sexta-feira, 7 de junho de 2013

Coitadinhos dos «gayzinhos»!

Nuno Serras Pereira

Muitas vezes me pergunto como é possível que o desaforo fanaticamente propagandístico dos sectários do «orgulho homossexual» tenha conseguido induzir um tão intenso e profundo complexo de culpa paralisante na população em geral e, em particular, nos católicos. A sua vitimização sistemática não passa de uma enorme fraude, de uma farsa monstruosa sem, salvo raras excepções, qualquer fundamento histórico substantivo. Pelo contrário, em geral, têm sido eles os autores das mais violentas perseguições, das mais lascivas predações de inocentes, dos mais desumanos atropelos da dignidade e direitos da pessoa humana, das piores tiranias e dos mais graves totalitarismos. Enquanto nos inchamos de pena dos «tadinhos» (consolando-nos narcisicamente com sentimentos de falsa piedade) e lhes escancaramos as portas, dando-lhes rédea solta para violarem a vida, integridade e inocência das crianças, e espatifarem a família; somos «misericordiosamente» indiferentes aos verdadeiros sofredores, que tanto carecem da nossa atenção e socorro. Só para dar um exemplo, todos os anos, TODOS, são assassinados violentamente, cem mil cristãos por causa da sua Fé. Onde estão as televisões, os debates, as declarações, as votações? Onde está a nossa solicitude? Onde!?

Uma das mais espantosas manipulações propagandísticas na história da humanidade que certamente provocará grandes espasmos de assombro nos nossos descendentes é a gigantesca mentira das perseguições e do holocausto dos homossexuais por parte dos nazis. Querem eles desse modo equipararem-se aos milhões de judeus que, esses sim foram aniquilados de forma pavorosa, diabólica. Ora o nazismo que perpetrou essa abominável aniquilação, cujo objectivo era o extermínio do judaísmo como primeira etapa para logo eliminar o cristianismo, foi, desde o início e sempre, um movimento essencialmente homossexual, composto de quadros e chefias homossexuais. E se perseguiu uma minoria de outros homossexuais fê-lo por razões meramente políticas, em virtude de essa pequena porção se opor, meritoriamente, à sua agenda. Importa, porém, notar que eles não foram mortos mas sim levados para campos de trabalho forçados. Os nazis tinham dez mil campos de concentração, sendo que seis deles eram de extermínio. Nenhum dos homossexuais, presos por razões puramente políticas, embora se invocasse como pretexto para a sua condenação a sua condição sexual, foi levado para os campos de morte. De modo que os carrascos responsáveis pela singular e brutal hecatombe que se abateu sobre o mundo eram uma corja extremamente organizada de homonazis, ou gaynazis, que mesmo depois de derrotada deixou raízes subterrâneas que estão na origem da actual ideologia «gay». Quando os carrascos se fazem passar por vítimas e as multidões ignaras neles acreditam, então defendem-nos e promovem-nos julgando ingenuamente que combatem a discriminação quando na verdade lhes abrem o caminho para a mais dura tirania e para o mais cruel totalitarismo, que, como outrora, se abaterá também sobre pessoas com desejos desordenados por outras do mesmo sexo, mas que não partilham dos delírios fanáticos e das alucinações patológicas dos ideólogos e militantes «gayzis» e «géneronazis».

O martírio de muitos cristãos às mãos desta gente, ao longo da história da Igreja, arrepia pelos extremos de crueldade a que recorrem para se vingarem da pureza que os repudia.

Mas são eles sempre, «tadinhos», as vítimas, as maiores vítimas, as únicas vítimas!

O seu desmedido descaramento e a desmarcada capacidade de distorcer a verdade dos factos, desviando as atenções das velhacarias que realizam de modo a poderem culpabilizar os outros é aterradora.

Exemplo relativamente recente disso mesmo é o enorme escândalo da «pedofilia na Igreja». Este é o nome pelo qual são conhecidas as organizadas infiltrações sistemáticas e os abusos que delas resultaram por parte de homossexuais na Igreja Católica, nas últimas décadas. De facto é espantoso como é que ninguém argúi os homossexuais culpados, enquanto tais, mas acusa e condena a Igreja. A homossexualidade é inocente, é vítima, apesar de ser a causadora, a Igreja é a culpada, não obstante ser, fundamentalmente, vítima.

