sábado, 24 de outubro de 2009

Caim bolchevique

Muito se tem escrito e dito sobre o mais recente opúsculo do Nobel português mas, na realidade, não se percebe a razão, porque nesta sua última ficção literária, o escritor iberista não apresenta nada de novo. Pelo contrário, é mais do mesmo. Com efeito, não é de estranhar que o autor do falso «Evangelho segundo Jesus Cristo» manifeste, mais uma vez, o seu desdém pela Bíblia, palavra de um Deus em que não crê, e que, por isso, de novo arremeta contra as religiões em geral e a católica em particular, sua inimiga de longa data e muita estimação.

É verdade que alguns cristãos ficaram incomodados pela recorrente deturpação dos textos sagrados e pela falta de respeito pela liberdade religiosa que uma tal atitude evidencia. Mas, reconheça-se em abono da verdade, o criador desta mistificação, com laivos autobiográficos, não podia ter sido mais sincero nem coerente com a teoria política que tão devotamente segue. Com efeito, que outra personagem, que não Caim, poderia melhor personificar a ideologia em que se revê o galardoado autor?! Não é o irmão de Abel a melhor expressão bíblica do que foi, e é, o comunismo para a humanidade?

O ilustre premiado com o ignóbil prémio Nobel acredita que Caim nunca existiu, o que é, convenhamos, um acto de muita fé para quem se confessa ateu, até porque não tem qualquer evidência científica dessa suposta inexistência em que tão dogmaticamente crê. Mas decerto não ignora a realidade histórica de muitos outros Cains - Lenin, Stalin, Mao, Pol Pot e outros diabretes de menor monta - todos eles sobejamente conhecidos pelas atrocidades a que associaram os seus nomes e a sua comum ideologia.

À conta do Caim bíblico, agora reabilitado, por obra e graça deste seu oficioso defensor, pretende redimir os não poucos Cains que lhe são doutrinal e eticamente afins, mas a verdade é que o pretenso carácter mítico daquele não faz lendários os crimes destes seus comparsas mais modernos, até porque esta sanha fratricida ainda hoje impera, impunemente, na China, no Tibete, no Vietname, na Coreia do Norte, em Cuba, etc.

Mas não é só Caim que é um mito para o ortodoxo militante comunista, pois Deus também não existe (em todo o caso seria sempre um segundo Deus, porque o primeiro é, como é óbvio, o próprio escritor), e a Igreja Católica mais não é do que uma aberração. Mas, se assim é de facto, porque se incomoda tanto com a inexistente divindade e a pretensamente caduca instituição eclesial?! Será que, apesar de não acreditar em bruxas, no entanto nelas crê e teme?! Ou, melhor ainda, será que se está finalmente a converter, senão num cristão convicto, pelo menos num ateu não praticante?! Deus, que crê também nos que n'Ele não crêem, o queira...

Sem a Bíblia seríamos diferentes? Sem dúvida. Melhores? Duvido, porque todas as grandes tiranias do século XX - o fascismo, o nazismo e o comunismo - foram e são visceralmente ateias e, pelo contrário, todas as grandes gestas de justiça social são cristãs, como católica é também a maior rede mundial de assistência aos mais necessitados. Mas uma coisa é certa: sem o marxismo seríamos hoje muitos mais, concretamente mais cem milhões de mulheres e homens, tantos quantas foram as vítimas do comunismo em todo o mundo (cf. Stéphane Courtois, Le livre noir du communisme, Robert Laffont, 1998, pág. 14).

Gonçalo Portocarrero de Almada

Uma universidade (pouco) católica




A Universidade Católica Portuguesa, mais precisamente a Faculdade de Filosofia do Centro Regional de Braga, vai organizar um Congresso sobre sexualidade que terá lugar 6 E 7 DE NOVEMBRO DE 2009. Nada a apontar se não fosse o caso de alguns dos ilustres convidados serem figuras que publicamente assumiram posições sobre a sexualidade contrárias à doutrina da Igreja.
Neste caso, refiro-me a Júlio Machado Vaz, conhecido pelas suas posições liberais sobre sexualidade e feroz defensor do aborto. A outra ilustre figura, Eduardo Sá, é a mesma que orientou o recente estudo publicado no DN, no qual se defendia, com argumentos pouco científicos e muito ideológicos, a adopção de crianças por homossexuais.
Conhecidas as posições públicas destes oradores sobre a temática da sexualidade, em muitos casos contrárias às da doutrina da Igreja, é legítimo perguntar-se:

1) Porque dá a Universidade Católica tempo de antena a estas personagens?

