sábado, 6 de janeiro de 2018

Bem-vindo ao Inferno chamado Bruxelas


Batalhão de choque com apoio de um canhão de água e blindado antiprotesto, tentando afastar
arruaceiros do centro de Bruxelas, Bélgica, em 12 de Novembro. Centenas de «jovens»
de origem estrangeira «comemoravam» a classificação para o Mundial de Futebol
da equipa marroquina promovendo tumultos, nos quais 22 policiais ficaram feridos.
(Imagem: captura de tela de vídeo da Ruptly)

Drieu Godefridi, Gatestone Institute, 31 de Dezembro de 2017


Original em inglês: Welcome to the Hell Hole that is Brussels

Tradução: Joseph Skilnik


  • No mês passado Bruxelas foi alvo de três ondas de tumultos e saques numa gigantesca escala.
  • Ao penetrarmos na espessa nuvem da indignação profissional, a fim de esmiuçarmos a realidade da «capital da Europa», o que se pode observar em muitos aspectos é na realidade um verdadeiro Inferno, onde o socialismo, islamismo, confusão e saques são o lugar-comum.
Quando o então candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump salientou em Janeiro de 2016 que, graças à imigração em massa, Bruxelas estava a transformar-se num Inferno, políticos belgas e europeus unidos entrincheiraram-se nas barricadas dos media afirmando: como ele ousa dizer uma coisa destas? Bruxelas, capital da União Europeia, quinta-essência do mundo pós-moderno, vanguarda da nova «civilização global», Inferno? Indubitavelmente a assimilação dos recém-chegados nem sempre é tranquila, podendo haver atritos de tempos a tempos. Mas não importa, eles tornam saliente o seguinte: Trump é um fanfarrão e seja lá como for ele tem zero probabilidades de ser eleito. Estas eram as opiniões dos ávidos leitores do The New York Times International Edition e assíduos telespectadores da CNN International.

No entanto, Donald Trump, no seu inconfundível e impetuoso estilo, simplesmente estava certo: Bruxelas está a mergulhar rapidamente no caos e na anarquia. Exactamente dois meses depois deste dramático «trumpismo», Bruxelas foi abalada por um execrável ataque terrorista islâmico que tirou a vida a 32 pessoas. Esta é somente a ponta do monstruoso iceberg que se vem  avolumando há mais de três décadas via imigração em massa e loucura socialista.

No mês passado Bruxelas foi alvo de três ondas de tumultos e saques numa gigantesca escala.

Primeiro, Marrocos classificou-se para o Mundial de Futebol: entre 300 e 500 «jovens» de origem estrangeira tomaram as ruas de Bruxelas para «comemorar» o acontecimento à maneira deles, saqueando dezenas de lojas no centro histórico de Bruxelas, devastando avenidas desertas da «capital da civilização» e, no meio do quebra-quebra feriram 22 policias.

Três dias mais tarde, uma estrela da música rap das redes sociais chamada «Vargasss 92», cidadã francesa de origem estrangeira, resolveu organizar outra «comemoração» não autorizada no centro de Bruxelas, que rapidamente se transformou em mais um quebra-quebra. Lojas foram novamente destruídas e pessoas foram agredidas sem motivo algum a não ser o de estarem no lugar errado na hora errada. Breves videoclipes do acontecimento foram transmitidos pelas redes sociais, mostrando ao mundo (e aos belgas) a verdadeira face de Bruxelas sem a maquilhagem dos políticos. Não é de se admirar que a elite política da Europa odeie do fundo d'alma as redes sociais. Preferem a imprensa tradicional, politicamente correcta, fortemente subsidiada tanto em França quanto na francófona Bélgica.

Por fim, em 25 de Novembro, as autoridades socialistas que administram a cidade de Bruxelas tiveram a brilhante ideia de autorizar a realização de uma manifestação contra a escravidão na Líbia que rapidamente se precipitou em mais uma confusão: lojas destruídas, carros incendiados, 71 pessoas presas.

Este vale-tudo, sem a menor justificação política, é o novo lugar-comum em Bruxelas. Os políticos podem não gostar desta realidade, consequência do seu lamentável fracasso, mas é, no entanto, uma verdade incomensurável além de inevitável. A nova Bruxelas caracteriza-se por tumultos e saques cometidos por pessoas de origem estrangeira, bem como pela ininterrupta presença de militares fortemente armados nas ruas de Bruxelas, paradigma desde 22 de Março de 2016, dia em que islamistas europeus assassinaram 32 pessoas e outras 340 ficaram feridas no pior ataque terrorista na Bélgica.

