segunda-feira, 22 de abril de 2013

Há 50 anos
O Papa João XXIII alerta os jovens
portugueses para «os graves perigos»
da humanidade


O Papa escreveu uma mensagem aos jovens portugueses onde os alerta para os «graves perigos» dos homens, a ponto de esquecerem «a sua origem e o seu fim».


O Papa escreveu uma mensagem aos jovens portugueses onde os alerta para os «graves perigos» dos homens, a ponto de esquecerem «a sua origem e o seu fim».

A mensagem lida no dia 21 de Abril de 1963, no antigo Estádio José Alvalade, no grande encontro da juventude que reuniu mais de 50 mil jovens católicos, referia também que existia um sentimento de alegria «pelo interesse» dos jovens por «aprofundar o estudo da doutrina social da Igreja» e pela solicitude em fazê-la «penetrar, como fermento vivificante, nas estruturas da sociedade».

Na celebração do encontro de jovens, presidida pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, o prelado afirma que «juventude que escolhe Deus é promessa de ideal heróico na fidelidade à verdade, ao bem, à justiça, ao amor» (Revista Estudos, órgão do Centro Académico de Democracia Cristã, Maio de 1963, N.º 417).

O Cardeal Cerejeira revelou também aos milhares de jovens que a Igreja e Portugal reviam-se na juventude «com orgulho» porque ambos [Portugal e a Igreja] a formaram, «um na sua ascendência histórica, outra na sua alma». E acrescenta: «Ao contemplar esta juventude nova, os dois repetem: como é bela».

Quando o episcopado português convocou os jovens para o encontro, convidando-os «à aventura heróica» da construção dum Portugal «mais rico, mais humano, mais cristão», a juventude respondeu afirmativamente o que levou D. Manuel Gonçalves Cerejeira a declarar: «E vós, ó nova Ala dos Namorados, puseste-vos em marcha, enchendo todos os caminhos de Portugal, para vir responder… os novos escolhem Deus».

No encontro magno da juventude portuguesa, o cardeal patriarca pediu também aos jovens para bendizerem a ciência que «repensa o pensamento de Deus, tudo o que foi criado é imagem do Verbo». Se o mundo «fosse absurdo, obra do acaso cego e arbitrário, sem inteligência criadora e ordenadora, como poderia a própria ciência existir?», questionou e acrescentou de seguida: «a ciência, ainda quando não afirma Deus, supõe-no».

Ao fazer referência ao pensamento moderno que se foi «afastando progressivamente de Deus», desde «Kant a Karl Marx, acabando no niilismo intelectual e moral do materialismo», o bispo de Lisboa realça: «o ateísmo nega Deus, mas igualmente a pessoa humana».

Em relação ao mundo do trabalho, o prelado português disse aos jovens que «não vos bastará ser cristãos fervorosos; será preciso que sejais também cientificamente competentes, tecnicamente capazes e profissionalmente peritos».

A «maior parte» da juventude de «todos os países do mundo» procura «em Deus luz de orientação, segurança de doutrina, paz de consciência, justiça e caridade difundidas em qualquer ordem e sector da convivência humana», escreveu o Papa. Por sua vez, D. Manuel Gonçalves Cerejeira disse à juventude presente no antigo Estádio de Alvalade que esta, ao escolher Deus, «salva ao mesmo tempo, a razão, a esperança e a liberdade».





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