quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Três tipos de materialismo


Os doze dias do Natal acabaram há pouco e, com eles, ondas de materialismo cru e desejo insaciável por coisas. Como se isso não bastasse, os analistas de mercados estão preocupados que tudo isto não seja suficiente para fazer mover a economia, enquanto os moralistas preocupam-se que o materialismo seja de tal forma que não deixa espaço para mais nada.

Há aqui algumas coisas a analisar. Se a nossa economia está mesmo tão dependente assim de vendas de Natal, até aqueles de entre nós que acham que normalmente os mercados cumprem da melhor maneira o papel de distribuir bens e serviços devem parar para pensar.

Talvez seja por causa de todos os outros sinais preocupantes na América hoje em dia, mas dou por mim menos preocupado com esta fúria de compras do que no passado. No geral é apenas mais um ano em que, apesar de a sua mulher já ter vinte pares de sapatos e um armário cheio de roupa, acha que «não tem nada que vestir». Pela minha experiência, as mulheres acham relaxante fazer compras enquanto os homens preferiam uma tarde inteira de tortura a um serão no centro comercial. É verdade que os homens também têm desejos por ferramentas e aparelhos electrónicos, mas todo este consumismo, apesar de espiritualmente perigoso, empalidece quando comparado com outras formas de materialismo moderno.

Isto porque surgiu uma segunda forma de materialismo na nossa sociedade que considero exponencialmente mais preocupante: A redução de toda a actividade humana a um conjunto de comportamentos animais. Não é preciso procurar muito até encontrar um artigo qualquer sobre um antropologista ou um primatologista que «explicou» os comportamentos dos homens e das mulheres em relação às compras, ligando-os às necessidades dos caçadores-recolectores antigos (por alguma razão as planícies de África há 2 milhões de anos costumam entrar no quadro).

As mulheres, claro está, tinham que procurar comida e lenha enquanto os homens deambulavam por aí a afiar lanças para proteger o grupo. Não nego que haja algumas bases materiais para muitos dos comportamentos humanos que emergiram por processo evolucionário. Mas em relação à razão pela qual as pessoas fazem coisas hoje, estas «explicações» estão na mesma divisão que a astrologia. Para além disso, passou-se muita coisa nos últimos dois milhões de anos.

Não somos os primeiros a culpar as forças materiais pelos nossos comportamentos. Em «Rei Lear», o vilão Edmund, filho ilegítimo de um pai devasso, diz a verdade sobre estas desculpas, e sobre si mesmo:

Essa é a maravilhosa tolice do mundo: quando as coisas não nos correm bem - muitas vezes por culpa dos nossos próprios excessos - pomos a culpa dos nossos desastres no sol, na lua e nas estrelas, como se fôssemos perversos por necessidade, tolos por compulsão celeste, velhacos, ladrões e traidores pelo predomínio das esferas; bêbedos, mentirosos e adúlteros, pela obediência forçosa a influências planetárias, sendo toda a nossa ruindade atribuída à influência divina... Óptima escapatória para o homem, esse mestre da libertinagem, responsabilizar as estrelas pela sua natureza de bode. O meu pai juntou-se à minha mãe sob a cauda do Dragão e a minha natividade deu-se sob a Ursa Maior: de onde se segue que eu tenho de ser violento e lascivo. Pelo pé de Deus! Eu teria sido o que sou, ainda que a mais virginal estrela do firmamento houvesse piscado por ocasião da minha bastardização.
Como se isso não bastasse, surgiu recentemente uma terceira forma de materialismo, ainda mais radical. Começamos a ouvir falar, por neurocientistas, teóricos literários e filósofos, na crença de que o ser substancial nem sequer existe. Que não passamos de trocas de energia e matéria. Que o ser é uma ilusão.

Existem, é certo, versões mais ou menos honradas deste ponto de vista no estoicismo e no budismo, e mesmo a Bíblia recorda-nos que nada somos. Mas esta nova perspectiva é um niilismo que não conhece travões.

Nem sequer o senso comum o pára. Qualquer pessoa que tenha os hábitos filosóficos mais modestos questionar-se-á sobre quem é que alega «saber» estas coisas e por que razão acha necessário falar deles uma vez que não existe ninguém para saber ou ouvir. Não é por acaso que uma vez que a ciência, que por definição não lida com entidades como pessoas ou almas, é tida como sendo a verdade total, o sentido de nós mesmos enquanto seres começa a evaporar-se.

