sábado, 10 de maio de 2014

Vasco Pulido Valente:
«Não devemos nada aos capitães de Abril. Zero»


Vasco Pulido Valente é um intelectual de pensamento anarco-liberal com momentos de lucidez. Nesses momentos de lucidez costuma escrever algumas coisas certas que poucos têm a coragem de escrever, o que é louvável.

No lote de meia-dúzia de intelectuais indígenas (como ele chama às coisas e pessoas portuguesas) a que pertence, ele é, muito claramente, o único que pontualmente se aproveita. Por isso mesmo se sente isolado desses convivas.

Por vezes, Vasco Pulido Valente bate ao lado, como acontece nesta mesma entrevista, onde demonstra desconhecer a história económica de Portugal, limitando-se a reproduzir a versão de Cunhal no Rumo à Vitória, que procura escamotear o grande desenvolvimento industrial de Portugal nos anos 50 e 60. E para saber que as coisas não são como Cunhal as descreveu nem é preciso ter formação económica: basta olhar para meia-dúzia de estatísticas que tudo desmentem.

Quanto aos outros intelectuais desse lote, coitados... de nós, que temos de aturá-los.

Vasco Pulido Valente concedeu uma entrevista a Ana Sá Lopes, publicada no jornal i (25.5.2014). Vejamos alguns extractos.


                                                                                   Heduíno Gomes

(...)
Estava a dizer que a sede da PIDE devia ter sido um ponto estratégico se aquilo tivesse sido conduzido por alguém com alguma cabeça. Mas o 25 de Abril foi um sucesso. Acha mesmo que não tiveram cabeça?

Aquilo não tinha uma cabeça política e acabou por se reduzir ao plano operacional do Otelo, que também não tinha uma cabeça política. Basta ler a entrevista do Vasco Lourenço ao «Expresso», no sábado. Essas pessoas não sabiam o que iam fazer depois, o plano não preparava o futuro, como é evidente.

Entregaram o poder à Junta de Salvação Nacional...

O poder ficou divididíssimo, toda a gente tinha poder, ninguém tinha poder. Se entregaram o poder a alguém foi a conselheiros que se apresentaram, a maior parte do PCP e outros tantos indivíduos de extrema-esquerda, as brigadas revolucionárias.

Mas Spínola é feito Presidente da República...

Não se percebe muito bem por quem é feito, de que maneira é feito. Ainda não se percebeu muito bem. Há uma grande pulverização do poder, em que a grande força verdadeiramente organizada e disciplinada se conseguiu impor.

Estamos a falar do PCP. Vasco Pulido Valente vai esperar Álvaro Cunhal ao aeroporto logo a seguir. Porque decidiu fazer isso?

Por duas razões. Eu tinha combinado com a Maria Filomena Mónica, com quem eu vivia na altura, que se ela fosse esperar o Soares eu ia esperar o Cunhal. E os meus pais, que conheciam o dito Cunhal da juventude, embora nenhum deles já fosse PC nessa altura, foram-no esperar e disseram que gostariam muito que eu fosse também. E eu fui ver o Cunhal. E foi a primeira vez que eu tive uma «intimation» do que se ia seguir. Parte daquilo foi uma cópia da chegada do Lenine à estação da Finlândia.

Mas o PCP tem outra teoria sobre isso: a chaimite estava lá porque o Jaime Neves a mandou.

Diz o PCP. E a menina que estava em cima da chaimite e lhe deu as flores também foi enviada pelo Jaime Neves? E o discurso em si? Tinha sido tudo planeado.

(...)
Quando é que se lembra de começar a ter consciência política? Os seus pais eram politizados...

Os meus pais saíram do PCP quando foram as grandes purgas na Hungria, em que os soviéticos mataram as grandes elites nacionalistas, nos anos 50. Cortaram com o partido, mas continuaram a colaborar, porque eram amigos das pessoas, tinham contactos. (...)

(...)
Mas houve uma crise em 2008 que fez rebentar as estruturas da Europa.

O problema da Europa é que não tem ninguém que se responsabilize pela dívida globalmente. E a Alemanha não se quer responsabilizar pela dívida, nem a Holanda, nem a Finlândia. Daí o Tratado Orçamental. Isto é simplicíssimo. E toda a esquerda anda por aí a dizer que há outras maneiras. Não há outras maneiras! O documento dos 70 é uma bancarrota em prestações que a Europa não vai aprovar.

Há muita gente a assinar o documento que nem sequer é de esquerda...