Desperta curiosidade saber porque é que estes belos soldados belgas que patrulham as ruas não fazem nada para evitar a bagunça. Pelo simples motivo de que está fora da sua alçada. Se um soldado ferir um saqueador, provavelmente será execrado em público, ridicularizado pelos media, julgado e expulso do exército com desonra.

Seria engraçado se não fosse gravíssimo. Depois dos dois primeiros tumultos desta última série, a televisão estatal belga (RTBF) organizou um debate com a participação de políticos e especialistas de Bruxelas. Entre os participantes estava o senador Alain Destexhe, do movimento reformista de centro-direita (partido do primeiro-ministro belga).

Destexhe é uma figura interessante na política belga. Na Bélgica francófona,  tem sido um dos poucos a dizer publicamente que a imigração em massa que os belgas estão impondo a si próprios é insustentável, que o Islão não pode ser considerado uma religião tão pacífica assim e que as escolas nas quais 90% das crianças são de origem estrangeira e que não falam francês nem holandês em casa, não são a receita ideal para o sucesso. Declarações como estas podem até ser o óbvio em grande parte do mundo ocidental, mas na parte francófona da Bélgica, fortemente influenciada pela visão do mundo dos franceses, foi considerado de extrema-direita, extremista até, racista e outras subtilezas que a esquerda aprecia tachar.

No debate, assim que Destexhe tentou provar que existe uma conexão entre a não integração de muitas pessoas de origem estrangeira em Bruxelas e o alto grau de imigração que já dura décadas, o moderador literalmente gritou com ele salientando que «a migração não é o assunto do debate Monsieur Destexhe! MIGRAÇÃO NÃO É O ASSUNTO, PARE COM ISSO!», antes de dar a palavra a um «poeta sem papas na língua», uma jovem que explicou que o problema é que as mulheres que usam o véu islâmico (que ela mesma usa) não se sentem bem-vindas em Bruxelas. A plateia foi logo estimulada a aplaudi-la. Também no estúdio encontrava-se um político do Partido Verde que afirmou: «ninguém sabe qual é a origem dos arruaceiros». Dica: eles «comemoravam», de maneira idiossincrásica a vitória de Marrocos. Um glorioso momento do surrealismo belga? Nada disso, apenas um típico «debate» político na Bélgica de língua francesa, excepto que normalmente Destexhe não é convidado.

O quadro não estaria completo sem mencionar que justamente na noite em que começou o quebra-quebra, 11 de Novembro, uma associação chamada MRAX (Mouvement contre le racisme, l'antisémitisme et la xénophobie) publicou na sua página no Facebook um apelo para que se denunciasse qualquer caso de «provocação policial» ou «violência policial». Resultado da revolta? Número de policias feridos: 22, número de prisões: zero. MRAX não é só um monte de esquerdistas que simpatizam com os islamistas, recebem pesados recursos pagos com dinheiro dos contribuintes. Os movimentos de direita também são financiados pelos contribuintes? Resumindo numa palavra: não. Em Bruxelas a taxa de desemprego é surpreendentemente de 16,9%, é assombroso também que 90% dos que dependem do Estado de bem-estar social tenham origens estrangeiras e, ainda que os impostos estejam entre os mais altos do mundo, os cofres públicos estão, apesar disso, a sangrar. Um breve flash de mais um fracasso socialista.

Mas há esperança. Bruxelas não se resume em Molenbeek e em tumultos, a municipalidade conta com uma robusta tradição de empreendedorismo, o governo federal da Bélgica, em particular o componente flamengo conhece bem os desafios que precisam ser enfrentados. Mas nada vai mudar se não for reconhecido que, em muitos aspectos, Bruxelas se transformou, da opulenta cidade conservadora e «burguesa» que era há 25 anos, num Inferno.

Ironicamente o que Bruxelas obviamente precisa é
de um Donald Trump.



sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Europa: a islamização do Natal / Uma submissão inaceitável e involuntária ao Islão


