sexta-feira, 30 de dezembro de 2016


O suicídio da Alemanha



Guy Millière, Institute Gatestone, 28 de Dezembro de 2016

Original em inglês: The Suicide of Germany

  • Dos 1,2 milhões de migrantes que chegaram à Alemanha em 2014 e 2015 apenas 34 000 encontraram trabalho.
  • Nada melhor descreve o estado actual da Alemanha do que o triste destino de Maria Landenburger, uma adolescente de 19 anos de idade, assassinada no início de Dezembro. Maria Landenburger, membro de uma organização de ajuda aos refugiados, estava entre aqueles que acolheram migrantes em 2015. Foi estuprada e assassinada por um dos indivíduos que estava a ajudar. A família dela pediu a qualquer pessoa que quisesse prestar uma homenagem à sua filha que doasse dinheiro para as associações de refugiados, para que mais refugiados pudessem vir para a Alemanha.
  • A lei que condena o incitamento ao ódio, que supostamente se destina a impedir o retorno às ideias nazistas, é usada como uma espada contra qualquer pessoa que se manifeste de forma mais dura em relação à crescente islamização do país.
  • A grande maioria dos alemães não quer enxergar que a Alemanha está em guerra porque um inimigo implacável declarou guerra contra eles. Não querem enxergar que foi declarada guerra contra a civilização Ocidental. Aceitam a derrota e docilmente fazem o que os jihadistas lhes dizem para fazer, curvam-se.
  • Se Angela Merkel não vê a diferença entre judeus sendo exterminados pelos nazistas e muçulmanos que ameaçam exterminar cristãos, judeus e outros muçulmanos, é ainda mais ignorante do que parece.
O ataque em Berlim de 19 de Dezembro de 2016 era uma tragédia anunciada. A chanceler alemã Angela Merkel criou as condições que o tornaram factível. Cabe-lhe uma enorme responsabilidade. Geert Wilders, membro do Parlamento da Holanda e um dos únicos líderes políticos com clara visão da Europa, acusou-a de estar com as mãos sujas de sangue.

Quando Merkel decidiu abrir as portas da Alemanha para centenas de milhares de muçulmanos do Médio Oriente e de países mais distantes ainda, deveria estar ciente que havia jihadistas escondidos nas multidões que inundaram o país. Também deveria saber que a polícia alemã não tinha condições de controlar o turbilhão de pessoas que entraram no país e que seria rapidamente sobrecarregada pelo número de pessoas que teria que controlar. Mesmo assim abriu as portas.

Quando ocorreram centenas de estupros e ataques sexuais em Colónia e outras cidades da Alemanha na véspera de Ano Novo do ano passado, ela referiu que os responsáveis devem ser punidos, «independentemente da sua origem», mas não mudou a sua política. Quando os ataques ocorreram em Hanover, Essen, Wurzburg e Munique, demorou a verbalizar alguma coisa e na sequência pronunciou frases com palavras cuidadosamente calculadas no tocante à «necessidade» de combater o crime e o terror. Mesmo assim não mudou a política.

Só mudou o seu posicionamento recentemente, ao que tudo indica, porque se quer candidatar novamente em 2017 e viu a sua popularidade em declínio.

Os comentários que fez imediatamente após os ataques de 19 de Dezembro foram entorpecedores. Realçou que «se o criminoso for um refugiado» será «muito difícil de suportar» e será «particularmente repugnante para todos os alemães que ajudam os refugiados diariamente».

Comentários desta natureza poderiam simplesmente ser considerados ingénuos se tivessem sido proferidos por alguém não informado, mas Angela Merkel não tem essa desculpa. Não podia ignorar os alertas dos serviços secretos alemães e norte-americanos dizendo que terroristas do Estado Islâmico estavam escondidos entre os refugiados e que estavam a querer usar camiões em ataques contra o Natal. A situação que os alemães estão a suportar há mais de um ano tem sido extremamente complicada. A criminalidade «disparou», doenças extintas há décadas foram trazidas para o país e não há vacinas – por terem sido interrompidas há muito tempo – segundas moradias estão a ser desapropriadas pelo governo para abrigar migrantes sem nenhum tipo de compensação e assim por diante. Não demorou muito para se descobrir que o principal suspeito do ataque em Berlim era um requerente a asilo que morava num abrigo para refugiados.

Noutro país Merkel estaria envergonhada e inclinada a renunciar, na Alemanha está a concorrer à reeleição.

A população alemã envelheceu e a taxa de natalidade é perigosamente baixa: 1,38 filhos por mulher. Os imigrantes estão substituindo a população alemã que está desaparecendo pouco a pouco. Os alemães que estão morrendo são cristãos ou mais frequentemente secularistas não religiosos. Como acontece em toda a Europa o cristianismo está a desaparecer, os imigrantes que estão substituindo os alemães são muçulmanos.