Estamos longe de um argumento abstracto, este arrisca-se a ter consequências negativas. Há 25 anos William Barrett, que se tornou famoso ao escrever o livro «Homem Irracional», que explicava o existencialismo numa linguagem americana, voltou-se para um problema premente. Em «A Morte da Alma» ele defendeu o ponto de vista sensato de que não olhamos para as pessoas de quem gostamos – esposos, filhos, pais, amigos – como meros mecanismos à base de carbono.

Consideraríamos monstruoso quem o faz.

Contudo é precisamente aí que começamos a encontrar-nos enquanto cultura. O aborto fácil e a ameaça permanente da eutanásia derivam do enfraquecimento da noção de que há algo de sagrado na condição humana. Paradoxalmente, governos em todo o mundo, mesmo nos países mais «avançados», encorajam a autonomia absoluta (não existe natureza humana, apenas a vontade crua – a não ser que estejamos a falar de homossexualidade, que as pessoas bem-pensantes sabem ser fixa e, por isso, um dado biológico imutável).

Simultaneamente, estamos convencidos de que o Estado moderno pode agora imiscuir-se em todas as actividades humanas, à excepção daquelas às quais impomos limites, por agora, devido a uma réstia de humanitarismo. Mas mesmo essas excepções começam a evaporar-se à medida que cresce a certeza de que os especialistas científicos sabem de coisas que significam que a maioria de nós não conta para nada.

Há muitos materialismos no mundo e, é verdade, todos são potencialmente letais. Apenas uma visão transcendente de Deus e das pessoas consegue fazer frente a esta crise. Em breve veremos se o homo sapiens herdou material suficiente dos seus antepassados nas planícies africanas para se salvar da auto-negação.

Em comparação, e dadas as alternativas, é com serenidade que encaro um pouco de compras em excesso.