Soeren Kern, Gatestone Institute, 30 de Dezembro de 2017


Original em inglês: Europe: The Islamization
of Christmas

Tradução: Joseph Skilnik


  • A reinvenção da teologia do Natal baseia-se na falsa premissa de que o Jesus da Bíblia é o Jesus (Isa) do Alcorão. Esta fusão religiosa, por vezes chamada de «Chrislão», está a ganhar terreno num Ocidente ignorante no que diz respeito à Bíblia.
  • Uma escola em Lüneburg adiou uma festa de Natal porque um estudante muçulmano reclamou que as canções de Natal cantadas na escola eram incompatíveis com o Islão. Alexander Gauland, líder do partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), salientou que a atitude da escola representava «uma submissão inaceitável e involuntária ao Islão» e nada mais era do que uma «cobarde injustiça» para as crianças não muçulmanas.
  • «O termo 'Natal', símbolo da nossa fé e cultura, não discrimina ninguém. A remoção dos símbolos natalícios não garante o respeito de ninguém, não produz uma escola e uma sociedade acolhedora e inclusiva, pelo contrário, fomenta a intolerância contra a nossa cultura, os nossos costumes, as nossas leis e as nossas tradições. Temos plena convicção que as nossas tradições devem ser respeitadas». — Samuele Piscina, político de Milão.
O período em que se comemorou as festividades do Natal deste ano foi marcado por controvérsias relacionadas com o Islão em praticamente todos os países europeus. A maioria das discórdias foi gerada pelas elites políticas e religiosas multiculturais da Europa, que estão inclinadas a secularizar o Natal, ao que tudo indica, para garantir que os muçulmanos não se ofendam com as comemorações natalícias.

A muitos dos tradicionais mercados de Natal foram dados novos nomes como por exemplo Desfile de Inverno de AmesterdãoConfraternizações de Inverno de BruxelasKreuzberger WintermarktLondon WintervilleFestival de Inverno de Munique, com o intuito de projectar uma aparência multicultural de tolerância secular.

Mais preocupante ainda são as crescentes iniciativas de islamizar o Natal. A reinvenção da teologia do Natal baseia-se na falsa premissa de que o Jesus da Bíblia é o Jesus (Isa) do Alcorão. Esta fusão religiosa, por vezes chamada de «Chrislão», está a ganhar terreno num Ocidente que se tornou ignorante no que diz respeito à Bíblia.

Por exemplo, na Grã-Bretanha, a All Saints Church em Kingston upon Thames recentemente patrocinou uma comemoração conjunta de aniversário de Jesus e Maomé. A «Comemoração de Milad, Advento e Natal» realizada em 3 de Dezembro tinha como objectivo «marcar o aniversário do profeta Maomé, seguida pelo aniversário de Jesus». A cerimónia religiosa de cerca de uma hora teve tempo suficiente para a oração islâmica, seguida pela distribuição de fatias de um bolo de aniversário.

O conceituado blog cristão «Archbishop Cranmer» censurou duramente a Igreja pela falta de discernimento:

«Observe como esta comemoração 'destaca o aniversário do profeta Maomé', ao mesmo tempo que não está muito interessada no aniversário do Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus. A Maomé é reservado o título de profeta, enquanto que a Jesus não é dado o título nem de profeta nem de sacerdote, nem de realeza nem de Messias. É a exaltação do profeta Maomé ao lado do simples e ultrapassado Jesus, porque se fosse acrescentado qualquer asserção à sua divindade, indubitavelmente alienaria inúmeros muçulmanos (se é que eles já não foram alienados pelo conceito do haram, proibido pelo Islão), o que não teria sido lá muito inter-religioso ou missionariamente sensitivo, não é mesmo?»

O blogue acrescentou que exaltar Maomé nas igrejas efectivamente proclama que Maomé é maior que Jesus:

«Cada vez que uma Igreja aceitar o epíteto de «profeta» a Maomé, estará repudiando a crucificação, negando a ressurreição de Cristo e refutando que a Palavra se fez carne e habitou entre nós, pelo facto de Maomé ter negado todos estes princípios fundamentais da fé cristã».

Anteriormente, uma passagem do Alcorão negando que Jesus é o Filho de Deus foi lida durante uma cerimónia religiosa numa Igreja Episcopal escocesa em Glasgow durante a epifania, comemoração da encarnação de Deus na pessoa de Jesus Cristo. Um dos capelães da rainha, Gavin Ashenden, classificou a leitura do Alcorão numa Igreja de «blasfémia». Acrescentou que «existem outras maneiras consideravelmente melhores para se construir pontes de entendimento» com os muçulmanos.

Em Londres, o Grupo Parlamentar Multipartidário dos Muçulmanos Britânicos, um grupo parlamentar composto por membros da Câmara dos Comuns e da Câmara dos Lordes, emitiu o seguinte comunicado: «Feliz Natal Muçulmano», visando chamar a atenção para o «humano» dos muçulmanos durante o Natal.

O comunicado especifica:

«Com muita frequência as instituições de caridade muçulmanas chamam a nossa atenção devido à cobertura negativa nos media... O que ouvimos menos ainda é o «Feliz Natal Muçulmano». As sopas comunitárias, bancos de alimentos, distribuição de ceias natalícias, faxina após as festas de Ano Novo, trabalho que as instituições de caridade muçulmanas fazem durante o período de Natal».

