sexta-feira, 25 de maio de 2012

O absurdo de um mundo às avessas


maternidade

Médico que falha aborto é condenado a ajudar no sustento da criança até chegar aos 25 anos

Tudo começou, em Abril de 2010, quando uma mulher decidiu fazer um aborto numa clínica de Palma de Mallorca. Tudo indicava que a cirurgia tinha corrido bem. Inclusive, durante um exame ginecológico, feito duas semanas mais tarde, o médico assegurou-lhe que já não estava grávida.

Este facto foi desmentido três semanas mais tarde, quando a mulher voltou à mesma clínica por achar que estava de esperanças outra vez. Por surpresa, a jovem de 22 anos não só soube que estava à espera de bebé, como descobriu que se tratava do mesmo bebé que pensava ter tirado.

Entretanto, já se tinham passado 22 semanas e já não podia interromper a gravidez, uma vez que a lei espanhola só permite o aborto até à sétima semana de gestação. Resultado: o bebé acabou mesmo por nascer e tem, neste momento, pouco mais de ano e meio.

A mãe processou o médico e, numa sentença inédita, o tribunal de Palma de Mallorca condenou-o, assim como ao hospital e às seguradoras envolvidas, a indemnizar a jovem em 150 mil euros, por danos morais, e ainda a cuidar financeiramente da criança até que cumpra 25 anos de idade.

Com tudo isto, a mulher vai receber uma mensalidade de 978 euros para ter meios de cuidar do filho, durante um quarto de século.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A transparência do liberal Carlos Moedas


Os arautos da transparência, têm como adjunto do primeiro-ministro, o senhor Carlos Moedas, que se veio agora a saber ter 3 empresas ligadas às Finanças, aos Seguros e à Imagem e Comunicação, tendo tido como sócios, Pais do Amaral, Alexandre Relvas e Filipe de Button a quem comprou todas as quotas em Dezembro passado.

Como clientes tem a REN, a EDP, o IAPMEI, a ANA, a Liberty Seguros entre outros.

Nada obsceno para quem é adjunto de PPC !!!

E não é que o bom do Moedas até comprou as participações dos ex-sócios para «oferecer» o bolo inteiro à mulher???!!!! Diz ele à Sábado.

Não esquecer ainda que o Carlos Moedas é um dos homens de confiança do Goldman Sachs, a cabeça do Polvo Financeiro Mundial, onde estava a trabalhar antes de vir para o Governo.

Também o António Borges é outro ex- dirigente do Goldman e que agora está a «orientar» as Privatizações da TAP, ANA, GALP, Águas de Portugal, etc.

A Agência Ecclesia e o sobreiro alentejano




M. Pereira

Em curiosa peça de 7 de Maio da agência Ecclesia, assinada JCP/OC (José Carlos Patrício e Octávio Carmo, dois dos «progressistas» da agência), podemos tomar conhecimento de um facto de grande impacto na vida dos católicos da Diocese de Beja e da Igreja: «Ministra da Agricultura apoia Diocese na defesa do sobreiro alentejano». É obra!

Reza a notícia, escrita em acordo ortografês:

«A ministra da Agricultura participou este domingo, em Grândola, numa ação de sensibilização para a defesa do sobreiro alentejano enquanto “símbolo nacional”, integrada na oitava edição do festival de música sacra ‘Terras Sem Sombra’, da Diocese de Beja.»

É pena é que a Ecclesia tenha passado ao lado da entrevista dada por esta ministra do grupo de Paulo Portas ao Expresso onde defende o chamado «casamento» entre invertidos.

Seria bem mais interessante que a Ecclesia defendesse a moral cristã nas devidas ocasiões e promovesse as «católicas sem sombra» em vez desta vergonha nacional. As «católicas sem sombra», sim, são dignas de ser símbolo nacional.

Atlético de Madrid ofereceu o título
da Europa League à Virgem da Almudena

O Atlético de Madrid ofereceu o título da Europa League, conquistado em Bucareste ao derrotar na final o Athletic de Bilbao por 3-0, à Virgem da Almudena, Padroeira da capital espanhola, marcando o início dos festejos pela conquista do troféu continental, o segundo do time espanhol nos últimos três anos.

O conjunto branco e vermelho aterrou em Madrid depois do meio-dia e deslocou-se a um restaurante para realizar um almoço de celebração, para que posteriormente os jogadores, a equipe técnica e a directiva saíssem a bordo de um autocarro descoberto pelas ruas da cidade.

Assim, recebendo o calor da torcida desde a sua chegada à cidade, dirigiram-se à Catedral da Almudena, para realizar o tradicional oferecimento do troféu à Padroeira de Madrid.

«Vamos à igreja de Madrid para dar graças a Deus por este grande título e oferecer a taça à padroeira, que é padroeira também do Atlético. Pedimos-lhe que siga intercedendo pela nossa grande família vermelho e branca, por isso estaremos muito agradecidos», assinalou o presidente do clube Enrique Cerezo no seu breve discurso.

Posteriormente, Enrique Cerezo, com o técnico Diego Pablo Simeone e os três capitães, Antonio López, Luis Amaranto Perea e Gabi, ofereceram o troféu conquistado e um ramo de flores à Virgem da Almudena.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Bento XVI pede uma nova geração
de católicos para renovar à Igreja


Ao receber esta manhã um grupo de bispos dos Estados Unidos, o Papa Bento XVI apelou a uma nova geração de católicos, sustentados em um forte património cultural e espiritual, que permita a renovação da Igreja.

O Papa falava a um grupo de prelados norte-americanos que realizam a sua visita quinquenal ad limina a Roma. Em encontros anteriores, diversos grupos de bispos sublinharam a importância de preservar e fomentar o dom da unidade católica, como condição para o cumprimento da missão da Igreja nos Estados Unidos.

Respondendo a esta preocupação, Bento XVI referiu-se à necessidade de incorporar na Igreja nos Estados Unidos o património de fé e cultura dos imigrantes católicos.

O Papa elogiou o trabalho realizado pela Igreja norte-americana para responder ao fenómeno da imigração: «a comunidade católica nos Estados Unidos continua, com grande generosidade, recebendo ondas de novos imigrantes, proporcionar-lhes assistência pastoral e assistência económica, mas acima de tudo do ponto de vista humano».

