Daniel Pipes
É fundamental uma explicação sobre as indumentárias islâmicas, todas com a tendência de serem chamadas de véus em inglês, podem ser classificadas em três categorias. Algumas cobrem parte do corpo (abaya, hijab, xador, jilbab ou khimar), principalmente o cabelo, o pescoço e ombros, mas revelam o rosto e a identidade da mulher, algumas cobrem o rosto (o yashmak) mas mostram as curvas do corpo enquanto outras cobrem o corpo todo, inclusive a identidade e o sexo da pessoa. O yashmak, o nosso tópico de hoje, seria mais adequado apresentá-lo como manto para cobrir o corpo inteiro do que simplesmente um véu: que por sua vez é subdividido em dois tipos, os que cobrem a pessoa completamente (a chadari ou burca) e os que têm uma fenda para os olhos (haik ou nicab).
Um desenho da BBC mostra a diferença entre a nicabe e a burca |
Conforme destaca David J. Rusin do Middle East Forum na sua detalhada pesquisa envolvendo crimes com o
uso de burcas em Filadélfia, a vestimenta muçulmana tem duas grandes vantagens
sobre outras formas de disfarce:
1.º – Muitas mulheres com o corpo coberto por inteiro,
andam pelas ruas sem nenhuma intenção criminosa, proporcionando com isso,
inadvertidamente, a dissimulação para ladrões; quanto mais coberto estiver o
corpo mais facilitará a actividade criminosa.
2.º – A própria estranheza e desagradabilidade desses
trajes propiciam àqueles que os usam, inclusive criminosos, um nível
extraordinário de protecção. Como noutros casos (três aquisições de bebidas
alcoólicas para um menino de 14 anos vestido com uma burca em lojas de bebidas no estado de Toronto, excluir
as mulheres muçulmanas das vistorias nos aeroportos canadenses), porque os encarregados
têm medo de serem acusados de racismo ou de «islamofobia» e fazem vista grossa
sem efectuar os procedimentos obrigatórios, como por exemplo exigir que os
usuários de nicabes mostrem os seus rostos e apresentem as suas identidades.
Captura de vídeo de um menino de 14 anos usando uma burca numa loja de bebidas em
Ontário.
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Ao ficar mais difícil assaltar os bancos, a vestimenta
islâmica apresenta um perigo geral a alvos mais fáceis. Por exemplo, em 2008 na
região de Filadélfia, os assaltantes usaram vestimentas islâmicas para assaltar
uma agência de imóveis e em 2012 cometeram
um assassinato numa barbearia.
Entre os dias 14 e 15 de Janeiro também em Filadélfia
outro crime horrível, apesar de não ter sido fatal, um sequestro e estupro de
uma criança de 5 anos. Alguém vestido de nicabe tirou Nailla Robinson da Escola Fundamental Bryant fazendo-se passar pela mãe com a desculpa
de levá-la para tomar o café da manhã. Os investigadores acreditam que ambas caminharam
alguns quarteirões onde um homem as aguardava. Nailla desapareceu durante quase
um dia e foi encontrada na manhã seguinte por um transeunte numa praça, trémula
e seminua. Na semana passada a polícia prendeu, Christina Regusters, 19, funcionária
de um asilo diurno para idosos que teve contacto com Nailla. As acusações
contra ela incluem sequestro, estupro, lesão corporal, pôr em risco a vida das
pessoas e formação de quadrilha.
Foto de Christina Regusters no Facebook, supostamente vestida com nicabe no caso
Nailla Robinson.
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A análise do problema em Filadélfia originou uma série de
reflexões:
1.º – Praticamente qualquer cidade no Ocidente, a
qualquer hora, poderia passar pelos mesmos problemas de Filadélfia.
2.º – Trata-se de um problema extremamente grave,
envolvendo assaltos extremamente violentos, estupros e assassinatos.
3.º – Á medida que a cobertura integral do corpo vai
sendo divulgada, cada vez mais criminosos fazem o uso desse artifício.
4.º – Os funcionários
públicos necessitam de ultrapassar a timidez e aplicar os procedimentos
costumeiros mesmo naqueles que estão usando vestimentas que cobrem
integralmente o corpo, mesmo nas lojas de bebidas, aeroportos e escolas de
ensino fundamental. E por último, a solução para o problema é óbvia: proibir o uso da
nicabe e da burca em locais públicos, assim como já o fizeram
recentemente os governos da França e da Bélgica.
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