sábado, 2 de julho de 2016


O suicídio não deve ser notícia sensacionalista


Pedro Afonso, médico psiquiatra, Observador, 30 de Junho de 2016

 O suicídio é um problema de saúde pública, e o tema não deve ser abordado de forma sensacionalista. Cada caso encerra um mistério, uma história de vida muitas vezes dramática, e com grande sofrimento.

Recentemente fomos confrontados com notícias trágicas de duas mulheres que, em locais diferentes e com pouco tempo de intervalo, fizeram tentativas de suicídio, juntamente com os seus filhos menores (suicídio-homicídio). Estes casos tiveram uma enorme cobertura pela comunicação social, tendo gerado uma grande consternação e indignação na população. Apesar de aparentemente estas situações terem na sua origem patologia psiquiátrica, importa reflectir sobre as consequências e os perigos de se divulgar os suicídios, de forma sensacionalista, na comunicação social.

Há muito tempo que se sabe que o suicídio não deve ser publicitado, de forma sensacionalista, pelos perigos que advêm do efeito mimético que a sua divulgação pode provocar em pessoas fragilizadas pela depressão. Desde o século XVIII que se conhece o fenómeno do «suicídio imitativo», designado por «efeito Werther». Após a publicação do livro Os sofrimentos do jovem Werther (1774) de Goethe, o qual acaba com o suicídio do seu protagonista, muitos jovens leitores por toda a Europa, influenciados pela obra, acabaram por se suicidar em larga escala num fenómeno de imitação. Embora haja alguma controvérsia sobre este caso, designadamente pela dificuldade de se obter dados fiáveis retrospectivamente, a verdade é que há o risco de os suicídios que recebem atenção pública poderem desenrolar suicídios de imitação entre os potenciais suicidas observadores. Os perigos residem no facto de, nestas pessoas, poder aumentar as expectativas de que o seu suicídio irá também produzir uma mediatização póstuma, um sentimento de pena por parte da comunidade, aumentando deste modo o seu estatuto social.

Os meios de comunicação social podem desempenhar um papel protector relativamente ao suicídio, ou se forem mal utilizados podem ter mesmo um indesejável efeito promotor do suicídio. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para a necessidade de haver políticas de regulamentação de reportagens de suicídios pela comunicação social. Neste caso, nas reportagens não se deve dar pormenores sobre o método utilizado, evitando-se a todo o custo abordar o tema numa perspectiva sensacionalista, de modo a não afectar outros doentes que estão em situação de grande fragilidade ou mesmo ambivalência relativamente ao suicídio. É muito importante que os meios de comunicação social tenham um sentido ético na abordagem deste tema delicado, apontando sempre para uma solução, mostrando, por exemplo, os recursos clínicos existentes no serviço nacional de saúde para o tratamento destes casos.

O suicídio é um dos comportamentos mais intrigantes do ser humano, uma vez que contraria o instinto primário de sobrevivência e do amor à vida. Estima-se que cerca de 90% dos suicídios estejam associados a doença psiquiátrica, sendo a depressão a principal patologia relacionada. É compreensível que a sociedade procure respostas para o comportamento bizarro e escandaloso de uma mãe que, no acto suicida, procure também pôr termo à vida do seu filho. Muitas vezes estes casos correspondem a situações de depressões graves acompanhadas de sintomas psicóticos. As pessoas atingidas por esta doença acreditam que a sua vida deixou de ter sentido, o sofrimento de continuar a viver é insuportável e interminável, e a morte, neste contexto, é vista como uma solução final, colocando termo a uma vida sem sentido. Nestas situações, podem existir alucinações auditivo-verbais, ideias delirantes de ruína ou mesmo niilistas, sendo que o juízo crítico da pessoa, e a sua liberdade, ficam gravemente afectadas pela doença mental. Neste contexto delirante, a mãe pode acreditar (erradamente) que o acto de matar os seus filhos é um gesto de piedade (homicídio oblativo), e uma demonstração de amor, justificada pelo desejo de pôr fim ao sofrimento do seu filho. É muito importante que este aspecto clínico seja esclarecido, já que pode ajudar a diferenciar a imputabilidade ou inimputabilidade do acto homicida.