2) Qual o objectivo evangelizador da iniciativa?

3) Que utilidade formativa tem um debate desta natureza organizado por uma universidade que se intitula de católica? A dúvida é reforçada pelo texto que se pode ler na carta de apresentação do referido congresso:
Este Congresso tem a ambição de reflectir sobre estas questões no quadro dos valores do humanismo de inspiração cristã. Repensar, em diálogo com a actualidade, os modos de inscrição da sexualidade no ser e no agir do homem: no corpo, nos sentimentos, nas relações interpessoais, na visão do mundo e da vida, no projecto de formação para a felicidade.

Por fim, julgava que a Universidade Católica tinha por missão contribuir para a transmissão de conhecimento sob inspiração cristã. Através desta iniciativa, ficamos com a sensação de que a Universidade Católica capitula - e assume que precisamos todos de ser "modernos" - chamando para prelectores os sexólogos da moda que, obviamente, propagam uma sexualidade superficial e hedonista. Dito de outra maneira, conhecendo o pensamento destes oradores sobre a temática da sexualidade a sua inclusão neste congresso confunde os cristãos e transmite uma ideia perigosa: como não os podemos vencer, juntamo-nos a eles.
Como católico exprimo a minha indignação e lanço a pergunta: Não há ninguém que ponha ordem nisto?

[Do blog O Inimputável ]

Ortodoxos búlgaros relançam diálogo com o Vaticano

O bispo ortodoxo búlgaro Tichon visitou esta quarta-feira o Vaticano, onde se encontrou com Bento XVI.

«Devemos encontrar a unidade o quanto antes e celebrar finalmente juntos. As pessoas não entendem as nossas divisões e discussões», referiu este responsável, citado pelo jornal do Vaticano.

Tichon, cabeça da diocese para Europa central e ocidental do Patriarcado da Bulgária, considera «importante o diálogo teológico que está a ser levado a cabo nestes dias no Chipre, mas não se deve ter medo de dizer que é necessário encontrar quanto antes o modo de celebrar juntos».

«Viemos ao Papa para expressar-lhe o nosso desejo de unidade».

O fim da Igreja de Inglaterra


O Papa Bento XVI é um Santo que é muito inteligente.
De uma penada, resolveu um imbróglio triste e difícil com mais de 400 anos.
A Igreja Anglicana (também denominada Igreja da Inglaterra, em inglês Church of England) era a Igreja cristã estabelecida oficialmente na Inglaterra e o tronco principal da Comunhão Anglicana Mundial, também denominada Igreja Episcopal (principalmente nos Estados Unidos e na Austrália).
Relembre-se que no ano já longínquo de 1534, a Igreja de Inglaterra separara-se da Igreja Católica Romana, por iniciativa do rei Henrique VIII, valendo-se de uma questão pessoal e política deste com o Papa Clemente VII, relacionada com o pedido de anulação do seu casamento com Catarina de Aragão.
Segundo foi agora anunciado, e mediante uma Constituição Apostólica a publicar brevemente, o Papa e a Igreja Católica Romana abrirão as suas portas de par em par e acolhem na caridade fraterna os anglicanos que o pedirem, mantendo estes a sua herança litúrgica.
Quando a citada Constituição Apostólica entrar em vigor, entre 30 a 50 bispos anglicanos (note-se o número) e todos os fiéis que quiserem uma comunhão plena com Roma e denunciam, entre outros aspectos, a ordenação de mulheres e a celebração de casamentos entre homossexuais, vão integrar a Igreja Católica.
O escândalo histórico da separação das duas Igrejas cristãs desapareceu, na exacta medida do desaparecimento, enquanto tal, da Igreja de Inglaterra.
O que subsistiu é um puro equívoco.
Ou seja, nada.

