terça-feira, 8 de julho de 2014


A ONU aprovou uma resolução histórica

a favor da protecção da família



O Conselho de Direitos Humanos da organização das Nações Unidas (ONU), no seu 26.° período de sessões, aprovou a resolução de «Proteção à Família», que reconhece a família como o núcleo «natural e fundamental da sociedade, e tem direito a protecção por parte da sociedade e do Estado», o que representou uma verdadeira derrota do lobby invertido.

A resolução foi aprovada com 26 votos a favor, 14 contra e 6 abstenções em 25 de Junho de 2014, o Conselho de Direitos Humanos da ONU reconhece também «que a família tem a responsabilidade primária de nutrir e proteger as crianças da mesma maneira onde as crianças, para o seu desenvolvimento completo e harmonioso da sua personalidade, devem crescer num ambiente familiar e numa atmosfera de felicidade, amor e entendimento».

Em declarações à ACI Imprensa, o Dr. Carlos Beltramo, do Instituto Cultura e Sociedade (ICS) da universidade de Navarra, referiu que a resolução do organismo da ONU «foi um interessante passo adiante no reconhecimento da natureza da família num fórum tão importante das Nações Unidas».

«Esta é uma boa oportunidade para relançar a educação da pessoa dentro da família, que é o melhor caminho para o futuro da humanidade», indicou.

Beltramo assinalou que «dar formação às famílias e encorajar para que eduquem as suas crianças é um meio fundamental para fortalecer as sociedades saudáveis para que permitam que todos superem situações difíceis como as que tivemos que viver».

O organismo da ONU decidiu ainda fomentar um debate acerca do 20.º aniversário do Ano Internacional da Família, assim como promover referências à família de uma forma positiva para reverter uma tendência dos últimos tempos de tratar a família como o centro dos conflitos, dos problemas e das violações de direitos humanos.

Em declarações recolhidas pelo site BuzzFeed, Austin Ruse, presidente do Instituto Família Católica e Direitos humanos, com base nos Estados Unidos, assinalou que a resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU é uma «derrota» do lobby invertido.

«A derrota (do conceito) de vários tipos de família demonstra que a ONU está cansada deste tipo de debates», assinalou.

Austin Ruse assegurou que «a maioria dos estados membros queria avançar para temas que preocupem o mundo e não só as elites do (hemisfério) norte».

Os estados que apoiaram com os seus votos a resolução de protecção da família foram a Argélia, Benin, Botswana, Burkina Faso, China, Congo, Costa do Marfim, Etiópia, Gabão, Índia, Indonésia, Cazaquistão, Quénia, Kuwait, Maldivas, Marrocos, Namíbia, Paquistão, Filipinas, Federação Russa, Arábia Saudita, Serra Leoa, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Vietnam.

Os estados que se opuseram a esta resolução histórica a favor da família foram Áustria, Chile, República Checa, Estónia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Japão, Montenegro, Coreia do Sul, Roménia, Reino Unido e Estados Unidos.

Por sua vez Argentina, Brasil, Costa Rica, México, Peru e a Macedónia abstiveram-se, e Cuba não participou no voto.





domingo, 6 de julho de 2014


Quando a Igreja cede ao mundo


Há um pormenor no Evangelho segundo S. Mateus (16, 13-19) que é lido na Festa de S. Pedro e S. Paulo, que muito poucas vezes tenho visto (ou ouvido) ser explorado. Provavelmente devido ao seu aspecto pouco simpático em relação ao que o mundo diz.

Nosso Senhor pergunta aos Apóstolos o que dizem os outros sobre Ele, e os Apóstolos repetem o que diz o «mundo»: disparates!

E quando pergunta aos Apóstolos o que dizem eles d'Ele, é Pedro quem toma a iniciativa, mas, como diz Nosso Senhor, movido pela ciência divina e não humana, e dá a resposta correcta, mesmo sem a perceber, porque, logo a seguir, seguindo os critérios humanos, Pedro «desdiz» a sua confissão ao querer «mundanizá-la». Este é um risco constante para a Igreja!

Sempre que na Igreja se utiliza a linguagem do mundo para se dialogar com ele, ou falar no seu interior de uma forma «mais compreensível», o resultado é disparate. É certo que Nosso Senhor utiliza as armas do inimigo para o vencer.

Mas nós, na nossa humana fraqueza, sempre que tentamos «jogar» com as armas do «inimigo» para nos defendemos, o convertermos, dialogar com eles, acabamos sempre por cair na esparrela e saímos perdedores. E não só nós, mas também aqueles que temos diante de nós.

Precisamos perceber a linguagem do mundo, precisamos perceber os problemas do mundo, precisamos perceber as inquietações do mundo, mas nunca para respondermos com a mesma moeda ou linguagem. Sempre que não nos deixamos inspirar, mesmo sem perceber a totalidade do mistério, pela Graça, a nossa resposta será sempre vazia.

Não podemos cair na tentação de reduzir a nossa linguagem sobre a Igreja, sobre o mundo, sobre o homem, a uma linguagem mundana, pois assim iremos sempre defraudar os que temos diante de nós. Podemos correr o risco de não sermos percebidos, mas não podemos correr o risco de faltarmos à verdade em detrimento da compreensão e de um pretenso sucesso.

Quando a Igreja cede ao mundo na sua linguagem, nos seus gestos, na sua verdadeira identidade, não é apenas a Igreja que perde, é o mundo!

Com este episódio do Santo Evangelho e o que se lhe segue (Mt, 16, 21-23), somos alertados para que, sempre que nos deixamos influenciar pela mentalidade ou linguagem do mundo, podemos facilmente tornarmo-nos instrumentos do inimigo.

Não basta professar a nossa fé em Nosso Senhor Cristo e mantermos os nossos critérios mundanos, ou, pior ainda, reduzir Cristo a categorias mundanas. Sempre que o fizermos, numa pretensa ideia de melhor diálogo com o mundo, estamos a «abjurar» a nossa fé e a defraudar o mundo, a Igreja, a Deus.

Quando a Igreja cede ao mundo, o mundo invade a Igreja e esta deixa de poder exercer a sua missão tal como devia. Quando a Igreja cede ao mundo, perde o mundo, não o ganha. Quando a Igreja cede ao mundo, é conquistada por ele, em vez de o conquistar para Cristo!


Dominus nos benedicat, et ab omni malo defendat, et ad vitam perducat aeternam. Amen.