terça-feira, 28 de maio de 2013

Nossa Senhora de Fátima e Lenin

Gonçalo Portocarrero de Almada

Nossa Senhora de Fátima, aliás Maria de Nazaré, e Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido por Lenin, têm algumas curiosas afinidades, que, se não forem meras coincidências, são inquietantes manifestações de um desígnio transcendente.

O primeiro facto que os relaciona é a «conversão da Rússia», que ambos, embora de forma diametralmente oposta, se propuseram realizar. Lenin, através da revolução de Outubro de 1917, converteu o império ortodoxo dos czares na ateia URSS. Maria, a 13 de Julho de 1917, também se propôs converter a Rússia… mas no sentido contrário! Não é estranho que um revolucionário queira converter um Estado cristão num país ateu, mas tem que se lhe diga que alguém queira converter numa sociedade cristã um país que já o é, porque sabe que, entretanto, vai deixar de o ser!

Com efeito, naquela altura ninguém podia supor necessária a conversão da Rússia, para voltar a ser o que na data já era! Terá sido mera casualidade que, ante de aparecido o mal, já tivesse sido preconizada a cura?!

A segunda ocorrência dá-se a 13 de Maio de 1917, dia da primeira aparição na Cova da Iria e data em que Lenin redige o seu «credo ateu». Esta sua profissão de fé ateia – Dostoievski disse que os russos têm tanta fé que alguns até são ateus! – foi provocada pelo assassinato, em Sampetersburgo, a futura Leningrado, de uma professora e das crianças a quem dava catequese.

Meras coincidências? Talvez. Mas para a ciência, como para a fé, não há acasos. O que a razão humana não consegue explicar cientificamente, a fé entende que pode ser uma manifestação da Providência que, como alguém disse, é Deus quando viaja incógnito pelos caminhos dos homens, fazendo-os divinos.





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