Miguel Alvim [O Inimputável]

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O governo do ISCTE e da Maçonaria

O novo governo de José S.:

Ministro da Presidência: Pedro da Silva Pereira- ?
Ministro dos Assuntos Parlamentares (novo): Jorge Lacão- Maçonaria.
Ministro dos Negócios Estrangeiros: Luís Amado- Maçonaria.
Ministro do Estado e das Finanças: Teixeira dos Santos-?
Ministro da Defesa (novo): Augusto Santos Silva- Maçonaria
Ministro da Administração Interna: Rui Pereira- Maçonaria
Ministro da Justiça (novo): Alberto Martins-Maçonaria
Ministro da Economia (novo): José Vieira da Silva-ISCTE
Ministro da Agricultura e Pescas (novo): António Manuel Serrano-ISCTE
Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (novo): António Augusto Mendonça -ISEG...
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: Mariano Gago-?
Ministro do Ambiente (novo): Dulce Fidalgo Pássaro- ISCTE
Ministro do Trabalho e Solidariedade Social (novo): Maria Helena Santos André-ISCTE
Ministro da Educação (novo): Isabel Alçada ( elogios à política de Educação do governo anterior...do ISCTE)
Ministro da Saúde: Ana Jorge.-?
Ministro da Cultura (novo): Maria Ferreira Canavilhas-ISCTE

[Do Blog «Porta da Loja»]

Jornal católico português destacou condenações papais do nazismo

O jornal Novidades acompanhou com atenção as encíclicas de Pio XI e Pio XII sobre o Nacional-Socialismo e Comunismo e dá «um grande destaque aos esforços destes Papas para estabelecer a Paz na Europa» - referiu o historiador Guilherme Sampaio num colóquio sobre Poder Temporal e Poder Espiritual.

Fundado pelo jornalista e político do «Partido Progressista», Emídio Navarro, o jornal Novidades interrompeu a sua publicação em 1913. Foi comprado e refundado pela Igreja Portuguesa, em 1923, com o objectivo de criar um órgão oficioso do Episcopado. «Correspondia na prática a um jornal católico nacional que se propunha orientar a consciência pública à luz da Doutrina Católica» - sublinhou Guilherme Sampaio.

As encíclica «Mit Brennender Sorge» e «Divini Redemptoris» de Pio XI (1922 e 1939) foram publicadas no mês de Março de 1937 e o «curto intervalo em que foram publicadas não foi inocente, mas sim premeditado» - disse Guilherme Sampaio no Colóquio «Poder Espiritual-Poder Temporal - As relações Igreja-Estado no tempo da República (1910-2009).

Na encíclica sobre o Nacional-Socialismo, «Mit Brennender Sorge» Pio XI condena as violações da Concordata por parte da Alemanha. «Campanha contra as escolas confessionais e o ensino da religião católica nas escolas estatais que é uma forma de condicionar a formação da juventude católica" - salientou o orador. Pio XI define o Nacional-Socialismo como «estatolatria».

No jornal católico Novidades, estes dois documentos papais foram matéria de capa, mas a «Divini Redemptoris» (encíclica contra o comunismo) «mereceu maior enquadramento gráfico» - disse o historiador. O Novidades afirma que, «tanto o comunismo como o racismo perverteram a ordem criada por Deus». E acrescenta: «veda aos católicos alianças com comunistas e nazis».

Papa deixa conselhos a teólogos

Bento XVI alerta para exercícios intelectuais sem significado

Bento XVI pediu aos teólogos católicos de todo o mundo que não se limitem a enfrentar as grandes questões da humanidade de um ponto de vista racional, procurando lançar sobre elas o olhar da fé.

Falando numa audiência geral centrada em São Bernardo de Claraval (1090-1153), abade e doutor da Igreja, o Papa disse que as grandes reflexões teológicas podem ser um «exercício intelectual vão» se não forem sustentadas por «uma relação íntima com o Senhor».

«A fé é sobretudo um encontro - íntimo e pessoal - com Jesus Cristo», sublinhou, perante cerca de 16 mil peregrinos congregados na Praça de São Pedro.

O Papa dedicou a sua catequese a «um dos maiores Padres da Igreja», considerando São Bernardo como um exemplo de vida monástica e mestre de teologia espiritual.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Sobre as opiniões de Saramago

Bom remédio

Comecei a minha carreira de jornalista no Diário de Notícias.