Se há instituição que nunca tergiversou na condenação doutrinal da homossexualidade, que sempre advogou, em comunhão com a Revelação de Deus, que o acto sexual só é legítimo no casamento (acto conjugal), uno e indissolúvel, entre um homem e uma mulher, essa é sem sombra de dúvida a Igreja Católica. Esta nunca se limitou somente a ensinar esta verdade mas também se empenhou em conceder os auxílios necessários para a viver, bem como prestou sempre os cuidados e as «medicinas» adequadas aos que enfermavam de dificuldades particulares em viver ordenadamente o amor humano.

Essas coisas infames que sucederam, cada vez mais raramente, na Igreja também aconteceram em maior número, e continuam num crescendo, nas demais confissões religiosas e em muitas outras instituições tais como escolas, equipas desportivas, etc. Mas disso não se fala, pois não convém e aos predadores homossexuais e aos seus objectivos não só de continuarem os abusos como de tentarem destruir a Igreja Católica, uma vez que é a única força capaz de se opor aos seus objectivos.

E enquanto andamos assim distraídos com as culpas muito graves de membros da Igreja, eles que são os autores e os acusadores dessas mesmas faltas intensificam a sua violenta predação, na adopção, nas escolas e na comunicação social incutindo as ideologias «gay» e do «género».

Os católicos vão a debates televisivos combater, de corda ao pescoço, como quem se reconhece culpado e indigno, elogiando o inimigo, pedindo perdões por ofensas imaginárias, favorecendo a propaganda maléfica. Isto parece-me totalmente insensato. Tão absurdo como as televisões quererem organizar disputas entre nazis e judeus; tão bizarro e desvairado como se houvesse algum judeu que aceitasse prestar-se a essa manipulação.





quinta-feira, 6 de junho de 2013

Defender a civilização

Francisco Cansado

Mais do que direitos individuais ou de grupos particulares, o que está verdadeiramente em causa é, em primeiro lugar, a defesa da civilização Ocidental e consequentemente o nosso futuro e o dos nossos filhos.

É preciso reconhecer o veneno que nos estão a administrar e a morte iminente que nos oferecem em troca de uma quimera suicida que não tem volta atrás.
A França teve o discernimento para compreender a armadilha que lhe foi montada e o que está em causa. E, felizmente, está reagindo.

Portugal deve seguir o bom exemplo.




O Centenário de Álvaro Cunhal

João J. Brandão Ferreira

Vou ser breve.

Com um espectáculo bem montado correm as comemorações sobre o centenário de um cidadão nascido em Portugal, a quem foi dado o nome de baptismo de Álvaro Barreirinhas Cunhal (AC).

O moço cresceu varonil e foi revelando um conjunto de qualidades difíceis de reunir numa mesma pessoa: inteligência, coragem e determinação, invulgares; sensibilidade artística aliada a uma inegável força psíquica interior; rara intuição, cultura e coerência política; frieza de raciocínio e calculismo na organização e planeamento; ascetismo, discrição e exemplo nas atitudes, etc.

Testemunhos dados à estampa levam-nos a pensar, até, que o personagem tinha espírito de humor, gostava de petiscos e era um pai, irmão e companheiro, extremoso.

Este, em traços gerais, o retrato que nos aparece do homem, se bem que ele nos tivesse sempre induzido a pensar que não pertencia ao género humano.

Este homem, porém, cresceu e desenvolveu-se embebedando-se (como diria Pessoa) de leituras e convicções marxistas, fixando-se a sua matriz política final, na mais depurada ortodoxia comunista.

Afirmando-se ateu foi, afinal, um crente. Substituiu, apenas, o dogma católico de sua mãe, pelo dogma do Marxismo-Leninismo. Em vez de Deus serviu o Diabo – na eterna luta entre o Bem e o Mal…

Nele, Álvaro, o ideal Comunista – uma doutrina profundamente errada por economicamente incompetente, socialmente redutora, inexequível por anti-natural e de implantação tirânica e sanguinária – plasmou-se como uma verdade absoluta, irredutível, terminal.

Uma ciência infalível, mítica, criadora de um «homem novo», em que os fins justificavam todos os meios.

Nessa voragem apocalíptica se empenhou até ao fim, sem tergiversar, mesmo depois de Gorbatchev e a queda do muro de Berlim, ter deixado o Comunismo órfão e definitivamente desacreditado. Numa coerência, que muitos sublinham como atributo admirável, esquecendo-se de acrescentar que foi uma coerência no erro!

E uma coerência de Anjo caído, maligna.

Não sendo suficiente ter o erro como objectivo e a perfídia como meio, fazia parte da essência da ideologia torná-la extensiva a todos os povos da terra, assim como o imperialismo napoleónico quis transportar a «luz» da «Liberdade, Igualdade e Fraternidade» – antepassado remoto do novo «sol na terra» – na ponta das baionetas, a fim de libertar os povos dos seus «tiranos».

