OS ACTUAIS MOVIMENTOS
ESPONTÂNEOS DE PROTESTO,
A SUA CARACTERIZAÇÃO E
ENQUADRAMENTO
E A OPOSIÇÃO QUE LHES É
MOVIDA
PELAS FORÇAS INSTALADAS
DO SISTEMA
Nota
política do Secretariado da Milícia de São Miguel
(22 de
Dezembro de 2018)
O aparecimento de
movimentos de protesto em vários países da Europa, nomeadamente o dos coletes
amarelos em França e da sua réplica em Portugal, tem sido tema de
políticos e analistas de vários quadrantes, convergindo na condenação desses
movimentos. Este tema é o objecto da presente Nota.
1 — Portugal, a Europa e
o mundo ocidental em geral encontram-se dominados por forças subterrâneas que
visam o estabelecimento de um governo mundial de oligarcas. Estabelecer esse
governo mundial passa pelo sufoco económico e financeiro das nações e pela sua
dissolução cultural, religiosa, identidade nacional e independência. O sufoco
económico e financeiro das nações é feito com os orçamentos globais e
especulação financeira. A dissolução cultural e destruição dos valores da
Civilização é feita pela contra-cultura baseada no relativismo. A dissolução
religiosa é promovida através da implementação de uma religião mundial pagã
desenhada à medida dos interesses políticos, já ensaiada por Hitler. A
destruição da identidade nacional é promovida através do apagamento de todas as
referências nacionais, nomeadamente da história e das tradições, e pela sua
substituição por um multiculturalismo, por um mundialismo, de que o europeísmo
sem pátrias é instrumento, conduzindo ao mundo «sem fronteiras» para o acesso
livre dos oligarcas mundiais.
2 — Na Europa, os
oligarcas mundiais têm os seus agentes principais em Bruxelas, que gerem os
sub-agentes nos países «integrados». Estes agentes do mundialismo, burocratas
assalariados, sobrevivem da sua integração no sistema mundialista e sub-sistema
europeísta. Daí usufruem carreiras, participação em negócios escuros e
até mensalão, como ficou comprovado com a lista de financiados por
Soros, uns daquilo a que se chama direita, outros de esquerda,
incluindo os de Portugal, no Parlamento Europeu.
3 — O mundialismo elaborou uma ideologia própria e impõe-na através do poder exercido e dos meios de comunicação tradicionais, por si controlados. Nessa ideologia cabem palavras doces como harmonização, direitos humanos, acolhimento, tolerância, ecologia, evitar as alterações climáticas, igualdade de género, etc., questões verdadeiras ou inventadas mas todas com o mesmo fim: a necessidade de estabelecer políticas que conduzem ao seu governo mundial.
3 — O mundialismo elaborou uma ideologia própria e impõe-na através do poder exercido e dos meios de comunicação tradicionais, por si controlados. Nessa ideologia cabem palavras doces como harmonização, direitos humanos, acolhimento, tolerância, ecologia, evitar as alterações climáticas, igualdade de género, etc., questões verdadeiras ou inventadas mas todas com o mesmo fim: a necessidade de estabelecer políticas que conduzem ao seu governo mundial.
4 — Os representantes em
Portugal dos oligarcas mundiais, agindo directamente ou através da União
Europeia, desempenham obedientemente esse papel. Os seus objectivos e propostas
são os mesmos. Eles encontram-se no interior dos partidos políticos, governos,
justiça, Forças Armadas, meios de comunicação, sindicatos, professorado,
organismos culturais, organizações da sociedade civil, etc. Eles
encontram-se infiltrados até na própria Igreja, como se pode verificar pelo
comportamento de um certo clero. Este conjunto de governantes no sentido lato
constitui uma elite formal, falsa, vendida ao mundialismo, e não
uma elite nacional real. É esta falsa elite que constrói e governa
em parceria a sua III República.
5 — O sistema
político da III República é, pois, um sistema corrupto, de que são exemplos a
criação de leis contra a família natural e a promoção da pornografia e do
homossexualismo — inclusivamente já nas escolas primárias e secundárias; a
política demográfica multiculturalista; a criação de uma classe de burocratas e
de políticos parasitas e corruptos; políticas económicas e fiscais sufocantes
dos cidadãos para alimentar os membros da classe política e seus colaboradores;
a participação ilegítima em negócios; o condicionamento dos magistrados
honestos; a destruição da nossa identidade nacional; o esvaziamento e subversão
dos três pilares da Civilização e do Estado — a Igreja, as Forças Armadas e a
Justiça; a destruição da nossa soberania e a submissão de Portugal a uma
qualquer Merkel e, através dela, aos oligarcas mundiais; o fomento da
insegurança pública pela permissividade da lei e condicionamento das forças da
ordem; a destruição do ensino com as chamadas «novas pedagogias»; o
financiamento de grupos e actividades pseudo-culturais para arregimentar
agentes de propaganda do sistema; etc., etc., etc. Eis a III República. A
tudo isto não é estranha a maçonaria, apesar da seriedade — e ingenuidade — de
alguns dos seus filiados.
