sábado, 26 de janeiro de 2013

O desatino do povo de Deus em Portugal

Nuno Serras Pereira

Nesta nação em que nos foi dado nascer e viver a maioria da sociedade, que se confessa católica, está inteiramente desnorteada pela propaganda quotidiana do que lhe é incutido pela maior parte dos políticos, de grande parte da comunicação social e a espaços por não poucos prelados. De facto, todo o mundo está persuadido de que o maior problema do nosso país, e quiçá do mundo, é a crise económico-financeira. Sem negar, de modo algum, a seriedade desta e a urgência de a ultrapassar deve-se, no entanto, afirmar que há assuntos bem mais graves, que passam ao lado daqueles que controlam o que devemos saber, os assuntos em que devemos pensar, as conversas que devemos ter.

Há aí alguém que tenha consciência de que no mundo de hoje, de cinco em cinco minutos, se assassina um cristão por causa da sua Fé? Quem se detém em noticiar e aprofundar a matança de cento e cinco mil cristãos exterminados, por causa da sua Fé, só no ano passado? E, todavia, sabemos que se tratasse de um punhado de irmãos judeus, ou muçulmanos, ou, mesmo, de um só «gay» (ou lgbt) o alarido seria interminável, com declarações solenes de repúdio, ao mais alto nível, com movimentações e manifestações de rua, «debates» unanimemente escandalizados nas televisões e nas rádios, comunicados e abaixo-assinados por tudo quanto é redes sociais e inter-rede, enfim, um clamor estriduloso.

Claro que empedernidos num egoísmo indiferente podemos ignorar, em contradição flagrante com a nossa Fé – que opera pela Caridade –, e mesmo a simples solidariedade humana, os sofrimentos e as injustiças que padecem esses nossos irmãos, cuidando que estamos a salvo numa pacífica segurança norte-ocidental.

A verdade porém é que se algum cristão ou qualquer outra pessoa de boa vontade se julga seguro, ou é ignorante, ou é ingénuo, ou é lorpa. A enorme insensatez ou cegueira da maioria dos cristãos e dos católicos, incluindo altos prelados, tem consistido em não quererem ver, ou então em cumpliciarem-se com uma minoria extremamente activa que de ano para ano, imparável, determinada, persistente, imbatível, tem vindo a conquistar as mentalidades, a sugar as almas, a inverter a moral, a corroer o bem comum, a cancerar a subsidiariedade, a derrancar a solidariedade, a torpedear a eminente dignidade transcendente de cada pessoa humana, a minar as instituições, a dominar a comunicação social, a controlar a justiça, a manipular a política, a ludibriar os Pastores.

A decisão obstinada de muitos prelados em «trabalhar» nos «bastidores» com as autoridades tem, ao contrário de tantos outros países, deixado o povo de Deus ignaro da Doutrina, privado de defesas, rendido à mentalidade dominante, incapaz de resistência, entorpecido numa modorra, entibiado por uma identidade desmaiada, se não mesmo moribunda, inábil para o combate espiritual, seguidor de lobos vorazes, abandonado aos predadores.

Contra os falsos profetas de um optimismo vão, tantas vezes desmascarado nas Sagradas Escrituras, é imprescindível tomar consciência da realidade, dos factos, para que cooperando com a Graça de Deus se dê lugar à Esperança verdadeira.

Se não despertarmos e não «combatermos o bom combate» seremos cruelmente perseguidos, impiedosamente lançados às enxovias, obscenamente abusados, implacavelmente entregues ao matadouro.

É inteiramente verdade que Nosso Senhor Jesus Cristo nos avisou das perseguições e da Cruz, em especial aos primeiros cristãos, que, sendo uma minoria minúscula, tinham de conquistar a imensa massa de povos idólatras. Mas o Senhor não disse que fossemos esparvoados, imbecis, cobardes, indiferentes, atoleimados, que nos deixássemos enredar pelas subtilezas astuciosas do Inimigo. Não nos mandou que fossemos passivos diante da injustiça, da mentira, da manipulação, do desamor. Pelo contrário, imperou-nos que amássemos radicalmente guerreando o mal e o pecado com a fortaleza que nos comunica pelo Seu Espírito. Se os cristãos, em particular os católicos, assim o tivessem feito aquando dos repetidos alertas de Pio IX, de Leão XIII, de Bento XIV, de Pio X, de Pio XI, de Pio XII, teriam impedido as monstruosas tragédias do comunismo, do nazismo, do fascismo. Quanta catástrofe, quanta hecatombe, quanto flagelo, quanta calamidade, quanta assolação, quanta violentíssima crueldade se teria evitado; quantas vidas poupadas, quantas almas salvadas, quantas famílias mantidas, quantas cidades inteiras, quantas nações em pacífica harmonia!

