António José Vilela e Fernando
Esteves,
Sábado, 26 de Março de 2015
Sábado, 26 de Março de 2015
O juiz de instrução Carlos
Alexandre não tem tido uma vida fácil. Nos últimos 10 anos, já o ameaçaram,
invadiram-lhe a casa, tentaram atropelar-lhe a mulher e agora envenenaram-lhe o
cão.
O animal de nome Bart, que lhe
tinha sido oferecido pelo procurador João de Melo, morreu envenenado com
remédio dos ratos. Durante semanas, o
cão agonizou e acabou por morrer na semana passada. Suspeita-se que alguém
tenha atirado para o quintal da casa do juiz um alimento misturado com veneno
para ratos.
Estes casos já não são estranhos para o magistrado
judicial que há mais de 10 anos lida com os processos mais complexos
relacionados com criminalidade violenta e económico financeira. Quando
estava colocado na Polícia Judiciária Militar, Carlos Alexandre chegou a ser ameaçado
e temeu até ser agredido dentro das instalações daquela força policial que
dependia hierarquicamente do ministro da Defesa Nacional. Na altura, Paulo
Portas era o titular do cargo e o juiz tinha ordenado que o seu chefe de
gabinete fosse colocado sob escuta por causa de um alegado negócio de compra de
material militar.
Mais tarde, já colocado no Tribunal Central de
Instrução Criminal, invadiram-lhe a residência e deixaram-lhe
uma velha pistola à vista que estava guardada numa gaveta. O juiz achou
que se tratava de um aviso. Apesar de ter segurança 24 horas por dia, outros
dois acontecimentos viriam a deixá-lo bastante preocupado, sobretudo porque em
causa esteve a mulher Felisbela, que terá sido objecto de duas tentativas de
atropelamento quando passava numa passadeira para peões.
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