Nuno Serras Pereira
Aníbal Cavaco Silva no seu longo discurso (copiei o texto do sítio da presidência -- http://www.presidencia.pt/?idc=655&idi=51497 -- e passei-o para o word, em letra Times New Roman 12 e deu 10 páginas) de tomada de posse, do seu segundo mandato como Presidente da República, hoje proferido, afirmou peremptoriamente: “Necessitamos de recentrar a nossa agenda de prioridades, colocando de novo as pessoas no fulcro das preocupações colectivas. … Precisamos de uma política humana, orientada para as pessoas concretas. Os Portugueses não são uma estatística abstracta. … A pessoa humana tem de estar no centro da acção política.”. E, no entanto, ignorou por completo as pessoas nascentes liquidadas, aos magotes, nos laboratórios de procriação medicamente substituída (os médicos substituem os pais no acto de fecundação) ou dizimadas violenta e cruelmente no seio daquelas que as geraram, em hospitais, centros de saúde e clínicas privadas.
Estes milhares e milhares de crianças nascituras são pessoas concretas, não são uma estatística abstracta e precisam que recentremos a nossa agenda de prioridades, colocando-as no fulcro das preocupações colectivas.
Um texto que discorre exaustivamente sobre praticamente todos os graves problemas do País não tem uma única palavra sobre aquele, que de longe, é o maior de todos, a chacina sistemática, perpetrada com a cooperação activa do Estado, das pessoas mais vulneráveis e indefesas.
Para Cavaco Silva, pelos vistos, as crianças nascituras não são pessoas, como para Hitler os judeus também não o eram.
Infelizmente, assim se afigura, não poderemos esperar da sua parte, como alguns julgavam, uma reparação ou uma emenda de gravíssimos males de que foi cúmplice.
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