A alucinação geral contemporânea em que estamos mergulhados leva muitos a suporem que nos dias de hoje não existem, nem de longe nem de perto, perigos, mais ou menos, semelhantes. Esta enorme ilusão é já, evidentemente, uma consequência da programada mesmerização colectiva a que temos vindo a ser submetidos. Os alertas, então, do Bem-aventurado João Paulo II e os, agora, do Papa Bento XVI foram e são frequentes. Quereremos nós imitar a irresponsabilidade ou a insensatez das gerações que nos precederam deixando que as minorias malignas provoquem novas calamidades?


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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O Papa alerta para falsos ídolos


Bento XVI convida cristãos a ir contra a corrente

Bento XVI alertou hoje no Vaticano para a necessidade de os cristãos seguirem em contracorrente e ignorarem o que classificou como ídolos propostos pela sociedade.

Muitos são hoje os ídolos falsos que se levantam. Os cristãos, se querem ser fiéis, não devem ter medo de seguir em contracorrente, escreveu o Papa na rede social Twitter, aos seus mais de 2,5 milhões de seguidores em nove línguas, incluindo o português.

A mensagem sintetizou a catequese que Bento XVI apresentou durante a audiência geral desta manhã, na sala Paulo VI, durante a qual afirmou que acreditar em Deus implica apresentar valores que muitas vezes não coincidem com a moda e as opiniões do momento, adoptar critérios e assumir comportamentos que não pertencem ao modo comum de pensar.

Segundo o Papa, os cristãos não devem uniformizar-se perante sociedades nas quais Deus é o ‘grande ausente’ e no seu lugar existem muitos ídolos, a começar pelo ‘eu’ autónomo.

Mesmo os notáveis progressos da ciência e da técnica induziram no homem uma ilusão de omnipotência e de auto-suficiência, bem como um crescente egocentrismo criaram vários desequilíbrios no interior das relações interpessoais e dos comportamentos sociais.

O Papa aludiu à figura de Abraão, chamado o pai de todos os crentes, a quem a fé levou por um caminho paradoxal, pois será abençoado, mas sem os sinais visíveis da bênção.

Abraão, na fé, sabe discernir a bênção divina para além das aparências, confiando na presença do Senhor mesmo quando os seus caminhos são misteriosos, antes de frisar que os olhos da fé são capazes de ver o invisível.


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«Ser governado pelo dinheiro organizado
é tão perigoso como sê-lo
pelo crime organizado»

Franklin Delano Roosevelt
32.º Presidente dos EUA



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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O abortista e pro-invertidos Obama
é o maior para a senhora professora
da «católica»

L. Lemos

A senhora professora liberalóide da universidade caótica (dita Universidade Católica Portuguesa) Lívia Franco participou mais uma vez no programa da Sic Notícias Opinião Pública (22.1-2013). Com tanto tempo de antena, o Balsemão e seus assalariados lá sabem porquê.

A propósito do discurso da tomada de posse do Obama, fingindo imparcialidade e «olho científico» de análise com uma linguagem da sociologia política, a senhora professora derretia-se ao colocar bonito na fotografia este abortista e pro-invertidos. A sua metralha verbal com banalidades e academismo livresco enjoa. Pobres alunos da senhora professora.

Mais grave é a posição da senhora professora de uma universidade dita católica quanto a questões de natureza civilizacional. Enquanto os promotores do aborto e dos invertidos têm perdido sucessivas batalhas contra os defensores da vida e da família natural, vem a senhora professora liberalóide da universidade caótica (dita Universidade Católica Portuguesa) sugerir que tais questões começam a ser pacíficas na sociedade americana…

Apoiante do pior e elogiada pelos telespectadores que telefonaram e manifestaram as mesmas posições «progressistas»...

Quanto ao resto do que disse, são as banalidades em tom sábio dos académicos que vomitam sebentas.