Gabinete do Primeiro-Ministro
Passos Coelho


Função - Nome - Idade - Nomeação - Vencimento €

Chf, Gabinete - Francisco Ribeiro de Menezes - 46 anos - 06-08-2011 - 4.592,43
Assessor - Carlos Henrique Pinheiro Chaves - 60 anos - 21-06-2011 - 3.653,81
Assessor - Pedro Afonso A, Amaral e Almeida - 38 anos - 18-07-2011 - 3.653,81
Assessor - Paulo João L, Rêgo Vizeu Pinheiro - 48 anos - 11-07-2011 - 3.653,81
Assessor - Rudolfo Manuel Trigoso Rebelo - 48 anos - 21-06-2011 - 3.653,81
Assessor - Rui Carlos Baptista Ferreira - 47 anos - 21-06-2011 - 3.653,81
Assessora - Eva Maria Dias de Brito Cabral - 54 anos - 12-10-2011 - 3.653,81
Assessor - Miguel Ferreira Morgado - 37 anos - 21-06-2011 - 3.653,81
Assessor - Carlos A Sá Carneiro Malheiro - 38 anos - 01-12-2011 - 3.653,81
Assessora - Marta Maria N, Pereira de Sousa - 34 anos - 21-06-2011 - 3.653,81
Assessor - Bruno V de Castro Ramos Maçaes - 37 anos - 01-07-2011 - 3.653,81
Adjunta - Mafalda Gama Lopes Roque Martins - 35 anos - 01-07-2011 - 3.287,08
Adjunto - Carlos Alberto Raheb Lopes Pires - 38 anos - 21-06-2011 - 3.287,08
Adjunto - João Carlos A Rego Montenegro - 34 anos - 21-06-2011 - 3.287,08
Adjunta - Cristina Maria Cerqueira Pucarinho - 46 anos - 23-08-2011 - 3.287,08
Adjunta - Paula Cristina Cordeiro Pereira - 41 anos - 22-08-2011 - 3.287,08
Adjunto - Vasco Lourenço C P Goulart Ávila - 47 anos - 21-11-2011 - 3.287,08
Adjunta - Carla Sofia Botelho Lucas - 28 anos - 25-01-2012 - 3.287,08
Técnica Especialista - Bernardo Maria S Matos Amaral - 38 anos - 07-09-2011 - 3.287,08
Técnica Especialista - Teresa Paula Vicente de Figueiredo Duarte - 44 anos - 21-07-2011 - 3.653,81
Técnica Especialista - Elsa Maria da Palma Francisco - 40 anos - 16-01-2012 - 3.653,81
Técnica Especialista - Maria Teresa Goulão de Matos Ferreira - 49 anos - 18-07-2012 - 3.653,81
Secretária pessoal - Maria Helena Conceição Santos Alves - 54 anos - 18-07-2011 - 1.882,76
Secretária pessoal - Inês Rute Carvalho Araújo - 46 anos - 18-07-2011 - 1.882,76
Secretária pessoal - Ana Clara S Oliveira - 38 anos - 13-07-2011 - 1.882,76
Secretária pessoal - Maria de Fátima M L Hipólito Samouqueiro - 47 anos - 21-06-2011 - 1.882,76
Secretária pessoal - Maria Dulce Leal Gonçalves - 52 anos - 01-07-2011 - 1.882,76
Secretária pessoal - Maria M, Brak-Lamy Paiva Raposo - 59 anos - 13-07-2011 - 1.882,76
Secretária pessoal - Margarida Maria A A Silva Neves Ferro - 53 anos - 21-06-2011 - 1.882,76
Secretária pessoal - Maria Conceição C N Leite Pinto - 51 anos - 21-06-2011 - 1.882,76
Secretária pessoal - Maria Fernanda T C Peleias de Carvalho - 45 anos - 01-08-2011 - 1.882,76
Secretária pessoal - Maria Rosa E Ramalhete Silva Bailão - 58 anos - 01-09-2011 - 1.882,76
Coordenadora - Luísa Maria Ferreira Guerreiro - 48 anos - 01-01-2012 - 1.506,20
Téc, administrativo - Alberto do Nascimento Cabral - 59 anos - 01-01-2012 - 1.506,20
Téc, administrativo - Ana Paula Costa Oliveira da Silva - 42 anos - 01-01-2012 - 1.506,20
Téc, administrativo - Elisa Maria Almeida Guedes - 47 anos - 01-01-2012 - 1.500,00
Téc, administrativo - Isaura Conceição A Lopes de Sousa - 59 anos - 01-01-2012 - 1.506,20
Téc, administrativo - José Manuel Perú Éfe - 60 anos - 01-01-2012 - 1.506,20
Téc, administrativo - Liliana de Brito - 50 anos - 01-01-2012 - 1.500,00
Téc, administrativo - Maria de Lourdes Gonçalves Ferreira Alves - 61 anos - 01-01-2012 - 1.506,20
Téc, administrativo - Maria Fernanda Esteves Ferreira - 57 anos - 01-01-2012 - 1.506,20
Téc, administrativo - Maria Fernanda da Piedade Vieira - 61 anos - 01-01-2012 - 1.506,20
Téc, administrativo - Maria Umbelina Gregório Fernandes Barroso - 47 anos - 01-01-2012 - 1.500,00
Téc, administrativo - Zulmira Jesus G Simão Santos Velosa - 47 anos - 01-01-2012 - 1.506,20
Téc, administrativo - Artur Vieira Gomes - 53 anos - 01-01-2012 - 1.600,15
Téc, administrativo - Benilde Rodrigues Loureiro da Silva - 58 anos - 01-01-2012 - 975,52
Apoio Auxiliar - Fernando Manuel da Silva - 68 anos - 01-01-2012 - 975,52
Apoio Auxiliar - Francisco José Madaleno Coradinho - 45 anos - 01-01-2012 - 1.472,82
Apoio Auxiliar - Joaquim Carlos da Silva Batista - 57 anos - 01-01-2012 - 975,52
Apoio Auxiliar - José Augusto Morais - 51 anos - 01-01-2012 - 975,52
Apoio Auxiliar - Maria Lurdes da Silva Barbosa Pinto - 58 anos - 01-01-2012 - 975,52
Apoio Auxiliar - Maria de Lurdes Camilo Silva - 65 anos - 01-01-2012 - 975,52
Apoio Auxiliar - Maria Júlia R Gonçalves Ribeiro - 58 anos - 01-01-2012 - 975,52
Apoio Auxiliar - Maria Natália Figueiredo - 64 anos - 01-01-2012 - 975,52
Apoio Auxiliar - Maria Rosa de Jesus Gonçalves - 58 anos - 01-01-2012 - 975,52
Motorista - António Francisco Guerra - 52 anos - 01-01-2012 - 1.848,53
Motorista - António Augusto Nunes Meireles - 61 anos - 01-01-2012 - 2.028,28
Motorista - António José Pereira - 48 anos - 01-01-2012 - 1.848,53
Motorista - Arnaldo de Oliveira Ferreira - 49 anos - 01-01-2012 - 1.848,53
Motorista - Jaime Manuel Valadas Matias - 52 anos - 01-01-2012 - 1.848,53
Motorista - Jorge Henrique S Teixeira Cunha - 52 anos - 01-01-2012 - 1.848,53
Motorista - Jorge Martins Morais - 46 anos - 01-01-2012 - 1.848,53
Motorista - José Hermínio Frutuoso - 53 anos - 01-01-2012 - 1.848,53
Motorista - Nuno Miguel R Martins Cardoso - 37 anos - 01-01-2012 - 1.848,53
Motorista - Paulo Jorge Pinheiro da Cruz Barra - 40 anos - 01-01-2012 - 1.848,53
Motorista - Rui Miguel Pedro da Silva Machado - 42 anos - 01-01-2012 - 1.848,53
Motorista - Vitor Manuel G Marques Ferreira - 42 anos - 01-01-2012 - 1.848,53