Bento XVI ressaltou logo que «a imensa promessa e as energias vibrantes de uma nova geração de católicos estão esperando para ser aproveitados para a renovação da vida da Igreja e da reconstrução das camadas da sociedade americana».

Sobre a vida religiosa, o Papa expressou sua «profunda gratidão pelo exemplo de fidelidade e abnegação dado pelos muitos consagrados e consagradas no vosso país, e unir-me a eles em oração neste momento de discernimento espiritual que produzirá frutos abundantes para a revitalização e fortalecimento de suas comunidades em fidelidade a Cristo e à Igreja, bem como aos seus carismáticos fundadores».

Para concluir Bento XVI disse que «com o enfraquecimento progressivo dos valores tradicionais cristãos, e a ameaça de uma temporada na qual a nossa fidelidade ao Evangelho nos pode custar muito caro, a verdade de Cristo não apenas precisa ser compreendida, articulada e defendida, mas proposta com alegria e confiança, como a chave para a realização humana autêntica e para o bem-estar da sociedade como um todo».

As feridas da Igreja IX



 José Augusto Santos

Para quem, como eu, não gosta de fazer afirmações sem estar ciente do que diz, a bem da verdade, pese embora a questão não tenha qualquer relevância para o tema, impõe-se-me que faça a correcção de um pormenor do primeiro parágrafo do texto VII. Ela deve-se à atenção que teve para comigo o meu amigo Vítor, que, como médico, pese embora não seja oftalmologista, mandou-me um comprimidinho (enviado por e-mail) ao ver que a minha visão me impedia de ver bem o mapa da europa, razão pela qual disse que São Marino era o mais pequeno país deste continente, quando na verdade, ainda bem mais pequeno é o Mónaco, e mais ainda do que este é a Cidade-Estado do Vaticano, o mais pequeno Estado do mundo.

Feita a correcção, voltemos ao difícil trabalho de diagnóstico das feridas da Igreja, trabalho sem o qual se torna quase impossível trata-las.

Delineados que já tinha os pontos a tratar neste número, por razões de última hora, apesar do que já escrevera sobre isso, vi-me na necessidade de voltar à ferida principal, a Comunhão na mão. Assim, depois de ter exposto a posição do sagrado Magistério da Igreja sobre o assunto, vejamos ainda o que as revelações particulares nos dizem sobre isso.

Tanto a Virgem Santíssima como o seu Divino Filho, têm-Se manifestado por esse mundo fora, em cujas mensagens chamam a atenção da Igreja para o sacrilégio que é receber o Corpo Santíssimo de Jesus em nossas mãos. Nessas mensagens, o Céu corrobora a posição dos Santos Padres, do Supremo Magistério.

Mas porque será que tanto essas aparições como as mensagens nelas transmitidas, não chegam ao nosso conhecimento? Porque o dono da imprensa mundial, o Diabo, não o permite. Senão como explicar o conteúdo dos noticiários, cada vez mais cansativos, que exploram até à exaustão uma frase banal de um deputado, de um dirigente desportivo, como se aquilo fosse uma Notícia? Como explicar, senão pela acção directa do chifrudo, o termos que suportar a «notícia» (se não quisermos desligar a televisão) de um dos deuses da bola que foi visto a comprar roupa de uma determinada marca em determinada loja, ocupando com isso largos minutos a entreter o povão, e nem uns segundos são dedicados a acontecimentos como o ocorrido no mês passado na Índia, em que extremistas budistas incendiaram várias igrejas?

Vejamos o relato dos acontecimentos feito pelo Superior Provincial dos Franciscanos da OFM (Ordem dos Frades Menores) na India, ao lançar um urgente e doloroso apelo de oração, apelo que me chegou da Polónia, enviado pelo meu querido Padre Andrzej Gładysz, que por sua vez o recebeu do Bispo de Valparaíso (Chile):

«Rezai pela Igreja da Índia. Extremistas budistas, na Índia incendiaram 20 igrejas na noite passada (noite de 4-4-2012, nota minha). Esta tarde planearam destruir 200 igrejas na província de Olisabang. Têm intenção de matar 200 missionários nas próximas 24 horas. Neste momento todos os cristãos se estão escondendo nas aldeias. Rezai por eles e enviai este e-mail a todos os cristãos que conheçais. Pedi a Deus que tenha piedade de nossos irmãos e irmãs da Índia. Quando receberdes esta mensagem, rogo-vos que a envieis com urgência a outras pessoas. Rezai por eles a nosso omnipotente e vitorioso Senhor.»

Está-se mesmo a ver que seria pedir demais, o esperarmos que as televisões fizessem, de uma coisa tão sem importância, uma notícia... Coisa bem diferente, é ser-nos dado a saber, porque temos esse direito, que um destes dias o presidente dos EUA, pegou no seu cãozinho ao colo, em público, para lhe fazer uma festinha... Isso sim que já é notícia!...

Como ia dizendo, são estas as razões de fundo que nos impedem de termos conhecimento dos vários milagres que por esse mundo fora vão acontecendo, assim como de tudo quanto ao Maldito interesse ocultar. As tais revelações particulares, já ocorreram em vários lugares de Espanha, na Guatemala, na Austrália, na Polónia, na Bélgica, na Itália, nos EUA, na Áustria, no México, na Argentina, no Japão (neste caso, alertas para o castigo que cairá sobre a humanidade se não houver arrependimento) e outros lugares.

Citando as palavras do Senhor apenas na da Guatemala, porque de uma ou de outra forma em todas diz o mesmo, diz-nos na Mensagem nº 9: «Aquele que recebe a Sagrada Comunhão deve ajoelhar-se e recebe-la na língua, porque não está recebendo um simples pão nem uma simples comida; está recebendo a seu Deus, aquele Deus que morreu por ele (…). O demónio ao tentar destruir a Igreja, fá-lo-á por meio da Eucaristia; porque ao não se fazer bem (o rito), as graças não chegarão aos meus filhos.»

Da mais improvável fonte de informação, também nos chegam esclarecimentos surpreendentes. Os próprios demónios, à semelhança de alguns episódios relatados na Sagrada Escritura, são obrigados a falar, pelo poder que sobre eles foi dado por Cristo aos Apóstolos, à sua Igreja. É o que acontece em determinados exorcismos, sobre cuja matéria se consegue encontrar alguma literatura.

