sábado, 24 de maio de 2014

Excomungada líder da seita europeia
de heréticos «Nós Somos Igreja»


O grupo «Nós Somos Igreja» é uma seita europeia de heréticos que, dizendo-se católicos, pretendem subverter a Igreja nos seus princípios e na sua prática. Promovem o esquerdismo, o feminismo, o homossexualismo, a subversão da liturgia, etc.

Martha Holzer, a feminista alemã que chefia a seita, foi automaticamente excomungada, juntamente com o seu marido Gert, por simular a missa, informa a agência de notícias alemã Kath.net. Os Holzers faziam regularmente um ritual caseiro de simulação da missa católica.

Os Holzers emitiram um comunicado dizendo que ficaram «imensamente chocados» pela sanção disciplinar. Ora, a simulação de um sacramento é um delito grave no direito canónico, e a pena é a excomunhão automática. O bispo Manfred Scheuer, de Innsbruck, declarou que os Holzers são os próprios  responsáveis pela sua auto-excomunhão.

Se alguma coisa há a estranhar no caso é não terem sido excomungados há mais tempo.





sexta-feira, 23 de maio de 2014

O sentido correcto de «Sensus Fidelium»


Randall Smith

Em breve os bispos do mundo viajam para Roma para o «Sínodo para a Família». Alguns levam com eles os resultados de inquéritos feitos aos fiéis, sobre as suas atitudes relativamente aos ensinamentos da Igreja, e alguns, como o bispo Robert Lynch, de St. Petersburg, Flórida, poderão ter decidido, com base nesses inquéritos, (o que no caso do bispo Lynch corresponde a 6800 respostas), que: «Em relação à contracepção, a resposta pode ser caracterizada como, ‘Esse comboio já partiu há muito’. Os católicos já se decidiram e o sensus fidelium sugere uma rejeição dos ensinamentos católicos nesta matéria».

Se o sensus fidelium fosse assim tão simples: Um pequeno inquérito, resultados e uma conclusão rápida. Mas não é assim. O bispo não está a falar do sensus fidelium. Está a usar a expressão, mas está a falar de outra coisa.
sensus fidelium, como o Papa João Paulo II explica e bem, «não consiste, porém, somente ou necessariamente no consenso dos fiéis. A Igreja, seguindo a Cristo, procura a verdade, que nem sempre coincide com a opinião da maioria.» «A Igreja pode apreciar também a investigação sociológica e estatística», prossegue o Papa, «quando se revelar útil para a compreensão do contexto histórico no qual a acção pastoral deve desenrolar-se e para conhecer melhor a verdade.»
«Tal investigação, porém», insiste, «não pode ser julgada por si só como expressão do sentido da fé.» Antes, alerta: «Vivendo em tal mundo, sob pressões derivadas sobretudo dos mass-media, nem sempre os fiéis souberam e sabem manter-se imunes diante do obscurecimento dos valores fundamentais e pôr-se como consciência crítica desta cultura familiar e como sujeitos activos da construção de um humanismo familiar autêntico.» Note-se o aviso específico sobre os perigos para as noções de família em particular.
O Papa Bento XVI também avisou para o perigo deste tipo de confusão. «É particularmente importante especificar os critérios que permitem distinguir entre o sensus fidelium autêntico e as suas imitações. Na realidade, ele não é uma espécie de opinião pública eclesial, e não é pensável que possa mencioná-lo para contestar os ensinamentos do Magistério, uma vez que o sensus fidei não pode desenvolver-se autenticamente no crente, a não ser na medida em que ele participa plenamente na vida da Igreja, e isto exige a adesão responsável ao seu Magistério».

Nessa ocasião, o Papa Bento XVI estava a discursar perante a Comissão Teológica Internacional, louvando-os precisamente por clarificar algumas ideias erradas sobre o sensus fidelium. Eis o que a Comissão tinha dito:
«A natureza e a localização do sensus fidei ou sensus fidelium deve ser devidamente compreendidas. O sensus fidelium não significa simplesmente a opinião da maioria em um determinado tempo ou cultura (...). O sensus fidelium é o sensus fidei do povo de Deus na sua totalidade, obediente à Palavra de Deus e guiado nos caminhos da fé por seus pastores. Assim, o sensus fidelium é o sentido da fé que está profundamente enraizada no povo de Deus, que recebe, compreende e vive a Palavra de Deus na Igreja.»
«A teologia», insiste a Comissão, deve «deve falar a verdade no amor, para que os fiéis possam amadurecer na fé, e não serem ‘joguetes das ondas e agitados por todo vento de doutrina’».

