terça-feira, 11 de junho de 2013

Papa Francisco:
A «linguagem socialmente educada»
é a da «hipocrisia» e «da corrupção»

Na Missa que presidiu na manhã de ontem (4 de Junho) na Casa de Santa Marta, o Papa Francisco assinalou que os cristãos não utilizam uma «linguagem socialmente educada», propensa à hipocrisia, mas são porta-vozes da verdade do Evangelho com a mesma transparência das crianças.

A hipocrisia é a linguagem preferida dos corruptos. A cena evangélica do tributo a César, e a pergunta trapaceira dos fariseus e dos partidários de Herodes a Cristo sobre a legitimidade daquele tributo, deu ao Papa motivo para a sua reflexão de hoje em continuidade com a homilia da segunda-feira.

A intenção com a que se aproximam de Jesus, afirmou, é a de fazê-lo «cair na armadilha». A pergunta se é lícito ou não pagar o imposto a Cesar é exposta «com palavras suaves, com palavras belas, com palavras ‘adocicadas’». «Pretendem – adicionou – mostrar-se amigáveis». Mas tudo é falso. Porque, explicou Francisco, «eles não amam a verdade, mas somente a si mesmos e assim tentam enganar, envolver os outros na mentira. Têm o coração mentiroso, não podem dizer a verdade».

«A hipocrisia é precisamente a linguagem da corrupção. Quando Jesus fala aos seus discípulos, diz que o seu modo de falar deve ser ‘sim, sim’ ou ‘não, não’».

«Estes querem uma verdade escrava dos próprios interesses. Podemos dizer que há um amor: mas é o amor de si mesmos, o amor a si mesmos. Aquela idolatria narcisista que os leva a trair os outros, os leva aos abusos da confiança».

«E a mansidão que Jesus quer de nós não tem nada a ver com esta adulação, nada a ver com esta forma ‘açucarada’ de avançar. Nada disso! A mansidão é simples; é como aquela de uma criança. E uma criança não é hipócrita, porque não é corrupta. Quando Jesus nos diz: Quando disserem ‘sim’, que seja sim, e quando disserem ‘não’, que seja não! com espírito de crianças, refere-se ao contrário da forma de falar destes».

A última consideração do Santo Padre referiu-se a uma «certa fraqueza interior», estimulada pela vaidade, que faz com que «gostemos que digam coisas boas de nós». Os «corruptos sabem disso e tentam enfraquecer-nos com essa linguagem».

«Pensemos bem: qual é a nossa linguagem hoje? Falamos com verdade, com amor, ou falamos um pouco com aquela linguagem social de seres educados, dizendo coisas belas, mas que não sentimos?»





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