Sobre um conhecido caso (1) tornado público na década de 70, depois de vários exorcismos confirmarem a autenticidade dos fenómenos e em que chegou a participar o Prelado Prof. Dr. Georg Siegmund, de Fulda, os demónios foram obrigados, sob as ordens da Santíssima Virgem, a declarar: «Devem receber a Comunhão na boca e não na mão… Ela (St.ma Virgem), se ainda vivesse receberia a Comunhão na boca, mas de joelhos e se inclinaria profundamente…». No exorcismo de 18-6-77, os demónios fazem uma revelação algo surpreendente: que Cristo, ao instituir a Eucaristia, na Última Ceia, deu o pão na boca dos Apóstolos, e que estes jamais o fizeram de outra forma. Se mais tarde foi dada na mão, foi porque «se compreendiam mal as coisas» (pg. 266). Nesse exorcismo, confessaram os demónios serem eles os promotores da Comunhão na mão. E dizem ainda mais: se os sacerdotes dessem a Comunhão na boca, ainda que ao princípio tivessem dificuldades, porque eles (os demónios) deitariam azeite no lume, haveria mais fiéis nas igrejas.
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(1) Buonaventur Meyer, em Avisos do Além, ed. espanhola de 1988



A Amnistia Internacional aproveita
o Dia Internacional da Família para apoiar
o «matrimónio» entre pederastas



No Dia Internacional da Família, a Amnistia Internacional (AI) exprimiu o seu apoio ao «matrimónio» entre pederastas e instou os estados a promovê-lo como se fosse um «direito humano».

Tal significa que esta organização se encontra nas mãos da máfia pederasta.

Esta é a organização nascida de uma enorme mentira sobre Portugal dos anos 60: dois estudantes teriam sido presos por estarem num café a falar contra o Governo… na perspectiva da máquina de propaganda cunhalista-soviética de convencer o mundo de que a repressão da PIDE seria dirigida contra todos os opositores (como dois «estudantes»…) e não apenas contra os servidores do Pacto de Varsóvia.

O Vice-Primeiro-Ministro da Hungria
em Fátima


O Vice-Primeiro-Ministro da Hungria, em Fátima, falou sobre a Constituição daquele país, que defende a vida desde a concepção e refere a identidade cristã da nação.

De passagem por Portugal para as cerimónias do 13 de Maio, conta porque um país que escapou do comunismo voltou a enraizar-se firme e constitucionalmente na tradição cristã.

«É uma Constituição que corresponde às tradições húngaras. E não aceitamos lições vindas de qualquer parte».

«Na questão da defesa da vida humana, a Constituição estabelece que o embrião é considerado vida humana. Como tal, a vida humana é protegida a partir do momento da concepção».

A Constituição da Hungria provocou polémica em Bruxelas junto da Comissão Europeia, mas Zsolt Semjen refere que o documento respeita, acima de tudo, as tradições cristãs do país.

«É o resultado da vontade na nação húngara e o resultado lógico da história da Hungria. A constituição começa com a palavra Deus, citando a primeira linha do Hino húngaro, que diz ‘Deus abençoa os húngaros’.»

O Vice-Primeiro-Ministro da Hungria sustenta também que a esquerda europeia, de raiz jacobina, não aceita a maioria absoluta da direita húngara. «O povo húngaro escolheu o Governo de centro-direita com uma maioria de dois terços. E essa mesma maioria fez uma constituição cristã».

«A esquerda europeia de origem jacobina não consegue aceitar o facto de que a direita possa ter uma maioria absoluta. Também não consegue aceitar o facto de um país que se libertou do comunismo volte às raízes cristãs e aos fundamentos cristãos.»


Fenómeno da áura do sol em Fátima,
pelo segundo ano consecutivo




Pelo segundo ano consecutivo, no mesmo dia e na mesma hora, durante a procissão do Adeus, uma enorme áurea formou-se em torno do sol, sendo possível de se olhar directamente para ele.

Cientificamente, este fenómeno é explicável? Sim, apesar de ser um fenómeno de tal forma raro, que muito poucas pessoas em todo o mundo a ele assistiram.

Estatisticamente, é aceitável como normal? Não. É praticamente impossível.
A possibilidade deste fenómeno se verificar neste mesmo local, neste mesmo dia do ano, na mesma hora e nos mesmos minutos, e isto, dois anos consecutivos, é praticamente impossível a não ser por uma explicação que ultrapassa o que consideramos de normal.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Conferência Episcopal americana critica
apoio de Obama a «casamento»
entre homossexuais



O Presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América (USCCB) criticou o Presidente norte-americano Barack Obama, que esta quarta-feira assumiu uma posição pessoal favorável ao «casamento» entre pessoas do mesmo sexo.

Para o cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova Iorque, as declarações de Obama são profundamente «entristecedoras».

«Não podemos calar-nos perante palavras ou acções que possam minar a instituição do casamento, a verdadeira pedra angular da nossa sociedade», assinala o cardeal, num depoimento publicado pelo site da USCCB.

D. Timothy Dolan revela não ter ficado surpreendido, acusando a administração de Obama de «ignorar o significado único do casamento» enquanto «união de um homem e uma mulher».

«Para mim, é importante dizer, a título pessoal, que penso que os casais do mesmo sexo devem poder casar-se», afirmou Barack Obama, em entrevista ao canal televisivo ABC.

Cardeal Ravasi - Homilia em Fátima


Caros irmãos e irmãs,

Há muitos anos, na minha juventude, estava também eu aqui no meio da grande multidão dos peregrinos numa jornada luminosa como esta. Sinto-me também hoje próximo de cada um de vós, com o olhar simples e espantado dos três pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta, dirigido para a Mãe do Senhor, na escuta da sua voz. Ela envia-nos para a Palavra de Deus que ressoou agora nos nossos ouvidos e nos nossos corações, nesta solene liturgia. Escolhemos para a nossa reflexão um único símbolo que possa recolher na unidade a multiplicidade dos temas, dos pensamentos, das imagens que as três passagens bíblicas nos ofereceram [Apocalipse 21, 3-4, Romanos 12, 1-2, Mateus 12, 46-50].