Por isso, por favor, não se pode procurar fazer passar os resultados de uma sondagem a 6800 católicos na Flórida por sensus fidelium. Uma forma melhor de pensar no conceito é em termos daquilo em que os católicos acreditaram sempre e em todo o lado, mesmo antes dessa crença ter sido definida por um concílio ou um Papa.

Sensus Fidelium?

Muitas doutrinas da Igreja encaixam nessa categoria: ensinamentos que nunca foram formalmente definidos, mas que sempre fizeram parte do património da Igreja. João Paulo II, por exemplo, afirmou no Ordinatio Sacerdotalis que o sacerdócio exclusivamente masculino era um desses ensinamentos, afirmado por aquilo a que por vezes se chama o «magistério universal da Igreja». Nunca tinha sido formalmente definido, mas tinha sido ensinado e aceite sempre e em todo o lado como de fide (uma questão de fé).
Agora pensem no que teria acontecido com esta questão se um bispo tivesse feito uma «sondagem» das atitudes dos americanos em St. Petersburg, Flórida, ou Cape Cod, Massachusetts.

sensus fidelium não pode ser apenas uma fatia da opinião pública da Igreja no aqui e agora, porque a Igreja não é apenas a Igreja do aqui e do agora. A Igreja estende-se por toda a terra, atravessa culturas e milénios. Ela olha sempre para a vinda futura de Cristo, fazendo as suas escolhas com base nos conhecimentos que recebeu das Escrituras e da Tradição, em fidelidade ao Espírito que continuamente a guia.
E se tivéssemos feito uma sondagem da opinião dos católicos alemães sobre o estatuto dos judeus em 1938? Ou um inquérito na Flórida sobre a moralidade da segregação racial em 1954? Essa fatia do bolo deve ser usada para determinar os ensinamentos da Igreja sobre o povo judaico e a segregação? Tudo bem que não somos nazis, mas não sofremos também de preconceitos e miopia?

A retrospectiva é sempre perfeita, porque é fácil detectar os preconceitos das pessoas no passado. O que é mais difícil é detectar os nossos próprios preconceitos, uma vez que vivemos com eles todos os dias.
Não faz mais sentido reconhecer o sensus fidelium como a nossa dívida para com o passado, bem como as nossas obrigações para com o futuro, e proceder com humildade, guiados pelo Senhor da História em vez de um «espírito da época» que esteja na moda?
Talvez agora seja uma boa altura para escutar a sabedoria intemporal do nosso novo São João Paulo o Grande e evitar um sensus fidelium sem sentido.

Randall Smith é professor na Universidade de St. Thomas, Houston, onde recentemente foi nomeado para a Cátedra Scanlon em Teologia.

(Publicado em The Catholic Thing e traduzido por Filipe Avillez).

Ilustrações da nossa redacção.





Ainda o 25A

Comemorações


Jaime Nogueira Pinto, Jornal Sol, 15 de Maio de 2014

Uma das consequências desta espécie de epidemia mental que se abateu sobre Portugal e a Europa sob a forma do pensamento único universal e correcto foi a exclusão da ideia da política como poder, como debate, como decisão e escolha do bom governo para a comunidade.

Na esquerda, a fórmula do pensamento único é a proclamação do fim da política pela sua redução aos direitos económicos universais e absolutos para todos.

A questão de como continuar a prometer esse «país da Cocanha» de abundância e tolerância totais numa economia-mundo que a própria esquerda idealizou não se põe. A retórica é que tal só não acontece por imposição de uns tenebrosos oligarcas financeiros, apoiados pelos seus cúmplices no poder – os políticos e as políticas «de direita» – que sonham escravizar os pobres e reduzir à pobreza a classe média.