Na Escócia, o governo local foi acusado de «desfazer» a herança cristã da Grã-Bretanha, ao promover «festivais de Inverno» para as minorias étnicas, sem dar a devida atenção ao Natal. O ministro do Desenvolvimento Internacional da Escócia, Alasdair Allan, prometeu cerca de US$535.000 para financiar 23 eventos nos meses de Inverno. Descreveu os eventos como «datas expressivas no nosso calendário nacional» acrescentando que o «estimulante e diversificado» programa ajudará os escoceses a «comemorarem tudo o que há de bom no nosso maravilhoso país durante os meses de Inverno». No entanto nenhum dos eventos tem qualquer relação com o Natal. Um porta-voz da Igreja Católica da Escócia salientou:

«é profundamente decepcionante que o governo escocês tenha optado por não aceitar a realidade religiosa do Natal nos eventos do Festival de Inverno. Mais de metade da população declarou no último censo ser cristã. Os católicos e demais cristãos devem, com toda razão, estar a interrogar-se qual seria o motivo deste festival financiado com dinheiro público não incluir nenhum evento destinado a ajudar os escoceses a comemorarem o nascimento de Cristo, que é, sem a menor sombra de dúvida, a comemoração mais importante dos meses de Inverno».

Gordon Macdonald, da sociedade beneficente cristã CARE, salientou:

«Faz parte da secularização generalizada que está em curso há vários anos dentro do governo escocês na qual o nosso sistema de valores e património cristão vem sendo corroído como consequência directa da política governamental».

Na Dinamarca, uma escola do ensino básico em Graested cancelou um tradicional serviço religioso da Igreja que marca o início das festas natalícias para não ofender os alunos muçulmanos. Alguns pais acusaram a escola de fazer uso de dois pesos e duas medidas: há pouco tempo a escola realizou um evento chamado «Semana da Síria», no qual as crianças mergulharam na cultura do Médio Oriente. Ignorando os pais, a direcção da escola tomou o lado da escola:

«A direcção apoia a decisão da escola de criar novas tradições (ênfase adicionado) que envolvam crianças e jovens».

O primeiro-ministro da Dinamarca Lars Lokke Rasmussen, que frequentou a escola em criança, assinalou que a decisão deveria ser revogada. A ministra da saúde, Ellen Trane Norby, salientou:

«As escolas do ensino básico da Dinamarca têm o dever de difundir a educação e ensinar os valores culturais e os conhecimentos ligados ao Natal que fazem parte essencial deste ensino».

Em França, o mercado de Natal anual que ocorre no distrito de Croix-Rousse de Lyon foi cancelado devido aos exorbitantes custos de segurança atrelados à protecção do evento de ataques terroristas islâmicos. Este ano o festival anual das luzes da cidade teve permissão de prosseguir. O governador militar de Lyon, general Pierre Chavancy, salientou que, por causa da «suscetibilidade» do evento, 1 500 soldados e policiais, apoiados por cães farejadores, defesa civil e detectores de minas terrestres, serão utilizados para a segurança do evento.

Na vizinha Bélgica, o chefe da Cruz Vermelha em Liège, André Rouffart, determinou que todos os 28 escritórios da cidade retirassem os crucifixos para asseverar a identidade secular da organização. Observadores disseram que a decisão faz parte de um programa abrangente de «alterar certas terminologias» e «romper com as nossas tradições e as nossas raízes» com o intuito de apaziguar os muçulmanos. «Outrora referíamos-nos às festividades do Natal, hoje dizemos festividades de Inverno», assinalou um voluntário da Cruz Vermelha local. «O mercado de Natal em Bruxelas agora é chamado de 'Confraternizações de Inverno'. Deixem as coisas como estão».

Na Alemanha, uma escola em Lüneburg adiou uma festa de Natal porque um estudante muçulmano reclamou que as canções de Natal cantadas na escola eram incompatíveis com o Islão. A decisão da escola de reprogramar o evento, passando a considerá-lo uma actividade extracurricular não obrigatória, gerou «um tsunami de cartas de ódio e até ameaças contra a direcção da escola e contra o conselho da escola», de acordo com a revista Focus. Numa iniciativa com o objectivo de apaziguar os furiosos pais, o director da escola Friedrich Suhr disse que as canções de Natal «não cristãs» como «Rudolph a Rena do Nariz Vermelho» não seriam proibidas. Alexander Gauland, líder do partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), salientou que a atitude da escola representava «uma submissão inaceitável e involuntária ao Islão» e nada mais era do que uma «cobarde injustiça» para as crianças não muçulmanas.

Em Munique, a publicidade de um «mercado de Inverno» multicultural retratava um boneco de neve coberto com uma burca. O presidente do partido AfD da Baviera, Petr Bystron, comentou a ironia: «um boneco de neve vestido com uma burca como símbolo de tolerância?» Em Halle, o mercado de Natal recebeu um novo nome «Mercado de Inverno».