É São Paulo que o propõe no fragmento da sua obra-prima teológica, a carta aos Romanos, acabado de proclamar. O Apóstolo diz literalmente, em grego: «Oferecei os vossos sómatas, [os vossos] corpos a Deus». Eis o grande símbolo que está em nós e ao nosso lado, antes, que somos nós próprios e os nossos irmãos e irmãs. De facto, o corpo não é só um aglomerado de células, um organismo biológico, mas é a sede da nossa alma, da consciência, da mente; é a via para comunicar a alegria e o amor mas também a dor e o ódio; é «o templo do Espírito Santo», como dirá aos cristãos de Corinto o mesmo Paulo (1 Cor 6, 19), mas é também um santuário que pode ser dessacralizado pelo pecado.

Infelizmente, na sociedade contemporânea, são os corpos sem alma a dominar, tornando-se carne sem espírito, ora adorada ora desprezada. Tinham razão os indígenas brasileiros que disseram ao escritor alemão Michael Ende: «nestes últimos tempos, andamos para a frente tão rapidamente como progresso que temos de parar um pouco para permitir às nossas almas atingir-nos». Ora bem, o corpo é uma arquitectura admirável que tem sobretudo no rosto a via para se abrir ao mundo e ao próximo. Procuremos, então, contemplar o rosto em alguns dos seus traços essenciais.

O apóstolo Paulo, seguindo sempre as suas palavras gregas originais, introduz logo a seguir o nous, isto é a mente que tem na fronte e no cérebro a sua representação física. É o pensamento, a razão, o conhecimento. Como dizia o grande crente, filósofo e cientista Pascal, é esta a nossa dignidade mas também o nosso risco. Escrevia: «Dois são os excessos: excluir a razão, admitir apenas a razão». E continuava: «Empenhar-se em pensar bem é este o princípio da moral... Mas o último passo da razão é reconhecer que há uma infinidade de coisas que a ultrapassam».

Na cultura contemporânea, que é muitas vezes fluida, inconsistente, semelhante a uma neblina que não conhece pontos firmes morais e luzes de verdade, o Apóstolo convida-nos a não nos «conformarmos com este mundo», navegando na superfície, à deriva, sem reflectir e interrogar, sem procurar e julgar. Paulo, ao contrário, exorta-nos a «transformar-nos», tende a mente fixa no que «é bom, agradável a Deus e perfeito».

No rosto brilham os olhos: eles aparecem no texto fulgurante do Apocalipse que escutamos. A cena é emocionante e João retira-a do profeta Isaías: na cidade da esperança, a nova Jerusalém, Deus passará diante de todos os homens e mulheres e, quando vir as lágrimas descer dos seus olhos, irá ele mesmo enxugá-las. E das estradas daquela cidade logo fugirão todas as tristes presenças que infelizmente neste momento se alojam ainda em Fátima, em todas as cidades e vilas de Portugal, nas nações das quais provêm os peregrinos, nas extremas terras desoladas da Ásia ou da África, nas metrópoles caóticas.

Estes terríveis habitantes chamam-se «Morte, Luto, Lamento, ânsia». Muitos de nós viemos aqui com olhos velados de choro. Um antigo poeta grego, Ésquilo, exclamava: «Infinita é a respiração da dor que sobe da terra ao céu. Existirá um Deus que a recolha?». A sua pergunta céptica não tinha resposta: Nós, ao contrário, apresentamos a nossa secreta bagagem de sofrimentos, de doenças, de mal, de pecado, de solidão, de incompreensões a Maria para que a entregue ao seu Filho. E Ele descerá ainda ao meio de nós para cancelar, certamente alguma lágrima, mas sobretudo para trazer sobre si connosco este peso, caminhando ao nosso lado pelas estradas da nossa vida quotidiana.

Muitas vezes cobrimos a cara com as mãos para esconder o choro ou a vergonha ou para nos isolarmos na meditação. Ora bem, depois de mente e dos olhos, as mãos são o terceiro sinal corporal que encontramos na Palavra de Deus desta liturgia. É na cena evangélica que mostra, quase escondida entre a multidão a escutar Jesus, também a sua mãe Maria. Cristo estende a mão para os discípulos e define o vínculo íntimo que o une à sua mãe e a todos nós. É o enlaçar das mãos. E logo a seguir afirma: «Quem faz a vontade do meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe».

«Fazer», operar é o verbo típico das mãos. Não devemos ter medo de sujar as mãos, ajudando os miseráveis da terra: para que servirá ter as mãos limpas, se as temos no bolso? Um autor espiritual, Thomas Merton, afirmava: «A vida escapa-nos das mãos, pode escapar como areia árida ou como semente fecunda de obras justas». O aperto de mãos que nos daremos como sinal de paz seja a promessa de fraternidade operativa, cumprindo «a vontade do Pai que está nos céus». Fazendo assim, daremos a nossa mão ao próprio Deus e, como dizia o escritor francês Julien Green, «quando se dá a mão a Deus, ele não larga facilmente a presa».

O corpo, a mente, os olhos, as mãos: estes símbolos que estão em nós próprios falem sempre aos nossos corações e orientem a nossa vida, sob o olhar de Maria e do seu Filho Jesus. Lembremo-nos uns dos outros, unidos na mesma fé e na comunhão de afectos, para além das distâncias e das dificuldades das línguas. Esta noite, regressado a Roma, da minha janela que dá para a basílica e a cúpula de São Pedro e para a residência do Papa Bento XVI, do qual sou colaborador, confiarei a Deus o nosso encontro. Ele, que conhece cada rosto das suas criaturas, vos abençoe e ponha ao vosso lado um «anjo da guarda à noite transparente», como cantava de Fátima o vosso poeta Vitorino Nemésio. E, a cada um de vós, Maria refaça a promessa dirigida à Lúcia: «Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus».


As feridas da Igreja VIII



Há vários anos, depois de ter assistido à exaltação de Lutero (feita por uma formadora de catequistas!...), escrevi no jornal da Paróquia (então sob a minha responsabilidade) um artigo cujo conteúdo ia contra a corrente dominante em alguns sectores da Igreja, onde se encontram enganados muitos fiéis, ao ponto de alguns até admitirem que o senhor Martinho Lutero deveria ser reabilitado pela Santa Sé... Hoje em dia, não nos deve estranhar o facto de encontrarmos bons Católicos que tenham sido levados a ver Lutero com alguma simpatia, pois, se até altos membros do clero já lhe têm tecido públicos elogios...

