segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Nota do Secretariado da Milícia de São Miguel

OS ACTUAIS MOVIMENTOS ESPONTÂNEOS DE PROTESTO,
A SUA CARACTERIZAÇÃO E ENQUADRAMENTO
E A OPOSIÇÃO QUE LHES É MOVIDA
PELAS FORÇAS INSTALADAS DO SISTEMA

Nota política do Secretariado da Milícia de São Miguel
(22 de Dezembro de 2018)

O aparecimento de movimentos de protesto em vários países da Europa, nomeadamente o dos coletes amarelos em França e da sua réplica em Portugal, tem sido tema de políticos e analistas de vários quadrantes, convergindo na condenação desses movimentos. Este tema é o objecto da presente Nota.

1 — Portugal, a Europa e o mundo ocidental em geral encontram-se dominados por forças subterrâneas que visam o estabelecimento de um governo mundial de oligarcas. Estabelecer esse governo mundial passa pelo sufoco económico e financeiro das nações e pela sua dissolução cultural, religiosa, identidade nacional e independência. O sufoco económico e financeiro das nações é feito com os orçamentos globais e especulação financeira. A dissolução cultural e destruição dos valores da Civilização é feita pela contra-cultura baseada no relativismo. A dissolução religiosa é promovida através da implementação de uma religião mundial pagã desenhada à medida dos interesses políticos,  já ensaiada por Hitler. A destruição da identidade nacional é promovida através do apagamento de todas as referências nacionais, nomeadamente da história e das tradições, e pela sua substituição por um multiculturalismo, por um mundialismo, de que o europeísmo sem pátrias é instrumento, conduzindo ao mundo «sem fronteiras» para o acesso livre dos oligarcas mundiais.

2 — Na Europa, os oligarcas mundiais têm os seus agentes principais em Bruxelas, que gerem os sub-agentes nos países «integrados». Estes agentes do mundialismo, burocratas assalariados, sobrevivem da sua integração no sistema mundialista e sub-sistema europeísta. Daí usufruem carreiras, participação em negócios escuros e até mensalão, como ficou comprovado com a lista de financiados por Soros, uns daquilo a que se chama direita, outros de esquerda, incluindo os de Portugal, no Parlamento Europeu.

3 — O mundialismo elaborou uma ideologia própria e impõe-na através do poder exercido e dos meios de comunicação tradicionais, por si controlados. Nessa ideologia cabem palavras doces como harmonizaçãodireitos humanos, acolhimento, tolerância, ecologia, evitar as alterações climáticas, igualdade de género, etc., questões verdadeiras ou inventadas mas todas com o mesmo fim: a necessidade de estabelecer políticas que conduzem ao seu governo mundial.

4 — Os representantes em Portugal dos oligarcas mundiais, agindo directamente ou através da União Europeia, desempenham obedientemente esse papel. Os seus objectivos e propostas são os mesmos. Eles encontram-se no interior dos partidos políticos, governos, justiça, Forças Armadas, meios de comunicação, sindicatos, professorado, organismos culturais, organizações da sociedade civil, etc.  Eles encontram-se infiltrados até na própria Igreja, como se pode verificar pelo comportamento de um certo clero. Este conjunto de governantes no sentido lato constitui uma elite formal, falsa, vendida ao mundialismo, e não uma elite nacional real. É esta falsa elite que constrói e governa em parceria a sua III República.

5 — O sistema político da III República é, pois, um sistema corrupto, de que são exemplos a criação de leis contra a família natural e a promoção da pornografia e do homossexualismo — inclusivamente já nas escolas primárias e secundárias; a política demográfica multiculturalista; a criação de uma classe de burocratas e de políticos parasitas e corruptos; políticas económicas e fiscais sufocantes dos cidadãos para alimentar os membros da classe política e seus colaboradores; a participação ilegítima em negócios; o condicionamento dos magistrados honestos; a destruição da nossa identidade nacional; o esvaziamento e subversão dos três pilares da Civilização e do Estado — a Igreja, as Forças Armadas e a Justiça; a destruição da nossa soberania e a submissão de Portugal a uma qualquer Merkel e, através dela, aos oligarcas mundiais; o fomento da insegurança pública pela permissividade da lei e condicionamento das forças da ordem; a destruição do ensino com as chamadas «novas pedagogias»; o financiamento de grupos e actividades pseudo-culturais para arregimentar agentes de propaganda do sistema; etc., etc., etc. Eis a III República.  A tudo isto não é estranha a maçonaria, apesar da seriedade — e ingenuidade — de alguns dos seus filiados.