Resumo:

01 Chefe de Gabinete
10 Acessores
07 Adjuntos
04 Técnicos Especialistas
10 Secretárias Pessoais
01 Coordenadora
13 Técnicos Administrativos
09 Apoio Auxiliar
12 Motoristas
Total - 67

Total/Mês - 149.486,76 €


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O craque Victor Gaspar


Com tanta versão de Excel e ainda não acertou…

Ano de 1993: com a economia portuguesa a ruir, um alucinado Braga de Macedo, então ministro das Finanças, foi à Assembleia da República gritar a plenos pulmões que o País era um «oásis». Este sketch parlamentar resistiu à passagem do tempo. Quem não resistiu foi Braga de Macedo: após um breve compasso de espera, Cavaco «calçou-lhe uns patins».

Quem era o homem que, em 1992, fez as previsões para Braga de Macedo? Um tal Vítor Louçã Rabaça Gaspar, que chefiava o Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças. Onde falhou ele nas previsões? Falhou em tudo — na evolução da economia e na arrecadação das receitas fiscais.

Veja-se:

• Gaspar previu um crescimento do PIB de 2% em 1993, mas a economia acabou por recuar 0,7%, ou seja, o pretenso «oásis» que Braga de Macedo anunciava, acabou numa recessão; o Orçamento do Estado para 1993 previa um encaixe à volta de 3.340 milhões de contos (16.660 milhões de euros) com as receitas correntes, mas houve necessidade de fazer um orçamento rectificativo que já estimava menos 364,7 milhões de contos (1,8 milhões de euros), porque a receita fiscal teve um desempenho bem pior do que «se» estava à espera.

Vinte anos depois, o tal Vítor Louçã Rabaça Gaspar, que levou Braga de Macedo a estatelar-se contra a parede em 1993, não vos lembra ninguém?


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Ideologia de género destroça a família
alerta bispo de Córdoba