Infelizmente, por vezes, estas situações psiquiátricas passam despercebidas no contexto familiar, e não chegam a receber tratamento psiquiátrico. De qualquer modo, cerca de dois terços dos suicidas procura um médico no mês antes anterior à sua morte, fazendo com que o acto de avaliar o risco de suicídio seja uma das tarefas clínicas mais exigentes da psiquiatria. Na esmagadora maioria destes casos, as melhoras são alcançáveis quer através dos tratamentos farmacológicos disponíveis, quer ainda através da electroconvulsivoterapia, que, de resto, é muito eficaz nos quadros clínicos de depressão psicótica.

O suicídio é um problema de saúde pública, e o tema não deve ser abordado de forma sensacionalista. Cada caso encerra um mistério, uma história de vida muitas vezes dramática, e com grande sofrimento. Importa acima de tudo transmitir esperança a todas as pessoas que estão em depressão, encaminhando-as para um tratamento psiquiátrico adequado. Deve-se reforçar a ideia de que não estão sozinhas, que têm alguém que as ajude, transmitindo-lhes confiança e que existe uma outra alternativa.






A ideologia do género é demoníaca?


Pe. Paul Scalia

Quando o cardeal Sarah esteve em Washington para um evento, há pouco tempo, referiu-se três vezes à ideologia do género como «demoníaca». Mais recentemente o arcebispo Coakley, da Cidade de Oklahoma, utilizou o mesmo termo em idêntico contexto e o mesmo fez o bispo Paprocki, de Springfield, em relação ao casamento homossexual. É uma palavra forte, certamente. Mas a maioria das pessoas não percebem bem o alcance. Alguns consideram que se trata meramente de hipérbole para descrever algo que não é apenas mau, mas muito, muito mau. Outros consideram que se trata de um juízo apressado dos adversários, diabolizando-os. E depois há aqueles que consideram que se trata de um exagero de fanáticos religiosos, que já não regulam bem de qualquer maneira.

Mas «demoníaco» é na verdade um juízo sóbrio e esclarecedor do pensamento por detrás da ideologia do género. Não é um juízo de intenções. Não significa que as pessoas que defendem a ideologia do género são demoníacas, ou estão possessas. Significa, antes, que o raciocínio e os resultados daquela filosofia – independentemente da inocência com que é defendida – estão em linha com os desejos, as tácticas e os ressentimentos do próprio Belzebu.

A ideologia do género repete uma mentira básica do demónio: «Sereis como Deuses» (Gen. 3, 5). Esta mentira está na verdade por detrás de todas as tentações. Todo o pecado deriva do desejo orgulhoso de suplantar Deus. Mas no campo da sexualidade humana tem uma gravidade maior.

Deus cria; o homem é criado. Deus dá existência; o homem recebe a existência. A ideologia do género propõe uma versão alternativa: Nós somos os nossos próprios criadores. Num dos seus últimos discursos, e talvez um dos mais importantes, o Papa Bento XVI disse:

Deixou de ser válido aquilo que se lê na narração da criação: «Ele os criou homem e mulher» (Gn. 1, 27). Isto deixou de ser válido, para valer que não foi Ele que os criou homem e mulher; mas teria sido a sociedade a determiná-lo até agora, ao passo que agora somos nós mesmos a decidir sobre isto. Homem e mulher como realidade da criação, como natureza da pessoa humana, já não existem. O homem contesta a sua própria natureza; agora, é só espírito e vontade. A manipulação da natureza, que hoje deploramos relativamente ao meio ambiente, torna-se aqui a escolha básica do homem a respeito de si mesmo… Se, porém, não há a dualidade de homem e mulher como um dado da criação, então deixa de existir também a família como realidade pré-estabelecida pela criação… Chega-se necessariamente a negar o próprio Criador; e, consequentemente, o próprio homem como criatura de Deus, como imagem de Deus, é degradado na essência do seu ser...

