O jornal espanhol La Razón recolheu no dia de ontem as iniciativas que na Espanha, França e Chile permitem à comunidade católica ter uma alternativa "para testemunhar a fé e esperança cristãs ante a morte na véspera da festa de Todos os Santos".
Segundo o jornal europeu, "a festa do Halloween não é tão inocente como disfarçar-se de bruxa e levar abóboras iluminadas com inquietantes forma de rostos" embora essa seja a ideia que "vendem" as casas comerciais com "estantes de seus estabelecimentos repletas de trajes de zumbis, vampiros, fantasmas, druidas, esqueletos, diabos e até seres extraterrestres".
O Padre Joan María Canals, da Comissão Episcopal de liturgia da Conferência Episcopal Espanhola, explicou ao jornal que o problema do Halloween é "que tem um fundo de ocultismo e de anti-cristianismo" e por isso se pede os pais para "serem conscientes e retomar o sentido de festa para o bem e a beleza, em vez do terror, do medo e da própria morte".
Na diocese espanhola de Alcalá de Henares, a Comunidade Emmanuel realizará uma vigília este sábado a partir das dez da noite. "Música, adoração eucarística e dança em 'chave cristã' tratarão de encher a Praça das Santas crianças e a catedral da diocese madrilenha".
"Em Paris nasceu a iniciativa do Holywins, que joga com as palavras 'holy' (santo) e 'wins' («ganhar»). Algo assim como 'o santo ganha'. A própria arquidiocese organiza há vários anos a campanha, à qual acodem milhares de crianças e jovens todos os 31 de outubro.
"Nada de monstros, fantasmas e bruxas: todos os disfarces que levam as crianças e jovens são de anjos, princesas e até de Santos", adiciona e entrevista a uma comerciante que reconhece como mudou a demanda "nos últimos dez anos. Antes, os clientes só pediam trajes de terror. Agora levam de damas antigas, rainhas, cinderelas e anjos".
"O objectivo desta festa é trocar a morte e a escuridão pela vida; o terror e o medo pela alegria, e a violência pela paz", adiciona.
Halloween
Halloween provém da frase em inglês "All hallow's eve", que significa "véspera de todos os Santos" e é um costume que celebra aos mortos, as bruxas e os fantasmas.
Esta celebração pagã começou com os celtas que acreditavam que a alma, depois de sua morte, emigrava a outro corpo e na noite de 31 de Outubro, voltava para seu corpo original para exigir alimento aos seus parentes ou moradores.
Quando o povo celta se converteu ao cristianismo, alguns continuaram celebrando a morte em 31 de Outubro. Os imigrantes irlandeses levaram o costume aos Estados Unidos onde acrescentaram a crença em bruxas, duendes, vampiros e monstros.
Como tal, Halloween prejudica o sentido da festividade católica de Todos os Santos, ridiculariza a morte e a celebra sem o horizonte da ressurreição.
Em alguns países, alheios à tradição anglo-saxã, o Halloween converteu-se numa festa de consumo que às vezes foge do controle. Muitas crianças saem às ruas pedindo doces com a ameaça de danificar casas e propriedades alheias; e recebem a mensagem de que para divertir-se podem usar disfarces de seres relacionados com o mal e o ocultismo.
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