Em Berlim, o tradicional mercado de Natal foi protegido por barreiras de betão armado para evitar a repetição do ataque jihadista do ano passado em que 12 pessoas foram mortas e mais de 50 ficaram feridas. Em Stuttgart um homem de 53 anos foi preso no mercado de Natal ao afirmar que levava consigo uma bomba na mochila. Em Potsdam o mercado de Natal foi fechado porque uma farmácia próxima recebeu uma carta-bomba. Em Bonn, o mercado de Natal foi evacuado devido a uma ameaça de bomba.

Em Itália, uma escola em Milão retirou referências ao Natal numa festividade dando-lhe o seguinte nome: «Grande Festival de Boas Festas». Escrevendo no Facebook, o político local Samuele Piscina acusou a escola de implementar «uma política politicamente correcta de esquerda» que priva as crianças italianas da alegria do Natal:

«Após as peripécias com a natividade e com os crucifixos, até as festas de Natal estão a ser coibidas nas escolas. O termo 'Natal', símbolo da nossa fé e cultura, não discrimina ninguém. A remoção dos símbolos natalícios não garante o respeito de ninguém, não produz uma escola e uma sociedade acolhedora e inclusiva, pelo contrário, fomenta a intolerância contra a nossa cultura, os nossos costumes, as nossas leis e as nossas tradições. Temos plena convicção que as nossas tradições devem ser respeitadas».

Em Bolzano, uma árvore de Natal de papelão foi removida da prefeitura conforme determinado, porque ela «poderia ofender as suscetibilidades» dos muçulmanos. Alessandro Urzì, político local, manifestou indignação com a medida: «o rigor burocrático com o qual a árvore foi removida para evitar o risco de irritar alguém reflete o embrutecimento do clima cultural».

Na Noruega, uma escola do ensino básico em Skien anunciou que as festividades de Natal deste ano incluirão não apenas a habitual leitura dos versos da Bíblia pelos alunos, mas também dois versos do Alcorão que se referem a Jesus. O incomparável Bruce Bawer esclareceu as implicações desta medida:

«A programação do Natal na Escola Stigeråsen proporciona mais um exemplo de dhimmitude: cobarde submissão europeia ao Islão. Este ano poderá haver alguns versos do Alcorão numa festividade de Natal, no ano que vem, um evento da época natalícia, no qual ambas as religiões são celebradas em pé de igualdade e poucos anos depois, talvez, uma celebração infantil em que não haja nenhuma árvore de Natal e nenhuma cruz, apenas tapetes para as orações, bênçãos em árabe e hijabs para as meninas».

Em Espanha, a Câmara Municipal de Madrid substituiu as festividades de Natal na capital pela «Feira Internacional das Culturas» neopagã. Segundo a presidente del Ayuntamiento de Madrid, Manuela Carmena, ex-membro do Partido Comunista de Espanha, o propósito explícito do evento com um mês de duração, é descristianizar o Natal para torná-lo mais inclusivo:

«Todos nós sabemos que o Natal é uma festa de origem religiosa, mas também é uma exaltação da humanidade, da solidariedade. Portanto, a Câmara Municipal de Madrid quer fazer de tudo para que todos que estão nesta cidade, de onde quer que sejam, possam desfrutar o Natal».

Rompendo com a tradição, a presidente del Ayuntamiento de Madrida também se recusou em colocar um cenário da natividade na Puerta de Alcalá, um dos monumentos mais famosos da cidade. José Luis Martínez-Almeida, político local, acusou Carmena de «colaborar com fervor a celebração do Ramadão», «procurando esconder quaisquer símbolos cristãos referentes ao Natal». Acrescentou: «queremos recuperar as nossas raízes culturais e religiosas».





Alemanha, Áustria: Imãs advertem muçulmanos a não se integrarem

Centro Islâmico de Viena.
(Imagem: Zairon/Wikimedia Commons)

Stefan Frank, Gatestone Institute, 3 de Janeiro de 2018


Original em inglês: Germany, Austria:
Imams Warn Muslims Not to Integrate

Tradução: Joseph Skilnik

  • «Enquanto fora da mesquita se conversa muito sobre integração, dentro dela o contrário é pregado. Somente em casos excepcionais, trechos do sermão, e mais excepcionalmente ainda, todo o sermão, é traduzido para o idioma alemão...» — Constantin Schreiber, autor de Dentro do Islão: O que está a ser pregado nas mesquitas da Alemanha.
  • «Os políticos que enfatizam repetidamente a intenção de cooperarem com as mesquitas, que convidam os seus membros para conferências sobre o Islão, não fazem ideia de quem está a pregar o quê naquelas mesquitas». − Necla Kelek, consagrada activista dos direitos humanos e crítica do Islão, no Allgemeine Zeitung.
Na polémica que gira em torno dos migrantes na Alemanha e na Áustria, nenhum outro termo é usado com mais frequência do que «integração». Contudo, a instituição mais prestigiada por muitos migrantes muçulmanos, via de regra, não colabora muito neste empreendimento e não raramente se opõe a ele, qual seja: a mesquita. Esta é a conclusão de um estudo oficial austríaco, bem como de um levantamento do sector privado realizado por um jornalista alemão.