O bispo de Córdoba (Espanha), Don Demetrio Fernández, adverte que «a ideologia de género destroça a família, rompe os laços do homem com Deus através da sua própria natureza», como é o sexo com que se nasce, «coloca o homem acima de Deus, Deus já não é necessário para nada, e temos que prescindir d’Ele, porque Deus é um obstáculo para a liberdade do homem».
Assim o manifesta o bispo na sua carta semanal, publicada pela Europa Press, e na qual faz uma alusão à frase de Simone de Beauvoir (1908-1986), esposa de Jean Paul Sartre: «Não se nasce mulher: torna-se.», que, a seu ver, «expressa que o sexo é aquilo que a pessoa decide ser», de modo que «já não valeriam as ecografias que detectam o sexo da pessoa antes de nascer».
Deste modo, lamenta que embora a ecografia diga «claramente que é menina, o que vale é o que o sujeito decida», de maneira que «se quer ser homem, pode sê-lo, embora tenha nascido mulher» e vice-versa.
Também acrescenta que «a serviço desta ideologia existe uma série de programas formativos, médicos ou escolares, que procuram fazer com que todo o mundo mentalize esta ideologia, fazendo um dano tremendo na consciência das crianças, adolescentes e jovens».
Neste sentido, considera que «a ideologia de género não respeita em nada a própria natureza na qual Deus deixou inscrita a sua marca: sou varão, sou mulher, por natureza. Aceito-o e vivo-o com alegria e com gratidão ao Criador».
E que, «relacionar com a natureza e, portanto com Deus, a minha identidade sexual é uma escravidão da qual a pessoa tem que libertar-se», segundo esta ideologia «errada», como sublinha Don Fernández.
Um feminismo «radical» que se estende nas escolas.
Do mesmo modo, o bispo refere que desta ideologia vem «um certo feminismo radical, que rompe com Deus e com a própria natureza, tal como Deus a fez». Um feminismo, segundo ele, que «vai estendendo-se implacavelmente, inclusive nas escolas».
Além disso, Don Fernández menciona que «a Igreja Católica é odiada pelos promotores da ideologia de género, mais precisamente porque se opõe rotundamente a isto».
E, entretanto, adiciona, «uma das realidades mais bonitas da vida é a família», segundo a sua «estrutura originária, onde existe um pai e uma mãe, porque há um homem e uma mulher, iguais em dignidade, distintos e complementares», e igualmente «onde há filhos, que brotam naturalmente do abraço amoroso dos pais», e acrescenta que «Deus quer o bem do homem, e por isso inventou a família».
Ainda que a ideologia de género «tente destruir» a família, «a força da natureza e da graça é mais potente que a força do mal e da morte».
Por isso, considera que «a família precisa da redenção de Cristo, porque Herodes continua vivo, e não mata somente os inocentes no seio materno, mas também tenta mentalizar as nossas crianças, adolescentes e jovens com esta ideologia, querendo fazer com que vejam que há outros tipos de família».
O bispo de Córdoba acredita que «é a ocasião para pedir às famílias que atravessam dificuldades, para dar uma mãozinha às famílias que tenho por perto e cujas necessidades não são somente materiais, mas às vezes de sofrimentos por conflitos de todo tipo», ao mesmo tempo que assegura que «só na família, tal como Deus a instituiu, encontra o homem o seu pleno desenvolvimento pessoal e, portanto, a felicidade no seu coração».
Para Don Fernández, «na família está o futuro da humanidade, na família que responde ao plano de Deus».


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Religiosas abandonam anglicanismo
para entrar na Igreja Católica


Onze religiosas da Comunidade da Santíssima Virgem, uma das primeiras ordens anglicanas criadas depois da separação da Igreja Católica no século XVI, uniram-se ao Ordinariato criado pelo Papa Bento XVI para receber ex-anglicanos.
As tensões no interior dos anglicanos ficaram mais intensas depois de terem tentado aprovar a ordenação de mulheres bispos, disposição que foi aprovada pelos bispos mas rejeitada pelos leigos em Novembro de 2012.
A Santa Sé anunciou, em Janeiro de 2011, a criação oficial do Ordinariato Pessoal Nossa Senhora de Walsingham para a Inglaterra e Gales, como «uma estrutura canônica que permite uma reunião corporativa de tal modo que os ex-anglicanos possam ingressar na plena comunhão com a Igreja Católica preservando elementos de seu património anglicano».
As ex-religiosas anglicanas, cujas idades variam entre os 45 e os 83 anos, foram recebidas na Igreja Católica no dia 1 de Janeiro, e serão conhecidas daqui para a frente como as Irmãs da Santíssima Virgem Maria.
Na sua homilia, o padre Daniel Seward, pároco do Oratório de Oxford (Inglaterra), deu as boas-vindas às religiosas à Igreja Católica, e assegurou-lhes que «ao que vocês se estão unindo não é nada estranho ou estrangeiro, mas é o vosso próprio património».
«O génio espiritual de São Bento, cuja regra vocês vivem, o estudo e a prática da sagrada liturgia, e a veneração e amor à Mãe de Deus, Nossa Senhora de Walsingham, todas estas coisas são parte da antiga glória deste país, que foi uma vez uma ilha de Santos e de Maria».
As religiosas permanecerão na sua actual residência de forma temporária, até que encontrem um lar permanente.


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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

França: centenas de milhares
em manifestação contra «casamento»
entre invertidos


Centenas de milhares de pessoas reuniram-se este domingo em Paris para uma manifestação contra a equiparação ao matrimónio das uniões entre invertidos.

A chamada «Manifestação para todos», promovida por comunidades religiosas e movimentos da sociedade civil, surgiu como forma de oposição ao projecto de lei apresentado pelo executivo do socialista François Hollande, chamado «Casamento para todos», que pretende legalizar o casamento e a adopção por invertidos e deve começar a ser analisado pelo Parlamento francês a partir do dia 29 de Janeiro.

