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Parlamento francês aprovou na sexta-feira uma nova lei que criminaliza páginas
de internet que contenham informação para tentar dissuadir mulheres de abortar.
A lei de «interferência digital» dirige-se,
segundo o texto da mesma, a impedir o funcionamento de sites que
«deliberadamente enganem, intimidam e/ou exerçam pressão psicológica ou moral
para desencorajar o recurso ao aborto» e prevê multas até 30 mil euros para
quem os operar.
A lei foi aprovada pelos partidos de
esquerda, os de direita votaram contra, com Bruno Retailleau, do Partido
Republicano, a criticar a lei como sendo «totalmente contrária à liberdade de
expressão». O senador diz ainda que a nova lei contradiz o diploma que
legalizou o aborto, em 1975, e que pede que as mulheres sejam informadas das
alternativas a esta prática.
Do Partido Democrata Cristão também chegaram
criticas, com Jean-Frédéric Poisson a apontar para a ironia de o Governo estar
apostado em encerrar sites pró-vida enquanto se recusa a fazer o mesmo a
páginas de internet que promovam uma visão fundamentalista e violenta do Islão,
por exemplo.
Pelo menos dois bispos também condenaram a
nova lei, nomeadamente o cardeal Vingt-Trois, de Paris que acusa o Governo de
estar «obcecado» com o aborto e o arcebispo Georges Pontier, de Marselha, a
dizer que a lei constitui um sério ataque aos princípios da democracia.
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