Esta senhora professora da caótica pertence ao Instituto de Estudos Políticos e à revista Nova Cidadania, da dita universidade, antros de liberais chefiados pelo João Carlos Espada. Como liberalóide que é, tornou-se uma obcecada por Tocqueville, como se este pensador fosse a varinha mágica para resolver os problemas da humanidade. A propósito das suas divagações tocquevillianas a senhora professora merece o apoio do Espada, naturalmente, e da Filomena Mónica, também naturalmente, dois expoentes da intelectualidade portuguesa que tão sabiamente têm apontado caminhos ao Povo português, cujos resultados agora todos conhecemos e dos quais lavam as mãos.


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França: Centenas de milhares
em manifestação contra «casamento»
entre invertidos


A chamada «Manifestação para todos», promovida por comunidades religiosas e movimentos da sociedade civil, surgiu como forma de oposição ao projecto de lei apresentado pelo executivo do socialista François Hollande, chamado «Casamento para todos», que pretende legalizar o casamento e a adopção por invertidos e deve começar a ser analisado pelo Parlamento francês a partir do dia 29 de Janeiro.

Sob o lema «Nascemos de um homem e de uma mulher», a manifestação na capital francesa é apresentada pelo portal de notícias do Vaticano como uma «batalha civilizacional em defesa da célula fundamental da sociedade».

O arcebispo de Paris, cardeal André Vingt-Trois, marcou presença no final da iniciativa para manifestar o seu encorajamento aos organizadores.

O presidente do Conselho Pontifício da Família (Santa Sé), D. Vincenzo Paglia, elogiou o empenho do episcopado francês nesta causa para «fazer entender que o matrimónio e a família não são uma realidade de alguém, mas da humanidade».

«A igualdade é uma coisa, o respeito pela diversidade é outra, porque para se chegar a uma igualdade robusta é necessário respeitar a diferença com críticas à ideologia de género.»

O arcebispo italiano sustenta que, após a legalização do casamento e da adopção por pessoas do mesmo sexo «tudo se torna possível» em termos de definição do matrimónio.

«Se a medida for o ‘eu’ e a satisfação de todos os seus desejos, fica claro que tudo pode acontecer e, portanto, temos a destruição da civilização».

O porta-voz da Conferência Episcopal Francesa, D. Bernard Podvin, disse estar confiante no bom senso da opinião pública, nestas matérias e apela ao testemunho dos católicos.

«Os tempos são difíceis, temos de testemunhar uma esperança e recordar à nossa sociedade que, no futuro, será muito mais frágil e terá se estar muito atenta aos seus valores fundamentais».


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Eis alguns dos que nos arruinaram
(e continuam)


Fernando Nogueira:

Antes – Ministro da Presidência, Justiça e Defesa de Cavaco

Agora Presidente do BCP Angola

Rui Machete: (agora ninguém o ouve)

Antes – Ministro dos Assuntos Sociais

Agora Presidente do Conselho Superior do BPN; (o banco falido, é só gamanço) e Presidente do Conselho Executivo da FLAD
Paulo Teixeira Pinto: (o tal que antes de trabalhar já estava reformado)

Antes – Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros de Cavaco, depois Presidente do BCP (Ex. – Depois de 3 anos de «trabalho», Saiu com 10 milhões de indemnização !!! e mais 35 mil € x 15 meses por ano até morrer...)

Agora – Novo administrador da Comissão Executiva da EDP

Celeste Cardona: (a tal que só aceitava o lugar na Biblioteca do Porto se tivesse carro e motorista às ordens – mas o vencimento era muito curto)

Antes – Ministra da Justiça, depois vogal do CA da CGD

Agora Nova administradora da Comissão Executiva da EDP


José Silveira Godinho:

Antes – Secretário de Estado das Finanças

Agora Administrador do BES




João de Deus Pinheiro(aquele que agora nem se vê)

Antes – Ministro da Educação e Negócios Estrangeiros de Cavaco

Agora Vogal do CA do Banco Privado Português (o tal que deu o berro).
Elias da Costa:

Antes – Secretário de Estado da Construção e Habitação de Cavaco

Agora – Vogal do CA do BES
Ferreira do Amaral: (o espertalhão, que preparou o terreno)

Antes – Ministro das Obras Públicas de Cavaco (que entregou todas as pontes a jusante de Vila Franca de Xira à Lusoponte)

Agora – Presidente da Lusoponte, com quem se tem de renegociar o contrato (pois claro, à tripa forra).
Eduardo Catroga:

Antes – Foi Vice Presidente da Quimigal, Presidente do CA da SAPEC e Ministro das Finanças do 12.º Governo de Cavaco

Agora – Novo Chairman da EDP, que acumula com Administrador não Executivo da Nutrinveste e do Banco Finantia (não prescinde de receber todas as reformas e pensões a que tem direito, pudera também eu!!!!!!)