E se concluirmos que os nossos corpos não estão em linha com o que determinámos ser, então alteramo-los de acordo. É contra isto que o Papa Francisco aconselha: «Não caiamos no pecado de pretender substituir-nos ao Criador. Somos criaturas, não somos omnipotentes. A criação precede-nos e deve ser recebida como um dom. Ao mesmo tempo somos chamados a guardar a nossa humanidade, e isto significa, antes de tudo, aceitá-la e respeitá-la como ela foi criada.» (AL, 56)

Existe também um ódio demoníaco pelo corpo. No livro «Vorazmente Teu», C.S. Lewis refere-se ao ressentimento do demónio pelo facto de Deus ter favorecido os «bípedes calvos… [animais] gerados numa cama». Porquê este ódio? Talvez porque o corpo e a alma humana são um só. A alma, tendo tanto em comum com a natureza angélica, está unida ao corpo, que tem tanto em comum com a natureza animal. O diabo considera isto pessoalmente ofensivo. Ele procura (tal como todos podemos verificar) desfazer esta união – dividir-nos da nossa carne, virar a alma e o corpo um contra o outro. Com grande perícia, leva-nos a adorar o corpo num instante e odiá-lo no minuto seguinte. A morte – a separação entre o corpo e a alma – foi, claro, a sua maior vitória.

Existe ainda o facto de a Palavra se ter tornado carne. O grande acto de generosidade de Deus para connosco apenas agrava a inveja do demónio. O Filho de Deus assumiu a natureza humana, incluindo o corpo humano. Ele salvou-nos não apenas nesse Corpo, mas através dele. Porque é que esta dignidade havia de nos ser dada a nós, tão inferiores aos serafins, e não a ele, o mais elevado dos anjos?

Adão e Eva depois de terem pecado
O homem caído nunca está em paz com o seu corpo. O cristianismo procura sarar essa divisão. Mas a ideologia do género procura codificá-la, com base no princípio de que não existe uma verdadeira relação entre o corpo e a alma. A divisão entre os dois é de tal forma absoluta que se pode ser uma coisa fisicamente e outra espiritualmente.

O ódio demoníaco contra a procriação está ligada de perto com isto. O demónio não pode procriar, mas o homem pode. O homem e a mulher cooperam com Deus, gerando uma nova pessoa. O demónio tem inveja disto porque Deus é generoso. Como é evidente, a ideologia do género rejeita a complementaridade entre masculino e feminino e aquilo que a sua união alcança.

O Senhor pega em verdades naturais – corpo, casamento e família – e usa-as como modelo e meio para a sua obra salvífica. Ele é a Palavra feita carne, o Esposo, filho de José e de Maria, que nos torna membros da família de Deus. Apercebemo-nos do significado da oferta que Jesus faz do seu corpo na Cruz e na Eucaristia, precisamente porque sabemos que o corpo tem significado. A união permanente, fiel e de vida oferecida entre marido e mulher permite-nos compreender o que significa dizer-se que Cristo é o esposo e a Igreja a sua esposa.

A perda destas verdades naturais inibe, por isso, a nossa capacidade de compreender o sobrenatural e compreender a salvação. Se o corpo humano não tem significado intrínseco – se não nos diz nada sobre nós e se pode ser ajustado ao nosso gosto – então como podemos apreciar as palavras «este é o meu Corpo»?

Se não temos qualquer experiência vivida da complementaridade entre homem e mulher, entre esposo e esposa, então não podemos compreender o facto de Cristo, o Esposo, ter dado a vida pela sua Esposa. E também não conseguimos compreender o significado de Deus enquanto Pai, Deus enquanto Filho, Igreja enquanto Mãe, etc. O Demónio tem todo o interesse em despojar-nos destes sinais naturais do sobrenatural.

Como é evidente, estas tendências não surgiram do nada. São as suas tácticas habituais. Vimo-las em acção durante a revolução sexual, na contracepção, aborto e fertilização in vitro. A ideologia do género assenta sobre estas fundações e promove-as como nunca.