No final de Setembro, o Austrian Integration Fund (ÖIF), órgão do Ministério das Relações Exteriores, publicou o estudo: «o papel da mesquita no processo de integração». Para efeitos do estudo, funcionários do ÖIF estiveram em dezasseis mesquitas em Viena, participaram em diversos sermões à sexta-feira e conversaram com os imãs em segredo, isto é, quando os imãs se disponibilizavam a conversar, o que amiúde não era o caso. A conclusão, de acordo com o ÖIF, é que apenas duas das associações de mesquitas fomentam a integração dos seus membros. O estudo aplaude uma associação de mesquitas da Bósnia que também dirige um clube de futebol. Durante a conversa, o imã salientou: «qualquer país, como a Áustria por exemplo, tem as suas leis e os seus costumes e não me canso de dizer, é nosso dever religioso respeitar as normas e integrar-se como manda o modelo».

No tocante aos papéis de género, em todas as mesquitas em que estiveram, os autores foram surpreendidos pela quase total ausência de mulheres nas rezas à sexta-feira:

«Apenas três das mesquitas percorridas... proporcionam espaço reservado para as mulheres, reservado e ocupado por elas. Caso haja este tipo de acomodação, a maioria das mesquitas também transforma estes espaços à sexta-feira em lugares para os homens».

Separação por etnia

Salvo raríssimas excepções, as mesquitas de Viena são divididas de acordo com a etnia:

«Há mesquitas turcas, albanesas, bósnias, árabes, paquistanesas e outras, nas quais os sermões são, via de regra, proferidos exclusivamente no respectivo idioma da terra natal. Somente em casos excepcionais, trechos do sermão, e mais excepcionalmente ainda, todo o sermão, é traduzido para o idioma alemão».

Portanto as associações de mesquitas são «espaços fechados em termos de etnia e idioma». Esta diferenciação estimula a «integração social num ambiente étnico próprio e, consequentemente, a segmentação étnica». Em oito das dezasseis mesquitas avaliadas, esta propensão é ainda mais reforçada pelo «nacionalismo predominante, flagrantemente difundido».

A mesquita gerida pelo movimento turco Milli Görüs destacou-se pelo alto grau de radicalismo. Milli Görüs é uma das organizações islâmicas da Europa mais influentes e está intimamente ligada ideologicamente ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan. De acordo com o estudo, o imã da mesquita de Milli Görüs «defende abertamente o estabelecimento de uma Ummah (nação muçulmana) politicamente unida regida por um califado». Atribui a instabilidade no Islão à fitna («revolta») trazida para a comunidade islâmica de fora para dentro. Segundo os autores do estudo, o imã «vê-se cercado em todo o lado pelos inimigos do Islão que querem impedir a comunidade islâmica de dominar o mundo conforme previsto nas profecias». Nos três serviços religiosos nos quais participámos, o tema crucial era a unidade dos muçulmanos: muçulmanos de um lado, «infiéis» do outro. De acordo com o estudo, algumas das declarações do imã indicaram uma «pesada visão do mundo impulsionada por teorias da conspiração», como por exemplo: «as forças que estão fora da Ummah fizeram tudo o que estava ao seu alcance para minar a percepção da Ummah pela própria Ummah».

A conclusão do estudo assinala:

«Em síntese, poder-se-ia dizer que das dezasseis associações de mesquitas avaliadas neste estudo, com excepção das mesquitas D01 (uma das poucas mesquitas de língua alemã) e B02 (a mesquita da Bósnia mencionada acima), que não promovem diligentemente a integração social dos seus membros. Na melhor das hipóteses não impedem que isso ocorra. Na maioria das vezes têm em si um efeito inibitório no processo de integração».

Conforme a matéria, seis das dezasseis mesquitas avaliadas (37,5%) cortejam «uma política que impede diligentemente a integração dos muçulmanos na sociedade e, até certo ponto, manifestam propensões fundamentalistas». Metade das dezasseis mesquitas examinadas «pregam uma visão do mundo dicotómica, cujo princípio central é a divisão do mundo em muçulmanos de um lado e o restante do outro». Constatou-se que seis das mesquitas praticavam o «enxovalhamento explícito da sociedade ocidental».

