sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Que defesa da Civilização cristã
do senhor cardeal?
Parece estar na moda não julgar...
Luís Lemos
Segundo a esforçada repórter Aura Miguel da (in)coerente Rádio Renascença, o cardeal Francesco Coccopalmerio falou sobre matrimónio no Sínodo da Família, que decorre no Vaticano. E, muito tolerantemente, declarou:
«Temos de ser honestos e dizer: para nós – e não é só para a Igreja Católica, penso que é para a cultura humana em geral – o casamento é entre um homem e uma mulher.»
Até aqui, tudo bem.
E depois acrescenta este senhor, que é, nada mais, nada menos, o Presidente do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos:
«... em relação aos casais homossexuais, não os julgamos, mas nunca, em absoluto, podemos equipará-los a um matrimónio, por motivos lógicos e de identidade. E também não os abençoamos, porque não podemos dizer que seja uma coisa boa».
Eis a lógica do senhor cardeal: não os julga; mas depois não pode dizer que seja uma coisa boa. Afinal, julga ou não julga? Ser neutra neste caso não implicará já um julgamento?!
O verbo julgar tornou-se um tabu. Ou, melhor, recusar julgar tornou-se uma arma do relativismo.
Em resumo, segundo o perspicaz cardeal, a Igreja deve ser neutra em relação ao assunto dos chamados «casamentos» entre os invertidos. O distanciamento da Igreja apenas se deve limitar a colocar aspas na palavra. Por enquanto.
A estas incoerências segue-se nas suas declarações uma suposta e genérica defesa dos valores da Civilização cristã. Ora bem. Isto, no seu conjunto e concretamente, será realmente a defesa da Civilização cristã ou a capitulação perante as forças que pretendem destruí-la?
Claro que dizemos capitulação partindo do princípio de que esta desastrosa estratégia seria fruto apenas de insanidade mental ou cobardia. A alternativa é maquinação.
«Temos de ser honestos» na análise – diz o cinzentão cardeal... Força, cardeal! Honestidade para a frente!
E a que a manobradora e actriz Aura Miguel rejubila de alegria com esta doutrina... das libertações.
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