quarta-feira, 5 de outubro de 2016


Um ex-maçom explica detalhadamente

a relação entre o demónio e a Maçonaria


Serge Abad-Gallardo

Blanca Ruiz, Acidigital, 4 de Maio de 2015

Serge Abad-Gallardo foi membro da Maçonaria durante mais de 25 anos, chegou a ser mestre do 14.º grau. Depois de uma peregrinação ao Santuário de Lourdes tudo mudou e começou o seu caminho de conversão, que o levou logo a escrever um livro. Na entrevista ao grupo ACI explica também a relação que existe entre o demónio e a organização.

«Fiz parte da Maçonaria e pensei que tinha que escrevê-lo primeiro para compreender mais e depois contar às pessoas. Cada pessoa tem a liberdade para fazer o que ela quiser, mas na Maçonaria não se fala francamente», relata o autor do livro «Porque deixei de ser maçom», editado apenas em espanhol.

«Através do meu livro quero demonstrar que o catolicismo e a maçonaria não podem ser praticados juntos», explica o ex-maçom.

Serge é arquitecto e entrou na loja maçónica através de um amigo, tentando encontrar nela as respostas às perguntas mais profundas do homem.

«Eu não pensava deixar a Maçonaria. Tive alguns problemas sérios na minha vida e me perguntava qual a resposta que a maçonaria me poderia dar a esses problemas, porém não encontrei nenhuma resposta. Entretanto no caminho com Cristo sim encontrei-as», afirmou.

Abad-Gallardo contou que o caminho para deixar a Maçonaria foi difícil: «durante um ano ou ano e meio estava convencido que tinha encontrado a fé e não sabia se deveria permanecer na Maçonaria, dessa maneira podia ser um lugar onde falaria aos maçons do Evangelho. Mas ao conversar com um sacerdote, este explicou-me que não adianta tentar falar-lhes da Palavra de Deus, porque eles não estão dispostos a escutar».

Após os repetidos comentários anticlericais de vários Altos Graus da Maçonaria, Serge não podia ficar calado e defendia a Igreja. Além das críticas à Igreja e ao Papa descobriu que no ritual do início do ano maçónico «se dava glória a Lúcifer». «Eles não dizem que se trata do diabo, mas usam a etimologia da palavra e dizem que é ‘o portador de luz’», explica o espanhol ao grupo ACI.

Algo parecido também ocorreu quando viu que entre os Altos Graus da Maçonaria se elogia a serpente do livro do Génesis, a mesma que tentou a Adão e Eva cometerem o pecado original. «Dizem que a serpente trouxe a luz e o conhecimento que Deus não queria conceder ao homem. Isto é uma perversão muito grave», declara.

Conforme afirma Serge: «entre a Maçonaria e o demónio há uma relação, mas não é tão directa. A maioria dos maçons não percebem a influência do demónio nos rituais maçónicos. Eles pensam, com a melhor das intenções, que estão trabalhando pela 'Felicidade da Humanidade' ou pelo 'Progresso da Humanidade', isto é, «não existe um culto abertamente ao diabo», mas elogiam com palavras e devemos perceber, o quanto é perigoso para um católico estar dentro de uma sociedade assim».

O ex-maçom relata: «embora poucos mações saibam claramente da relação que a Maçonaria tem com o demónio, cumprem estes ritos sabendo perfeitamente o que estão a fazer. Mas, segundo a minha experiência, a maioria deles não percebem», «não devemos esquecer que o demónio é o 'pai da mentira'».

Conforme explica, esta relação indireta com o demónio manifesta-se de muitas maneiras, mas todas confluem em afastar as pessoas que entram na Maçonaria da fé e especialmente da Igreja Católica. «A Maçonaria tenta convencer que a fé e a Igreja são superstições e obscurantismo», recordou Serge.

Nesse sentido Serge Abad-Gallardo também explica: «o ritual maçónico influi na mente, no subconsciente e na alma das pessoas. O maçom olha para os símbolos e os rituais maçónicos como se fossem verdades profundas e esotéricas».

Apesar de que «na Maçonaria não existam ritos directamente satânicos, estas cerimónias constituem uma porta de entrada para o demónio».

Uma das palavras secretas e sagradas dos mestres maçons, conforme explica Serge, é «Tubalcaïn», traduzida como «descendente directo de Caim». «Já sabemos o que ele, Caim, fez. Ele foi inspirado pelo demónio a matar o seu irmão por ciúmes e ele é o modelo para os mestres maçons», afirma Serge.

«Os rituais não mudaram, somente tiveram pequenas mudanças. De facto, nos Altos Graus, é onde se encontra as referências mais esotéricas e ocultas, por volta do ano 1800, 70 anos logo que nasceu a Maçonaria em 1717».

Nessa relação entre a Maçonaria e o satanismo, Serge indica ao grupo ACI: «a maioria dos maçons estão iludidos por palavras altruístas e mentirosas e por isso não percebem a relação entre ambos».

De facto, explica que numa das tábuas maçónicas, isto é, um trabalho escrito e apresentado por um maçom, é explicado que «quem fundou o satanismo moderno foi o americano Anton Szantor Lavey, um irmão (maçom) que fundou em 1966 a Igreja de Satanás que actualmente é a principal organização satânica e de modelo para as demais».

«A Maçonaria afasta de Cristo. Porque embora se fale sobre Jesus Cristo no 18.º grau dos Altos Graus maçónicos, não tem nada a ver com o Jesus Cristo da Igreja Católica, pois o mencionam como um sábio ou um filósofo qualquer», insiste.

«Existem maçons que vão ainda mais longe nesta blasfémia, pois excluem a divindade a Cristo e dizem que ele foi o primeiro maçom, um homem iniciado. Explicam que José e Jesus foram carpinteiros. E que a palavra 'carpinteiro' é a etimologia da palavra 'arquitecto' e todos os maçons, especialmente nos Altos Graus são Grandes Arquitectos», afirmou Serge.

Fazendo menção ao tema: «na Maçonaria acreditam no 'Grande arquitecto do Universo', querem que acreditemos que este é o mesmo Deus do catolicismo, mas não é verdade. Às vezes conseguem enganar os católicos dizendo que ser maçom e ser católico é compatível por esta referência a Cristo».

Há dois anos Serge largou totalmente a Maçonaria, mas afirma que o controle que esta organização tem sobre a sociedade francesa é crescente. «No meu primeiro trabalho o prefeito era maçom, mas ninguém sabia, o director do seu gabinete, o encarregado do urbanismo e eu também éramos maçons, e outros dois arquitectos da prefeitura onde trabalhava», recorda.

«Quando tentaram aprovar a última lei sobre a eutanásia, há um parágrafo que faz menção à ‘sedação profunda’ que é a mesma expressão que aparece numa tábua maçónica de 2004, onde mencionam este tema. Quer dizer, que as leis actuais em França estão a ser feitas nas lojas maçónicas, dez ou quinze anos antes de serem votadas», conta ao grupo ACI.

Nesse sentido afirma que «na Maçonaria não existe fraternidade, nem amizade, porque tudo são redes. Todos ambicionam o poder político, social e económico».





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