Serge Abad-Gallardo |
Blanca
Ruiz, Acidigital, 4 de Maio de 2015
Serge Abad-Gallardo foi membro da Maçonaria durante mais
de 25 anos, chegou a ser mestre do 14.º grau. Depois de uma peregrinação ao
Santuário de Lourdes tudo mudou e começou o seu caminho de conversão, que o
levou logo a escrever um livro. Na entrevista ao grupo ACI explica
também a relação que existe entre o demónio e a organização.
«Fiz parte da Maçonaria e pensei que tinha que escrevê-lo
primeiro para compreender mais e depois contar às pessoas. Cada pessoa tem a
liberdade para fazer o que ela quiser, mas na Maçonaria não se fala
francamente», relata o autor do livro «Porque deixei de ser maçom», editado
apenas em espanhol.
«Através do meu livro quero demonstrar que o catolicismo
e a maçonaria não podem ser praticados juntos», explica o ex-maçom.
Serge é arquitecto e entrou na loja maçónica através de
um amigo, tentando encontrar nela as respostas às perguntas mais profundas do
homem.
«Eu não pensava deixar a Maçonaria. Tive alguns problemas
sérios na minha vida e me
perguntava qual a resposta que a maçonaria me poderia dar a esses problemas,
porém não encontrei nenhuma resposta. Entretanto no caminho com Cristo sim
encontrei-as», afirmou.
Abad-Gallardo contou que o caminho para deixar a
Maçonaria foi difícil: «durante um ano ou ano e meio estava convencido que
tinha encontrado a fé e não sabia se deveria permanecer na Maçonaria, dessa
maneira podia ser um lugar onde falaria aos maçons do Evangelho. Mas ao
conversar com um sacerdote, este explicou-me que não adianta tentar falar-lhes
da Palavra de Deus, porque eles não estão dispostos a escutar».
Após os repetidos comentários anticlericais de vários Altos Graus da Maçonaria, Serge não podia ficar calado e defendia a Igreja. Além das críticas à Igreja e ao Papa descobriu que no ritual do início do ano maçónico «se dava glória a Lúcifer». «Eles não dizem que se trata do diabo, mas usam a etimologia da palavra e dizem que é ‘o portador de luz’», explica o espanhol ao grupo ACI.
Após os repetidos comentários anticlericais de vários Altos Graus da Maçonaria, Serge não podia ficar calado e defendia a Igreja. Além das críticas à Igreja e ao Papa descobriu que no ritual do início do ano maçónico «se dava glória a Lúcifer». «Eles não dizem que se trata do diabo, mas usam a etimologia da palavra e dizem que é ‘o portador de luz’», explica o espanhol ao grupo ACI.
Algo parecido também ocorreu quando viu que entre os
Altos Graus da Maçonaria se elogia a serpente do livro do Génesis, a mesma que
tentou a Adão e Eva cometerem o pecado original. «Dizem que a serpente trouxe a
luz e o conhecimento que Deus não queria conceder ao homem. Isto é uma
perversão muito grave», declara.
Conforme afirma Serge: «entre a Maçonaria e o demónio há
uma relação, mas não é tão directa. A maioria dos maçons não percebem a
influência do demónio nos rituais maçónicos. Eles pensam, com a melhor das
intenções, que estão trabalhando pela 'Felicidade da Humanidade' ou pelo
'Progresso da Humanidade', isto é, «não existe um culto abertamente ao diabo»,
mas elogiam com palavras e devemos perceber, o quanto é perigoso para um
católico estar dentro de uma sociedade assim».
O ex-maçom relata: «embora poucos mações saibam claramente
da relação que a Maçonaria tem com o demónio, cumprem estes ritos sabendo
perfeitamente o que estão a fazer. Mas, segundo a minha experiência, a maioria
deles não percebem», «não devemos esquecer que o demónio é o 'pai da mentira'».
Conforme explica, esta relação indireta com o demónio
manifesta-se de muitas maneiras, mas todas confluem em afastar as pessoas que
entram na Maçonaria da fé e especialmente da Igreja Católica. «A Maçonaria
tenta convencer que a fé e a Igreja são superstições e obscurantismo», recordou
Serge.
Nesse sentido Serge Abad-Gallardo também explica: «o
ritual maçónico influi na mente, no subconsciente e na alma das pessoas. O
maçom olha para os símbolos e os rituais maçónicos como se fossem verdades
profundas e esotéricas».
Apesar de que «na Maçonaria não existam ritos
directamente satânicos, estas cerimónias constituem uma porta de entrada para o
demónio».
Uma das palavras secretas e sagradas dos mestres maçons,
conforme explica Serge, é «Tubalcaïn», traduzida como «descendente directo de
Caim». «Já sabemos o que ele, Caim, fez. Ele foi inspirado pelo demónio a matar
o seu irmão por ciúmes e ele é o modelo para os mestres maçons», afirma Serge.
«Os rituais não mudaram, somente tiveram pequenas
mudanças. De facto, nos Altos Graus, é onde se encontra as referências mais
esotéricas e ocultas, por volta do ano 1800, 70 anos logo que nasceu a
Maçonaria em 1717».
Nessa relação entre a Maçonaria e o satanismo, Serge
indica ao grupo ACI: «a maioria dos maçons estão iludidos por palavras
altruístas e mentirosas e por isso não percebem a relação entre ambos».
De facto, explica que numa das tábuas maçónicas, isto é,
um trabalho escrito e apresentado por um maçom, é explicado que «quem fundou o
satanismo moderno foi o americano Anton Szantor Lavey, um irmão (maçom) que
fundou em 1966 a Igreja de Satanás que actualmente é a principal organização
satânica e de modelo para as demais».
«A Maçonaria afasta de Cristo. Porque embora se fale
sobre Jesus Cristo no 18.º grau dos Altos Graus maçónicos, não tem nada a ver
com o Jesus Cristo da Igreja Católica, pois o mencionam como um sábio ou um
filósofo qualquer», insiste.
«Existem maçons que vão ainda mais longe nesta blasfémia,
pois excluem a divindade a Cristo e dizem que ele foi o primeiro maçom, um
homem iniciado. Explicam que José e Jesus foram carpinteiros. E que a palavra
'carpinteiro' é a etimologia da palavra 'arquitecto' e todos os maçons,
especialmente nos Altos Graus são Grandes Arquitectos», afirmou Serge.
Fazendo menção ao tema: «na Maçonaria acreditam no
'Grande arquitecto do Universo', querem que acreditemos que este é o mesmo Deus
do catolicismo, mas não é verdade. Às vezes conseguem enganar os católicos
dizendo que ser maçom e ser católico é compatível por esta referência a
Cristo».
Há dois anos Serge largou totalmente a Maçonaria, mas
afirma que o controle que esta organização tem sobre a sociedade francesa é
crescente. «No meu primeiro trabalho o prefeito era maçom, mas ninguém sabia, o
director do seu gabinete, o encarregado do urbanismo e eu também éramos maçons,
e outros dois arquitectos da prefeitura onde trabalhava», recorda.
«Quando tentaram aprovar a última lei sobre a eutanásia,
há um parágrafo que faz menção à ‘sedação profunda’ que é a mesma expressão que
aparece numa tábua maçónica de 2004, onde mencionam este tema. Quer dizer, que
as leis actuais em França estão a ser feitas nas lojas maçónicas, dez ou quinze
anos antes de serem votadas», conta ao grupo ACI.
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