Os portugueses sabem bem o que isso foi, pois ficaram com a terra retalhada e cerca de 10% dos seus, trucidados no processo. Alguns descendentes jacobinos ainda hoje lhes tecem loas…

O «quartel-general» das forças «vermelhas» da «foice e martelo, em punho», que passaram a querer impor o modelo ao planeta, situava-se no centro geopolítico do antigo Ducado da Moscóvia – num antigo edifício conhecido por Kremlin – a quem todas as forças espalhadas pelo mundo passaram a reportar e a obedecer.

O mesmo se passou com o PCP, desde a sua fundação, em 1921, atingindo especial fulgor e empenho, justamente, durante a direcção de AC.

Nisto se consubstanciou a primeira traição do «Comité Central», à Nação que queriam governar.

Por outras palavras, o PCP nunca se pôde considerar um partido português e serviu sempre de correia de transmissão de uma potência estrangeira, inimiga de Portugal: a URSS.

Não ficou por aqui a traição do PCP – o termo é este, e o crime que configura sempre fez parte (e ainda faz) do Código Penal Português – pois quando os territórios ultramarinos portugueses começaram a ser atacados desde os anos 50 pelo capitalismo apátrida e pelo Comunismo (então ampliado pelo «Terceiro-Mundismo») o dito Partido, que tem o supremo despautério de se dizer «patriota», colocou-se ao lado destes últimos e dos movimentos subversivos que nos emboscavam as tropas, promovendo, ainda, a subversão na retaguarda – incluindo a violenta – que era a Metrópole.

E assim se mantiveram até ao golpe de estado de 25/4/1974, quando ajudaram a atirar o poder para a rua; ao abastardamento das FA e à criminosa «Descolonização», atitude que fez averbar à URSS, a sua maior vitória, no último pico da Guerra-Fria.

Por tudo isto as cerimónias do nascimento de AC deveriam ter lugar em Moscovo – numa praça esconsa por, entretanto, o povo russo se ter livrado dos «slogans» do «comunismo científico», do «materialismo dialéctico» e do «internacionalismo proletário», que custaram à Humanidade centenas de milhões de mortos e sofrimentos inomináveis, apenas comparáveis ao flagelo das hordas de Tamerlão!

Por isso ter cartazes no Liceu Camões, em Lisboa (por ex.), onde se pode ler que AC foi «um grande lutador pela Liberdade, Democracia e Socialismo» é apenas um exemplo despudorado de como «com papas e bolos se enganam os tolos»…

AC era comunista, não socialista; «liberdade» na boca de um comunista é impropério e «democracia» é apenas fachada de uma parede falsa (eles até dizem que é «de vidro»). Pode, até, ser considerado ofensivo para quem milite em semelhante ideologia…

E ver o brilhozinho nos olhos da Judite de Sousa, no programa da TVI, que incensou o personagem é perfeitamente patético e delirante. Deviam enviá-la à Coreia do Norte fazer reportagens, sem se esquecer de levar uns euros – da larga soma com que a ressarciam para fazer destas «reportagens» – a fim de poder distribuir uns óbolos, com que os famintos de lá, pudessem sorver umas malgas de arroz.

Afinal comunismo é isso: distribuir por igual os ganhos obtidos…

Que a maioria da população, com especial destaque para as camadas mais instruídas, forças políticas e órgãos de comunicação social, assistam a tudo isto com uma passividade bovina é que é verdadeiramente preocupante.

Não conseguir reagir às mais grosseiras mentiras – «uma mentira repetida mil vezes, torna-se uma verdade», é uma das receitas mais afamadas do cardápio leninista – como é o caso da exploração do infeliz incidente com a Catarina Eufémia, em Baleizão, é de uma perigosidade sem limites.[1]

Enfim, qualquer dia ainda lhe fazem uma estátua (ao AC) – paga com os nossos impostos – e transladam os restos mortais de tão prestimoso defensor da classe operária (se bem que os descendentes das vítimas das purgas no interior do Partido, devam ter ideia diferente) para o Panteão Nacional…

Assim se preservam para o futuro as indignidades históricas, as mentiras políticas e as perversões humanas.

Aguardo que as «despesas» sobre este assunto não fiquem apenas por minha conta.



