Luís Lemos
Esta notícia (que reproduzimos a azul) foi
redigida por algum jornalista da RR ou então será de agência noticiosa e foi
reproduzida no sítio pela dita rádio, sem pestanejar. Isto significaria que o
jornalista da RR subscreve o texto. Os nossos comentários serão entremeados na peça.
Uma clériga inglesa citou o Papa Francisco
no seu discurso a favor da ordenação
episcopal de mulheres.
Apenas oito pessoas votaram contra.
O sínodo geral da Igreja Anglicana aprovou esta tarde a ordenação
episcopal de mulheres, apenas um ano depois de a mesma medida ter sido
bloqueada por forças conservadoras. Topam
a posição dos «progressistas» da RR, «emissora católica portuguesa»? Forças conservadoras!
O chumbo de 2012 foi inesperada e um
grande choque para a maioria dos anglicanos. Coitadinhos!
Sofreram tanto com tal choque provocado pelas forças conservadoras! Na altura foi a câmara dos leigos que não conseguiu os
dois terços necessários para passar a medida, mas os líderes da Igreja,
incluindo o Arcebispo de Cantuária, prometeram fazer tudo para ultrapassar a
situação. Quer dizer que os leigos não são tão
progressistas como a hierarquia. Esta, sim, é progressista! (Onde é que já vimos este filme?)
A votação desta quarta-feira encurta o tempo que seria necessário
esperar para voltar a apresentar a moção. Um total de 378 membros do sínodo,
que inclui bispos, clérigos e leigos, votou a favor. Oito pessoas votaram
contra e houve 25 abstenções. Viva a democracia! Viva o
referendo popular! Vivam «as bases»! Falta ainda uma votação
mais formal, mas com estes níveis de apoio não há possibilidade de qualquer das
câmaras chumbar a iniciativa.
A aprovação apenas foi possível com a cedência das facções mais conservadoras. É que
estes tipos conservadores, além de conservadores, são facções. Não serão mesmo
máfias? A RR não estará a exagerar na sua caridade? Estas apenas alinharam
perante garantias de que as suas dioceses ou paróquias não seriam servidas por
mulheres bispo, uma vez que não aceitam a validade das suas ordens.
A Igreja de Inglaterra está assim prestes a tornar-se a mais recente
igreja da Comunhão Anglicana a permitir a ordenação de mulheres para o
episcopado, juntando-se à Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos,
cujo ramo anglicano, a Igreja Episcopaliana, é mesmo chefiado por uma mulher.
Papa citado
Durante o debate que antecedeu a votação, várias pessoas falaram a favor
da medida.
A certa altura uma cónega resolveu mesmo citar o Papa Francisco neste
contexto: «O Papa Francisco percebeu – ele
deixou de julgar as pessoas e começou a amá-las».
A citação é duplamente curiosa uma vez que a Igreja Anglicana não
reconhece a primazia e a autoridade do Papa e, na conferência de imprensa que
deu no regresso do Rio de Janeiro, o Papa Francisco foi claro na sua resposta
quando questionado sobre a eventual ordenação de mulheres para o sacerdócio,
dizendo que «essa é uma porta que está fechada».
A Igreja Católica considera que não tem a autoridade para ordenar
mulheres, uma vez que nem nas escrituras nem na tradição da Igreja existe
sustento para essa inovação.
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