6 — A corrupção da
classe política e o consequente agravamento da situação social, quer em
Portugal, quer na generalidade das nações europeias, tem tido consequências
muito negativas no dia-a-dia das pessoas. Assistimos à destruição da economia e
das finanças, da educação, da cultura ocidental, da vida moral e religiosa, do
equilíbrio demográfico, da segurança interna, etc. Perante esta situação,
e furando a censura do sistema com os novos meios de comunicação, nomeadamente
as redes sociais, surgiram na Europa e no mundo legítimos movimentos de contestação
de novo tipo e até a eleição de governos distanciados da oligarquia
mundialista.
7 — Sendo verdade que
grupos neonazis se colam aos movimentos espontâneos populares — como se colam a
qualquer contestação —, a máquina de propaganda mundialista aproveita o facto
para «provar» identidades que não existem. De imediato, os movimentos e
governos antimundialistas são carimbados de neonazis, neofascistas ou de
extrema-direita, fazendo equivaler este último epíteto aos dois primeiros,
isto é, confundindo no espectro político direita — que não
a «direitinha» homologada pela esquerda — com a barbárie pagã
do nazi-fascismo. Os rótulos de fundamentalista ou radical surgem
também na propaganda mundialista como os menos indignos... A intoxicação
vai ao ponto de classificar desse modo posições genuinamente cristãs —
filosófica e politicamente opostas a tais correntes —, metendo no mesmo saco
qualquer opositora aos seus anseios.
8 — Apesar de toda a
propaganda e encenação dos oligarcas e seus representantes nos vários países,
incluindo Portugal, a verdade acaba por impor-se. O despertar chegou a Portugal
e surge o movimento dos coletes amarelos, movimento levantando uma
série de problemas reais da vida das pessoas e da anomalia denominada III
República. Então, de imediato, os meios tradicionais de comunicação
encheram-se de políticos, politólogos, jornalistas e outros bem-pensantes do
sistema a tecerem as suas teorias sobre o fenómeno.
9 — Todos os argumentos
da classe política, seus ideólogos e seus prolongamentos sindicais socialistas
e comunistas se resumem a um ponto: o que não é por si controlado é mau. O
movimento dos coletes amarelos é «inorgânico» (isto
é, ninguém o controla) e por isso é mau. É «populista», «contra
a democracia», «perigoso» e até mesmo «podendo
conduzir ao fascismo»...
10 — Ora, o movimento é
de facto «inorgânico» no sentido em que não tem uma
organização sólida por trás. Mas, para as estruturas orgânicas que
existem no orgânico sistema, o problema é temerem que do
movimento inorgânico nasçam estruturas orgânicas que façam
concorrência política, sindical ou cultural às suas. E assim as
estruturas orgânicas do sistema perderiam o controlo do povo,
o poder político e sindical e as respectivas benesses. Traduzido
por miúdos, a isto se resume a douta explicação da oposição aos actuais
movimentos espontâneos por parte das referidas forças do sistema.
11 — A Milícia de São
Miguel, como organização política, cultural e social supra-partidária
promovendo a defesa da Civilização, da Nação e do bem comum, reconhece na
generalidade a justeza das reivindicações do movimento dos coletes
amarelos. A sua causa também é, no conjunto, a mesma. A Milícia de São
Miguel apoia sem reservas esta contestação popular à corrupção moral e
financeira e incompetência reinantes na III República. E fá-lo
independentemente do grau de adesão que o movimento possa ter, dos resultados
práticos que o movimento consiga e até de alguma incoerência ou utopia que
surjam no discurso deste ou daquele manifestante espontâneo. Na generalidade, estamos no mesmo lado.
12 — A Milícia de São
Miguel alerta no entanto para o facto da experiência histórica mostrar que os
movimentos espontâneos são efémeros e podem até não atingir nenhum dos
objectivos concretos a que se propõem. Contudo, quando justos — como é o
dos coletes amarelos —, contribuem indubitavelmente para
consciencializar e mobilizar as pessoas e abrir o caminho a uma solução
política organizada e sólida. Diz-nos também a experiência histórica que,
depois do movimento dos coletes amarelos, quaisquer que sejam
através de si as conquistas imediatas do povo português, a política portuguesa
não ficará igual. Bem hajam.