O reconhecimento da dimensão demoníaca pode ser útil. Mas deve também levar-nos a um exame de consciência – para ver até que ponto caímos nas suas armadilhas, através dos nossos pequenos actos de auto-exaltação orgulhosa (que na verdade é uma forma de autocriação), pelo nosso desprezo e maus tratos do corpo (nosso e dos outros), pela falta de castidade (que ridiculariza o poder da procriação), pela forma como dificultamos a aproximação dos outros a Deus.

Alguns de nós podemos reconhecer a dimensão demoníaca da ideologia do género. Mas todos devemos arrepender-nos por termos cedido a ela.






O Brexit e o ocaso do Ocidente.


Roberto de Mattei

O referendo inglês de 23 de Junho (Brexit) chancela o colapso definitivo de um mito: o sonho de uma «Europa sem fronteiras», construída sobre a ruína dos Estados nacionais.

O projecto europeísta, lançado com o Tratado de Maastricht de 1992, continha as sementes da sua autodissolução. Era inteiramente ilusório pretender realizar uma união económica e monetária antes de uma união política. Ou, pior ainda, imaginar servir-se da integração monetária para impor a unificação política. Porém, tanto e ainda mais ilusório era o projecto de chegar a uma unidade política extirpando as raízes espirituais que unem os homens em torno de um destino comum.

Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, aprovada pelo Conselho Europeu em Nice, em Dezembro de 2000, não só elimina todas as referências às raízes religiosas da Europa como constitui uma negação visceral da ordem natural cristã. O seu artigo 21.º, introduzindo a proibição de discriminação relativa à «orientação sexual», contém, em germe, a legalização do pseudo-casamento sexual e a criminalização da «homofobia».

O projecto de «Constituição», elaborado entre 2002 e 2003 pela Convenção sobre o futuro da Europa, foi rejeitado por dois referendos populares, um na França, em 29 de Maio de 2005, e o outro nos Países Baixos, três dias depois. Mas os eurocratas não desistiram. Após dois anos de «reflexão», em 13 de Dezembro de 2007, foi aprovado pelos Chefes de Estado e de Governo da União Europeia o Tratado de Lisboa, que deveria ser ratificado exclusivamente por via parlamentar. A Irlanda, o único país obrigado a expressar-se por meio de referendo, rejeitou o Tratado em 13 de Junho de 2008. Mas como era necessária a unanimidade dos Estados signatários, foi imposto aos irlandeses um novo referendo, que graças à fortíssima pressão económica e mediática, deu finalmente resultado positivo.

Na sua curta vida, a União Europeia, incapaz de definir uma política externa e de segurança comum, transformou-se numa tribuna ideológica, produzindo resoluções e directrizes para compelir os governos nacionais a livrarem-se dos valores familiares e tradicionais. Dentro da UE, a Grã-Bretanha, em vez de pisar no freio para retardar o plano franco-alemão de um «superestado europeu», pisou pelo contrário no acelerador, a fim de difundir em escala europeia as suas «conquistas civis», do aborto à eutanásia, das adopções homossexuais às manipulações genéticas. Essa deriva moral foi acompanhada na Inglaterra por uma embriaguez multicultural, culminando com a eleição, em Maio de 2016, do primeiro prefeito muçulmano de Londres, Sadiq Khan.

Mas já em 2009, o então prefeito conservador, Boris Johnson, convidou todos os londrinos a participar, pelo menos por um dia, do jejum do Ramadão e entrar numa mesquita ao pôr-do-sol. Mais recentemente, o primeiro-ministro David Cameron, polemizando com o candidato à presidência americana Donald Trump, definiu-se como «orgulhoso por representar um dos países multirraciais, multirreligiosos e multiétnicos mais bem-sucedidos do mundo» («HuffPost Politics», 15 de Maio, 2016).