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Carta do Cardeal Bertone em nome do Papa
à Presidente da CNAF

[Clicar na imagem para visualizar uma versão ampliada]


Salazar e os actuais políticos pedintes

Memórias de um outro Portugal
Corria o ano da graça de 1962 (já lá vai meio século). A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com 50 milhões €) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.

O embaixador incumbiu-me (ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada) dessa missão.

Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal-entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.

Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo numa altura em que o tesouro português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: «Pague já e exija recibo». Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.

Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: – não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.

Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado – ao tempo Dean Rusk – teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. «Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall»; «Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam» e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país (Portugal) que respeitava os seus compromissos.

Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Diretor-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por «Ordenações Felismínicas» as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: – «Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar: é nada dever a quem quer que seja».

Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.

Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.

Estoril, 18 de Abril de 2010 - Luís Soares de Oliveira


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Um tabu a romper:
a indústria da eutanásia dos velhos


Eduardo Cintra Torres

Todas as sociedades têm interditos, ou tabus; vivemos bem com eles, não vivemos sem eles. Uns estabelecem normas de vida, como o do incesto ou do assassínio. Outros referem-se a coisas comezinhas, como não passar debaixo duma escada.

O termo polinésio tabu passou da antropologia à linguagem comum: a palavra tabu é forte, mas usa-se como eufemismo para evitar «interdito» ou «proibição». Por paradoxo, dizemos tabu para não expressarmos por inteiro o interdito a que se refere.

O jornalismo não podia deixar de ter tabus. Não me refiro ao abuso da palavra por moda, como a recusa dum político de anunciar uma candidatura no momento e no local que agradaria aos jornalistas, mas aos autênticos, como o do suicídio. Por consenso, o jornalismo decidiu não o noticiar, pois a publicitação pode induzir outros suicídios. Nem sempre houve este tabu jornalístico, o que mostra como a criação, vida e quebra de tabus varia no tempo. No excelente jornalismo português do início do século XX, liam-se centenas de notícias de tentativas com ou sem êxito de suicídios. Hoje há um limite auto-imposto da liberdade de imprensa por consenso que é aceite pela esmagadora maioria. Nunca vi ninguém contrariá-lo.

Mas há outros tabus que conviria ao jornalismo romper. Um deles é o da maneira como tratamos os velhos. Não digo idosos, porque idosos é outro eufemismo para esconder a terrível realidade da velhice de centenas de milhares de concidadãos. Ontem, vi na RTP 1 uma notícia sobre uma «idosa» que morreu sozinha por fogo num «apartamento que servia para acolhimento de pessoas acamadas», em Meadela. Não interessa aqui se o lugar de «acolhimento» estava legalizado. Interessa que a sociedade, as pessoas, nós, empurramos os velhos para armazéns de «acolhimento» e «lares» (outras palavras que adoçam a realidade do tabu). Estes velhos são mais indefesos do que as crianças, eudeusadas pela sociedade actual (basta ver as notícias falando dos milhares que vão para a escola com fome e ignorando, sempre, os pais dessas crianças, que não são monstros e também passam fome). A sociedade condena à morte triste e lenta centenas de milhares de velhos, consentindo-a. São depositados onde quer que seja, muitos em condições infames, pelos próprios filhos. O jornalismo não deveria apenas noticiar os «lares» ilegais que encerram e os velhos que morrem por incúria. Deveria romper o silêncio consentido de toda a sociedade sobre os que abandonam os velhos e sobre a permitida indústria da morte lenta, uma eutanásia de que é tabu falar.



segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Usurpações aterradoras

Nuno Serras Pereira

Cada vez tem havido mais casos vindos a público de roubos violentos, por parte do estado, de filhos a seus pais. Os tribunais conluiados com assistentes sociais arrogam-se o direito a um poder absoluto contra a família determinando se podem ou não ter filhos, e impondo ameaçadoramente o que têm que fazer para os evitar. Isto, tanto quanto sei, começou com o então chamado «rendimento mínimo garantido», o qual exigia que quem dele quisesse usufruir fosse obrigado ao uso contínuo da contracepção, mesmo a abortiva precoce. Esta brutalidade totalitária não incomodou os altos prelados que se desfizeram em elogios à introdução daquele sem atender a este monstruoso «detalhe».