A economia alemã ainda é forte, mas está a perder força. Retornos sobre o capital investido estão em declínio. Justamente numa época em que o capital humano é a principal fonte de lucros, o capital humano alemão está em colapso: indivíduos de países subdesenvolvidos não têm condições de substituir com facilidade os alemães altamente qualificados. A maioria não tem qualificação para ingressar no mercado de trabalho, recém-chegados permanecem por muito tempo desempregados e dependentes do Estado. Dos 1,2 milhões de migrantes que chegaram à Alemanha em 2014 e 2015 apenas 34 000 encontraram trabalho. A taxa de desemprego é baixa porque há uma crescente falta de emprego: hoje 61% dos alemães estão na faixa entre 20 e 64 anos de idade. Estima-se que em meados deste século esse número cairá para 41%.

Discursos de propaganda politicamente correcta, que são inesgotavelmente transmitidos na Alemanha – assim como no resto da Europa – nunca falam da demografia. Em vez disso, refutam qualquer evidência de que a economia alemã não está indo bem. Também dizem que o Islão e o cristianismo são equivalentes, estão obstinadamente cegos diante do facto do Islão ser mais do que uma religião: é um sistema político, económico e moral que engloba todos os aspectos da vida e nunca coexistiu por um período razoável ou de maneira pacífica numa cultura diferente da sua. Esses discursos ignoram quase por completo a ascensão do Islão radical e do terrorismo jihadista. No seu lugar argumentam que o Islão radical é uma seita marginal e que o terrorismo jihadista recruta unicamente lobos solitários ou doentes mentais. Acima de tudo, repetem constantemente que qualquer crítica à migração ou ao Islão é humilhante e racista.

A população alemã está intimidada pelo medo, tanto pelo comportamento anti-social de muitos migrantes como pelo patrulhamento ideológico policial do seu próprio governo. Muitos alemães sequer se atrevem a falar. Aqueles que usam o transporte público resignam-se aos insultos. Eles abaixam a cabeça e fogem para o refúgio das suas casas. Idas a restaurantes e teatros desceram drasticamente. As mulheres resignaram-se a usar roupas «discretas» e têm o cuidado de não saírem sozinhas. Protestos organizados pelo PEGIDA (Europeus Patriotas contra a Islamização do Ocidente) nunca atraíram um grande número de indivíduos depois de uma fotografia do seu fundador ter sido divulgada na qual ele aparecia estilizado como Hitler.

O partido Alternativa para a Alemanha (AFD), que exige a suspensão da imigração muçulmana para a Alemanha e continua angariando votos, no entanto, continua a ser um partido minoritário. A lei que condena o incitamento ao ódio (Volksverhetzung), que supostamente se destina a impedir o retorno às ideias nazistas, é usada como uma espada contra qualquer pessoa que se manifeste de forma mais dura em relação à crescente islamização do país.

Em 20 de Dezembro Angela Merkel foi depositar rosas brancas no local onde aconteceu o ataque ao mercado de Natal. Milhares de alemães fizeram o mesmo. Muitos trouxeram velas e choraram. Mas a raiva e a vontade de combater a ameaça continua praticamente ausente. Depois de algumas semanas, a página será virada – até que aconteça de novo.

Nada melhor descreve o estado actual da Alemanha do que o triste destino de Maria Landenburger, uma adolescente de dezenove anos de idade, assassinada no início de Dezembro. Maria Landenburger, membro de uma organização de ajuda aos refugiados, estava entre aqueles que acolheram migrantes em 2015. Foi estuprada e assassinada por um dos indivíduos que estava a ajudar. A família dela pediu a qualquer pessoa que quisesse prestar uma homenagem à sua filha que doasse dinheiro para as associações de refugiados, para que mais refugiados pudessem vir para a Alemanha.

A grande maioria dos alemães não quer enxergar que a Alemanha está em guerra porque um inimigo implacável declarou guerra contra eles. Não querem enxergar que foi declarada guerra contra a civilização Ocidental. Aceitam a derrota e docilmente fazem o que os jihadistas lhes dizem para fazer, curvam-se.

Ao analisar o ataque de 19 de Dezembro na feira natalina, o jornalista alemão Josef Joffe, editor do Die Zeit, explicou a decisão de Angela Merkel de acolher os refugiados como «um acto de expiação» e uma maneira de acolher uma população ameaçada sete décadas depois do Holocausto. Também explicou a passividade de muitos alemães movidos por um sentimento de culpa colectiva.

Se Joffe estiver certo, se Angela Merkel não vê a diferença entre judeus sendo exterminados pelos nazistas e muçulmanos que ameaçam exterminar cristãos, judeus e outros muçulmanos, é ainda mais ignorante do que parece.

Se muitos alemães estão repletos de culpa colectiva a ponto de quererem compensar o que a Alemanha fez aos judeus acolhendo centenas de milhares de muçulmanos, muitos dos quais declaram abertamente que desejam substituir a cultura judaico-cristã da Alemanha pela do Islão e que estão substituindo a população cristã pela muçulmana – que incluirá assassinos cruéis nas suas fileiras – mostra que os alemães de hoje se odeiam tanto que desejam a sua própria destruição ou então que simplesmente perderam a determinação de defender o que lhes é valioso – acto este conhecido como rendição.


Tradução: Joseph Skilnik





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