sábado, 23 de abril de 2016
A criancinha malcriada
Inês Teotónio Pereira, Diário de Notícias, 23 de Abril de 2016
Não há partido mais infantil do que o BE. O BE tem tudo o que é típico de uma criança malcriada, mimada, irritante e preguiçosa. Estão a ver aqueles miúdos a quem dizemos «olá» e eles começam a gritar ou aos insultos? É assim o BE. No mundo dos adultos chama-se a isto irreverência; no das crianças, má-criação. Outra particularidade infantil do BE é o mimo.
As criancinhas mimadas são sempre levadas a sério, mesmo que não tenham idade para apanhar um autocarro. Qualquer coisa que digam, por mais parva que seja, dá notícia. Ora, isto faz que não tenham necessidade de deixar de dizer coisas parvas – como insultar o voluntariado – tornando-se preguiçosas e viciadas em atenção.
As crianças educadas nestas precárias condições e sem filtro para o disparate tornam-se irremediavelmente irritantes. Chatas mesmo. Habituadas que estão a terem muita atenção, não se calam. Falam sobre tudo o que possa ser polémico só para interromper as conversas dos crescidos. No caso do BE o filão são os temas fracturantes que, tal como os filmes com bolinha, têm sempre audiência. Ele é o candidato transexual, o cartaz de Jesus ou o Cartão de Cidadão.
Qualquer coisa serve. O objectivo, tal como no mundo infantil, é virar cabeças. Ora, é preciso muita paciência para lidar com crianças assim.
É preciso, antes de mais, não as levar a sério e no limite ignorá-las. Mas se nas crianças esta estratégia resulta, com o BE – que apesar de ter todas as características de uma criança malcriada não é criança, é só malcriado/a – não resulta. O PS, no entanto, descobriu como lidar com o problema e tentou resolvê-lo da mesma forma que um pai – daqueles que não ligam nenhuma ao filho adolescente – resolveria: leva o miúdo a jantar fora e deixa-o guiar o carro dando a entender que o acha muito crescido. Depois, vai à sua vidinha.
A única diferença no caso do PS e do BE é que o pai (o PS) está a ficar senil e acha mesmo graça à criancinha malcriada.
sexta-feira, 22 de abril de 2016
O Presidente da Polónia
sobre relação Igreja-Estado
Andrzej Duda
No discurso à Assembleia Nacional
por ocasião dos 1 050 anos
de baptismo da Polónia
É um momento comovente e extraordinariamente sublime este, em que estamos aqui 1 050 anos depois dos dias em que, provavelmente num ambiente solene, o soberano destas terras, na altura o conde Mieszko, recebeu o baptismo.
O cronista Gall escreveu mais tarde que a luz iluminou estas terras. A luz iluminou a Polónia. Porque este baptismo, início da realidade da nossa história polaca, teve duas dimensões. Teve uma dimensão espiritual extraordinária, pois trouxe para cá uma nova religião. Uma religião na qual a maioria dos polacos permanece até hoje. Porque deu os fundamentos para a criação de um estado moderno. Certamente moderno para aqueles tempos, pois trouxe algo completamente novo. Mas trouxe uma modernidade que tem um carácter permanente, um carácter universal.
Estes dois elementos, o espiritual e o estatal, entrelaçaram-se e permanecem. Permanecem apesar de ter havido momentos na história em que este elemento estatal desapareceu. Desapareceu como consequência da raiva, desapareceu como consequência da guerra, desapareceu como consequência da agressão que veio para a terra da Polónia, que afectou os polacos. Mas foi precisamente graças àquilo que o baptismo trouxe às almas, às almas das pessoas que aqui vivem, que as gerações não permitiram que lhes fosse arrebatado o ser polacos. Nunca permitiram que lhes tirassem aquilo com que construíram a tradição, a cultura, a comunidade.
E mesmo quando a Polónia desapareceu do mapa, voltou. Voltou pela força dos polacos e voltou pela força do espírito que recebiam da fé e do baptismo, e que os ajudou a proteger a Igreja. E por isso estou imensamente grato a vossas eminências e vossas excelências por podermos iniciar estas comemorações dos 1 050 anos do baptismo da minha pátria justamente com este elemento espiritual. Começar com oração, começar dando graças a Deus por 1 050 anos de cuidado pela nação polaca. Agradecer pelos santos que surgiram durante estes 1 050 anos da nossa nação.
E, ao inclinar a cabeça aqui em Gniezno, no ninho da nossa nação e da nossa pátria, na terra que foi em tempos pisada por Mieszko e depois pelo seu filho, o primeiro rei polaco Bolesław Chrobry, prestar homenagem a todos aqueles que ao longo destes séculos ganharam a nossa pátria.
Prestar homenagem àqueles que morreram com o grito «Viva a Polónia» nos lábios. E agradecer a Deus pelo cuidado com a nossa pátria. E pedir a Sto. Adalberto, aqui, aos pés da sua conversão, onde estão as suas relíquias, pedir a S. Estanislau de Szczepanowo, bispo da minha cidade natal, pedir a Sto. André Bobola, meu padroeiro e padroeiro da nossa pátria, e pedir a Sta. Faustina, apóstola da Misericórdia divina, a bênção e a intercessão junto de Deus pela nossa pátria, pela nossa nação e por tudo aquilo que é importante para nós.
Para que permaneçamos na tradição dos antepassados, na fé, em tudo aquilo que sempre fez e faz com que sejamos fortes. Que o Senhor abençoe a minha pátria, que o Senhor abençoe os polacos, que o Senhor abençoe a Igreja.
(Tradução: Mariana Biela)
segunda-feira, 18 de abril de 2016
Declaração do padre Nuno Serras Pereira
em reacção à recente Exortação Apostólica
O padre Nuno Serras Pereira é conhecido por ser um ardoroso combatente em defesa da vida e um fiel defensor da doutrina cristã. Agora, perante a recente Exortação Apostólica, tomou a decisão que se segue.
Bons amigos. Para mim é claro que a Exortação Apostólica Amoris laetitia (A Alegria do Amor) contém, a par de trechos excelentes, algumas passagens que contrariam a Encíclica Veritatis Splendor de S. João Paulo II, o Catecismo da Igreja Católica e o Código de Direito Canónico. Qualquer um destes documentos é dotado de uma autoridade Magistral superior a uma Exortação Apostólica não podendo ser ab-rogados por esta. No entanto, as declarações do Cardeal de Viena, confirmadas em entrevista pelo Papa Francisco, explanadas pela Civiltà Cattolica, revista da Companhia de Jesus, cujo director último é Francisco, as afirmações do Cardeal Kasper e do Arcebispo Paglia, Presidente do Conselho Pontifício para a Família, além da decisão do Presidente da Conferência Episcopal das Filipinas, bem como da Diocese de Bérgamo, em Itália, levam-me a concluir que aquilo que o Cardeal Baldisseri disse em Fátima, antes do primeiro sínodo (ou sínodo extraordinário), a saber, que no papel tudo ficaria na mesma mas que na prática tudo iria mudar, se confirma. Por isso, pedi ao Padre Provincial, meu Superior Maior, a dispensa de celebrar Missa para o povo e dispensa de atender em Confissão indiscriminadamente quem se apresente para tal, uma vez que em consciência não poderei exercer esta «nova pastoral sacramental».
Saudações cordiais e que Deus vos abençoe
P. Nuno
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