Uma dessas tomadas de posição mais impactantes foi a do Cardeal Willebrands (pioneiro do ecumenismo e do diálogo inter-religioso) em 16 de Julho de 1970, quando, na qualidade de Presidente do Conselho Pontifício para a unidade dos cristãos, na Assembleia da Federação Luterana Mundial, em Evian (França), disse: «O Concílio Vaticano II acolheu exigências que já tinham sido expressadas em seu tempo por Lutero, por meio das quais há aspectos da Fé cristã que se expressam actualmente mais claramente e melhor do que antes. Lutero mostrou de uma maneira extraordinária para a sua época o arranque da Teologia e da vida cristã».

Que grande bofetada para tantos vultos da Fé que tanto combateram esta praga nascida na Seara de Cristo… Que ultraje para o Seu Corpo Místico, que traição, feita por estes novos Judas…

Exaltar assim, quem disse que Cristo cometeu adultério por mais do que uma vez; quem, num panfleto de Março de 1545, intitulado «Contra o pontificado romano fundado pelo diabo», ao falar do Papa, se refere a ele, não como Papa, nem muito menos como Santo Padre, mas como «infernalíssimo»; louvar quem, a propósito das sangrentas perseguições movidas por Henrique VIII aos católicos ingleses, escreve a Melanchton, seu correligionário e «sucessor»: «É lícito encolerizar-se quando se sabe que espécie de traidores, ladrões e assassinos são os papas, seus cardeais e seus delegados. Deus se comprazeria que vários reis de Inglaterra se empenhassem em acabar com eles…» E incita ainda a que «agarrem o Papa, os cardeais e toda a pandilha da Sodoma romana e lavemos as mãos com o seu sangue». (1)

Os católicos cujo liberalismo os levou a tornarem-se numa espécie de «catolicoluteranos», certamente que desconhecem aquela sua outra face que muitos autores sempre esconderam. Não acredito que católico algum, do mais liberal ao mais conservador, continua-se a «luteranizar-se» se conhecesse aquele senhor completamente. Como é possível continuar a ser «catolicoluterano» (atenção que o termo não existe…), a partir do momento que se conhece o seu «lado de trás» (como por vezes digo quando me refiro à parte não visível da coisa)?

Continuando pois, na análise desse lado oculto, contrariamente à Teologia Católica, que nos diz que pela Graça a consciência nos indica o sentido do bem e do mal, o senhor Lutero diz que a voz da consciência é a do demónio... Aplaudir, portanto, este senhor, ou é cegueira ou estupidez. Mas prefiro acreditar que seja por puro desconhecimento do que nunca nos fora revelado. Senão, como poderia aplaudir-se quem, numa outra carta a Melanchton, datada de 1-8-1521, escreve: «Sê pecador e peca fortemente… durante a vida presente, devemos pecar… ainda que cometamos mil homicídios e mil adultérios por dia.»

Assim falava quem desprezava a importância das obras. E para esconder o peso da culpa, que derivava das suas «boas obras» (como aquelas que resultaram em sete filhos…), proclamou a tese em que diz que para salvar-se basta a fé em Cristo… Sob o efeito de tamanha diarreia mental, volta a escrever: «Todo o Decálogo (a Lei dada por Deus a Moisés) se deve apagar de nossos olhos e de nossa alma…».

E para que a Bíblia não lhe servisse de travão a tanta loucura, refugia-se no que ele chama de inspiração interior, que permite a cada um interpretar a Palavra de Deus segundo essa «inspiração». Mas como há textos na sagrada Escritura demasiado objectivos, demasiado claros, ele rejeita-os (pois claro!): as Epístolas de S. Tiago, S. Judas, 2ª de S. Pedro, 2ª e 3ª de S. João, e Hebreus. Ri-se de Eclesiastes, e diz que Job é uma fábula (2) (livros que hoje compõem as Bíblias protestantes).

A rejeição da 3.ª Carta de S. João, terá sido por se rever no papel de Diótrefes, a avaliar pelo que, em seu desvario, chegou a dizer dele mesmo: «Não vos parece este Lutero um homem extravagante? Para mim tenho-o como Deus. Senão, como poderiam ter os seus escritos e o seu nome a potência de transformar mendigos em senhores, e asnos em doutores...?» (3)
De entre os vários textos da Sagrada Escritura que ele rejeitou, vejamos o que mais poderia pesar, e de que maneira, ao Sr. Martinho:

«De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo?» (Tg 2, 14). «Todo aquele que passa adiante e não permanece na doutrina de Cristo não tem Deus consigo; mas aquele que permanece na doutrina, esse tem em si o Pai e o Filho. Se alguém vier até vós e não traz esta doutrina, não o recebais em vossa casa nem o saudeis, pois quem o saúda torna-se cúmplice das suas más obras» (2Jo 1, 9-11).

Demasiado óbvia, pois claro, para que o Sr. Lutero pudesse contorná-la... Lendo a 2.ª Carta de S. Pedro, verá o leitor a razão pela qual Lutero tinha que se esquivar àquele «estadulho a cair-lhe pelas costas abaixo»...

Com base nas mais do que insuspeitas fontes, espero, pelo menos, levar a uma séria reflexão tantos bons Católicos que, sem que disso se deiam conta, estão a prestar culto a Deus de uma forma muito protestantizada...
____________
(1) ”Propos de Table”, Nº 1472, ed. de Weimar II, 107. Citado por Funck Brentano em «Luther», 7a ed. Crasset-Paris. Publicado ainda pelo Boletim “Covadonga Informa”, Nº 77 (artigo do Prof. Plínio Correia de Oliveira).
(2) S. Francisco de Sales, Meditações sobre a Igreja, p. II, c. 1,4 BAC-1985
(3) Textos de diversos autores, recolhidos pelo Pe. Leonel Franca S.J., em A Igreja, a Reforma e a Civilização, 3ª ed. Rio de Janeiro, 1934.    


José Augusto Santos, As feridas da Igreja – VIII, in Notícias de Chaves, Nº 3168, p. 17 (11-5-2012)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Festa em Família - 13 de Maio de 2012


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A disciplina de Educação Sexual continua a rondar a educação dos nossos filhos...
estejamos atentos...

A disciplina de Educação Sexual continua a rondar perigosamente a educação dos nossos filhos... estejamos atentos.

Os interesses que estão em causa não têm nada a ver com a formação humana das crianças, mas somente com interesses geo-políticos e estratégicos americanos.

Veja esta apresentação para se manter informado... Proteja os seus filhos. Proteja a sua família. Proteja Portugal.