Brexit representa certamente um sobressalto de ufania de um povo com uma longa história e uma antiga tradição. Mas a identidade e a liberdade de um povo fundam-se no respeito à lei divina e natural, e nenhum gesto político pode restaurar a liberdade de um país que a perde por causa da sua decadência moral.

O «não» à União Europeia foi um protesto contra a arrogância de uma oligarquia que pretende decidir, sem o povo e contra o povo, quais são os interesses do povo. Mas os poderes fortes que impõem as regras burocráticas de Bruxelas são os mesmos que desfazem as regras morais do Ocidente. Quem aceita a ditadura LGBT, perde o direito de reivindicar o próprio Independence Day, porquanto já renunciou à sua identidade. Quem renuncia a defender as fronteiras morais de uma nação, perde o direito de defender as suas fronteiras, porque já aceitou o conceito «líquido» da sociedade global. Sob este aspecto, o itinerário de autodissolução da Grã-Bretanha segue uma dinâmica que o Brexit não pode parar, e da qual pode vir de facto a constituir mais uma etapa.

A Escócia já ameaça com um novo referendo para deixar o Reino Unido, seguida da Irlanda do Norte. Além disso, quando a rainha, que tem 90 anos, deixar o trono, não é de se excluir que alguns países da Commonwealth declarem a independência. Alguém disse que a rainha Elizabeth foi coroada imperatriz do British Empire e talvez morra à frente de uma Little England. Mas este itinerário de desunião política tem como resultado final a republicanização da Inglaterra.

O ano de 2017 marca o terceiro centenário da fundação da Grande Loja de Londres, a mãe da Maçonaria moderna. Mas a Maçonaria, que nos séculos XVIII e XIX se serviu da Inglaterra protestante e deísta para difundir no mundo o seu programa revolucionário, parece hoje determinada a afundar a monarquia britânica, na qual vê um dos últimos símbolos ainda sobreviventes da ordem medieval.

Após o Brexit, cenários de desintegração podem também abrir-se no resto da Europa. Na Grécia, pela explosão da crise económica e social; na França, onde as periferias urbanas estão ameaçadas por uma guerra civil jihadista; na Itália, pelas consequências de uma irrefreável invasão migratória; na Europa Oriental, onde Putin está pronto para aproveitar a fraqueza das instituições europeias para assumir o controle do território oriental da Ucrânia e exercer a sua pressão militar sobre os Estados Bálticos.

O general britânico Alexander Richard Shirreff, ex-vice-comandante da OTAN de 2011 a 2014, previu, na forma de romance (2017 War with Russia. An Urgent Warning From Senior Military Command – «Guerra em 2017 com a Rússia. Um aviso urgente do Alto Comando Militar» –  Coronet, Londres 2016), a explosão de uma guerra nuclear entre a Rússia e o Ocidente, em Maio de 2017, uma data que para os católicos lembra algo. Como podemos esquecer-nos, no primeiro centenário de Fátima, das palavras de Nossa Senhora, segundo as quais muitas nações serão aniquiladas e a Rússia será o instrumento do qual Deus se servirá para punir a humanidade impenitente?

Diante dessas perspectivas, os próprios partidos conservadores europeus estão divididos. Se Marine Le Pen na França, Geert Wilders na Holanda e Matteo Salvini na Itália, exigem a saída dos seus países da União Europeia e confiam em Putin, bem diversas são as posições do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban e do líder polonês Jaroslaw Kaczynski, que vêem na UE e na NATO uma barreira contra o expansionismo russo.

Em 1917 foi publicado Der Untergang des Abendlandes («O declínio do Ocidente»), de Oswald Spengler (1880-1936). Cem anos mais tarde, a profecia do escritor alemão parece começar a cumprir-se. ««Ocidente», mais do que um espaço geográfico, é o nome de uma civilização. Esta civilização é a Civilização Cristã, herdeira da cultura clássica greco-romana que a partir da Europa se difundiu para as Américas e para as ramificações longínquas da Ásia e África. Teve o seu baptismo na noite do sonho de São Paulo, quando Deus deu ao Apóstolo a ordem de virar as costas para a Ásia a fim de «ir para a Macedónia» anunciar a Boa Nova (Actos 16, 6-10). Roma foi o local do martírio de São Pedro e São Paulo e o centro da civilização que nascia.