Ontem foi noticiado por um semanário o mais clamoroso dos casos conhecidos. A coisa é medonha. Um juiz determinou a esterilização permanente de uma mãe em virtude da pobreza em que vivia com os filhos. Como ela felizmente, e ajuizadamente, não o fez e se atreveu a procriar mais, o tribunal determinou, para gáudio das assistentes sociais, que lhe fossem extorquidos sete dos dez filhos, deixando-a só com os mais velhos. A ferocidade controladora e predadora do estado, em nome do bem-estar material, da higiene e da pontualidade escolar, ignora friamente os vínculos familiares, os laços de amor filiais, maternos, paternos e fraternos, e em vez de colaborar com a sociedade civil e com as Instituições de solidariedade para melhorar as condições de vida desta sociedade natural, anterior ao estado, entretém-se sadicamente a escaqueirá-la. Por este andar tardará muito até assistirmos impávidos e serenos, como temos estado ao longo destes anos, a decisões judiciais que imponham aos pobres o aborto forçado? Aliás, se esta mãe tivesse abortado os sete filhos não a espoliariam de nenhum dos que restassem nem padeceria controlos das assistentes sociais nem poria o pé em qualquer tribunal. Seria, pelo contrário, apontada como uma progenitora responsável, inteiramente capaz de cuidar da família, enfim uma mulher exemplar. Esta mentalidade inoculada sistematicamente ao longo das últimas décadas pela APF, prodigamente protegida e subsidiada por todos os governos, continua coadjuvada pela introdução da ideologia do género (ver os dois primeiros parágrafos deste discurso de Bento XVI e a entrada ideologia do género no blogue Logos), desde 1995, a sê-lo maciçamente com a cooperação activa dos mesmos políticos germinados nesse caldo infeccioso e pestilento em que se transformaram os partidos que têm estado nos governos.

Baste para exemplo o encontro, no próximo 13 de Fevereiro, organizado e promovido pelo ministério dos negócios estrangeiros.

Eduardo Pinto da Silva (Divisão de Direitos Humanos – Human Rights Division – SPM – DGPE – Ministério dos Negócios Estrangeiros – Directorate-General for External Policy – Ministry of Foreign Affairs) numa mensagem e enviada para uma extensa lista de representantes e associações da sociedade civil escreve: «Tenho a honra de informar V. Exas que a Comissão Nacional para os Direitos Humanos (CNDH) se reunirá em formato alargado a representantes da sociedade civil no próximo dia 13 de fevereiro, às 9 horas e 30 minutos, no Auditório do Instituto de Defesa Nacional (Calçada das Necessidades, nº 5, Lisboa) … Na qualidade de Presidente da Comissão Nacional para os Direitos Humanos, o Senhor Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Europeus fará a abertura da reunião e dirigirá os respectivos trabalhos (ordem de trabalhos em anexo)».

O anexo da «comissão nacional para os direitos humanos» apresenta na sua ordem de trabalhos, entre mais uma ou duas coisas o seguinte:

«Igualdade de Género – Esclarecimento de Conceitos» – Apresentação pela Presidente da Direção da Associação Portuguesa de Mulheres Juristas, Dra. MªTeresa Féria de Almeida

«Globalização: Porquê a necessidade de sensibilizar para a Igualdade de Género?» – Apresentação pela Presidente da Delegação de Matosinhos da Cruz Vermelha Portuguesa, Dra. Joana Salinas.

Não resta pois dúvida alguma de que o estado português dominado pela agenda «gay», «lgbt», etc., em nome dos direitos humanos, «catequisa» a sociedade civil com estas nefandas ideologias que têm o propósito de acabar com os mesmos, invertendo-os, de modo a que o seu poder tentacular se vá fortalecendo, ainda mais, até ao ponto de estabelecer o seu totalitarismo intrinsecamente perverso, que perseguirá implacável e desalmadamente os cristãos e todas as demais pessoas que queiram viver de acordo com a recta razão.Para concluir volto ao princípio do texto somente para dizer que, se dependesse de mim, aquela mãe que, não obstante a pobreza, tem um amor maior que todas as riquezas, seria condecorada com o mais alto galardão nacional como exemplo de generosidade em tempos de tanto egoísmo, como modelo do maior contributo que se pode dar para o futuro deste país que se encontra em estado adiantado de suicídio demográfico.