Tinham passado ainda poucos anos da breve passagem de Saramago pela direcção do Jornal. Não deixara saudades.

Ficou a imagem de perseguidor feroz dos adversários numa passagem tristemente marcada pelo saneamento político de dezenas de jornalistas.

Viviam-se tempos difíceis de enorme tensão política e luta ideológica. Mas, então como agora, houve quem soubesse escolher o respeito pela liberdade de expressão dos “inimigos” e os que não resistiram à tentação de tentar, por todos os meios, e em nome de novas verdades absolutas, prolongar os tempos da censura.

A defesa da liberdade de expressão e crítica aberta não foi então a marca de água do escritor.

Não serve o argumento para coarctar a sua. Tem Saramago direito a propagar o seu jacobinismo e dizer o que pensa. Até de declarar guerra a Deus e às religiões embora o respeito pela liberdade dos outros aconselhasse, aqui como em tudo, a dispensa do insulto fácil.

Os que acreditam em Deus esperam que as dúvidas de Saramago sobre a Sua existência se dissipem, um dia, num encontro a dois. Onde, para espanto do escritor, em vez do juiz cruel que a sua imaginação produziu e a razão rejeita se encontrará com O Pai infinitamente bom. Capaz de compreender toda a arrogância e perdoar o insulto.

Aos crentes, incapazes da mesma atitude, resta: não comprar.

Graça Franco, Rádio Renancença

Decidir contra o povo

Pedro Vaz Patto, juiz, no Público, 2009.09.09

Quando foi sugerido que a questão da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo fosse submetida a referendo, como expressão mais fiel da legitimidade democrática, partidários dessa legalização disseram que a questão teria de ser subtraída à vontade da maioria, por mais expressiva que esta fosse, uma vez que dizia respeito ao princípio constitucional básico da igualdade e da não-discriminação. A questão estaria já decidida a partir do momento em que a Constituição veio incluir a orientação sexual entre os factores explicitamente referidos como motivo de indiscriminações inadmissíveis. Parecia, até, que o assunto estava encerrado no plano da discussão da política legislativa, em nome da superioridade dos princípios constitucionais.

O recente acórdão do Tribunal Constitucional n.º 359/09 vem deitar por terra esta argumentação. De acordo com esse acórdão, o princípio da igualdade constitucionalmente consagrado não impõe a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Fica, assim, aberto o campo de discussão no plano da política legislativa. É certo que não houve unanimidade entre os juízes (em cinco, dois votaram vencidos), mas o facto de se tratar de questão controversa só reforça a ideia de que não pode o argumento da inconstitucionalidade servir de barreira à discussão de política legislativa relativa a esta questão.

E não pode servir de barreira à possibilidade de submissão desta questão a referendo. A superior consideração da legitimidade democrática aconselha essa submissão. Trata-se, como a questão do aborto, de uma questão de consciência transversal aos eleitores dos vários partidos políticos. Ainda que seja incluída no programa eleitoral de um partido, não pode dizer-se que a generalidade dos eleitores desse partido a sufrague, uma vez que serão normalmente outras questões, que mais preenchem a agenda política, a pesar na sua opção de voto.

Numa matéria de tão grande significado ético, cultural e civilizacional, onde se joga o modelo de referência de família como núcleo social fundamental, onde se pretende alterar um modelo secular, seria inadmissível que uma opção tão relevante fosse tomada em função de estratégias políticas ou modas ideológicas e contra o sentir da maioria do povo, como o vêm revelando várias sondagens. Se é o povo que está supostamente "atrasado", pois que se aproveite o referendo para o "esclarecer". Mas que não se decida contra ele.

Vaticano abre portas a anglicanos descontentes


Bento XVI vai publicar uma constituição apostólica para responder aos “numerosos pedidos” de grupos de clérigos e fiéis anglicanos que desejam “entrar em comunhão plena e visível” com Roma.

Segundo anuncia o site oficial do Vaticano, numa nota informativa da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), o novo documento introduz uma estrutura canónica que permite esse “regresso” à Igreja Católica através da instituição de “ordinariatos pessoais”. Esta solução permite que os fiéis conservem “elementos do seu património espiritual e litúrgico” anglicano.