Sob o lema «Nascemos de um homem e de uma mulher», a manifestação na capital francesa é apresentada pelo portal de notícias do Vaticano como uma «batalha civilizacional em defesa da célula fundamental da sociedade».

O arcebispo de Paris, cardeal André Vingt-Trois, marcou presença no final da iniciativa para manifestar o seu encorajamento aos organizadores.

O presidente do Conselho Pontifício da Família (Santa Sé), D. Vincenzo Paglia, elogiou o empenho do episcopado francês nesta causa para «fazer entender que o matrimónio e a família não são uma realidade de alguém, mas da humanidade».

«A igualdade é uma coisa, o respeito pela diversidade é outra, porque para se chegar a uma igualdade robusta é necessário respeitar a diferença com críticas à ideologia de género».

O arcebispo italiano sustenta que, após a legalização do casamento e da adopção por pessoas do mesmo sexo «tudo se torna possível» em termos de definição do matrimónio.

«Se a medida for o ‘eu’ e a satisfação de todos os seus desejos, fica claro que tudo pode acontecer e, portanto, temos a destruição da civilização».

O porta-voz da Conferência Episcopal Francesa, D. Bernard Podvin, disse estar confiante no bom senso da opinião pública, nestas matérias e apela ao testemunho dos católicos.

«Os tempos são difíceis, temos de testemunhar uma esperança e recordar à nossa sociedade que, no futuro, será muito mais frágil e terá que estar muito atenta aos seus valores fundamentais».


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«Acordo» Ortográfico:
Nem gregos nem troianos: assim-assim

Helena Buescu

Há dias, a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, adiou a obrigatoriedade de implementação do «Acordo» Ortográfico para 2016. Fê-lo com base numa petição que reuniu 20 000 assinaturas. Em Portugal, uma igual petição reuniu mais de 130 000, e não teve qualquer eco. 130 000 assinaturas num país cuja população é incomparavelmente menor do que no Brasil.

Devemos aproveitar para reflectir seriamente sobre o «A»O e os seus efeitos em Portugal. O exemplo vem-nos, aliás, do próprio Brasil. Nesse país, os argumentos aduzidos apontam para críticas de ordem científica ao «A»O. E junta-se a essas críticas o argumento da necessidade de uma «maior simplificação» da ortografia da língua portuguesa. Além de que por exemplo o linguista Evanildo Bechara assegura que o «A»O precisa de ser revisto. Revisto – e nem ainda entrou em vigor! Isto diz bem da consistência científica de um dos maiores atentados feitos à língua portuguesa.

Naturalmente, este adiamento sublinha a bondade das críticas feitas ao «Acordo», mostrando que nem em Portugal nem no Brasil (nem nos outros países lusófonos, que mostraram grandes reticências, sendo que Angola ainda não o ratificou) ele conseguiu um consenso mínimo em termos científicos.

A grande questão, agora, é saber se realmente há base científica para que algum dia ele venha a existir. Com este ponto suplementar: a partir do momento em que várias declarações, no Brasil, apontam para a necessidade de uma maior «simplificação» da língua portuguesa, o que se impõe perguntar em Portugal é: queremos nós, em Portugal, «simplificar» (seja o que for que isto queira dizer!) a língua? Ou privilegiamos (legitimamente também) a história da língua portuguesa na Europa, guardando por exemplo alguns traços etimológicos da sua origem e evolução ao longo dos séculos?

Simplificando a pergunta: haverá base, em termos de uma política científica do Português, para um acordo que não parece agradar nem a gregos nem a troianos? A resposta talvez seja: «Assim-assim». Em Portugal, é sob esta fórmula que se costuma esconder a falta de coragem e a aceitação tristonha do império da realidade, quando mais vale não pensar.

Em 2016, eis um cenário muito possível: Angola manterá a ortografia existente anterior ao «Acordo». Portugal seguirá, se não conseguir inverter o statu quo, o pobre «acordês». E o Brasil terá entretanto revisto e certamente «melhorado» o «Acordo», escrevendo numa terceira ortografia. Resumindo: cada qual escreverá de sua maneira, e ter-se-á esfrangalhado a ortografia comum que, até agora, era seguida por todos os países lusófonos, com excepção do Brasil. Ou seja: será um verdadeiro «acordo português», em que ninguém sabe acordar.