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terça-feira, 8 de maio de 2012

A lógica da decadência



D. Nuno Brás

Não gosto de ser «profeta da desgraça» mas, infelizmente, creio que nem é preciso ser profeta. Basta, simplesmente, darmo-nos conta da realidade. No mundo ocidental, vivemos numa clara «lógica da decadência». Em todos os âmbitos e de há vários anos a esta parte.

Na economia, a «ciência das ciências» sem a qual parece que ninguém pode sobreviver, o que importa são os números, as estatísticas, e particularmente o crescimento da riqueza. De tempos-a-tempos vem uma crise, uns quantos declaram falência, outros passam por momentos mais difíceis, mas como, depois, o mecanismo se reajusta por si mesmo, tudo parece acabar bem, como num qualquer romance cor-de-rosa. Só nos esquecemos dos dramas humanos que, entretanto, foram vividos, e daqueles outros criados pela nova situação.

Na vida social, impôs-se o «politicamente correcto» ditado pelos telejornais e respectivos comentadores. Basta que cada um viva de acordo com os padrões estéticos (muito mais importantes hoje que os valores éticos), tenha dinheiro suficiente, gaste bastante em roupa e produtos tecnológicos, e possa viver como egoisticamente lhe apetece. Deixámos de ser uma sociedade, para sermos um conjunto de indivíduos que vivem ao lado uns dos outros, na esperança que ninguém retire ao outro o sossego que lhe é devido. E o direito passou a tutelar esse modo de viver. A família deixou de ter qualquer valor. Tanto dá que possa ou não ser o berço da vida. A lei só tem que defender o egoísta e aquilo que lhe apetece no momento.

Aliás, há muito que a vida humana deixou, efectivamente, de contar. Somos capazes de defender com tenacidade a vida das baleias, dos golfinhos e das plantas raras ou em vias de extinção; mas só em Portugal o Estado patrocinou cerca de 80.000 abortos (80.000 portugueses que foram mortos com a cobertura da lei e das instituições, sem terem cometido qualquer crime), mesmo que, depois, se mostre preocupado com a crescente diminuição da população portuguesa. Não tardará a que surjam opiniões nacionais a defender, como aconteceu numa recente revista britânica, que é perfeitamente legítimo matar recém-nascidos que não se integrem nos padrões decididos pela sociedade.

A própria fé não raras vezes é olhada como sendo demasiado exigente. Por isso, cada um faz os «descontos» que lhe apraz – cada crente (infelizmente, mesmo alguns sacerdotes) acha que a deve viver de uma forma mais suave (leia-se: menos exigente), até para que não o chamem de «fundamentalista» (pecado mortal numa sociedade em decadência e onde tudo vale), e as suas incapacidades, pecados e falta de coragem se vejam pretensamente justificados aos olhos de Deus.

E poderíamos continuar… Mas recuso-me a ser profeta da desgraça. Até porque é neste mundo, que se encaminha a passos largos para a decadência, que Deus nos enviou a proclamar com ousadia a Boa Nova do Evangelho. E essa propõe a todos uma vida nova, «radicalmente nova» – ou seja, nova de raiz, não a partir do homem mas de Deus. Ou melhor, a partir de Jesus de Nazaré.

Se Camões fosse vivo escreveria assim...


                               I

As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

                                II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

                               III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

                             IV

E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

Luiz Vaz Sem Tostões

domingo, 6 de maio de 2012

Fim do Euro preocupa. E o fim dos europeus?



D. Nuno Brás lamenta que os europeus se preocupem mais com a possibilidade de acabar a moeda única do que com a sua própria existência e futuro. Só assim entende que em vários países se esteja a liberalizar cada vez mais quer o aborto quer a eutanásia. 

«Não deixa de ser interessante quando estamos muito aflitos que o euro vai desaparecer, ou que a União Europeia vai desaparecer, depois não ficamos nada aflitos, antes pelo contrário, fazemos estas leis e estas normas. Eu creio que aqui se vê muito bem o que é que conta para a Europa neste momento - é o dinheiro, é o ter, os valores estão completamente invertidos», refere o bispo-auxiliar de Lisboa. 

Para D. Nuno Brás a Europa tem de alterar o rumo porque corre o risco de desaparecer: «Eu espero que Portugal e a Europa toda, a dada altura, ponham a mão na consciência e percebam que assim caminhamos para o desaparecimento da Europa. Agora, não me parece que seja inevitável. Espero eu, quando chegar aos 70 anos, que já existam leis que proíbam claramente a eutanásia e o aborto. Espero que sim, que a humanidade seja capaz de caminhar para uma viragem de razoabilidade. Temos de ser pessoas de esperança». 

Já a jornalista Aura Miguel considerou particularmente alarmante, e um sinal evidente da decadência da Europa, o caso holandês onde a legislação desvaloriza cada vez mais a vida na sua fase final: «na Holanda, como sabem, agora é de tal maneira liberalizada a eutanásia que muitos idosos estão a fugir para lares na Alemanha porque têm medo de entrar no Hospital e matarem-nos. Andam com cartões a dizer: por favor não me matem». 

A questão do aborto e da eutanásia foi levantada no debate desta quarta-feira à noite, na Renascença, a propósito da «Cimeira Global Pró-Vida» que sexta-feira e sábado vai reunir, em Lisboa, responsáveis de vários países. Portugal estará representado no encontro pela Comissão Nacional Pró-Referendo à Vida que já reuniu quase metade das 75 mil assinaturas necessárias para convocar uma consulta popular visando o «reconhecimento da inviolabilidade da vida humana, desde a concepção até à morte natural». 

O juíz Pedro Vaz Patto, outro dos participantes no debate, admitiu que Portugal até possa vir a referendar de novo o aborto, mas para isso são necessárias algumas garantias: «Embora os referendos que houve não sejam vinculativos, por questões políticas, é natural que a lei em vigor só possa vir a ser alterada por outro referendo. Esta iniciativa é de saudar na medida em que representa uma reacção a esta ideia de resignação, de que não há nada a fazer. Agora, a mim parece-me que para além de requerer o referendo é necessário que haja garantias de que o resultado não seja igual ao último, a começar pela indiferença das pessoas que levou muitos a nem sequer votar». 

«Garantir que o resultado seja diferente supõe uma mudança de mentalidade que infelizmente eu ainda não vejo na sociedade portuguesa», acrescentou.

