quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Cavaco não aprendeu nada.
E Costa também não!
Camilo Lourenço, Jornal de Negócios, 11 de Novembro de 2014
Cavaco Silva perguntou ontem o que andaram a fazer os gestores da PT e os seus accionistas, numa crítica ao que se está a passar na Portugal Telecom. Mas como é típico na sua prática, Cavaco preferiu o «toca e foge»: depois de dizer que não gosta da ideia de desmembrar a PT (eu também não gosto) avançou que antes de chegar a Belém escreveu sobre os custos de transferir activos nacionais para o estrangeiro.
Pois eu gostava que o Presidente explicasse bem o que isso significa. Por exemplo, que dissesse como é que um país sem capital pode viver num mundo sem fronteiras sem transferir activos. Mais: gostava que Cavaco explicasse como é que empresas portuguesas poderiam comprar activos lá fora se todos pensassem como ele… Ah! E gostava mesmo que o Presidente explicasse de que forma o modelo de privatizações que escolheu, como primeiro-ministro, favoreceu esse objectivo, o da manutenção de activos em Portugal.
António Costa deu ontem um sinal do que é o seu pensamento económico: criou uma «taxa turística» com a qual pensa ir buscar mais 19 milhões de euros a quem visite Lisboa.
A ideia da taxa é o afloramento do princípio de «exportar a recessão», tão do gosto de certos pensadores de Esquerda. Não lhes ocorre que como há países e cidades que só querem importar turistas, deixando a parvoíce (leia-se aumentar impostos e taxas aos visitantes) para outros, vão ficar mais competitivos do que Lisboa.
Costa e algumas personalidades que o rodeiam continuam a não perceber que o problema do País é a despesa pública e não os impostos. De facto não aprenderam nada com os disparates dos últimos 20 anos, cometidos pela Esquerda e pela Direita.
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