À direita, ou entre essa «direita» festiva que por aí pontifica, oriunda da esquerda arrependida e veneradora do dinheiro, a política também não se ocupa do poder, do Estado, da nação, da comunidade. A política é não haver política, é reduzir à economia e à gestão todos os problemas políticos. É deixar os mercados funcionar e ver que tudo se arranja através das operativas mãos invisíveis.

Estas tendências mais uma vez se confirmaram nas comemorações do golpe de Estado do MFA: a esquerda veio para a rua lamentar-se de que as «conquistas» de Abril tenham atirado, quarenta anos depois, o país para o desemprego e para o salário mínimo mais baixo da Europa Ocidental – e inferior, com a correcção monetária, ao dos tempos da «ditadura»; e os devotos da «Comunidade internacional», de que o salazarismo nos separava, gritaram palavras de ordem patrióticas, com os comunistas e os bloquistas a exaltarem a soberania e a independência nacional.

A tal direita da mão invisível, a direita libertária, que andava oprimida há quarenta anos, veio também, não sei se hipócrita se estupidamente, celebrar Abril, misturando com outras libertações a «restauração democrática» (como se os democratas da Primeira República alguma vez respeitassem a liberdade dos seus adversários políticos monárquicos, católicos ou nacionalistas).

Há quarenta anos, o golpe militar pretoriano e o ensaio da revolução socialista que se lhe seguiu tiveram duas consequências: uma foi, no final de um complexo PREC, a criação de uma democracia liberal com objectivos constitucionais socializantes, a democracia em que vamos vivendo; a outra, muito mais importante politicamente, foi a redução do poder nacional, com a perda do Império e com os custos económicos que vieram da socialização violenta do 11 de Março e do «espírito socialista» da Constituição.

Com estas perdas, perdemos – perdeu o país – a capacidade económica para pagar um Estado Social e garantir a independência financeira perante o exterior.

É esta a segunda parte da história que os comemoracionistas não querem reconhecer – por burrice ou conveniência.





quinta-feira, 22 de maio de 2014

Os heróis do cavaquismo

O elevador secreto de Valentim Loureiro



Valentim Loureiro, conhecido por «Capitão Batata», como é público, foi uma vergonha de militar, acabando por ser com desonra expulso do Exército. Mas foi readmitido e promovido a major pelo de má memória Conselho da Revolução, que só fez coisas destas a Portugal. Depois o «Capitão Batata» meteu-se na política e no futebol para aí também fazer das suas.

Apesar da vergonha que é a sua biografia,
«Capitão Batata» foi condecorado por Cavaco em 1990.

Eis aqui uma parte das aventuras do «Capitão Batata» como presidente da Câmara de Gondomar, descritas na imprensa.

L. L.



Passados cem dias de mandato, os novos autarcas começam a deitar as mãos à cabeça com as heranças que receberam. O novo presidente da Câmara de Gondomar, por exemplo, descobriu um elevador secreto, deixado por Valentim Loureiro.

Quando Marco Martins tomou posse, o difícil foi não esbarrar em situações insólitas. Primeiro, o gabinete de Valentim Loureiro estava transformado num bunker, onde poucos alguma vez haviam entrado.

Em quase duas décadas, o anterior presidente só por duas vezes se terá deslocado ao bar do edifício camarário e «para reclamar com os funcionários», conta-se.

Valentim tinha um elevador secreto e exclusivo cujo código de acesso era a sua data de nascimento que ligava directamente a um parque de estacionamento para os automóveis do presidente e da filha, ex-vereadora. Para trás, Valentim deixara também o fax com a respectiva lista de contactos, que iam de dirigentes do mundo da bola a pessoas com quem tinha negócios.

Mas o filme apenas começara. Ao longo das semanas que já leva de mandato, Marco Martins descobriu viaturas velhas da autarquia por abater, «nas quais já haviam nascido pinheiros», uma frota automóvel com uma idade média de 22 anos e gastos de milhares de euros em aplicações informáticas que nunca foram instaladas ou usadas.

