Gonçalo Portocarrero de
Almada
Nossa Senhora de Fátima,
aliás Maria de Nazaré, e Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido por Lenin, têm
algumas curiosas afinidades, que, se não forem meras coincidências, são
inquietantes manifestações de um desígnio transcendente.
O primeiro facto que os
relaciona é a «conversão da Rússia», que ambos, embora de forma diametralmente
oposta, se propuseram realizar. Lenin, através da revolução de Outubro de 1917,
converteu o império ortodoxo dos czares na ateia URSS. Maria, a 13 de Julho de
1917, também se propôs converter a Rússia… mas no sentido contrário! Não é
estranho que um revolucionário queira converter um Estado cristão num país
ateu, mas tem que se lhe diga que alguém queira converter numa sociedade cristã
um país que já o é, porque sabe que, entretanto, vai deixar de o ser!
Com efeito, naquela altura
ninguém podia supor necessária a conversão da Rússia, para voltar a ser o que
na data já era! Terá sido mera casualidade que, ante de aparecido o mal, já
tivesse sido preconizada a cura?!
A segunda ocorrência dá-se a 13 de Maio de 1917, dia da primeira aparição na
Cova da Iria e data em que Lenin redige o seu «credo ateu». Esta sua profissão
de fé ateia – Dostoievski disse que os russos têm tanta fé que alguns até são
ateus! – foi provocada pelo assassinato, em Sampetersburgo, a futura
Leningrado, de uma professora e das crianças a quem dava catequese.
Meras coincidências?
Talvez. Mas para a ciência, como para a fé, não há acasos. O que a razão humana
não consegue explicar cientificamente, a fé entende que pode ser uma
manifestação da Providência que, como alguém disse, é Deus quando viaja
incógnito pelos caminhos dos homens, fazendo-os divinos.
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