terça-feira, 22 de maio de 2012

As feridas da Igreja IX



 José Augusto Santos

Para quem, como eu, não gosta de fazer afirmações sem estar ciente do que diz, a bem da verdade, pese embora a questão não tenha qualquer relevância para o tema, impõe-se-me que faça a correcção de um pormenor do primeiro parágrafo do texto VII. Ela deve-se à atenção que teve para comigo o meu amigo Vítor, que, como médico, pese embora não seja oftalmologista, mandou-me um comprimidinho (enviado por e-mail) ao ver que a minha visão me impedia de ver bem o mapa da europa, razão pela qual disse que São Marino era o mais pequeno país deste continente, quando na verdade, ainda bem mais pequeno é o Mónaco, e mais ainda do que este é a Cidade-Estado do Vaticano, o mais pequeno Estado do mundo.

Feita a correcção, voltemos ao difícil trabalho de diagnóstico das feridas da Igreja, trabalho sem o qual se torna quase impossível trata-las.

Delineados que já tinha os pontos a tratar neste número, por razões de última hora, apesar do que já escrevera sobre isso, vi-me na necessidade de voltar à ferida principal, a Comunhão na mão. Assim, depois de ter exposto a posição do sagrado Magistério da Igreja sobre o assunto, vejamos ainda o que as revelações particulares nos dizem sobre isso.

Tanto a Virgem Santíssima como o seu Divino Filho, têm-Se manifestado por esse mundo fora, em cujas mensagens chamam a atenção da Igreja para o sacrilégio que é receber o Corpo Santíssimo de Jesus em nossas mãos. Nessas mensagens, o Céu corrobora a posição dos Santos Padres, do Supremo Magistério.

Mas porque será que tanto essas aparições como as mensagens nelas transmitidas, não chegam ao nosso conhecimento? Porque o dono da imprensa mundial, o Diabo, não o permite. Senão como explicar o conteúdo dos noticiários, cada vez mais cansativos, que exploram até à exaustão uma frase banal de um deputado, de um dirigente desportivo, como se aquilo fosse uma Notícia? Como explicar, senão pela acção directa do chifrudo, o termos que suportar a «notícia» (se não quisermos desligar a televisão) de um dos deuses da bola que foi visto a comprar roupa de uma determinada marca em determinada loja, ocupando com isso largos minutos a entreter o povão, e nem uns segundos são dedicados a acontecimentos como o ocorrido no mês passado na Índia, em que extremistas budistas incendiaram várias igrejas?

Vejamos o relato dos acontecimentos feito pelo Superior Provincial dos Franciscanos da OFM (Ordem dos Frades Menores) na India, ao lançar um urgente e doloroso apelo de oração, apelo que me chegou da Polónia, enviado pelo meu querido Padre Andrzej Gładysz, que por sua vez o recebeu do Bispo de Valparaíso (Chile):

«Rezai pela Igreja da Índia. Extremistas budistas, na Índia incendiaram 20 igrejas na noite passada (noite de 4-4-2012, nota minha). Esta tarde planearam destruir 200 igrejas na província de Olisabang. Têm intenção de matar 200 missionários nas próximas 24 horas. Neste momento todos os cristãos se estão escondendo nas aldeias. Rezai por eles e enviai este e-mail a todos os cristãos que conheçais. Pedi a Deus que tenha piedade de nossos irmãos e irmãs da Índia. Quando receberdes esta mensagem, rogo-vos que a envieis com urgência a outras pessoas. Rezai por eles a nosso omnipotente e vitorioso Senhor.»

Está-se mesmo a ver que seria pedir demais, o esperarmos que as televisões fizessem, de uma coisa tão sem importância, uma notícia... Coisa bem diferente, é ser-nos dado a saber, porque temos esse direito, que um destes dias o presidente dos EUA, pegou no seu cãozinho ao colo, em público, para lhe fazer uma festinha... Isso sim que já é notícia!...

Como ia dizendo, são estas as razões de fundo que nos impedem de termos conhecimento dos vários milagres que por esse mundo fora vão acontecendo, assim como de tudo quanto ao Maldito interesse ocultar. As tais revelações particulares, já ocorreram em vários lugares de Espanha, na Guatemala, na Austrália, na Polónia, na Bélgica, na Itália, nos EUA, na Áustria, no México, na Argentina, no Japão (neste caso, alertas para o castigo que cairá sobre a humanidade se não houver arrependimento) e outros lugares.

Citando as palavras do Senhor apenas na da Guatemala, porque de uma ou de outra forma em todas diz o mesmo, diz-nos na Mensagem nº 9: «Aquele que recebe a Sagrada Comunhão deve ajoelhar-se e recebe-la na língua, porque não está recebendo um simples pão nem uma simples comida; está recebendo a seu Deus, aquele Deus que morreu por ele (…). O demónio ao tentar destruir a Igreja, fá-lo-á por meio da Eucaristia; porque ao não se fazer bem (o rito), as graças não chegarão aos meus filhos.»

Da mais improvável fonte de informação, também nos chegam esclarecimentos surpreendentes. Os próprios demónios, à semelhança de alguns episódios relatados na Sagrada Escritura, são obrigados a falar, pelo poder que sobre eles foi dado por Cristo aos Apóstolos, à sua Igreja. É o que acontece em determinados exorcismos, sobre cuja matéria se consegue encontrar alguma literatura.

Sobre um conhecido caso (1) tornado público na década de 70, depois de vários exorcismos confirmarem a autenticidade dos fenómenos e em que chegou a participar o Prelado Prof. Dr. Georg Siegmund, de Fulda, os demónios foram obrigados, sob as ordens da Santíssima Virgem, a declarar: «Devem receber a Comunhão na boca e não na mão… Ela (St.ma Virgem), se ainda vivesse receberia a Comunhão na boca, mas de joelhos e se inclinaria profundamente…». No exorcismo de 18-6-77, os demónios fazem uma revelação algo surpreendente: que Cristo, ao instituir a Eucaristia, na Última Ceia, deu o pão na boca dos Apóstolos, e que estes jamais o fizeram de outra forma. Se mais tarde foi dada na mão, foi porque «se compreendiam mal as coisas» (pg. 266). Nesse exorcismo, confessaram os demónios serem eles os promotores da Comunhão na mão. E dizem ainda mais: se os sacerdotes dessem a Comunhão na boca, ainda que ao princípio tivessem dificuldades, porque eles (os demónios) deitariam azeite no lume, haveria mais fiéis nas igrejas.
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(1) Buonaventur Meyer, em Avisos do Além, ed. espanhola de 1988



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