Sofia C. Guedes
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Hoje, dia 8 de Janeiro, estive nas Galerias da Assembleia da Republica, em silêncio, silêncio que era preenchido pelo barulho de uns tantos senhores deputados que parecem não conhecer, nem estar interessados no que se passa no seu País, salvo raríssimos excepções. Uns senhores que foram eleitos por um Povo que é quase obrigado a votar no escuro, onde lhe é negado todo e qualquer direito de escolher em consciência e liberdade, porque os programas políticos, não são feitos para ele, o Povo. Façamos um exercício e experimentemos todos ler os programas dos vários Partidos. Atenção de todos os partidos. Vamos imaginar conversar sobre esses programas com os sem-abrigo, os cegos, os presos, os que trabalham desde a alvorada até à noite e ainda tem que fazer todo o trabalho de casa. Vamos pedir aos desempregados que leiam tudo, que se sentem numa cadeira como a dos senhores deputados e linha após linha se “cultivem” com esses programas e não se preocupem como vão dar de comer aos seus filhos ou aos seus pais. Peçam aos velhinhos que estão em casa cheios de frio e carentes de amor para lerem os ditos programas. Peçam a cada português para ler os programas e finalmente perguntem-lhes se perceberam, se compreenderam, se ficaram esclarecidos, sobre tudo e assim em consciência assinaram todo e qualquer desvario do Governo ou deputado eleito? Ou pensam os senhores Governantes que alguma destas pessoas votou, por causa do casamento entre pessoas do mesmo sexo?
Hoje, dia 8 de Janeiro, tive uma sensação curiosa: De que não sou deste Mundo, mas estou neste Mundo. Senti uma imensa Paz por me saber de Cristo! De “fora” percebi que o problema é que eles rejeitam Aquele que lhes pode dar o verdadeiro sentido das suas vidas. Como se estivesse a olhar aquele “Circo” e apenas ver uma confusão tremenda onde não há uma “Equipa” definida. Todos chutam para a mesma baliza, mas ao mesmo tempo pregam rasteiras uns aos outros, magoam-se, insultam-se. Não se percebe quem ganha este Jogo onde não há regras, não há verdadeiramente objectivos de sociedade. Ali defende cada um, a sua posição. O Primeiro-Ministro, decorou uma cassette, repete-a vezes sem conta, sempre falando dos coitadinhos dos gays e das lésbicas. O Sócrates da nossa era, ficará na Historia pelas mesmas razões que ficaram os dois homens "furiosos" atrás mencionados. Fala de modernidade e sente-se o “farol” do Modernismo. Mas não serve nem de treinador, nem de árbitro, nem sequer de presidente. Ali misturam-se “afectos” com amor ou com sentido de responsabilidade. Para eles sexo não tem consequências e casamento não quer dizer o que sempre quis, mas o que um punhado de individualistas quer que seja. Cá fora enquanto esperávamos para entrar na AR e quando estávamos nas Galerias, pares de lésbicas e gays impunham-se entre beijos insinuantes e gestos provocadores, ao ponto de escandalizarem uma senhora de 70 anos que até chorou com aquele espectáculo. E assim insistem em impor uma igualdade que é impossível. Porque é impossível tornar igual uma coisa que é diferente. Este nosso Primeiro-Ministro e estes senhores deputados querem obrigar a AR a qualquer coisa como : o preto agora é branco, as paralelas a partir de hoje cruzam-se e a soma de 2+2 = 1. E que Liberdade é Libertinagem. Isto é de loucos!! Mas vamos escrever no nosso “bloco de apontamentos”: aceito isto ou levanto-me e recuso estas afirmações? Afinal quem é o meu Mestre? Para onde vou?
Hoje, dia 8 de Janeiro de 2010, foi um dos picos de uma caminhada que um pequeno grupo de “loucos” começou há pouco mais de um mês, num almoço de trabalho e reflexão, de análise e de decisão , que realiza há anos todas as 3.ªs feiras e que tendo criado um povo que já não é pequeno, se estende por todo o País e que em 21 dias conseguiu 92 000 assinaturas. Estas assinaturas vieram de gente esclarecida e de gente que se quer esclarecer. Estivemos ao frio, fomos muitas vezes mal entendidos. Fomos humilhados pela comunicação social que embora sabendo da nossa determinação, da verdade com que o fizemos, nos silenciou, fingindo estar presente, ouvindo-nos, filmando-nos, fotografando-nos e no final não davam noticias verdadeiramente nossas. Gastamos dinheiro que nos faz falta, deixamos os estudos para ir pedir assinaturas, desdobramos-nos, largamos as famílias para ir para a rua. Enfim, condições características de quem vai à luta!
Hoje, dia 8 de Janeiro, foi mais um dia de Graça para os verdadeiros cristãos. Estes leigos que em nome de Cristo e dos irmãos , deram mais um dia das suas vidas. É isto que se chama dar a Vida. Nós não morremos, porque em Cristo não se morre, mas dá-se a vida como Ele nos ensinou. É por isso que embora tristes, porque se não estivéssemos éramos uns inconscientes, não estamos desanimados, estamos sim prontos para continuar o Bom Combate, e os nossos filhos e netos, hão-de se orgulhar porque algumas das mais belas páginas da História do sec. XXI foram escritas por nós.
Um enorme abraço comovido e cheio de Vida
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