Spengler, convencido do inexorável declínio do Ocidente, lembra uma frase de Séneca: Ducunt volentem fata, nolentem trahunt («O destino guia os que lhe obedecem e arrasta consigo os que se lhe opõem»). Mas à visão relativista e determinista de Spengler nós opomos aquela de Santo Agostinho que, enquanto os bárbaros sitiavam Hippona, anunciava a vitória da Cidade de Deus na história, sempre guiada pela Divina Providência. O homem é artífice do seu próprio destino e, com a ajuda de Deus, o ocaso de uma civilização pode transformar-se na aurora de uma ressurreição. As nações são mortais, mas Deus não morre, e a Igreja não tem ocaso.




terça-feira, 28 de junho de 2016


Os 47 juízes de Estrasburgo

por unanimidade:


«Não existe casamento gay»


Los 47 jueces, de los 47 países del Consejo de Europa, que integran el pleno del Tribunal de Estrasburgo, el tribunal de derechos humanos más importante del mundo ha dictado una sentencia sorprendente el pasado jueves 09 de junio.

Por unanimidad, todos los 47 jueces, han aprobado la sentencia que establece que no existe el derecho al matrimonio homosexual.

Sustentan su decisión en el artículo No. 12 del Convenio Europeo de Derechos Humanos. Dicho artículo equivale a los artículos de los tratados sobre derechos humanos firmados por México: No. 17 del Pacto de San José y al No. 23 del Pacto Internacional de Derechos Civiles y Políticos.

Ahí se establece que «…el hombre y la mujer tienen derecho a casarse y a fundar una familia…».

Si los legisladores hubiera querido decir que el matrimonio es también para hombres gays o mujeres lesbianas habría escrito: las personas tienen derecho a casarse y a fundar una familia.

Pero no es así. Específicamente quisieron preservar la institución natural del matrimonio.

También han dicho que el Convenio Europeo de Derechos Humanos consagra «el concepto tradicional del matrimonio, a saber, la unión de un hombre y de una mujer» y que no impone a los gobiernos la «obligación de abrir el matrimonio a las personas de mismo sexo».

En cuanto al principio de no discriminación, el Tribunal de Estrasburgo también afirma que no hay tal discriminación y dice que «…los Estados son libres de reservar el matrimonio únicamente a parejas heterosexuales…»

La opinión unánime de 47 jueces de 47 diferentes países del Consejo de Europa dejan claro que hay un grave error por parte del Presidente Enrique Peña Nieto y de la Suprema Corte de Justicia de la Nación (SCJN), en su interpretación de lo que es el matrimonio y en el significado de lo que es discriminar.

Con su interpretación, el Presidente y la SCJN violentan la realidad y corrompen el lenguaje.








Conferência comemorativa


Olivença e o Tratado de Viena de 1815

Convite

A direcção do Grupo dos Amigos de Olivença tem a honra de o convidar a estar presente na Conferência Comemorativa Tratado de Viena de 1815, que organizará no próximo dia 5 de JULHO pelas 17h30 no auditório do novo edifício da Assembleia da República.

O evento assinalará os 200 anos do Tratado de Viena e contará com as intervenções da senhora professora Ana Leal de Faria e do senhor professor Braga da Cruz. Simultaneamente estará visitável uma exposição documental e bibliográfica com a mesma temática.

A direcção do Grupo dos Amigos de Olivença solicita-lhe o privilégio de nos conceder a sua presença, agradecendo antecipadamente confirmação até às 18h00 do próximo dia 3 de Julho.


A direcção do Grupo dos Amigos de Olivença

Grupo dos Amigos de Olivença
Rua Portas de S. Antão, 58 (Casa do Alentejo)
1150-268 LISBOA

Tlm. 914 172 525

www.olivenca.org – olivenca@olivenca.org