segunda-feira, 1 de agosto de 2016


Jovens com opinião


Inês Teotónio Pereira, Diário de Notícias, 30 de Julho de 2016

Alguns dos meus filhos estão a ficar gente: têm opiniões. Estão a entrar naquela idade em que já não perguntam, debitam o que lhes vai na alma. Não sabem muita coisa sobre quase nada por falta de tempo, mas falam de tudo. Têm opinião sobre terrorismo, religião, esquerda e direita, sobre profissões, música, o que está bem e mal em casa, no país ou no Médio Oriente. E têm a certeza absoluta. São opinativos fundamentalistas. Funcionam com base no «porque sim» ou porque viram no YouTube. E não há teoria, realidade ou factos que os afastem da sua verdade.


Pais e mães mais experientes já me tinham avisado de que esta fase iria chegar e que, segundo eles, «era muita giro». Pois não é. Passar por isto é o mesmo que ouvir os profissionais do comentário na televisão e não poder mudar de canal. É irritante. É o mesmo que jantar com a SIC Notícias em bloco. Com todos ao mesmo tempo e todos os dias. E o pior é que não os podemos insultar como fazemos com os profissionais a sério antes de carregarmos no botão que os faz desaparecer. Não, com os meus filhos tenho mesmo de ficar a ouvir e, diz o bom senso, deixá-los exprimir a sua opinião. Bolas, nunca pensei que deixar alguém exprimir a sua opinião fosse tão doloroso. Mas eu deixo, juro. Só que sinto que estou claramente em desvantagem. Enquanto eu, para fazer valer o meu ponto de vista, tenho de dar lições de história, citar autores, falar de números e de filosofia, já eles respondem com o YouTube, repetem o que um amigo lhes disse ou citam uma coisa que ouviram «já não me lembro onde». Impossível rebater. São evidências que lhes fazem sentido enquanto as minhas só lhes dão trabalho. Sou eu contra todas as redes sociais do mundo, os canais de notícias e as maiores palermices que se dizem por aí. Giro? Pois, experimentem explicar a um adolescente, que tem como sonho ir tirar fotografias para a Austrália e como ídolos John Lennon e o Papa Francisco, qual é a ligação entre o terrorismo e o Islão e depois digam-me se é giro. Não é. É doloroso e difícil respeitar a opinião e conversar seriamente com alguém que fala do Iraque sem nunca ter visto e ouvido Artur Albarran em directo de Bagdad. É por isso que gosto muito mais de jantar com os meus outros filhos que só me fazem perguntas. São de longe os mais sensatos.






Os primeiros mártires do Islão na Europa


Roberto de Mattei

O altar da política é diferente da mesa sagrada sobre a qual se celebra o sacrifício incruento de Cristo, e a esse sacrifício o padre Jacques Hamel teve a graça de unir-se em 26 de Julho, oferecendo o próprio sangue

O primeiro mártir do Islão em terra da Europa tem um nome. É o padre Jacques Hamel [foto], assassinado enquanto celebrava a Santa Missa no dia 26 de Julho, na Igreja paroquial de Saint-Etienne-du-Rouvray, na Normandia. Dois muçulmanos exaltando o Islão invadiram a igreja, e depois de tomar alguns fiéis como reféns, degolaram o celebrante e feriram gravemente outro fiel. Sobre a identidade dos agressores e o ódio anticristão que os moveu não pairam dúvidas. Na sua agência de notícias Amaq, o Estado Islâmico definiu os dois assaltantes de «nossos soldados».


O nome de Jacques Hamel soma-se ao de milhares de cristãos que todos os dias são queimados, crucificados, decapitados em ódio à sua fé. Mas o massacre de 26 de Julho marca uma guinada, porque é a primeira vez que isto acontece na Europa, lançando uma sombra de medo e consternação nos cristãos do nosso continente.

Obviamente não é possível proteger 50 000 edifícios religiosos em França, e um análogo número de igrejas, paróquias e santuários em Itália e noutros países. Cada sacerdote é objecto de eventuais ataques, destinados a  multiplicarem-se, sobretudo após o efeito emulativo engendrado por esses crimes.

«Quantas mortes são necessárias, quantas cabeças decepadas, para que os governos europeus compreendam a situação em que se encontra o Ocidente?» – perguntou o cardeal Robert Sarah. O que precisa acontecer, podemos acrescentar, para que os confrades do cardeal Sarah no Colégio Cardinalício, a começar pelo seu líder supremo, que é o Papa, compreendam a terrível situação em que se encontra hoje não só o Ocidente, mas a Igreja universal?

O que torna esta situação terrível é a política de boas-intenções e de falsa misericórdia em relação ao Islão e a todos os inimigos da Igreja. Os católicos devem naturalmente rezar pelos seus inimigos, mas devem também estar cônscios de que não basta limitarem-se a rezar, pois têm também o dever de combatê-los. É o que ensina o Catecismo da Igreja Católica no n.° 2265, quando diz que a legítima defesa pode ser um dever grave para o responsável pela vida de outrem: «Defender o bem comum implica colocar o agressor injusto na impossibilidade de fazer mal».