Numa declaração conjunta assinada pelo Arcebispo de Westminster (católico) e pelo Arcebispo da Cantuária (Primaz da Igreja Anglicana) refere-se que o anúncio desta constituição apostólica “termina um tempo de incerteza para os grupos que nutriam esperanças em novas formas de abraçar a unidade com a Igreja Católica”.

A declaração assegura que ambas as partes estão empenhadas em prosseguir um “compromisso comum” e a reforçar a consulta sobre “estas e outras matérias”.

“Esta cooperação irá continuar ao mesmo tempo que crescemos juntos na unidade e na missão, testemunhando o Evangelho no nosso país”, referem católicos e anglicanos da Inglaterra.

Segundo o teor da Constituição Apostólica que o Papa irá publicar, a vigilância e a condução pastoral para os grupos de fiéis que peçam a entrada na Igreja Católica será assegurada por um ordinário próprio - aquele que é colocado à frente da comunidade -, por norma nomeado de entre o clero até então anglicano.

Este modelo prevê a ordenação de clérigos casados enquanto anglicanos como sacerdotes católicos. Por “razões históricas e ecuménicas”, estes padres casados não poderão ser ordenados Bispos.

Para o Cardeal William Levada, prefeito da CDF, a intenção é ir ao encontro, “de modo unitário e justo, dos pedidos de uma plena união que foram submetidos da parte de fiéis anglicanos provenientes de várias partes do mundo, nos anos mais recentes”.

Os ordinariatos pessoais serão instituídos “segundo as necessidades”, com prévia consulta às Conferências Episcopais locais, e as suas estruturas serão de algum modo semelhantes às dos ordinariatos militares - uma "diocese" que não corresponde a limites territoriais, como é habitual na Igreja Católica, mas tem jurisdição sobre uma comunidade específica distribuída por vários territórios.

“Os anglicanos que fizeram contactos com a Santa Sé expressaram claramente o seu desejo de uma plena e visível comunhão na Igreja una, santa, católica e apostólica. Ao mesmo tempo, falaram da importância das suas tradições anglicanas relativas à espiritualidade e ao culto para o seu próprio caminho de fé”, afirmou o Cardeal Levada.

Segundo o prefeito da CDF, Bento XVI espera que os clérigos e fiéis anglicanos desejosos de união com a Igreja Católica “encontrem nesta estrutura canónica a oportunidade de preservar as tradições anglicanas que lhes sejam preciosas e estejam em conformidade com a fé católica”.

Desde o século XVI, quando o Rei Henrique VIII declarou a independência em relação à autoridade do Papa, a Igreja da Inglaterra criou confissões doutrinais, usos litúrgicos e práticas pastorais próprias.

Desde o Concílio Vaticano II, as relações entre anglicanos e católicos criaram um clima de compreensão e cooperação mútua, mas o caminho ecuménico encontrou novas dificuldades quando alguns anglicanos começaram a admitir mulheres ao sacerdócio e ao episcopado. Mais recentemente, segmentos da Comunhão Anglicana ordenaram clérigos homossexuais e abençoaram uniões entre pessoas do mesmo sexo, reforçando essas dificuldades e aumentando o descontentamento de alguns sectores do próprio mundo anglicano, que se podem agora virar para Roma.

Segundo o Cardeal Levada, entre 20 a 30 bispos anglicanos e centenas de grupos de fiéis estariam interessados em fazer parte da Igreja Católica.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Perseguição por protestantes trava onda de conversões ao catolicismo na Índia

O Bispo de Kohima, Dom Jose Mukala, denunciou que a perseguição movida por alguns grupos protestantes no nordeste da Índia impediu que milhares de pessoas se convertam ao catolicismo.

Em declarações à associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Dom Mukala informou que existem ataques e propaganda sistemática contra a Igreja, ameaças contra a sua vida, destruição de edifícios eclesiásticos e uma proibição das conversões decretada pelos anciãos das aldeias numa região de maioria protestante.

Dom Mukala declarou: «Há um grande incremento no número de pessoas que desejam converterem-se ao catolicismo mas há uma oposição muito forte por parte dos líderes protestantes».

A fé católica chegou a Kohima em 1951, com os primeiros baptizados. Os católicos agora somam 58,000 pessoas entre os 1.9 milhões de habitantes da região.