Recriminação ao estilo de vida na Alemanha

Observações parecidas foram feitas pelo jornalista alemão Constantin Schreiber que em 2016 passou mais de oito meses a assistir a serviços religiosos à sexta-feira em mesquitas alemãs. Schreiber, fluente em árabe, é conhecido como moderador de programas de televisão em árabe, nos quais explica como funciona a vida na Alemanha aos imigrantes. Publicou as suas experiências nestas mesquitas num livro que esteve na lista dos best sellers na Alemanha durante meses a fio: Dentro do Islão: O que está a ser pregado nas mesquitas da Alemanha.

Schreiber apresentou-se às associações das mesquitas como jornalista, revelando que pretendia escrever um livro de não ficção sobre as mesquitas na Alemanha. Pouquíssimos imãs se dispuseram em aceitar conceder uma entrevista. Numa ocasião, foi informado de que era «proibido» falar com ele. Normalmente os imãs com os quais era permitido conversar não falavam praticamente nada de alemão. «Ao que tudo indica, é possível viver na Alemanha durante anos a fio, com esposa e filhos e sequer ser capaz de falar alemão ao comprar pão», salienta Schreiber.

Um assunto habitual nos sermões que Schreiber assistiu nas mesquitas consistia em recriminações ao estilo de vida na Alemanha.

«Vira e mexe, como acontece na mesquita Al-Furqan (mesquita árabe sunita em Berlim), os muçulmanos parecem estar comprometidos com a ideia de que são uma espécie de comunidade com um destino em comum: 'vocês são a diáspora! Nós somos a diáspora! Eles (alemães) assemelham-se a uma torrente que vos aniquila, que vos destrói e tira de vos os valores e substitui-os pelos valores deles'».

Na mesquita sunita/turca Mehmed Zahid Kotku Tekkesi em Berlim, no sermão à sexta-feira, no dia anterior à véspera de Natal, o imã alertou para a ameaça do «maior de todos os perigos», o «perigo do Natal»: «todo aquele que imita outra tribo torna-se membro dela. É a nossa passagem do Ano Novo? As árvores de Natal têm algo a ver com a gente? Não, nada a ver com a gente!»

O imã da mesquita de Al-Rahman em Magdeburg comparou a vida na Alemanha com um caminho através de uma floresta sedutora, realça Schreiber. Os seus encantos têm o poder de desviar os muçulmanos, de afastá-los do caminho da virtude, de perderem o caminho na «mata densa» até serem «devorados pelos animais selvagens que vivem na floresta».

O Estado não tem uma panorâmica clara

O que chamou a atenção de Schreiber, ainda no estágio de planeamento das visitas às mesquitas, foi a falta de transparência envolvendo as mesquitas na Alemanha. Para começar, não existe um directório oficial de mesquitas. Ninguém sabe quantas mesquitas existem na Alemanha. O Website Moscheesuche.de, mantido pela iniciativa privada, é o único cadastro desta natureza. «De modo que as autoridades alemãs», salienta Schreiber, «dependem de cadastros compilados por um particular, que obviamente é caracterizado por um determinado posicionamento ideológico». Além disso, como a inserção de dados no cadastro é voluntária, é incerto se as mesquitas que desejam permanecer à socapa estejam lá cadastradas. Schreiber considera improvável que o cadastro esteja perto de ser concluído ou actualizado:

«Deparei-me com mesquitas que constam do cadastro, mas já não existem, pelo menos por enquanto. Ou então mesquitas recém inauguradas que não estão registadas em nenhum lugar, nem os serviços de inteligência nem as autoridades regionais sabem da sua existência».

Além disso, o pedido de Schreiber à prefeitura de Hanover revelou que as autoridades alemãs sentem-se constrangidas no tocante ao fornecimento de informações sobre as mesquitas da sua própria cidade. Um funcionário da administração local escreveu num e-mail: «por gentileza, forneça informações mais detalhadas sobre a finalidade do cadastro. Não queremos que estas instituições estejam sob suspeição generalizada».

Medo e silêncio

Schreiber ficou surpreendido com a reacção defensiva daqueles cujas profissões exigem transparência e cooperação. Como Schreiber queria certificar-se de que, na tradução dos sermões, não haveria nenhuma interpretação errada, contactou o que afirma ser uma das agências de tradução mais conceituadas da Alemanha:

«A agência solicitou o envio da transcrição de um dos sermões para análise e estimativa de precificação. A agência recusou o trabalho. O texto foi considerado 'fora da alçada habitual de trabalho' dos tradutores, uma vez que não havia ninguém suficientemente seguro para traduzir correctamente este tipo de texto».

