sábado, 3 de dezembro de 2016


A pergunta crucial




Joaquim Mexia Alves, Monte Real, 9 de Agosto de 2010

[ AS SEGUNDA E TERCEIRA ILUSTRAÇÕES

SÃO DA RESPONSABILIDADE DA NOSSA REDACÇÃO ]


«Quem dizem as multidões que Eu sou?» Lc 9,18

Se hoje, Senhor Jesus, fizesses esta pergunta,
como te responderiam as multidões?

Uns dir-Te-iam que não exististe, e que nem sequer existes.

Outros dir-Te-iam que foste uma figura histórica, um revolucionário, um homem com um pensamento avançado para a sua época.

Outros dir-Te-iam ainda que não soubeste «cavalgar a onda do poder» e mudar tudo o que estava mal.

Uns quantos dir-Te-iam também que foste um grande meditador transcendental, uma espécie de mestre de yoga dos tempos antigos.

Mais uns quantos fingirão que nunca ouviram falar de Ti, ou que, não lhes interessa nada o que Tu foste ou possas ser.

Finalmente, uns quantos afirmando que Tu não exististe, desejarão mesmo que não tivesses existido.

«E vós quem dizeis que Eu sou?» Lc 9,20


E se hoje, Senhor Jesus, fizesses esta pergunta
àqueles que se dizem teus seguidores,
o que responderíamos nós?

Uns dir-Te-ão que sim, que Tu és o Filho de Deus, que nos trouxeste uns ensinamentos que devemos seguir segundo a nossa consciência, e que é a nossa consciência e só a nossa consciência a luz do nosso proceder.

Estes dir-Te-ão, sem dúvida, que a instituição da Igreja é uma mera interpretação que alguns fazem da Bíblia, porque verdadeiramente cada um sabe de si e da sua vida e que a Igreja não é precisa para nada.

Outros dir-Te-ão que Tu és o Filho de Deus, e que tudo o que Tu nos disseste e está nas Escrituras deve ser seguido exactamente como está escrito, que não há lugar a interpretações, que uns são escolhidos e outros excluídos, e que apenas e só nessa radical leitura e seguimento, se será verdadeiramente Teu discípulo.

Outros ainda dir-Te-ão que Tu és o Filho de Deus, mas que tudo aquilo que Tu nos disseste se destinava apenas àquele tempo e que por isso mesmo, tudo se deve adaptar aos tempos de agora, e assim sendo, a vida pode ser questionada, seja ela na gestação inicial, seja ela na sua recta final.

Que as relações entre mulheres e homens devem ser ao gosto de cada um, porque isso pertence ao homem definir, e aquilo que Tu nos disseste sobre isso mesmo, era apenas para aquele tempo, para aquela cultura.

Dir-Te-ão que nós homens já «matámos» o demónio, porque o «dito cujo» nunca existiu.

Dir-Te-ão que a Igreja, é afinal as igrejas, edifícios onde vão rezar, (de pé, claro), e que toda a estrutura da Igreja são afinal apenas meros funcionários ao sabor das vontades de cada um, bem como a Doutrina, que deve ser seguida segundo a própria interpretação dos que assim pensam, e sempre mudando ao sabor dos tempos.

E outros tantos Te dirão isto e aquilo nas mais variadas formas e interpretações, reclamando-se como teus verdadeiros seguidores e teus legítimos «intérpretes».


E haverá, finalmente, aqueles,
(e eu espero bem ser um deles),
que Te responderão dizendo:

«Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.» Mt 16,16

E nesta revelação, «porque não foi a carne nem o sangue que no-Lo revelou, mas o Pai que está no Céu» Mt 16,17, tudo estará contido e aceite como Caminho, Verdade e Vida, desde o Filho de Deus, Jesus Cristo Nosso Senhor, à Igreja e à Doutrina, que Tu mesmo nos ensinaste e deixaste.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.





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