Não sei se são de esquerda ou se não são. A estupidez humana é infinita e a estupidez portuguesa ainda consegue ser maior. Aquilo é uma bancarrota em prestações! E o capitão Vasco Lourenço e o Dr. Mário Soares incitam à insurreição violenta sem o governo abrir a boca! E não é só o governo, ninguém abre a boca! Toda a gente gosta muito da liberdade e da democracia, mas depois aparecem uns senhores... E o Dr. Soares sabe perfeitamente o que está a dizer!

O Dr. Soares diz que é contra a violência e está a alertar para os riscos de isto acabar mal.

Isso é uma incitação à violência por parte de um ex-Presidente da República! E o Dr. Soares sabe muito bem o que está a dizer! O Vasco Lourenço sabe menos o que está a dizer... Não passou pela cabeça de nenhum destes senhores, nem dos que os acompanham, o que seria o dia seguinte a uma revolução dessas quando fosse lá o chefe da revolução – se houvesse chefe, que não houve no 25 de Abril – pedir dinheiro emprestado!

Mas não acha que na sequência da crise de 2008, os princípios de coesão da União Europeia foram ao ar? Acha que essa Europa ainda existe?

Acho que nunca existiu. A partir de 1989 deixou de existir e antes disso não existia muito. Mas nós recebemos uma vasta solidariedade da Europa, os chamados fundos de coesão. Foi a nossa incapacidade de administrar esses fundos e a nossa desorganização como sociedade política que nos levou a este estado. Se tivéssemos administrado tudo bem e tivéssemos tido políticas inteligentes podíamos estar mal, mas não no estado em que estamos.

(...)
Mas qual é a saída? A dívida sobe cada vez mais...

Eu não digo que o governo esteja a fazer as coisas da melhor maneira, do meu ponto de vista não está. Mas daí a dizer-se «não vamos pagar a dívida», «vamos sair do euro», vamos declarar uma bancarrota a prestações, vai um abismo. Algumas dessas soluções conduzir-nos-iam à mais horrível miséria do mundo, sabe-se lá com que consequências políticas, como a saída do euro. Outras são já uma proposta de bancarrota. Qualquer país do mundo precisa de crédito internacional. Se nós não conseguirmos que os países nos emprestem dinheiro estamos perdidos.

(...)
Vamos para a política. Nunca os portugueses mostraram tanta aversão aos partidos, que são as entidades fundadoras da democracia.(...) 

As pessoas não têm confiança nenhuma naqueles partidos, acham-nos uns grupos de oportunistas, de corruptos, de mentirosos, que não lhes podem trazer nada de bem. O grave disto é que a onda de opinião contra os partidos pode tornar-se dominante. Há aí uma oposição difusa ao regime que ainda não encontrou um chefe. E o governo é composto por uma gentezinha autoritária, muito pouco democrática no geral. Considera-se injustamente o Paulo Portas o mais autoritário, mas não é. Apesar de tudo, é o mais tolerante. Eles estão a cumprir ordens e querem cumprir bem as ordens. São míopes politicamente. Há uma grande falta de inteligência política neste governo. Primeiro, não percebem a sociedade portuguesa e estão a atacar nos sítios errados. Passos não tem grande inteligência política.

Está a falar dos pensionistas e dos funcionários públicos?

Tendo em conta que representam 80% da despesa, tinham de a diminuir, mas podiam tê-la diminuído de outra maneira, fazendo a célebre reforma do Estado, que nunca tiveram coragem de fazer. Como nunca tiveram coragem de fazer a reforma administrativa. (...)

(...)
[Mário Soares] É um dos seus velhos amigos.

Mas o que eu acho que ele está a fazer é imperdoável! Ele está a trair todos os princípios que tinha e que fizeram dele quem é e está a associar-se com a gente que ele justamente execrava. Está a ver o Dr. Soares em 1980 à mesma mesa com Vasco Lourenço a dizer aquelas coisas sobre o MFA? Quando eles andavam a dizer por toda a parte que o iam matar?

Os capitães de Abril diziam que iam matar Mário Soares?

Os capitães de Abril nunca nenhum disse. Mas os fanáticos do MFA no PS vários me disseram. «Diz ao teu amigo Soares que ainda acaba morto.» As pessoas diziam isto nas conversas. E agora ele vai dar-lhes pancadinhas nas costas, a dizer que temos uma dívida de gratidão para com os capitães de Abril!

E não temos, Vasco? Não temos uma dívida de gratidão? Foram os homens que fizeram o golpe de Estado!

Leia a entrevista de Vasco Lourenço ao «Expresso». Ele reconhece que a maioria estava lá por razões corporativas.

Mas devemos alguma coisa àqueles homens, foram eles que saíram para a rua.