O Juiz Vaz Patto recorreu, ainda, ao exemplo da Polónia para mostrar que não há leis irreversíveis: «Neste âmbito da legislação relativa ao aborto tem-se um bocadinho a ideia de que há uma irreversibilidade,  quando há uma alteração no sentido da liberalização não se volta atrás, mas não tem sido assim em todos os países. A Polónia, por exemplo, onde no tempo do comunismo o aborto foi banalizado ao extremo, hoje tem uma lei bastante restritiva e ainda recentemente foi feita uma proposta no sentido da proibição total do aborto que por muito pouco não foi aprovada». 

No debate, moderado pela jornalista Ângela Roque, falou-se ainda do encontro da Pastoral da Saúde, a decorrer em Fátima, dos últimos dados do desemprego em Portugal, do 1º de Maio e da polémica campanha de uma cadeia de supermercados que arrastou milhares de portugueses para as compras no Dia do Trabalhador. 

Lembrou-se ainda o primeiro aniversário da beatificação de João Paulo II e a perseguição aos cristãos que fez novas vítimas no Quénia e na Nigéria.

Vaticano: Sacerdotes devem evitar
que as nações caiam em novo ateísmo



VATICANO, 02 Mai. 12  - O Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Mauro Piacenza, recordou aos sacerdotes o seu chamado à santidade e os exortou a trabalhar pela nova evangelização para evitar que as nações cristãs caiam num novo tipo de ateísmo.

«As nações cristãs já não sentem a tentação de ceder a um ateísmo genérico (como no passado), mas correm o risco de serem vítimas desse ateísmo particular que vem do facto de terem esquecido a beleza e o calor da Revelação Trinitária», advertiu o Cardeal na carta publicada por ocasião da Jornada Mundial de Oração para a Santificação do Clero.

O Cardeal disse que neste contexto, são os sacerdotes os que «devem dirigir tudo para a Comunhão Trinitária: só a partir desta e entrando nela, os fiéis podem descobrir verdadeiramente o rosto do Filho de Deus e sua contemporaneidade, e podem verdadeiramente chegar ao coração de todo homem e à pátria à qual todos estão chamados».

Dom Piacenza indicou que só assim será possível «oferecer de novo aos homens de hoje a dignidade do ser pessoa, o sentido das relações humanas e da vida social, e a finalidade de toda a criação».

A autoridade vaticana recordou que com a sua ordenação, o sacerdote aceitou não só o convite a santificar-se, mas também a converter-se em ministro da santificação. «Não podemos nos santificar sem trabalhar para a santidade de nossos irmãos, e não podemos trabalhar pela santidade de nossos irmãos sem que antes tenhamos trabalhado e trabalhemos pela nossa santidade», assinalou.

Entretanto, lamentou os «escândalos graves» que criaram também as suspeitas sobre sacerdotes honestos e coerentes.

«Como ministros da misericórdia de Deus, sabemos, portanto, que a busca da santidade sempre se pode retomar, a partir do arrependimento e do perdão. Mas ao mesmo tempo sentimos a necessidade de pedi-lo, cada sacerdote, em nome de todos os sacerdotes e para todos os sacerdotes», expressou.

Nesse contexto, o Cardeal Piacenza destacou a importância do Ano da Fé convocado pela Papa Bento XVI e afirmou que «não será realmente possível nenhuma nova evangelização se os cristãos não somos capazes de surpreender e comover novamente o mundo com o anúncio da Natureza do Amor de Nosso Deus, nas Três Pessoas Divinas que a expressam e que nos fazem partícipes de sua mesma vida».

«O mundo de hoje, com suas lacerações cada vez mais dolorosas e preocupantes, necessita o Deus-Trindade, e anunciá-lo é a tarefa da Igreja. A Igreja, para poder desempenhar esta tarefa, deve permanecer indissoluvelmente abraçada a Cristo e não deixar nunca separar-se dele: necessita Santos que vivam 'no coração de Jesus' e sejam testemunhas felizes do Amor Trinitário de Deus. E os Sacerdotes, para servir à Igreja e ao mundo, precisam ser Santos!», expressou.

sábado, 5 de maio de 2012

Pepsi abandona pesquisa envolvendo material fetal após boicote pró-vida


O fabricante de bebidas PepsiCo, produtor da Pepsi, assinalou que não realizará nem respaldará pesquisas que utilizem tecidos humanos embrionários ou fetais, conseguindo assim que um grupo pró-vida dos Estados Unidos ponha fim ao seu boicote à empresa.

«Podemos assegurar que a PepsiCo não realizará ou financiará a pesquisa, incluída aquela feita por parte de terceiros, que utilize qualquer tecido humano ou materiais celulares derivados de embriões ou fetos», disse Paul Boykas, vice-presidente de Política Pública Global da PepsiCo.

Boykas assegurou isto numa carta remetida a Debi Vinnedge, directora executiva da organização Children of God for Life, no dia 26 de Abril. Este grupo protestou durante vários meses pelos vínculos da PepsiCo com uma empresa que utiliza materiais celulares de fetos abortados na criação de produtos adoçantes.

Em resposta à carta, Vinnedge disse que a sua organização está «absolutamente encantada» com a decisão da empresa. Alentou aos opositores da pesquisa a agradecer à PepsiCo e retomar a compra de produtos da companhia.

«Eles escutaram os seus clientes e fizeram uma declaração sábia e profunda da integridade corporativa que merece o maior respeito, admiração e apoio do público», disse no dia 30 de Abril.

Brad Mattes, diretor executivo do Life Issues Institute, que se uniu ao boicote contra a PepsiCo, também elogiou a acção da companhia.

«Estamos muito agradecidos à PepsiCo e em especial a todos os que enviaram uma mensagem forte e clara à gestão desta empresa. É da nossa incumbência vigiar de perto a situação para assegurar-se de que a PepsiCo se mantenha fiel à sua palavra», disse.

Em Agosto de 2010, PepsiCo assinou um acordo por quatro anos e 30 milhões de dólares com a companhia Senomyx, com sede em San Diego, Califórnia (Estados Unidos), para desenvolver os adoçantes de alta potência para as suas bebidas. As maiorias das patentes da Senomyx envolvem a linha de células de fetos abortados HEK-293, que se originou nos rins humanos embrionários.

