Nuno Serras Pereira
1. Segundo noticia a comunicação social Cavaco Silva foi eleito com menos meio milhão de votos (números redondos, de facto são mais) do que no primeiro mandato. Esta diminuição muito significativa do seu eleitorado mostrou claramente a vontade de uma punição ao seu comportamento ético irresponsável ao promulgar leis iníquas e injustas. Esta multidão de pessoas, ao que sabemos em virtude de múltiplos contactos, ou votaram nulo, ou em branco ou em candidatos que sabiam que não seriam eleitos (assim se explicam as percentagens de votos de Fernando Nobre e de José Manuel Coelho) ou pura e simplesmente abstiveram-se.
Era da maior importância que este sinal de indignação e descontentamento fosse dado – só é pena que não fosse ainda mais extenso. Ele constitui uma força que, se bem aproveitada, poderá servir de freio para o mal e de incentivo para o bem àqueles dois partidos políticos que ainda têm uns resquícios de respeito pela vida nascitura, pela família natural, pela liberdade de ensino e de educação, pela liberdade religiosa, pela salvaguarda da inocência de crianças e jovens.
Por isso, proponho que, desde já, se elabore uma Declaração, para ser assinada pelo maior número possível de pessoas, na qual se diga com toda a firmeza que o respeito e a defesa dos absolutos morais, isto é, dos princípios e valores inegociáveis será a condição essencial para votar nesses partidos. De facto, nenhum destes estará em condições de desprezar algumas centenas de milhares de votos.
Todos os cidadãos, crentes ou não crentes, fiéis leigos ou membros da hierarquia deverão participar e ajudar neste esforço que não é somente educativo e evangelizador mas do qual dependerá, em grandíssima parte, o futuro do país e do cristianismo em Portugal.
2. Desde o 25 de Abril que me tenho preocupado com uma coisa a que muitos parecem alheios. Em todas as eleições os partidos de matriz anticristã são sempre muito mais numerosos do que aqueles que se podem, ou podiam!?, reclamar-se de inspiração cristã. Um dos funestos resultados deste estado de coisas - em virtude de uma maior presença na comunicação social, tempos de antena, comícios, etc. -, é o de ter influído “catequeticamente”, o de ter permeado, uma mentalidade avessa à Lei Moral Natural e ao Cristianismo na generalidade dos fiéis e crentes e do povo em geral, mesmo quando pertencem a outros partidos.