quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Jornal do Vaticano critica política
antivida da Fundação Gates

Num artigo publicado no jornal do Vaticano L'Osservatore Romano, a jornalista Giulia Galeotti criticou a disposição da Fundação Bill & Melinda Gates de investir 450 milhões de euros nos próximos anos, começando por África, para promover os anticoncepcionais.
 
A notícia, que foi capa da edição do dia 29 de Julho, especificou que Melinda Gates, que diz ser católica, considera que garantir um melhor acesso aos métodos de contracepção é um compromisso que assume a tempo integral, «anda desencaminhada».
 
Para o jornal do Vaticano, Melinda Gates «está confusa por uma má informação e por alguns estereótipos que persistem neste tema. Acreditar ainda numa Igreja Católica que, é contrária ao preservativo, deixa morrer mulheres e crianças por intransigência misógina é uma leitura infundada e grosseira».
 
Galeotti referiu no seu texto que «como escreveu Paulo VI na Humanae Vitae (também a vítima mais notável deste tipo de deformação), a Igreja é favorável a uma regulação natural da fertilidade, quer dizer, aos métodos fundados na escuta das indicações e das mensagens proporcionadas pelo corpo».

«Para demonstrar que não se trata de bizantinismos abstratos, mas sim de medidas concretas e eficazes, recordemos o casal de australianos John e Evelyn Billings, que descobriu o método de regulação natural da fertilidade chamado BOM (Billings Ovulation Method): assim as mulheres podem saber se são férteis ou não, e partindo desta realidade podem escolher o seu comportamento sexual».

L'Osservatore Romano sublinhou o êxito exemplar do método Billings aplicado na China, onde o governo comunista ficou muito interessado num método de regulação gratuito e que não prejudicasse a saúde da mulher. Os especialistas consideram que o método Billings tem uma segurança de 98 por cento.

O jornal do Vaticano lamentou o cepticismo com que alguns olham para o Billings, ao ser qualificado por alguns como um recurso não científico, pré-científico ou um método ingénuo, e sublinhou que estas são acusações sem fundamento provavelmente difundidas não por acaso.
 
Galeotti indicou que um dos inconvenientes do método Billings perante os olhos de alguma parte do mundo é que é simples e fácil de adoptar, inclusive pelas pessoas analfabetas, sem nenhuma forma de mediação de terceiros.
 
O outro «inconveniente» é que é um método completamente gratuito, o que ocasiona a antipatia da indústria farmacêutica, que tem lucros enormes com a anticoncepção química.
 
«Cada um é livre de fazer beneficência a quem quer. Mas não deve teimar e persistir na desinformação, apresentando as coisas pelo que não são», concluiu Galeotti.
 

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