Não devemos nada. Zero.

Temos hoje democracia porque eles derrubaram o regime através de um golpe de Estado e arriscaram a vida. O Vasco reduz aquilo a uma reivindicação corporativa. Não é o caso de Melo Antunes.

Os tipos só sabiam vagamente o que estavam a fazer. O Melo Antunes era um imbecil.

(...)
Mas porque diz que Melo Antunes era um imbecil?

Esse achava-se um inspirado, que era a alma daquilo. Ele não percebia a sociedade em que estava a viver.

Mas é ele e o Documento dos Nove que abrem caminho ao 25 de Novembro.

Mas isso tem uma explicação muito clara: ele queria mandar, não queria que mandasse o PC. Ele iria transformar Portugal numa coisa nunca vista.

É a primeira pessoa que não me diz que Melo Antunes era o melhor de todos.

Era o pior deles todos!

Pior que Otelo?

Otelo é um inimputável simpatiquíssimo.

(...)





sexta-feira, 9 de maio de 2014

De boca cheia de Abril


José Caniné

     De boca cheia de Abril
     Andam sempre os mesmos mil,
     Erguendo alto a sua voz!
     Mas aos mais jovens eu lembro
     Que se não fosse o Novembro,
     Ai do Abril e ai de nós!





quinta-feira, 8 de maio de 2014

Conferência em Montemor sobre Colon

A Associação Cristóvão Colon organiza, no próximo dia 17 mais um Colóquio sobre Cristóvão Colon, que terá lugar em Montemor-o-Novo.
Nele será abordada a influência de Montemor, nomeadamente através dos Marqueses de Montemor, na vida de Colon e no plano de chegada ao Novo Mundo.

[Clique na imagem para visualizar o convite]

Islâmicos na Nigéria raptaram
cerca de 300 meninas cristãs


A barbárie está mais forte do que nunca e continua a reinar em pleno século XXI. Informem-se e divulguem este crime.

As crianças raptadas na Nigéria, pelos islâmicos, não podem ser esquecidas e têm de ser libertadas.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=735324&tm=7&layout=123&visual=61

http://www.google.com/url?q=http://www.publico.pt/mundo/noticia/presidente-da-nigeria-pede-ajuda-internacional-para-encontrar-raparigas-raptadas-1634695&sa=U&ei=dvNpU_nbHoOp0QWUzoDwDw&ved=0CCcQFjAD&sig2=Iad5sWZbW2X5Ebfijef8rw&usg=AFQjCNHy7Xu_M1h0b8Yd_2s1TbQH1vXzYg

http://www.google.com/url?q=http://oglobo.globo.com/mundo/lider-de-grupo-terrorista-promete-vender-centenas-de-meninas-raptadas-na-nigeria-12380403&sa=U&ei=dvNpU_nbHoOp0QWUzoDwDw&ved=0CCoQFjAE&sig2=GVDvVWuVH7MLzZPR_KcJUQ&usg=AFQjCNHTaWmtdYcHk6yaWgjd-WSbeycHDg

http://www.google.com/url?q=http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/internacional/15277-sequestro-de-estudantes-na-nigeria-boko-haram-assume-rapto-e-ameaca-vende-las&sa=U&ei=dvNpU_nbHoOp0QWUzoDwDw&ved=0CDwQFjAH&sig2=IsLU2cwaoyUPz-bHnMhyWA&usg=AFQjCNG_egkfo-AyVnJ9xwVpka0Mh0o7oQ

http://pt.euronews.com/2014/05/06/nigeria-mais-oito-jovens-raptadas






Festejem bem o 25A...

Dívida pública é 20 vezes
maior do que era em 1974


Notícias Ao Minuto, 25 de Abril de 2014

Desde 1974, o valor da dívida pública multiplicou-se por 20, enquanto o défice aumentou para 12 vezes o que era aquando do 25 de Abril, dá conta o Jornal de Notícias.

Nos últimos 40 anos, a dívida pública portuguesa passou de 304 milhões de euros (9,8 mil milhões actualizado à inflação) para 213 mil milhões. Um valor 20 vezes superior.

Já o valor do défice multiplicou-se por 12, passando de 20,3 milhões de euros (658 milhões actualizado à inflação) para 8,1 mil milhões de euros.