Achar um tradutor dos sermões proferidos no idioma turco também foi difícil: «o simples facto de estar interessado neste assunto resultava na imediata acusação de que o que eu realmente queria era instigar «atacar o Islão».

Schreiber também se viu diante de forte resistência ao procurar estudiosos alemães especializados no Islão para conversar com eles sobre o conteúdo dos sermões. Professores universitários, cujos salários são pagos pelos contribuintes alemães, recusaram-se em providenciar informações sobre matéria relacionada com a sua própria especialidade.

«Durante meses a fio, enviei consultas a diversas faculdades de estudos islâmicos com as quais trocávamos ideias na nossa função de editores. Uma universidade ficou a enrolar-me durante meses com a desculpa de que ainda estavam a procurar a pessoa certa. Em 16 de Dezembro, isto é, três meses depois do meu primeiro pedido, o professor de estudos islâmicos escreveu-me que já não havia tempo suficiente para marcar uma reunião. Quando respondi que, se necessário fosse, poderíamos marcar outra reunião no início de Janeiro, não recebi mais nenhuma resposta. Vários professores da universidade pediram-me para que lhes enviasse os sermões, o que eu fiz de imediato. Após enviá-los não recebi mais nenhum e-mail, sequer uma confirmação do recebimento».

Segundo Schreiber, todo este trabalho mostrou ser uma «experiência interessante», a despeito do facto de estudiosos de estudos islâmicos e especialistas em Islão «serem por demais prestativos em se disponibilizarem em conceder entrevistas sobre questões de política actual». Entretanto, esta abertura não existe, quando se trata de sermões em mesquitas alemãs: «inúmeros especialistas evitam-me após receberem as minhas perguntas, sem responderem, de forma consistente, aos meus e-mails». Um estudioso do Islão  aconselhou-me, indirectamente, a abandonar o projecto, porque isso poderia, «hipoteticamente», «aumentar ainda mais o abismo». Porquê isto? Porque, segundo este estudioso de estudos islâmicos, «mesmo leitores liberais e tolerantes poderiam facilmente achar estes textos extremamente incompreensíveis e estranhos, bem como grosseiros».

Políticos ingénuos

A conclusão de Schreiber sobre os sermões que presenciou:

«Após 8 meses de pesquisa devo dizer que as mesquitas são espaços políticos. A maioria dos sermões em que participei visava resistir à integração dos muçulmanos na sociedade alemã. Quando o assunto se voltava para o estilo de vida na Alemanha, isto acontecia primordialmente em contexto negativo. Normalmente os imãs retratavam a vida quotidiana na Alemanha como ameaça e exortavam as suas comunidades a resistirem. A característica comum de quase todos os sermões é o apelo aos fiéis para se fecharem e não compartilharem».

Em «todas as mesquitas praticamente», Schreiber notou a presença de «dezenas de refugiados que não estavam há muito tempo na Alemanha». Eles também tinham sido alertados para o perigo da integração: «fora da mesquita há muita conversa sobre integração, o contrário é pregado dentro dela».

O perigo desta abordagem fica evidente pelo assassinato de Farina S., uma afegã que foi assassinada na cidade bávara de Prien. Há oito anos ela abandonou o Islão, converteu-se ao cristianismo e, dois anos depois, fugiu para a Alemanha. Em 29 de Abril, foi assassinada por um muçulmano afegão em plena luz do dia. Inúmeros muçulmanos que moram na cidade foram ao funeral, ao passo que as associações de mesquitas faziam de conta que o assassinato não lhes dizia respeito. Karl-Friedrich Wackerbarth, pastor da igreja evangélica de Prien, onde Farima S. era filiada, pediu às associações que condenassem o crime. Em Outubro, meio ano após o assassinato, respondeu a um pedido do Gatestone Institute: «lamentavelmente, até hoje», salientou, «ninguém se manifestou».

Wackerbarth acha que as associações islâmicas não querem emitir um comunicado contra as fatwas emitidas pela Universidade Al-Azhar do Cairo e de outras, segundo as quais os «apóstatas» (aqueles que abandonam o Islão) devem ser mortos.

Este quadro levanta a questão da razão do governo alemão acreditar que as associações de mesquitas o ajude a resolver os problemas. Não faz muito tempo, a consagrada activista dos direitos humanos e crítica do Islão, Necla Kelek salientou:

«Os políticos que enfatizam repetidamente a intenção de cooperarem com as mesquitas, que convidam os seus membros para conferências sobre o Islão, não fazem ideia de quem está pregando o quê naquelas mesquitas».