Soube, também, que umas moradias em banda, vandalizadas e destruídas, afinal pertenciam à Câmara, e que o erário público também continuava a pagar o arrendamento de um mercado provisório, num terreno onde, desde 2011, já não existia nada.

Um heliporto, orçado em 92 mil euros, foi também construído junto do IC29 e de um hospital, mesmo depois do pedido de licenciamento ter sido chumbado pelo Instituto Nacional de Aviação Civil.

«Processos judiciais em que a autarquia é ré, são cerca de 400, mas ainda não estão quantificados os valores», refere o autarca, que herdou uma dívida de 145 milhões de euros, contas ainda por baixo, «pois espero mais surpresas».

Não fosse Marco Martins bombeiro voluntário e dir-se-ia que Gondomar tem demasiados fogos para apagar. «O que me salva é ter subido degrau a degrau, na vida autárquica e ganho experiência a partir de uma freguesia. Caso contrário, estava tramado.»

E agora pergunta-se: este senhor não vai preso?


Ver ainda:






Substituir o treinador ou os jogadores?







quarta-feira, 21 de maio de 2014

A vergonha da legalização do aborto


Cláudio Anaia

Resumo com dados da Direcção Geral da Saúde 2013 apresentado ontem sobre a legalização do Aborto.

1. Em números absolutos em 2012 houve 18 615 abortos a pedido da mãe (modalidade introduzida pelo referendo de 2007) e em 2013 (números provisórios) houve 17 414, isto é, menos 1 201 abortos, menos 6,45% que no ano anterior.

2. Em 2012 houve cerca de 89 841 nascimentos e em 2013 estes foram 82 787, isto é, menos 7 054, menos 8%).

3. A incidência do aborto legal (abortos/nascimentos) aumentou de 21,3% (em 2012), para 21,7% (em 2013, números provisórios).

4. Em termos práticos isto significa que praticamente uma em cada cinco gravidezes termina em aborto.

5. A reincidência do aborto (isto é, quem abortou no ano, já o tinha feito no próprio ano e/ou em anos anteriores) aumentou de 26% para 27,8% (números provisórios de 2013). Isto é, aproximamo-nos de uma fasquia de um em cada três abortos, ser uma repetição (=utilização do aborto como método contraceptivo).

6. O aborto continua gratuito (não paga taxa moderadora), dá direito a uma licença de 15 a 30 dias, paga a 100%, e as grávidas dos Açores que vêm abortar a Lisboa tem direito a deslocações todas pagas para si e um acompanhante.





terça-feira, 20 de maio de 2014

O cardeal Kasper contra o magistério da Igreja
e ao lado de heréticos


Kasper a indicar o caminho do inferno.

O cardeal Walter Kasper, na sua mais recente visita a New York, para promover a publicação do seu livro Misericórdiavoltou a fazer uma série de declarações ambíguas e confusas, muitas delas opostas ao magistério da Igreja.

Nessa ocasião, Kasper manifestou as suas divergências com a Congregação para a Doutrina da Fé e com o seu prefeito, o cardeal Gerhard Ludwig Müller, no que diz respeito às freiras dissidentes. Kasper manifestou a sua solidariedade com a teóloga feminista Elizabeth Johnson, já repreendida pela Conferência Episcopal Norte-Americana, e com Elisabeth Schussler Fiorenza, professora da Harvard Divinity School, bem conhecida pelas suas heresias.

Em 20 de Janeiro de 2014, o Papa Francisco convocou um consistório extraordinário, preparatório do Sínodo para as Famílias, em que o único orador foi Kasper.

Entretanto, o cardeal Camilo Ruini declarou, à La Stampa, que a grande maioria dos cardeais presentes no consistório de 20 de Fevereiro (cerca de 85 por cento) expressou opiniões contrárias às teses do cardeal Kasper. Depois desse consistório extraordinário, os cardeais Gerhard Ludwig Müller, Carlo Cafarra, Walter Brandmüller, Angelo Bagnasco, Robert Sarah, Giovanni Battista Re, Camillo Ruini, Velasio De Paolis e Raymond Burke manifestaram os seus profundos desacordos com o cardeal alemão Kasper.