Isto num período em que o salário mínimo subiu menos do que aquilo que seria suposto e o número de pensionistas mais do que quadruplicou (de 780.399 para 3,6 milhões), aumentando consigo o valor pago em pensões para 410 vezes o despendido em 1974.





quarta-feira, 7 de maio de 2014

A Pastoral da Cultura e o Pureza


Heduíno Gomes

Os exemplos são às dúzias. Vejamos este apenas: um anúncio na carta electrónica da «Pastoral da Cultura» (21.3.2014), dirigida pelo padre-poeta Tolentino, continuador da seita da Capela do Rato, a anunciar uma actividade com o bloquista, anti-ocidental, abortista e apoiante da agenda dos invertidos José Manuel Pureza.

São assim certos padres que organizam certas actividades, outros padres que lhes fazem a propaganda e bispos que os toleram. A chamada «cultura cristã» dirigida pelo padre-poeta Tolentino resume-se a essa propaganda anticristã.

Agenda para hoje

...

Cantanhede

Debate: Ser com os últimos — Leituras da «Evangelii gaudium»
do papa Francisco

Os «últimos» e a política: para uma cultura do serviço


D. Manuel Linda, José Manuel Pureza

Auditório do Centro Paroquial
José Manuel Pureza









21h00


Entrada livre









terça-feira, 6 de maio de 2014

Acerca da intercessão dos santos
ou
A minha teologia caseira


Heduíno Gomes

Com  e com a razão tanta quanta me é permitido, vou pronunciar-me, calcule-se, sobre a intercessão dos santos.

Pois se o padre Carreira das Neves vira a Bíblia do avesso, porque não hei-de eu também ousar teologizar?

Pois se o frei Bento Domingues teologiza à moda da libertação, ...

Pois se o padre Anselmo Borges é que diz saber como a Igreja se deveria governar, ...

Pois se o padre Tolentino da Capela do Rato ratifica a cultura e tudo o mais, ...

Pois se já ouvi um padre, numa homilia, dizer que, há 2000 anos, o acontecimento histórico importante não foi o nascimento de Jesus mas sim o recenseamento no império romano, que integrava a Judeia...

Sim, perante tudo isto, porque não hei-de eu também ousar teologizar?

A questão teológica corrente é a seguinte. Dado o tão grande número de santos modernamente colocados nos altares (mesmo assim certamente em número inferior ao de santos que discretamente vão passando pela terra nos nossos dias), alguns crentes poderão interrogar-se sobre a capacidade de intercessão de certos deles, e por isso poderão ficar com receio de as suas preces não chegarem a Deus caso tenham pedido a intercessão de algum menos habilitado. Será o santo x mesmo santo para poder comunicar com Deus? –dúvida possível desses crentes.
A minha teologia caseira diz-me que esses crentes podem estar tranquilos porque, mesmo que as suas preces tenham sido apresentadas a alguém não deveras santo, como a intenção é que conta para Deus, e dada a Sua omnisciência, as preces chegam sempre ao Destinatário. Repito, mesmo que o suposto intercessor não esteja em condições de sê-lo por não participar na comunhão dos santos.
O Santo Padre Pio, vendo-se os seus estigmas nas mãos. 
Deus é que sabe, mas tudo indica ser um autêntico intercessor.






O Santo Condestável,
outro exemplo de santidade.

Providência cautelar contra aplicação de acordo
ortográfico nos exames do 6.º ano nos tribunais



A acção foi entregue no Supremo Tribunal Administrativo. Ivo Barroso, primeiro subscritor da acção, diz que o objectivo é que também seja aceite a grafia anterior ao AO90.

O Governo tem 15 dias para se opor aos efeitos suspensivos desta providência cautelar que chegou via internet ao tribunal, sendo que apenas na segunda-feira será entregue a documentação necessária para esta acção.

Em declarações à TSF, Ivo Barroso, professor da Faculdade de Direito de Lisboa e primeiro subscritor desta acção, entende que o acordo ortográfico está cheio de inconstitucionalidades e está a gerar muita confusão nas escolas.

Este docente justificou ainda esta acção pelo facto de nestes exames do 6.º ano ter sido «imposta a obrigatoriedade do AO90 no corrente ano lectivo».

«Ninguém sabe como aplicar o acordo ortográfico, nem os professores o sabem ensinar, nem os alunos o sabem aprender, porque o acordo ortográfico está extremamente mal feito, o que contribuiu para uma complefixação da aprendizagem».

Ivo Barroso adiantou ainda que os alunos são penalizados caso utilizem a grafia anterior ao acordo ortográfico e garantiu que o objectivo da acção é que seja aceite a grafia do «português costumeiro».





Filme «Fátima no Mundo»


Sabia-se que Fátima mudara Portugal, e o mundo.


Mas NÃO SE SABIA que Fátima mudou vários países
de um modo especial.

E por isso passou a fazer parte da sua história.

