patíbulo a fazê-lo, a realizar pseudocasamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Nos
USA o Supremo Tribunal Federal derrubando uma parte essencial do Defense Marriage Act
(DOMA) acaba
de pôr todas as premissas que conduzirão inevitavelmente à admissão de um direito constitucional ao «casamento» entre «gays». Que um dos principais propósitos desta decisão consista na destruição
do casamento e consequentemente da família é abertamente confessado por alguns dos ideólogos «gays» e do género. Ora a dissolução da família é o modo mais eficaz e directo de
agredir o cristianismo e a Igreja, estorvando e obscurecendo a ideia de Deus, o acesso ao Divino por
parte da razão humana.
Que o
por detrás e o por dentro o desta tremenda conflagração global, desta
violentíssima guerra total, esteja Satanás, é por demais evidente não só pelos
meios a que recorrem e os propósitos a que se determinam mas também pela
terminologia própria do Anticristo. De facto, quando a sentença do Supremo Tribunal dos USA, redigida pelo autoproclamado «católico» Anthony M. Kennedy,
acusa os defensores do casamento Natural, criado por Deus e elevado, por Jesus
Cristo, à dignidade de Sacramento, de «inimigos do género humano» está
pervertendo, invertendo-a, a classificação dada pela Doutrina da Igreja ao
Maligno, isto é ao Diabo, «mentiroso» e «pai da mentira» aplicando-a aos fiéis
seguidores da Verdade, que é Jesus Cristo.
Quando a Igreja advertiu sistematicamente para as falsidades e os
perigos do marxismo, do socialismo, do comunismo e do nacional-socialismo
(nazismo) foi largamente ignorada ou alvo de chacota pública. Depois dos terrores e dos pavores desses totalitarismos devastadores do
século passado todos reconhecem não só que a Igreja tinha carradas de razão mas
também que se tivesse sido ouvida e levada a sério se teriam evitado as
tragédias colossais que dizimaram centenas de milhões de pessoas inocentes.
Ontem, num certo sentido, como hoje: as multidões, inclusive imensos católicos,
ignoram sobranceiramente as exortações e admoestações da Igreja respeitantes à
cultura da morte, ao derrancar da família, às consequências trágicas que daí advirão.
Asnos
de duas pernas! Corações de calhau! Almas enregeladas! Mentes obtusas! Não
entendem o que vos espera!? Insensatos!!! Roubar-vos-ão os filhos para os
perverter; destruirão os vossos casamentos; sereis levados aos tribunais e
condenados como inimigos da humanidade; enrabarão os vossos maridos;
furtar-lhes-ão as suas sementes para fabricarem «filhos/produzidos» para si;
farão de vós barrigas de empréstimo para os levar a termo; os filhos que
tiverdes serão expropriados para utilidade pública, ou seja, para satisfazer a
concupiscência desordenada dos novos politburos e seus sequazes. Desde a mais
tenra idade, seguindo religiosamente os novos textos sagrados de Kinsey e W.
Reich, serão iniciados e adestrados na maior variedade de exercícios sexuais,
com treinadores altamente experimentados nas mais diversas técnicas de
excitação oral, anal e demais perversidades que lhes são características. A reprodução será tolerada, em casos devidamente licenciados, como um
mal menor para alimentar a experimentação genética e o fornecimento de entes
engenhados de modo a garantir o maior prazer à procura lasciva dos sórdidos
devassos.
Se o pseudocasamento «gay» é considerado um direito humano e quem
com ele discorda é acoimado de inimigo do género humano a perseguição cruel é
inevitável, os campos de concentração
necessários, o espiolhar da vida privada uma condição indispensável da nova «liberdade»,
do caminho imperioso da novíssima ordem internacional (3 factos colhidos de uma
crónica de Flávio Gonçalves: 1) «o governo americano (Obama) acede às nossas
contas e perfis dos Google, Facebook, Skype, Apple e Youtube. 2) o orçamento de
vigilância dos EUA ultrapassa os 75 mil milhões de dólares. 3) o governo dos
EUA emprega 850.000 funcionários, tanto públicos como subcontratados, única e
exclusivamente para reunirem e arquivarem os dados obtidos.»).
A
Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa que nunca aceitarão celebrar as farsas
fraudulentas que distorcem e invertem o desígnio do Criador e a Vontade do
Redentor perderão os benefícios fiscais até agora concedidos em virtude do
trabalho e promoção do bem comum. Disso resultará um aumento da pobreza, da
marginalização, um eclipse dos serviços de saúde, de orfanatos, de serviços de
adopção. O estado procurará apropriar-se dessas obras directamente ou por
interposta instituição aumentando o seu domínio, poder e controlo sobre os
indivíduos atomizados, emurchecidos na sua condição de pessoas.
«Naturalmente» os dissidentes e hereges que hoje infestam alegre e
impunemente a Igreja Católica criarão, sob a batuta de Obama, Hollande e
Cameron (ou seus sucessores), um cisma semelhante ao que ocorreu em Inglaterra
com Henrique VIII.
Muitos cuidarão que exagero e que isso nunca nos poderá vir a suceder. A esses respondo com as palavras do magistral P. George W. Rutler: «The surest way to persecution is to say, 'It can't
happen here.'».
Acordemos
pois enquanto é tempo e ponhamos mãos à obra, mais fiados na Graça de Deus do
que nas nossas forças, mas dando tudo o que podermos para com ela cooperarmos.
Não esperemos que os outros digam ou façam, comecemos com o pouco que temos
caminhando com a Cruz para a Verdade que é Cristo que os outros nos seguirão no
caminho para Ele.
Entretanto
seria muito importante que os Prelados deixassem a mania de serem misses
simpatias e reaprendessem de Jesus Cristo, tal como nos é apresentado pelos
Evangelhos e pela Tradição da Igreja.
E se
um Papa pode dizer, com toda a razão como é evidente, que um cristão não pode
ser anti-semita, também poderá afirmar imperativamente que um cristão não pode aceitar
ou concordar com o aborto e a sua legalização, nem com os comportamentos
homossexuais e o pseudocasamento entre pessoas do mesmo sexo.
Mas como poderão os cristãos e o resto do mundo acreditar se grande
parte dos que se dizem católicos e que têm as maiores responsabilidades
políticas e legislativas contradizem sistematicamente por palavras e por acções
a Lei Moral Natural e os Mandamentos da Lei de Deus? Acrescendo que não são alvo de nenhuma sanção canónica, que de si, por
justiça, lhes era devida, e se apresentam à Sagrada Comunhão recebendo-a de
mãos episcopais e cardinalícias, e por estes são “reconhecidos” como católicos,
quando não mesmo convidados a preleccionar ao povo de Deus. Há algo de muito podre nesta Igreja peregrina…
Se
alguém (miraculosamente) leu até aqui, não se esqueça de não enviar, de modo
nenhum, este texto a ninguém. Estes disparates não se propagam, apagam-se.
Imagine lá o que é que as outras pessoas ficariam a pensar de si por divulgar
esta excreção de uma mente doentia e delirante.