Children of God for Life pôs em marcha um boicote contra a PepsiCo em Maio de 2011, pressionando a empresa e  outros sócios da Senomyx para que cortem todos os laços com a empresa de pesquisa.

A famosa marca Campbell Soup cortou seus vínculos com a Senomyx em 2011, pouco depois de que se desvelaram suas conexões com a pesquisa com células fetais.

Na sua carta de Abril, o vice-presidente da PepsiCo assinalou que a Senomyx não utilizou células HEK ou de qualquer outro tecido ou linhas celulares procedentes de embriões ou fetos humanos na sua pesquisa para a Pepsi.

Para Vinnedge «tem um sentido financeiro» que a Senomyx e os seus sócios deixem de usar as linhas de células de fetos abortados.

«A Senomyx tem que deixar de usar as linhas de células de fetos abortados por completo e vamos seguir pressionando-os para que o façam», disse.

Trinta e cinco organizações pró-vida participaram do boicote. Children of God for Life indicou que ouviram  muitas mulheres autodenominadas pró-aborto que estavam decepcionadas pelo uso de linhas de células de fetos abortados por parte do Senomyx.

A Vinnedge animou os opositores da pesquisa a mostrarem «o seu reconhecimento e apoio» à PepsiCo. Além dos refrigerantes Pepsi-Cola, a PepsiCo é fabricante do Gatorade, os sumos Tropicana, os produtos Quaker Oats, e os snacks Frito Lay.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Jornal do Vaticano
«Para muitos» ou «para todos»?
A resposta correcta é a primeira.



Foi o que Bento XVI escreveu aos Bispos alemães. E quer de em toda a Igreja se respeite as palavras proferidas por Jesus na Última Ceia, sem inventar outras como em missas pós-conciliares. O texto integral da carta do Papa.

Cidade do Vaticano, 3 de Maio de 2012 – Uma após outra, as igrejas em diferentes países do mundo estão tentando restaurar, nos textos da Missa, as palavras da consagração do vinho dos Evangelhos e usadas durante séculos, mas que, no decurso de várias décadas, foram substituídas em quase todo o lado por uma tradução diferente. 

Ler mais:

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- Em italiano
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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Encontrados no Santo Sudário restos
de unguentos de 2 mil anos atrás


A investigadora italiana Marzia Boi assegurou em Valência que os restos de pólen encontrados no Santo Sudário de Turim não só correspondem aos que se foram depositando fortuitamente no tecido ao longo da história, mas também guardam uma correspondência «com os dos unguentos e flores que se utilizavam para ritos funerários há 2000 anos», informou a Arquidiocese de Valência num comunicado.

O trabalho da investigadora, exposto no Congresso Internacional sobre o Santo Sudário, que se celebra em Valência, acrescenta-se a outros estudos apresentados neste simpósio que mostram a compatibilidade entre o corpo envolvido com a Síndone e o de Jesus Cristo.

Na sua exposição, Marzia Boi, que trabalha no laboratório de Botânica do departamento de Biologia da Universidade das Ilhas Balear, argumentou também que no Evangelho se descreve que a sepultura de Jesus foi realizada com honras de reis, «o que implicava a preparação do cadáver com bálsamos e óleos».

Ao analisar no microscópio as fotos do pólen extraídos em anteriores investigações sobre o Santo Sudário, a investigadora identificou tipos de plantas que «conforme está documentado neste artigo», eram usualmente utilizadas para os enterros.

Entre elas, no Santo Sudário há pólen principalmente de Helichrysum, segundo sua observação, assim como láudano, terebinto, gálbano aromático ou lentisco.

A identificação dessas plantas supõe, segundo a Dra. Boi, «um dado adicional que confirma que o homem do Sudário poderia ser Jesus».

A investigadora indicou que a revisão por parte de especialistas paleólogos de todos os tipos de «pólen do sudário ajudaria a identificá-los melhor». Do mesmo modo, ela reparou em que os óleos e unguentos presentes no manto o conservaram por conterem potentes elementos repelentes de insectos e fungos.

Político católico italiano propõe programa
de governo 100 por cento pró-vida


Massimo Polledri um político católico italiano que quer ser prefeito da conhecida cidade de Piacenza, propõe um programa de governo com critérios 100 por cento pro-vida, considerando que a vida começa com a concepção e termina com a morte natural; e que a família é a fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher.

Polledri, médico de profissão especializado em neuropsiquiatria infantil, tem entre suas conquistas de 10 anos como parlamentar na Liga Norte da Itália, ter pressionado o governo italiano para que interviesse na liberação do também médico cubano, Oscar Elías Biscet, condenado a 10 anos de prisão por denunciar a realidade do aborto em Cuba.

O político italiano também liderou batalhas contra a eutanásia e baseado numa lei sobre cuidados paliativos, defendeu a presença do crucifixo em lugares públicos e lutou pelo bem das minorias cristãs em países como Líbano, Síria e Iraque.

Polledri também combateu o uso não regulado da fecundação artificial e vai aderir a um «Pacto pela vida e a família» defendendo os valores inegociáveis do ser humano.

O programa de governo, estabelecido em um pacto de 7 pontos, foi redigido considerando que a vida começa com a concepção e termina com a morte natural; e que só a família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher pode ser chamada como tal.

No primeiro ponto o político pró-vida se compromete a oferecer ajuda, junto às associações familiares, às mulheres que abortaram ou que estão pensando em abortar; também manifesta seu compromisso para com as pessoas em estado de inconsciência permanente, o seu cuidado paliativo e a assistência que necessitam.

No seu programa, Polledri também oferece ajuda às pessoas com deficiência física e aos casais que desejam casar-se através de políticas que favoreçam as famílias. No pacto é refutada qualquer tentativa de equiparar outro tipo de união ao matrimónio natural.

Deste modo o programa do doutor Massimo Polledri oferece ajuda às mães solteiras e a todas as mulheres que têm que arcar sozinhas com as responsabilidades do lar, para que elas possam levar adiante a suas famílias e terem uma vida profissional.

Sobre Polledri, o actor e produtor mexicano pró-vida Eduardo Verástegui assinalou que «a batalha pelo direito à vida e por nossos valores fundamentais é a mais importante de nosso tempo, porque sobre ela assentam os pilares de nossa sociedade: não há progresso e bem-estar autênticos sem o pleno respeito à liberdade de todos os seres humanos, da concepção até sua morte natural».