[1] Pelo que se sabe a pobre da moça nunca foi do PCP, não estava metida em nenhum protesto e foi atingida, por um disparo furtuito da Pistola – Metralhadora FBP, do Tenente Carrajola que, acidentalmente, caíu ao chão. Resta acrescentar que o pessoal do posto da GNR, a quem pertencia a força presente no local, se quotizou para pagar o funeral.






terça-feira, 4 de junho de 2013

Simbiose «cato»-liberal

L. Lemos

O blogue Povo, do movimento católico Comunhão e Libertação (Cón. João Seabra, António Pinheiro Torres, Isilda Pegado, Pedro Aguiar Pinto, Aura Miguel & Associados), é dirigido por Pedro Aguiar Pinto. O blogue Povo reproduz enfaticamente os artigos dos liberais do blogue Cachimbo de Magritte (e também de outros liberais dominantes nos meios de comunicação). E em contrapartida o Cachimbo coloca o Povo entre os seus recomendados.

Como se sabe, segundo algumas pessoas, liberalismo e água benta ligam muito bem. Desde que a argamassa traga massa.

Perfeita simbiose «cato»-liberal.

Tudo se conjuga, tudo muito coerente, tudo muito católico, tudo boa gente para resolver os problemas de Portugal.

O cachimbo fumega de liberalismo o povo e o povo arde no cachimbo liberal.





Papa critica «fiscais da fé»
que fecham portas da Igreja

Papa Francisco

«Pensai numa mãe solteira que vai à Igreja, à paróquia e diz ao secretário:

«Quero baptizar o meu menino». E quem a acolhe diz-lhe: «Não tu não podes porque não estás casada».

Atentemos que esta mãe que teve a coragem de continuar com uma gravidez o que é que encontra? Uma porta fechada».

«assim quando nós seguimos este caminho e esta atitude, não estamos fazendo o bem às pessoas, ao Povo de Deus. «Jesus instituiu 7 sacramentos e nós com esta atitude instituímos o oitavo: o sacramento da alfândega pastoral». (...)Isto não é zelo! Afasta as pessoas do Senhor! Não abre as portas!

«Quem se aproxima da Igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé!»




Para quem se queixa da vida


A ser visto por todos aqueles que se queixam da sua vida.


Um direito desumano

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada

Se se entende que duas pessoas do mesmo sexo podem ser dois bons «pais» ou «mães», porque não permitir que três ou mais indivíduos do mesmo sexo possam adoptar?!

No passado dia 17 de Maio de 2013, a Assembleia da República aprovou, na generalidade, a lei da co-adopção pelo parceiro do progenitor, em uniões de pessoas do mesmo sexo.

É por um imperativo de não-discriminação que se defende que também às uniões, ditas homossexuais, se reconheça o que já é permitido aos casais, ou seja, à união de um homem e uma mulher. Contudo, a justiça não obriga a tratar todos por igual, mas a dar a cada qual o que lhe é devido. A justiça fiscal discrimina os cidadãos em função dos seus rendimentos; se o não fizesse, seria profundamente injusta. Uma autarquia, uma sociedade anónima e uma associação de columbófilos podem ter personalidade jurídica, mas é razoável que a lei não lhes permita o casamento, nem a adopção de menores. É uma discriminação em relação às pessoas singulares? Sem dúvida, mas é legítima, como justa é a interdição da adopção para uniões não equiparáveis à família natural, que é a união de um homem e uma mulher.

Os defensores do pretenso direito à adopção esquecem que não há, nem pode haver, um direito a ter filhos, naturais ou adoptivos. Não o têm os casais naturais – quanto muito, uma mera expectativa – nem as uniões de pessoas do mesmo sexo e, se aqueles podem adoptar e estes não devem fazê-lo, é porque o Estado deve facultar ao menor órfão, ou filho de pais ausentes ou incapacitados, um pai e uma mãe, ou seja, uma família natural. Só na impossibilidade de adopção, dever-se-ia entregar a criança sem pais a uma instituição social que, como a união de duas pessoas do mesmo sexo, também não é, em sentido próprio, uma família.

Um homem singular pode ser um bom pai, como uma única mulher pode ser uma boa mãe e, por isso, é razoável que um só indivíduo possa adoptar. Mas dois homens ou duas mulheres, não só não são melhores pais ou mães – na realidade, só um deles poderá ser, verdadeiramente, pai ou mãe – como, em caso algum, podem ser pai e mãe, o que só poderá ocorrer se forem, respectivamente, homem e mulher.