6 — A corrupção da classe política e o consequente agravamento da situação social, quer em Portugal, quer na generalidade das nações europeias, tem tido consequências muito negativas no dia-a-dia das pessoas. Assistimos à destruição da economia e das finanças, da educação, da cultura ocidental, da vida moral e religiosa, do equilíbrio demográfico, da segurança interna, etc. Perante esta situação, e furando a censura do sistema com os novos meios de comunicação, nomeadamente as redes sociais, surgiram na Europa e no mundo legítimos movimentos de contestação de novo tipo e até a eleição de governos distanciados da oligarquia mundialista.

7 — Sendo verdade que grupos neonazis se colam aos movimentos espontâneos populares — como se colam a qualquer contestação —, a máquina de propaganda mundialista aproveita o facto para «provar» identidades que não existem. De imediato, os movimentos e governos antimundialistas são carimbados de neonazisneofascistas ou de extrema-direita, fazendo equivaler este último epíteto aos dois primeiros, isto é, confundindo no espectro político direita — que não a «direitinha» homologada pela esquerda — com a barbárie pagã do nazi-fascismo. Os rótulos de fundamentalista ou radical surgem também na propaganda mundialista como os menos indignos...  A intoxicação vai ao ponto de classificar desse modo posições genuinamente cristãs — filosófica e politicamente opostas a tais correntes —, metendo no mesmo saco qualquer opositora aos seus anseios.

8 — Apesar de toda a propaganda e encenação dos oligarcas e seus representantes nos vários países, incluindo Portugal, a verdade acaba por impor-se. O despertar chegou a Portugal e surge o movimento dos coletes amarelos, movimento levantando uma série de problemas reais da vida das pessoas e da anomalia denominada III República. Então, de imediato, os meios tradicionais de comunicação encheram-se de políticos, politólogos, jornalistas e outros bem-pensantes do sistema a tecerem as suas teorias sobre o fenómeno.

9 — Todos os argumentos da classe política, seus ideólogos e seus prolongamentos sindicais socialistas e comunistas se resumem a um ponto: o que não é por si controlado é mau. O movimento dos coletes amarelos é «inorgânico» (isto é, ninguém o controla) e por isso é mau. É «populista»«contra a democracia»«perigoso» e até mesmo «podendo conduzir ao fascismo»...

10 — Ora, o movimento é de facto «inorgânico» no sentido em que não tem uma organização sólida por trás. Mas, para as estruturas orgânicas que existem no orgânico sistema, o problema é temerem que do movimento inorgânico nasçam estruturas orgânicas que façam concorrência política, sindical ou cultural às suas. E assim as estruturas orgânicas do sistema perderiam o controlo do povo, o poder político e sindical e as respectivas benesses. Traduzido por miúdos, a isto se resume a douta explicação da oposição aos actuais movimentos espontâneos por parte das referidas forças do sistema.

11 — A Milícia de São Miguel, como organização política, cultural e social supra-partidária promovendo a defesa da Civilização, da Nação e do bem comum, reconhece na generalidade a justeza das reivindicações do movimento dos coletes amarelos. A sua causa também é, no conjunto, a mesma. A Milícia de São Miguel apoia sem reservas esta contestação popular à corrupção moral e financeira e incompetência reinantes na III República. E fá-lo independentemente do grau de adesão que o movimento possa ter, dos resultados práticos que o movimento consiga e até de alguma incoerência ou utopia que surjam no discurso deste ou daquele manifestante espontâneo. Na generalidade, estamos no mesmo lado.

12 — A Milícia de São Miguel alerta no entanto para o facto da experiência histórica mostrar que os movimentos espontâneos são efémeros e podem até não atingir nenhum dos objectivos concretos a que se propõem. Contudo, quando justos — como é o dos coletes amarelos —, contribuem indubitavelmente para consciencializar e mobilizar as pessoas e abrir o caminho a uma solução política organizada e sólida. Diz-nos também a experiência histórica que, depois do movimento dos coletes amarelos, quaisquer que sejam através de si as conquistas imediatas do povo português, a política portuguesa não ficará igual. Bem hajam. 







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