Anjos e demónios, o novo filme anticatólico


Dan Brown, o autor do Código de Da Vinci, parece haver-se convertido em um perito na arte do anti-catolicismo e agora leva sua agenda anti-católica um pouco mais adiante com seu livro "Anjos e Demônios". Além disso, o Co-produtor, Brian Grazer, quer que esta nova obra seja "menos reverente" que o Código de Da Vinci, quer dizer, ainda mais liberalmente anti-católica, o qual já é, se é que se detenha somente no livro.

As pessoas não poderiam reclamar dos realizadores, se estes tivessem deixado de lado figuras históricas e à própria Igreja Católica ao fazer sua obra "de culto". Entretanto, isto não foi o que aconteceu e o filme menciona uma série de personagens históricos e eventos, cobrindo de mentiras e de uma satanização da Igreja Católica toda a trama. As mentiras no filme tornam difícil que alguém o separe da ficção; e aqueles que não estão familiarizados com a história da Igreja Católica estão condenados a ir-se, depois de vê-lo, com uma má opinião d'Ela.

Veja o texto completo aqui.

A Igreja Ortodoxa Russa
sempre, sempre, ao lado do imperialismo grão-russo

Patriarca de Moscovo rejeita projecto de Igreja ortodoxa independente na Ucrânia

Não é de hoje nem de ontem. É de há mil anos. O grande cisma do Oriente deveu-se apenas a interesses políticos no Oriente, concretamente para os respectivos reis, imperadores e czares mandarem nas suas igrejas domésticas. E para justificarem o cisma, inventaram umas divergências teológicas como a de saber se o Espírito Santo provém apenas do Pai ou também do Filho, a de saber se se pode ter apenas imagens pintadas ou também esculpidas... Enfim! Nem Deus lhes saberá responder!

Com a ajuda da Igreja Ortodoxa Russa, ao longo dos séculos, os czares foram dominando a ferro e fogo as nações da zona onde ela também se implantou graças à repressão exercida quer sobre os católicos, quer sobre as igrejas ortodoxas nacionais. A Igreja Ortodoxa Russa ganhou desta forma a sua importância, num mundo despótico, sem liberdade religiosa.

O czar dirigia directamente a Igreja Ortodoxa Russa. E depois da implantação do comunismo, o regime, apesar da anti-religiosidade marxista, não deixou de utilizar a Igreja Ortodoxa Russa para manter sob a sua bota os crentes da Rússia e das nações subjugadas pela Rússia. Esta tarefa de controlo foi encomendada ao KGB, dos quais, alguns dos seus agentes se confundiam com o clero.

Depois da implosão do comunismo e do Estado imperial soviético, a política grã-russa perdura. E a Igreja Ortodoxa Russa, como seu acessório, continua a mesma política: alimentar entre os crentes ortodoxos das nações a subjugar a dependência espiritual e política em relação a Moscovo.

O descaramento da Igreja Ortodoxa Russa na Ucrânia vai ao ponto de dar aos seu fiéis instruções específicas de voto no candidato pro-Moscovo, contra os candidatos nacionais. Sabendo-se que 11 300 igrejas ucranianas estão subordinadas ao patriarcado de Moscovo e apenas 4000 dependem do patriarcado de Kiev (a nascente Igreja Ortodoxa Ucraniana), pode imaginar-se o peso político desta dependência religiosa em relação a Moscovo.

O novo patriarca ortodoxo russo, Cirílo I, «Patriarca de todas as Rússias» (todos os países vizinhos são rússias, eles não fazem isso por menos...), em recente visita à Ucrânia, rejeitou em Kiev a existência de uma igreja independente de Moscovo na Ucrânia e defendeu a «unidade» entre os ortodoxos russos e ucranianos. Unidade, unidade, quando se trata dos interesses políticos russos...

Porque não querem a unidade com a Igreja Católica? Porque se opõem sistematicamente a visitas do Papa à Rússia e a qualquer país que consideram «seu»? Porque perseguem sistematicamente a Igreja Católica nas suas áreas de influência?

(Para mais elementos sobre as perseguições à Igreja Católica no Leste, consultar a Fundação «Ajuda à Igreja que Sofre»).

J. Mendes