Por outro lado, se se entende que duas pessoas do mesmo sexo podem ser dois bons «pais» ou «mães», por que não permitir que três ou mais indivíduos do mesmo sexo, possam adoptar?! Afinal de contas, a exigência da heterossexualidade do casal é tão natural quanto a sua composição dual: se duas pessoas, do mesmo sexo, podem ser casal e família, porque não três, quatro ou cinco?! A obrigação legal de o casal serem só dois não será também preconceituosa?!

De facto é e, nisto, os defensores da co-adopção têm toda a razão. É um preconceito, como preconceituosa é também a essência heterossexual do casal. É um preconceito porque é uma realidade anterior a qualquer racionalização do amor, da família ou da geração: a natureza heterossexual da união fecunda não decorre de nenhuma ideologia, cultura ou religião, mas é uma realidade originária e natural e, apenas neste sentido, é um pré-conceito. É uma realidade aliás universal, porque 97% das uniões estáveis são constituídas, em todo o mundo, por pessoas de diferente sexo e 100% dos casais naturalmente fecundos são heterossexuais. É por isto que o casamento é matrimónio: a união que faz da mulher mãe, ou mater, em latim, porque, quando se exclui a geração, não há verdadeiro casamento, nem família.

A nova lei foi saudada como um avanço civilizacional. Mas, se assim é, por que razão os deputados a aprovaram, na generalidade, de forma tão apressada e sigilosa? Se são cientes da sua transcendência, não seria lógico que exigissem uma maioria qualificada, como se requer para as reformas constitucionais? Será que temem o veredicto popular? Será que sabem que a grande maioria das pessoas não concorda com a nova lei?

Uma grande vitória para os direitos humanos? Que uma criança tenha, legalmente, dois «pais» ou duas «mães» é tudo menos humano, porque o que é próprio da natureza humana é ser-se filho de um só pai e de uma só mãe. É desumano que o filho, privado do seu pai, ou da sua mãe, veja esse seu ascendente substituído pelo parceiro do outro progenitor. A nova lei, portanto, não consagra nenhum novo direito humano, mas talvez, por desgraça, o primeiro pseudo-direito desumano.





segunda-feira, 3 de junho de 2013

Prós e Contras

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

O «Prós e Contras» é um bom espectáculo. O último, sobre a co-adopção, até me lembrou o circo romano, onde os cristãos eram lançados às feras.

Hoje não é possível fazê-lo, não porque a dignidade humana ou a liberdade religiosa o impeçam, mas porque os sacrossantos direitos dos animais o não permitem: um católico é muito indigesto para os estômagos delicados dos bichos, que requerem alimentos mais ricos em proteínas. Aliás, já os inimigos das touradas o são em nome dessas bestas e não, como seria lógico, dos seres humanos que as enfrentam, às vezes com funestos resultados.

É bizarra a ideia de que um tema fracturante pode ser resolvido num duelo entre duas equipas, a favor e contra, no palco, contando cada uma com a sua ululante massa de apoiantes na plateia. Parece-se com os jogos de futebol e as respectivas claques, tipo «diabos vermelhos» e «dragões azuis», embora a bola seja uma ciência reservada aos profissionais, que a exercem em catedrais, onde são sagrados campeões. A vida, o casamento, a família, a adopção, etc., são temas menores, meros objectos da diversão televisiva.

Seguindo esta fórmula de sucesso, aqui ficam sugestões para novos programas: a criminalidade, com uma plateia composta por polícias e ladrões, separados por um cordão de guardas prisionais; a droga, dando metade dos lugares aos toxicodependentes, cuja experiência com alucinogénios é de grande interesse público; a democracia, a ser negada por um nacional-socialista e por um comunista, numa sala irmãmente partilhada por nazis e adeptos da ditadura do proletariado, de um lado, e democratas, do outro; e muitos mais, até porque the show must go on!

Ave, Fátima, morituri te salutant!





Vaticano: Papa alerta para bispos e padres
«funcionários» na Igreja

O Papa Francisco alertou os bispos e padres para que não se tornem funcionários da Igreja.

«A falta de vigilância faz com que o pastor se torne morno, distraído, esquecido e impaciente; sedu-lo a perspectiva da sua carreira, a tentação do dinheiro e os compromissos com o espírito do mundo; torna-o preguiçoso, transformando-o num funcionário, clérigo de estado mais preocupado consigo mesmo, com a organização e estruturas, do que com o verdadeiro bem do Povo de Deus», declarou, na homilia da cerimónia de «profissão de fé», na Basílica de São Pedro.

Segundo Francisco, esta atitude «ofusca a santidade da Igreja», tornando-a «menos fecunda».