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Exorcista espanhol adverte sobre livros
«envenenados» do jesuíta Juan Masiá


O sacerdote exorcista espanhol José Antonio Fortea advertiu os fiéis católicos a não lerem os livros «envenenados» do jesuíta Juan Masiá Clavel, abertamente contrários à doutrina da Igreja Católica.

Recentemente o Pe. Masiá escreveu uma conversação fictícia do Papa Bento XVI com o arcanjo Gabriel, na qual este último assegurava que «Maria e José fizeram o menino que o Espírito lhes deu», negando assim a virgindade de Maria.

Num texto publicado no seu blogue, o Pe. Fortea referiu que «o jesuíta Masiá publicou um livro no qual, fiel à sua trajectória pessoal, nega aspectos da fé do modo mais dissimulado possível».

«Querido Masiá, com todo o carinho, com todo o amor, devo recordar às ovelhas que não se apascentem de pastos envenenados como estes livros», disse o Pe. Fortea.

O exorcista espanhol, que actualmente realiza o seu doutorado em teologia em Roma, explicou que «supõe-se que a fé deveria ser uma proclamação. E a teologia não é outra coisa do que um aprofundamento nessa proclamação».

«Visto do lado dos proclamadores do Evangelho, não deixa de surpreender que um jesuíta se dedique à acrobacia teológica: digo mas não digo; isto não é assim, mas também não digo que não é assim; e coisas desse estilo», criticou.

O Pe. Fortea sublinhou que tanto «em gramática como em teologia dogmática, o verbo ser é muito claro. As coisas são verdade ou não são verdade, aconteceram ou não aconteceram». «Podemos complicar tudo o que queiramos, mas no final da história o juiz perguntará zangado: Vejamos, você espetou a faca na sua mulher ou não?», referiu.

«Aqui não vale dizer ao juiz: Eu só a assassinei um pouquinho, ou eu assassinei como verdade metahistórica. Não vale que o acusado diga: como verdade poética eu não a matei», indicou.

O exorcista espanhol dirigiu-se ao jesuíta dizendo que «a fé que recebemos desde o começo, numa tradição ininterrupta, é que os quatro evangelhos são um fidelíssimo reflexo da verdade; da verdade histórica, Masiá».

O Pe. Fortea assegurou-lhe no seu blogue que «se tivesse dito essas coisas diante da Madre Teresa de Calcutá, ela acompanhava-o à porta do convento e dir-lhe-ia: muito obrigado, padre, não venha cá mais».

«Ela fê-lo uma vez com um sacerdote desmoralizador, moderno e progressista. Depois, a Santa de Calcutá sentou-se diante das suas freiras e recordou a Fé da Igreja repassando ponto por ponto as coisas ditas pelo pregador», recordou.

«Masiá, recorda que somos seguidores de Cristo, que de certa forma somos como os continuadores daqueles rabinos que pregaram no tempo de Esdras, como aqueles que explicaram a Lei no tempo dos Macabeus. Nós os sacerdotes, somos esses rabinos aos quais chegou a Luz da Nova Aliança», disse.

O exorcista espanhol sublinhou que «somos descendentes espirituais dos que cruzaram o Mar Vermelho com os egípcios atrás deles, perseguindo-os. Depois, conhecemos o Evangelho, São Paulo ensinou-o, lemos as cartas de São Pedro e de São João».

«Tudo é uma continuidade. Nossa Sancta Ecclesia apoia-se numa tradição, numa Santa Tradição», concluiu.

O jesuíta Juan Masiá ficou conhecido no Brasil devido a uma série de artigos e entrevistas na página da universidade jesuíta UNISINOS (RS), nos quais entre outras posições criticáveis desde a sã doutrina católica, o religioso afirma que a Igreja não condena a pílula do dia seguinte e nos quais ele apoia posições contestadas, e inclusive consideradas heréticas, do falecido cardeal Carlo Martini no campo da bioética.


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