Este filme-documentário de 90 minutos é diferente por isso mesmo.

–   FÁTIMA NO MUNDO - Nos cinemas Lusomundo de 8 a 18 de Maio   – 

«Foi filmado um pouco por toda a parte, desde a Coreia do Sul ao Hawai, dos EUA a África, no Brasil e na Polónia, entre muitos outros países, de todos os continentes», diz o realizador Manuel Arouca.

O Papa Francisco recebeu, no Vaticano, uma cópia do filme
«que acolheu e viu com grande interesse e comprazimento».

É uma co-produção do Santuário de Fátima e da produtora Adonai.
Produzido no contexto das iniciativas de divulgação da Mensagem de Fátima com vista à preparação e celebração do Centenário das Aparições em 2017.





Como os deputados justificam faltas por doença







domingo, 4 de maio de 2014

A Estação Luz Filmes lança em Portugal
o filme «Blood Money – Aborto Legalizado»


A Estação Luz Filmes, distribuidora e produtora brasileira, lançará no próximo dia 8 de Maio, em colaboração com o Centro Cultural Nuno Álvares Pereira, o documentário «Blood Money – Aborto Legalizado».

A antestreia do filme ocorrerá no Inspira Santa Marta Hotel, na Rua de Santa Marta, 48, em Lisboa, pelas 21 horas, para convidados. Estão asseguradas sessões gratuitas, abertas a todos, nos dias 9 e 10, no mesmo local e à mesma hora.

«Blood Money – The Business of Abortion», no original, é uma produção independente, realizada pelo norte-americano David Kyle, que se deslocará a Portugal para a estreia.

O documentário, de 75 minutos, mostra «de que forma as estruturas médicas disputam e tratam a sua clientela, os métodos aplicados pelas clínicas para realização do aborto e o destino do lixo hospitalar, entre outros temas».

Denuncia ainda a prática da eugenia e do controle da natalidade por meio do aborto e trata aspectos científicos e psicológicos relacionados com o tema, como o momento exacto em que o feto é considerado um ser humano e se há ou não sequelas para a mulher que se submete a um aborto. 
«Blood Money – Aborto Legalizado» conta com depoimentos de médicos e outros profissionais de saúde, de pacientes, de cientistas e da activista de movimentos negros, Alveda C. King, sobrinha do pacifista  Martin Luther King, que também apresenta o documentário.

Segundo o director da Estação Luz Filmes, o amplo esclarecimento que o documentário oferece foi o que motivou a sua produtora a adquirir os direitos de distribuição. «É  a primeira vez que o cinema trata o assunto desta forma, tirando-o da invisibilidade…Acreditamos que vá atrair diversos segmentos sociais e pessoas sensíveis a essa questão, sejam elas contra ou a favor da legalização do aborto…».


www.ccnunoalvares.org





Mães de aluguer?


Gonçalo Portocarrero de Almada

Para os católicos, o mês de Maio é o mês de Maria. Para os cardíacos, Maio é o mês do coração. Para os deputados, este Maio não vai ser de Maria, nem do coração, mas das «barrigas de aluguer» ou, melhor dizendo, da «maternidade de substituição».

A maternidade não se esgota na sua acepção biológica e, por isso, a Igreja reconhece que a Mãe de Jesus também o é, em sentido espiritual, de todos os fiéis. As religiosas que se entregam aos doentes, aos órfãos e aos pobres, bem como as mulheres que adoptam crianças enjeitadas, exercem uma análoga maternidade. Não geram, não são «barrigas»; mas amam, porque são «corações». Não são «de aluguer», mas dão-se, porque são verdadeiras mães.

É verdade que ser mãe não é ser «barriga» mas, sobretudo, «coração». Mas onde há barriga, há coração. Ninguém nasce de uma «barriga», mas de uma pessoa que se envolve física, psíquica, afectiva e espiritualmente na gestação do novo ser. A dona do útero em que se aninha a nova criatura é muito mais do que um mero receptáculo, porque o filho recebe da progenitora uma parte importantíssima do seu património genético e com ela guarda, desde a concepção, uma relação filial insubstituível.

Não reconhecer a condição de mãe à mulher que gerou um filho é uma falsidade. Não se pode negar a ninguém o direito a ter por pais os verdadeiros progenitores.

Uma mãe não se aluga, nem aluga o seu corpo. Uma mulher que o faça ofende a sua dignidade feminina e a do ser que concebe nas suas entranhas.

Pode-se ter por filho quem não se gerou, mas só é mãe, em sentido pleno, quem concebe no seu corpo o ser que ama com o seu coração.