Alberto Gonçalves, Diário
de Notícias, 18 de Setembro de 2016
Uma das gémeas Mortágua, família
cuja notoriedade define o país, mostrou quem realmente governa isto e anunciou
um novo imposto sobre o património imobiliário («para apanhar quem escapa ao
IRS»).
O PCP, que em matéria
de assaltos não gosta de ficar à porta e invade furioso a horta, quer alargar o
imposto ao património mobiliário, ou seja colocar a mão literalmente na massa.
A CGTP, que lutou pela
«escola pública» (?), luta agora pelos trabalhadores despedidos dos colégios
privados que se empenhou em fechar.
O secretário de Estado que
viajou à conta da GALP não se demite do cargo mas demite-se de tutelar a GALP.
O Presidente dos «afectos» ouviu um par de
«homólogos» estrangeiros jurarem-lhe pela pujança da economia indígena e não
percebeu o sarcasmo.
O — passe a expressão — primeiro-ministro exibiu
o imaginário que lhe habita a cabecinha e, em momento de típica erudição,
sugeriu a Pedro Passos Coelho que vá caçar Pokémons.
O — desculpem o termo — ministro das Finanças,
que cá dentro compete em boa disposição com o dr. Costa, andou lá fora a jurar
que trabalha imenso para evitar um segundo «resgate», que na verdade seria o
quarto.
Os portugueses que ainda não enlouqueceram já nem
duvidam da necessidade do resgate, mas duvidam que o tenhamos quando precisarmos
dele. O problema é que os portugueses que ainda não enlouqueceram são uma
minoria de resistentes. E um problema maior é que, aos poucos, a resistência
perde razão de ser: a cada semana, o ambiente em curso convida à resignação e
ao abandono. De acordo com as sondagens, cinquenta e tal por cento dos cidadãos
registam os sinais e acham que a coisa vai no bom caminho.
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