O Papa Francisco disse-se «especialmente chocado por este acto de violência acontecido numa igreja, durante uma missa, acção litúrgica que implora de Deus a sua paz para o mundo», renunciando mais uma vez a chamar os assassinos pelo nome. O silêncio do Papa Bergoglio é paralelo ao dos muçulmanos de todo o mundo que não denunciam com voz alta, em uníssono e colectivamente, os crimes cometidos em nome de Alá pelos seus correligionários. No entanto, até mesmo o presidente francês François Hollande, no seu discurso à nação na noite de terça-feira, falou de uma guerra aberta da França contra o Estado Islâmico.

Durante o seu pontificado, o Papa beatificou com procedimentos super-rápidos algumas personalidades do século XX, como Oscar Arnulfo Romero e Don Pino Puglisi, que certamente não foram mortos com ódio à Fé católica. Mas, em 12 de Maio de 2013, também canonizou na Praça de São Pedro os oitocentos mártires de Otranto, massacrados em 11 de Agosto de 1480 pelos turcos, por se recusarem a renegar a sua Fé. Se o Papa Francisco anunciasse o início de um processo de beatificação do padre Hamel, daria ao mundo um sinal pacífico, mas forte e eloquente, da vontade da Igreja de defender a sua própria identidade. Se, no entanto, continuar a iludir-se com a possibilidade de um acordo ecuménico com o Islão, repetir-se-ão os erros daquela desastrosa política que sacrificou as vítimas da perseguição comunista nos altares da Ostpolitik.

Mas o altar da política é diferente da mesa sagrada sobre a qual se celebra o sacrifício incruento de Cristo, e a esse sacrifício o padre Jacques Hamel teve a graça de unir-se em 26 de Julho, oferecendo o próprio sangue.

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(*) Fonte: «Il Tempo», Roma, 27-7-16. Matéria traduzida do original italiano por Hélio Dias Viana.







Quem foi Maomé, segundo São João Bosco


Na sua renomeada obra «História Eclesiástica», Dom Bosco ensina-nos quem foi Maomé, fundador do islamismo e como fez para espalhar as suas crenças, conseguir adeptos e atacar a Terra Santa, a Cristandade e a todos os que não pensavam como ele.

São João Bosco é um dos maiores formadores
de gerações inteiras de católicos

Luís Dufaur

Na sua renomeada obra «História Eclesiástica», Dom Bosco ensina-nos quem foi Maomé, fundador do islamismo e como fez para espalhar as suas crenças, conseguir adeptos e atacar a Terra Santa, a Cristandade e a todos os que não pensavam como ele.

Com linguagem didáctica, o Santo educador expõe-nos brevemente a toda a verdade básica sobre o Islão.

Maomé e a sua religião

Nasceu este famoso impostor em Meca, cidade da Arábia, de família pobre, de pai gentio e mãe judia.

Errando em busca de fortuna, encontrou-se com uma viúva negociante em Damasco, que o nomeou seu procurador e mais tarde casou-se com ele.

Como era epiléptico, soube aproveitar-se desta enfermidade para provar a religião que tinha inventado e afirmava que as suas quedas eram outros tantos êxtases, durante os quais falava com o arcanjo Gabriel.

A religião que pregava era uma mistura de paganismo, judaísmo e cristianismo. Ainda que admita um só Deus, não reconhece Jesus Cristo como filho de Deus, mas como seu profeta.

Como dissesse com jactância que era superior ao divino Salvador, insistiam com ele para que fizesse milagres como Jesus fazia; porém ele respondia que não tinha sido suscitado por Deus para fazer milagres, mas para restabelecer a verdadeira religião mediante a força.

Não existem imagens fidedignas de Maomé.
Na foto, ilustração de um manuscrito otomano do século XVII.

Ditou as suas crenças em árabe e com elas compilou um livro que chamou Alcorão, isto é, livro por excelência; narrou nele o seguinte milagre, ridículo em último grau.

Disse que tendo caído um pedaço da lua na sua manga, ele soube fazê-la voltar ao seu lugar; por isso os maometanos tomaram por insígnia a meia lua.

Sendo conhecido por um homem perturbador, os seus concidadãos trataram de dar-lhe a morte; sabendo disto o astuto Maomé fugiu e retirou-se para Medina com muitos aventureiros que o ajudaram a apoderar-se da cidade.

Esta fuga de Maomé chamou-se Egira, isto é, perseguição; e desde então começou a era muçulmana, correspondente ao ano 622 da nossa era.

O Alcorão está cheio de contradições, repetições e absurdos. Não sabendo Maomé escrever, ajudaram-no na sua obra um judeu e um monge apóstata da Pérsia chamado Sérgio.

Como o maometismo favorecesse a libertinagem teve prontamente muitos sequazes; e pouco tempo depois viu-se o seu autor à frente de um formidável exército de bandidos, pode com as suas palavras e ainda mais com as suas armas introduzi-lo em quase todo o Oriente.

Maomé depois de ter reinado durante nove anos tiranicamente, morreu na cidade de Medina no ano 632.

(Fonte: São João Bosco, «Storia Ecclesiastica ad uso della gioventù utile ad ogni grado di persone», 4.ª ed. melhorada, Turim, Tipografia do Oratorio de San Francesco de Sales, 1871).






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