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Revista Times: Promotores do aborto têm
perdido as batalhas contra os pró-vidas
nos EUA

Na capa da sua edição de Janeiro de 2013, a famosa revista americana Times, assegura que «há 40 anos, os activistas do direito ao aborto obtiveram uma épica vitória com (a sentença da Corte Suprema no caso) Roe vs. Wade», que permitiu a legalização do aborto nos Estados Unidos, «desde então eles estão perdendo» para os pró-vidas.

Conforme explica Kate Pickert, autora do artigo de capa, desde que em Janeiro de 1973 a Corte Suprema dos Estados Unidos converteu num direito federal o acesso ao aborto, «o movimento pro-choise (abortista) vem perdendo» as suas lutas.

«Em muitas partes do país, actualmente, recorrer a um aborto é mais difícil do que na década de 1970».

Pickert referiu que «há menos médicos dispostos a realizar o procedimento e menos clínicas abortistas no negócio».

«Os activistas pro-choice (abortistas) foram ultrapassados por os seus adversários pró-vidas, que pressionaram com sucesso obtendo regulações estatais que limitam o acesso» ao aborto, acrescentou.

«Muitos estados pedem actualmente que as mulheres passem por aconselhamento, períodos de espera ou ultra-sons antes de se submeterem a abortos», referiu.

Para a jornalista americana, «a causa pró-vida está ganhando a guerra do aborto, em parte, porque utiliza uma estratégia organizada e bem executada».

Além disso, reconheceu, «a opinião pública está crescentemente» do lado pró-vida.

«Graças ao ultra-sons pré-natal e aos avanços da neonatologia, os americanos podem agora saber como se vê um feto e que os bebés nascidos tão prematuramente como às 24 semanas agora podem sobreviver», afirmou Pickert.

A jornalista da Times disse que «apesar de três quartos dos americanos acreditarem que o aborto deveria ser legal em alguns ou todos os casos, a maioria apoia leis estatais que regulem o procedimento, e cada vez menos se identificam como ‘pro-choice’ nas pesquisas de opinião pública».

Pickert também retratou a divisão geracional que destrói por dentro a causa abortista, pois «os jovens activistas do direito ao aborto reclamam que as líderes das organizações feministas», que tinham 20 ou 30 anos quando se legalizou o aborto nos Estados Unidos, «não estão dispostas a passar a tocha às novas gerações».

Entretanto, para Kate Pickert, um dos principais motivos da derrota dos promotores do aborto é que «numa democracia dinâmica como a dos Estados Unidos, defender o status quo é sempre mais difícil do que lutar para mudá-lo».

Uma das expressões mais claras do avanço da causa pró-vida nos Estados Unidos é a multitudinária marcha nacional pela defesa da vida que mobilizam centenas de milhares de pessoas, com frequência ignoradas pelos média, todos os anos em Janeiro, no aniversário da sentença de Roe vs. Wade.

A última marcha, em 2012, reuniu mais de 400 mil pessoas que durante várias horas suportaram frio intenso, neblina e até chuva enquanto percorriam as principais ruas da capital Americana até à sede do Capitólio.


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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Igrejas católicas incendiadas
na Áustria e na França no Natal

Próximo do Natal de 2012 templos católicos foram queimados na Áustria e na França. Os incidentes poderiam ter sido originados por ódio à fé.

Na cidade de Amstetten (Áustria) três igrejas foram queimadas no dia 23 de Dezembro, enquanto que a representação do presépio do Menino Jesus foi queimada numa Igreja da localidade de Barby, na região de Saboia (França), no dia 18 de Dezembro.

Um jovem, que as autoridades consideram o principal suspeito do incêndio das igrejas na Áustria, não soube explicar os motivos às autoridades ao ser interrogado, e parecia confuso.

Não se exclui que esta tenha sido uma agressão anticristã, já que só as igrejas foram atacadas.

No caso de França, o presépio no interior da Igreja foi queimado entre as 7 e 8 da noite do dia 18 de Dezembro, sem nenhum vestígio de que se tratou de um acidente.

O sacristão do templo referiu aos meios de comunicação que não é a primeira vez que acontece um ataque contra a Igreja.

Com efeito, em anos anteriores, a porta da Igreja foi danificada, um dos vidros do salão de reuniões da paróquia foi quebrado, diversos livros foram queimados, entre outros danos.

Nos dias seguintes os pais e crianças da paróquia construiram um novo presépio para substituir o que fora queimado.


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