domingo, 10 de janeiro de 2010

Um punhado de arrojados

Nuno Serras Pereira




São poucos. Alguns estudantes, outros avós, a maioria, porém, são pais e mães de famílias numerosas, e empregados; fazem voluntariado em diversas instituições caritativas e sociais. Desconchavados não se conformam com as avalanches de podridão que submergem esta nação. Rebeldes, guiados por um instinto espiritual, respingam com audácia imprevisível as investidas alucinadas do poder dominante. São incompreendidos e desprezados, tidos como fanáticos, caturras e fundamentalistas. A comunicação social censura-os, distorce as suas mensagens e acções; comentadores e políticos desprezam-nos, chacoteiam-nos, levantam falsos testemunhos. Membros da Hierarquia pródigos em lisonjas e elogios à alcateia são de uma contenção tumular para com eles, têm pânico de serem vistos com eles ou de serem a eles associados. Não obstante, eles permanecem de uma fidelidade perene e indestrutível aos Bispos que estão em comunhão com o Santo Padre.

Arremetem contra os inimigos do género humano fiados na Providência Divina. Endividam-se para pagar as despesas dos combates. Dormem pouco, suam muito, não param, senão para dormir algumas horas e rezar numa Igreja. Multiplicam-se, como outrora os pães e os peixes, em mil gestos e actividades. São injustamente prejudicados nas suas carreiras profissionais por causa das posições que tomam.

São sempre movidos pelo amor verdadeiro a cada pessoa concreta e pela aversão a tudo o que agride a humanidade do próprio homem.

Deus os confirme na fidelidade e perseverança até ao fim. E quando chegar aquele dia terrível e rigoroso do Juízo final enquanto muitos poderosos, altos dignitários, abastados, vedetas e opulentos forem arremessados para o «fogo eterno preparado para Satanás e os seus anjos» eles depararão com o rosto aprazível de Jesus Cristo glorioso que lhes dirá: «vinde benditos de Meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação».

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