quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Patriarca ucraniano responsabiliza
presidente por mortes
A polícia começou a tentar desalojar os manifestantes que se encontram há meses na praça da Independência. O resultado, até agora, são 14 mortos confirmados, seis agentes da polícia e oito manifestantes.
O patriarca da Igreja Greco-católica da Ucrânia, Sviatoslav Shevchuck, responsabiliza o presidente Yanukovich pela violência e as mortes que se registaram na noite desta terça-feira em Kiev.
Numa nota em que apela ao fim da violência, o patriarca e líder da maior Igreja oriental em comunhão com Roma foi claro: «Gostaria de sublinhar que aquele que tem o poder é inteiramente responsável pelo que está a acontecer no país.»
Shevchuk lamenta que os apelos pela paz que têm sido feitos pelas igrejas não tenham sido escutados: «Em nome de Deus condeno a violência e o desrespeito pelos direitos humanos e a vontade do povo», escreve. «Peço a todos que ponham um fim imediato ao derramamento de sangue!».
No fim do seu comunicado, o patriarca ordena a que todas as igrejas greco-católicas toquem os seus sinos «nesta altura em que a Ucrânia está em perigo de fratricídio».
Os problemas na Ucrânia começaram quando o presidente Yanukovich rompeu unilateralmente as negociações com a União Europeia aproximando-se política e economicamente da Rússia. Os manifestantes exigem o regresso a uma política centrada na adesão à UE e pedem a demissão de Yanukovich.
As divisões são agravadas por factores linguísticos, geográficos e religiosos. A maioria dos cidadãos que vivem no Leste do país falam russo, pertencem à Igreja Ortodoxa Russa e sentem-se próximos de Moscovo, enquanto os ocidentais tendem a falar ucraniano, ser fiéis da Igreja Ortodoxa da Ucrânia ou Católicos de rito bizantino e sentem-se mais próximos do Ocidente.
Esta noite a polícia começou a tentar desalojar os manifestantes que se encontram há meses na praça da Independência. O resultado, até agora, são 14 mortos confirmados, seis agentes da polícia e oito manifestantes.
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